domingo, 27 de março de 2011

151

Desta vida em medo e dor
Tantas vezes quis saber
Seja lá conforme for
Os anseios do querer,
Rumo feito em redentor
Caminhar que eu possa ver,
Se não vem traz no bolor
O momento a se perder.
Marca; deixa para trás
E jamais se percebesse
Deste mundo já sem paz
O que tanto não tecesse
Meu tormento é tão mordaz,
É melhor que eu esquecesse.


152


Da princesa sertaneja
Que se fez enfeitiçada
A vontade já não seja
Noutra forma desenhada
E se tanto se azuleja
A verdade traz do nada
O que possa e sempre almeja
Alma sempre alucinada.
Versos; tento e nada vem,
No sustento d esperança
Quem se fez antes meu bem
No vazio ora se lança
E meu mundo sem ninguém,
Sem proveito, tanto cansa.

153

Não desejo mal algum,
Só pretendo a liberdade,
Coração traz do nenhum
Novo brilho, mas a grade
Impedindo o que é comum:
O querer felicidade,
Onde o tanto se fez um
Nada mais traz claridade.
Pouso neste sentimento
E se tanto quero e tento
Descobrir um novo afeto.
Maltratando esta emoção
Nos termos da solidão,
Com certeza não completo.

154

Pude ver depois da tarde
Outra fonte cristalina
Do que tanto sempre aguarde
E no fim já nos domina
Sem saber o que retarde
O meu mundo nesta sina,
Vivo sem quem me resguarde
Da magia feminina.
Numa noite em tantas brumas
Enfileiro pensamentos
E se tanto te acostumas
Enfrentando fortes ventos
Na verdade quando esfumas
Causas raros desalentos.

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Eu bem sei que na verdade
Um factóide e nada mais,
Onde quis tranquilidade
Bebo novos vendavais
E o caminho em liberdade?
Noutro rum tu te esvais
E se perco a realidade
Não a quero, pois jamais.
No que possa em delirante
Desenhar eu me inebrio
E o que tento e se adiante
Marca com tal desafio
O cenário doravante,
E meu canto eu inicio.

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Tantos anos, meses, dias
E deveras esperava
Entre fartas poesias
Coração exposto à lava,
Na verdade me querias,
A minha alma sendo escrava
De quem traz em utopias
O que jamais esperava.
Sendo em ti o que hoje sou
O caminho muda a rota
E o meu canto se entranhou
Na incerteza que denota
Muito pouco me restou,
Novo amor no peito brota.

157

Amarroto o meu passado
E vislumbro no futuro
Mesmo quando agora evado
Outro passo além do muro,
O caminho desenhado
Eu bem sei ser inseguro,
Mas presumo o seu recado
E deveras me aventuro.
Bebo em tua mansidão
Emoções que não têm fim,
No caminho em provisão
Previsão trazendo em mim,
Outros tempos nos verão,
Até quando eu morra, enfim.

158

Mas também se eu tenho medo
Do que possa acontecer
Do ciúme, este arremedo
Traduzindo em desprazer,
Tão somente assim procedo
Nos enredos do querer,
Muito embora bem mais cedo,
Com certeza irei morrer.
Toda noite te procuro
Alva como a bela lua,
Contrastando com o escuro
Esta deusa bela e nua,
Mas distante me torturo,
E a minha alma te cultua.

159

Que fazer; sabendo assim
O destino aventureiro
Derramando sobre mim,
Canto audaz e derradeiro,
Nada mais do meu jardim,
Só tal rosa no canteiro
Tanto amor que tendo um fim
Mostra o mundo sem luzeiro.
E pudesse ser eterna
A loucura que me guia,
Mas a vida sem lanterna
Renegando a fantasia,
O meu sonho não se hiberna
Traz o tanto que eu queria.

160


Tempo passa, a vida sigo
E decerto estás aqui,
Meu olhar em desabrigo
E viceja o brilho em ti,
Se decerto eu sou antigo
Tu estás como eu a vi
No meu canto estou contigo,
Mas bem sei que te perdi,
Sou somente o quanto resta,
E deveras reconheço
Emoção fechando a fresta
Presumindo outro tropeço
Minha vida em vida gesta,
Porém és desde o começo…

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