sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

EGITO

001

Vários grupos dispersos
Até que na união
Em grande imensidão
Diversos universos,

Do Nilo, o provedor
Gerando as dinastias
Divinas; já terias
Imagem a compor

Das vinte; dois mil anos
Após iniciais
E delas divinais,
Momentos soberanos,

Assim se conta a história
Que traduzisse a glória.


2

A história se revela
Nos ermos de seu mundo
E quando me aprofundo
Ousando em livre vela

Navego e a sorte sela
E nisto ora me inundo
Do centro mais fecundo
Rompendo a velha cela,

Assim ao me entregar
Ao quanto imaginar
Vislumbro este cenário,

De deuses-faraós
Sabendo logo após
O tempo imaginário.

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Período tão fantástico
Povo politeísta
A sorte que se avista
Neste tempo dinástico

Traduz em tons diversos
A rara magnitude
De um povo em amplitude
Ousando em universos

Usando a força e a fé,
A luta sem descanso,
O Nilo, o seu remanso,
A sorte por quem é,

E desta conjunção
Tal civilização.


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O faraó, qual deus
O sacerdote em casta
Que culta não se afasta
Nem toca os frios breus,

Quando os Hicsos atacam
O Norte do Reinado,
Sacerdócio isolado,
Santuário; atracam,

E nesta dinastia
Um século se passa
Mistério na fumaça
O mundo em vã magia,

Teogonia oculta
Da plebe escusa inculta.

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Nos templos soberanos
Somente iniciados
Deveras demarcados
Sabiam vários planos,

Até que o Novo Império
Tomando enfim poder
Neste auge possa ver
O mundo em tal critério,

Marcando cada passo
Do quanto possa além
E quando a sorte vem,
Deveras outra eu traço

Vibrando em consciência
Com toda esta ciência...

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Neste momento vemos
A sorte se trazendo
Nas mãos por dividendo
Em dias mais extremos,

Sabedoria então
Do povo se afastando,
Deixando como um bando
Diversa dimensão,

E assim ao permitir
E estimular as crenças
Evitam desavenças
E escondem o elixir,

Secretamente invade
Real fraternidade...

7

As guerras tão constantes
Numa ambição feroz
Permite a velha foz
E nela já garantes

O quanto por instantes
Gerasse em vária voz,
O passo sem atroz
Caminho sem levantes.

Assim ao se moldar
Tanto artificialmente
A crença que apresente
O próprio serenar

Mantendo o poderio
Diverso do que crio...

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Reuniões secretas
E nelas o saber
Presente no poder
Em sendas mais concretas,

Diversas do que possa
A vida em tal magia
E o quanto mais se cria
Da sorte além da fossa

Gerasse em ardiloso
Caminho para o qual
A sorte desigual
Num mundo caprichoso

Mantendo a idolatria
Embora não seguia...

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Amenófis criando
( O quarto deste clã )
Na luz de uma manhã
Momento audaz e brando,

E assim já transformando
A vida noutro afã
Karnak, Lúxor moldando
Gerando um amanhã

Monoteísta traz
Ao Sol, único deus
Em Rá vencendo os breus

A força mais audaz,
No culto feito a Aton
A vida em novo tom.

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Rebatizado então,
Amenófis transforma
O tempo em nova forma
E muda a dimensão,

Akenaton, seu nome
Com Nefertite em glebas
Diversas gera Tebas
Monoteísmo dome,

O templo feito em cruz
Fazendo-a com a Rosa
Figura majestosa
Que tanto assim traduz,

Uma arte bem mais nobre
E o mundo ora recobre.

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A face que se via
De um povo mais arcaico,
De deuses um mosaico,
Somente alegoria,

Politeísta império?
De fato não se vira,
A sorte em tal mentira
De um tempo sem critério

No fundo se desenha
Filosoficamente
O quanto se apresente
Diverso do que venha,

Assim em dúbia face
O todo não mostrasse.

12

Enquanto o povo egípcio tinha apenas
Visão politeísta e nada mais,
Diversas as visões sacerdotais
E nelas outras faces bem mais plenas,

Ousando em elevados caminhares
Na busca da verdade concentrada
Numa doutrina além já desenhada
Em templos mais diversos, nos altares.

“Sou aquele que sou”; Deus, casta e homem
Em tríade grandeza, em raro dote,
Rei, Legislador e Sacerdote
Imagens que se moldam e se somem,

E deste Deus-humano- Hermes – se vê
A vida por princípio em seu por que.

13

Quando escrevendo sobre a medicina
E nisto se mostrando a consciência
Traçando em suas mãos toda a ciência
Verdade sobre tudo já domina,

E sei do quanto possa a cristalina
Noção de sábia sorte em evidência
E nisto se apresenta a competência
Que tanto em luz transborda e já fascina,

Deste Deus que é supremo onipotente
Sabedoria imensa onde se atente
Num ar sacerdotal, a diferença

Enquanto o povo tem a própria crença
Diverso do que tanto inda se pensa
Monoteísmo dita plenamente...

14

Princípios Herméticos

Universo se mostra a criação
Mental do TODO – Deus em magnitude-
E nisto cada passo aonde mude
O tempo dita a mesma formação,

Movemos de tal forma na amplidão
Gerada pelo espírito, onde eu pude
Viver em toda a sorte esta amplitude
Do cérebro supremo em dimensão.

Matéria na verdade se apresenta
Como um instante apenas nada mais
E nela a mente dita em faces tais

Aonde o que pudesse ser tormenta
Coagulado está e sem engodo
Habita a consciência Dele, o TODO!


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O mundo corresponde em planos – três-
No espiritual, físico e mental
Gerando uma harmonia e nela o grau
Depende do que vives ou já crês,

E nesta sintonia multiforme
A vida se transforma em concordância
E nisto sem haver a discrepância
A força do conjunto é mais, e enorme.

O microcosmo unido ao macro eu sinto
E neste caminhar em mesmo passo
O tempo presumindo aonde traço
Meu mundo muito além de mero instinto,

Destarte esta visão nos fortalece
E traz em consonância a melhor messe.

16

O mundo em vibração constante traz
Mutante desenhar em forma e até
No quanto poderia a própria fé
E nisto outro cenário mais audaz,

No pensamento a força ora se vendo
Gerando em telepática visão
Causada pela intensa vibração,
E nada se anuncia se contendo,

Na multifacetária persistência
Do tempo sem limites ou paragem,
Vislumbro a variável paisagem
E dela novo tempo em consistência,

Nada está parado em todo o mundo,
Neste vibrar constante e mais profundo.

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Em tudo se percebe este antagônico
Caminho entre dois pólos bem diversos
E destes vários tons mesmo dispersos
O mundo no final se tenta harmônico,

E sendo o caminhar em sim ou não,
Idênticas origens, rumos vários,
Por vezes solitários/solidários
Marcando cada passo em dimensão,

Assim nesta visão em dúbia face
Deste elemento embora em unidade
O quanto se mostrar diversidade
Noutro caminho inverso se moldasse,

Tudo sendo duplo, ida e vinda,
O mesmo que confunde se deslinda.

18

A vida se apresenta em fluxos tais
E neles o que possa agora ver
Talvez resuma o próprio amanhecer
Ou mesmo noites frias, temporais,

Facetas tão diversas, que mostrais
E nisto no refluxo a se tecer
Marés que dentro da alma passo a crer
Moldando estes caminhos tão iguais.

Em ênfase diversa em tons contrários
Os olhos se mostrando em ar diverso
Marcando cada ponto do universo
Com tempos ora iguais, mas sempre vários

Num ritmo tão frequente e alucinante
A vida segue sempre para adiante...

19

A causa determina o resultado
E tudo que se faz trazendo o efeito
E nisto o quanto trago e mesmo aceito
Expressa o que pudesse desenhado,

O fato pelo fato ocasionado
Talvez se mostre até em novo jeito
E o todo que se quis ora desfeito
Decifra o que viria; nosso Fado.

Causalidade expressa a dimensão
Das coisas que em verdade sempre são
Produtos de um cenário mais antigo,

E quando se vislumbra esta verdade
Entende-se total pluralidade,
No presumível passo em que prossigo.

20

Ao traduzir em toda a geração
Figuras masculinas/ femininas
E nesta direção em sendas finas
As sortes de tal forma se verão,

A forma feminina sendo a ativa
Presume a criação em energia
Gestando o que deveras se faria
E nisto em somatória a vida criva.

Magnetismo gerindo cada etapa
E nesta imensidão jamais se escapa
Desta bifurcação que unida traz

O resultado pleno e com certeza
Abrindo-se ao futuro em tal grandeza
Persiste em passo firme e mais tenaz.


21

DIVINDADES EGÍPCIAS

À plebe se servia em vários pratos
Diversas divindades mesmo crenças
E quando no final em recompensas
Aos olhos se mostravam mil retratos,

Cada cidade tendo em padroeiro
Cenário a divindade que escolhesse
E em seus vários caminhos se tecesse
Disperso desenhar de um mensageiro,

Ao proibir o acesso aos seus altares
Os sacerdotes negam este acesso
E a vida desenhando tal processo
Fechado ao quanto tanto desejares,

Politeísmo rege a plebe; mas
Sacerdotal cenário além se faz.

22

O deus-sol (Rá)


A principal figura em divindade
Marcante como um deus em face nobre
E quando em plenitude se recobre
Gerando a própria vida, tudo invade.

Se auto-gerando traz raro perfume
Que espalha pela Terra em arrebol,
Assim na plenitude deste Sol
O mundo com certeza siga e rume,

À estatua de Amon-Rá; em procissão;
Do templo de Karnak, onde habitava
O Faraó e nisto se moldava
Para Lúxor a mesma direção,

Para seu etéreo corpo ter mais forte,
O Faraó traçava imenso aporte.

23

Ísis

A deusa que traduz fecundidade
Tomando em suas mãos raro poder,
No fim das dinastias posso ver
A imensa sensação da divindade,

E nisto cada passo aonde invade
Deixando-se deveras conhecer
E quanto mais a força nos faz crer
Na bela imagem feita em claridade,

Assim da Natureza a soberana
Trazendo a mão que apóia e não se engana
Marcando o dia a dia com nobreza,

Das águas deste Nilo abençoado,
O fértil chão por ela fecundado
Da vida bem mais rica, uma certeza.

24

Osíris


O deus da agricultura nos ensina
As leis que determinam nossos passos
E mesmo quando os solos são escassos
A força deste deus ora fascina

E sendo tal imagem cristalina
Vencendo com firmeza vis cansaços
Traçando com certeza nos espaços
A sorte que deveras determina,

E tendo esta função de nobre aporte
Osíris transformando enfim o Norte
Permite que se veja muito mais

Que simples elementos de um futuro
Injusto caminhar, onde asseguro,
Sem leis os mais diversos temporais.

25


No início nada havia apenas água
Inerte além de Rá, o Deus solar
Até que num momento a desenhar
A fonte do viver em rara frágua,

Dos Seus olhos nasce o todo
Das lágrimas os homens num momento
Do espirro se perdendo em fúria e vento
Orvalho, chuva, charco e mesmo o lodo,

Originando os grãos, semeadura,
O Ar e a Luz em ato consistente
E vendo o quanto possa e se apresente
A vida sobre a Terra configura,

Os deuses se compondo do suor
De Rá, o Sol imenso, o Deus maior.

26

Irmão e esposo de Ísis, num momento
Osíris pelo Irmão Seth foi morto
E o corpo decepado e sem um porto
Jogado sobre o Nilo em desalento,

Porém o grande amor já determina
A essência de uma vida sempre além,
E quando em tal cenário se contém
A sorte mais dorida e cristalina,

Do corpo que em pedaços reunira,
Num ato sem igual, em raro amor
A vida noutro passo a se compor
Ressurge como fosse eterna pira,

Nascendo uma criança em tal enlace
Poder do grande amor já se mostrasse.

27

A mumificação se faz presente
Casas Da Morte trazem tal cenário
E o tempo muito além do imaginário
Ainda embalsamado em evidente

Caminho rumo à rara dimensão
E nela se desenha o quanto possa
A sorte se adivinha e quando endossa
Mostrando os dias tantos que a verão,

Assim de certa forma em soberana
E rara magnitude se resume
Uma arte que atingindo ali seu cume,
E nisto se prepara e já se ufana

Ao Reino que afinal traduz os portos
De todos para além, Reino dos Mortos.

28

A Casa da Vida busca o Criador
E neste caminhar em consonância
A vida se desenha a cada estância
Marcando com firmeza este fervor,

Monoteísta fato a se compor
E nisto não se perde a concordância
Ousando sem traçar em discrepância
O conhecer e nele este sabor,

Princípios do viver, da medicina
Da alquimia, da sábia astronomia,
Matemática além da geografia

E todo este saber já se domina,
Em exclusiva luz sacerdotal
Um povo sem igual, e magistral.

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