sexta-feira, 18 de março de 2011

A briga do diabo
Com quem domina o céu
Enquanto aqui me acabo
Nas tramas de um cordel
Escorrega o quiabo
E sigo sempre ao léu
E também já desabo
E sei do tom cruel
Do verso desenhado
Em tom atroz e rude
Depois do desejado
Ainda desilude
E nisto o meu passado
Expressa esta atitude.

2

Pudesse vez em quando
Saber do que me espera
O mundo desabando
A voz dura e sincera
De quem soubesse em bando
A sorte que não gera
Senão amordaçando
A senda atroz e fera;
Negar qualquer caminho
Imenso ou mesmo após
O tanto em desalinho
Agora visto em nós,
Quem fora tão sozinho
Nem ouve a própria voz.

3

Na sorte atocaiada
Momento em desafeto
A vida traça o nada
E nisto me completo
Depois da madrugada
Tentando algum afeto
Varando esta alvorada
Apreço ora deleto,
E sei do mesmo caos
E nele busco a luz
Enquanto outros degraus
Aonde reproduz
Os ermos ledos maus
E neles não me pus.


4

Jogado pela sorte
Em meio ao temporal
Sem ter quem me conforte
O dia mais venal
O canto sem meu norte
O mundo desigual,
E nada mais aporte
Um sonho magistral,
E tendo como ocaso
O verso sem valia
O tanto quanto atraso
A velha hipocrisia
Marcando em puro acaso
O quanto não teria.

5

Da lua sertaneja
Catulo já dizia
O quanto se deseja
E molda a poesia
E sei cada peleja
Aonde poderia
Vencer enquanto seja
A vida em melodia,
Não tento adivinhar
O passo que não dei,
Aonde me entregar
Se eu fosse então teu rei
Restando algum luar
E nele eu mergulhei.

6

Não vejo esta princesa
E nem mesmo o castelo
E quanto a vida ilesa
Expressa o passo belo
E nele esta certeza
Enquanto aqui revelo
A vida em fortaleza
Nas mãos velho rastelo,
Mas luto em aridez
Cenário sempre agreste
E nisto o que se fez
Deveras não trouxeste
Marcante insensatez
Grassando a fera peste.

7

A trova recomeça
E nada determina
A vida já sem pressa
E nisto me fascina
A luta que tropeça
E sei da rara mina
Aonde esta promessa
Decerto me domina,
Pousando noutro rumo
Encontro alguma luz
E sei do que resumo
Ou tanto se produz
No velho e ledo sumo
E nele em vão me pus.

8

Vingança que se faz
Em tramas mais diversas
E sei do passo audaz
Enquanto sempre versas,
O canto contumaz
As sortes vão imersas
Depois da imensa paz
O tanto desconversas,
E sei do descaminho
Em tom atroz e rude,
Depois do meu carinho
O passo que me ilude
Pudera ser daninho
E ter nova atitude.

9


Jazigo da esperança
O verso sem sentido
O manto que se lança
Jogado neste olvido
O prazo que balança
O tempo resumido,
O mundo não mais cansa
De quem tanto duvido,
O canto noutro canto
Viola noite afora
E sei e não garanto
O tanto que ora aflora
Marcando em desencanto
O sonho que apavora.


10


Nadar contra as marés
E crer no que não veio
Sabendo por quem és
E nisto em devaneio
Seguindo sem galés
E mesmo sem receio
Os dias em meus pés
As luas noutro meio
O mundo se anuncia
E nada mais se vendo
Somente a fantasia
E nela o dividendo
Determinando o dia
Tão claro ou mesmo horrendo.

11

Jamais me desejaste
Eu sei e não reclamo
O tempo em tal contraste
Deixando cada ramo
Ausente deste traste
Enquanto ainda exclamo
A vida traz desgaste
E disto nada chamo,
Mas vejo outro momento
E nele o que se vê
Expressa o sentimento
Sem ter sequer por que
O verso que hoje tento
Procuras. Mas, cadê?

12

Nas tramas mais audazes
Nos olhos do futuro
Ainda quando trazes
O porto mais seguro
O tempo traz em fases
O quanto sei maduro
O tanto quanto embases
Em dia tão escuro.
Não pude e nem quisesse
Viver em plenitude
A sorte traz a prece
E o verso não me ilude
Deixando o que se esquece
Procuro uma atitude.

13

Batalhas entre tantas
Que a vida prometera
Depois tu me adiantas
Pavio aceso e cera
E sei quando garantas
O quanto não vencera
A luta onde agigantas
E tanto padecera
A morte não se cansa
E sei desta fartura
E nada em confiança
Deveras já perdura,
O mundo em aliança
Do fim ora assegura.

14

Posando como trama
Diversa da que vejo
O certo dita o drama
E nele o malfazejo
Tormento não reclama
E sempre o que desejo
Expressa enquanto clama
A vida em novo ensejo,
Vestindo a sorte imensa
Que tanto desenhaste
O mundo não compensa
Sequer desenha esta haste
E sei da fúria imensa
E nela este desgaste.

15


Jagunços da esperança
Os versos solidários
Aonde com pujança
Seriam quais corsários
E vejo enquanto avança
Os vãos itinerários
E sei da velha lança
Em dias mais contrários
Navego contra a fúria
Dos ventos costumeiros
E tento após a incúria
Ainda ver canteiros
No quanto sem luxúria
Meus sonhos derradeiros.

16

Brindando com cristais
Em noite deslumbrante
Eu quero muito mais
Do quanto se garante
E sei que tu me trais
E vejo doravante
Os dias terminais,
Jamais algo adiante,
Somente este vazio
Semente morta em chãos
Diversos do que crio
Inúteis, pois os grãos
E sei do desvario
Em dias turvos, vãos.

17

Na ponta desta espada
Na faca foice e corte
A vida após o nada
Expressa enfim a sorte
E vejo desolada
Ainda a luz que aborte
A rara madrugada
Moldada em dor e morte,
Não tento adivinhar
Sequer algum espaço
E quando sem luar
Encontro o meu cansaço
E possa mergulhar
No sonho aonde o traço.

18


Bisonho passo envolto
No tempo sem razão
E sei seguindo solto
Os dias que verão
O tempo enquanto escolto
Os ermos deste vão
Num mar tanto revolto
Sem leme e sem timão,
Apenas adivinho
A dimensão do tombo
E quanto mais carinho
A vida traz o rombo
E nisto cada espinho
Penetrando no lombo.

19

Apresentando o verso
E nele se vingando
A luta onde o perverso
Traduz o quanto e quando
O mundo eu desconverso,
Mas sinto desabando
E quando estive imerso
No fim se desvendando
O passo sem firmeza
A queda se anuncia
E mesmo na incerteza
Eu bebo a fantasia
E tento outra surpresa
Além da que eu veria.

20

Na ponta do fuzil,
Na boca no trombone
O tempo não mais viu
Enquanto desabone
Cenário aonde vil
Tocasse o telefone
E nada neste ardil
Presume noite insone,
Vagar contra o que trazes
E crer no fim de tudo,
A sorte tem as fases
E sei não mais me iludo,
E bebo dos mordazes
Caminhos e não mudo.


21

Soneto acordelado
E seja o que quiser
Cordel assonetado
Nas tramas da mulher
Vestindo o meu passado
Aonde o bem me quer
Pudera repousado
Vivendo como der,
Não tento outro caminho
E sei do mesmo igual
Ainda se daninho
O corpo sensual
Precisa de carinho,
É feito em sol e sal.

22

Morena se pudesse
Daria todo império
E sei do quanto tece
A vida em tom mais sério
No canto feito em prece
O verso sem mistério
Amor jamais se esquece
Firmeza de um minério.
No prazo determina
O ocaso que não veio
A sorte cristalina
O mundo sem receio,
E sei da clara mina
E dela cada veio.

23

Amor que nos condena
E traz felicidade
Em noite mais serena
Expressa a tempestade
E sei quanto envenena
E sempre mais agrade
Quem bebe desta amena
Razão da claridade,
Não pude e não veria
Sequer outro momento
E tento a poesia
No fim já desalento
E vivo a cada dia
A luz e o sofrimento.

24


Brincando com o quanto
A vida não permite
O todo rege o pranto
E sei deste limite
Aonde em desencanto
O prazo eu necessite
Vestindo o que garanto
Não traz qualquer palpite,
Jogado sobre as ondas
Nos mares da esperança
Sem nada que respondas
O tempo já se cansa
E quando correspondas,
A praia se fez mansa.

25


Mas luto contra o medo
E brindo com ternura
A quem tanto eu concedo
Um gole de amargura
O verso noutro enredo
A sorte não perdura
E o prazo do segredo
De nada me assegura
Somente o que se sente
E nada mais presumo,
Do tanto onde é frequente
A vida em sorte e sumo,
O passo de um demente
Jamais acerta o rumo?

26

Escondo cada verso
Dos tantos que criei
Nas redes do universo
Aonde descansei
E sempre desconverso
Ousando ter no rei
O sonho mais perverso
Que tanto desenhei,
Não posso acreditar
Nem mesmo isto faria
Nas tramas deste mar
Em água audaz e fria,
O canto a se mostrar
Sereia me traria.

27

Respaldos que procuro
Enquanto solto a voz
No tempo mais escuro
O mundo mais feroz,
O tanto que amarguro
O passo dentro em nós
Depois do que asseguro
Escondo em mim o algoz,
Não pude e nem tentara
Ao menos perceber
Além desta seara
Um canto pra viver
E a vida se prepara
Em busca do prazer.

28

Servil ao sentimento
O pobre coração
Procura este alimento
Em forma de ilusão,
E sei do que atormento
Ou mesmo em direção
Ao mais terrível vento
Naufraga a embarcação
E tanto quanto pude
E sei jamais estive
Vivendo a juventude
E nada mais contive
Somente esta atitude
Que em sonhos duros crive.

29

Mascando o mesmo tiro
Que tanto desejamos
O canto que retiro
Os olhos dizem ramos
Diversos e prefiro
O quanto desenhamos
Depois do quanto giro
Apenas garimpamos
Palavras lavras, armas
E nisto sabes bem
Do quanto sem alarmas
As almas seguem, vem,
E tanto se desarmas
Não serás mais ninguém.

30

Na lua que se traça
Em plena claridade
O vento sem fumaça
A volta em liberdade,
O sonho chega à praça
E sei do quanto agrade
Num gole de cachaça
Cervejas? Nova grade.
O prazo determina
O verso que não fiz
A sorte se alucina
E vejo este infeliz
Cenário onde a menina
Expõe tal cicatriz.


31

Jamais eu poderia
Tentar outro caminho
A noite mesmo fria
Presume algum carinho
A sorte esta vadia
Abandonando o ninho
Decerto não viria
E sigo em vão sozinho,
Mas quando se apresenta
O corpo desta musa
A senda diz tormenta
E o sonho logo abusa
Apenas se alimenta
Do quanto já não usa.

32


Capacho deste sonho
Aonde mergulhemos
Após o mais medonho
Momento em tons extremos
E vejo o que proponho
E nisto só teremos
O verso mais tristonho
E o barco ora sem remos,
Externo esta vontade
Enquanto aqui ponteio
A luta desagrade,
Porém se faz o meio
Aonde a liberdade
Expressa o quanto anseio.

33

Não pudera incerteza
Tomar esta atitude
E sei da fortaleza
Embora o fato mude
O canto em tal surpresa
Aonde o sonho eu pude
Vestindo com leveza
A velha juventude,
Não tento acreditar
E nem mesmo teria
A sorte de vagar
Além na poesia
E quando mergulhar
No mar em fantasia.

34

No prazo que se finda
O verso sem proveito
A noite se faz linda
Contigo então me deito,
Mas sei do quanto ainda
O canto insatisfeito
Procura a luz infinda
Em vão no nosso leito,
Restara deste todo
Apenas desengano
A vida num engodo
O tempo dita o dano
E sei do imenso lodo
Enquanto em vão me ufano.

35


O preço que se paga
Ao menos valeria
Não fosse a velha praga
Da dura nostalgia
Tomando inteira a plaga
E nada mais se via
Sequer o que me afaga
Expondo a covardia,
A faca em minhas costas
O olhar sem horizonte
E sei que enfim não gostas
Do quanto amor desponte
E deixa sempre expostas
As teias desta fonte.

36

Mas tanto se pudesse
A vida noutro salto
E quanto vejo a messe
Deveras eu ressalto
O amor que não se esquece
A sorte em sobressalto
O verso me enlouquece
E sigo mesmo incauto,
Não pude ter no olhar
O quanto a desejei
E sei deste lugar
Imensa e tensa grei
Aonde o meu sonhar
Inteiro eu mergulhei.

37

Não tento novamente
Voltar aos meus sertões
E sei do quanto mente
As tantas ilusões
E nisto se apresente
Após as decepções
Deixando então doente
O olhar que enfim expões,
Não tendo outro caminho
Sequer a bela rosa
Supera algum espinho
Em noite caprichosa
Procuro em vão meu ninho,
A vida em polvorosa.

38

Jamais pude viver
As tramas deste encanto
E quanto em desprazer
Apenas eu garanto
O dia a se perder
E nisto se levanto
A voz ou passo a ver
Somente enfim me espanto
O resto da emoção
Que tanto resguardara
Agora em dimensão
Diversa se escancara
As sortes não trarão
Sequer a noite clara.


39

Declaro e na verdade
Ausento do momento
Aonde o tempo invade
E o sonho eu alimento
Na sorte que me agrade
No canto sem lamento
Ou mesmo a liberdade
Gerando o pensamento,
Não pude acreditar
Nos erros costumeiros
De quem sabe o lugar
E nele seus canteiros
Vagando no luar
Momentos derradeiros.

40


O verso que se traz
Na sorte de quem ama
Decerto mais audaz
Expressa além da chama
Marcando o que se faz
E nisto não reclama
Da luta mais mordaz
E invade toda a trama,
O prazo determina
O fim desta ilusão,
Mas quando vejo a mina
Mudando esta estação
A sorte me fascina
E o sonho faz serão.

41

Lutando contra tudo
E nada mais sossega
O verso onde me iludo
A sorte sempre cega,
O canto onde amiúdo
A voz que já navega
Bebendo sem, contudo
Prever a nova entrega
Dos passos entre cantos
E neles o meu rumo
Mostrando teus encantos
E sei quando eu assumo
Os dias entre tantos,
E neles me consumo.

42

Tocaia da esperança
Ao menos poderia
Trazer além da lança
A sorte em tal valia
E sendo o que me alcança
A noite moldaria
A lua clara e mansa
Propensa à poesia.
Poreja esta vontade
E bebo noutro gole
O quanto em liberdade
A vida sempre bole
Mesmo que desagrade
Amor invade e engole.

43

Declaro com meu verso
O quanto quero em ti
O sonho mais disperso
Agita em frenesi
E sei quanto diverso
Do todo que senti
Bebendo este universo
E nele me envolvi
Serena e brandamente
A vida não traduz
O quanto se desmente
E traça apenas cruz,
Do olhar seguindo em frente
Procuro a imensa luz.

44

Um dia poderia
Ousar e ser além
Do quanto uma alegria
Deveras sei que tem,
O canto alegoria
A sorte sem desdém
No todo mudaria
O sonho que convém…
Respaldos do passado
Futuro não garante
O tempo aonde brado
Decerto noutro instante
Num tempo anunciado
Eu vejo-o degradante.

45


Sementes que procuro
E tragam benfazejo
Caminho onde seguro
O sonho que ora vejo
Traduz e já depuro
As ânsias de um desejo
Saltando sobre o muro
Além deste azulejo,
Porém já me iludira
E sei deste momento
Aonde uma mentira
Regesse o sofrimento
E nisto o quanto gira
A sorte, eu sempre tento.

46

Menino sem juízo
À solta no quintal
Enfim eu me matizo
No sonho magistral
E deste paraíso
Jamais vendo outro igual
As roupas que preciso
Quarando no varal
Dos sonhos, a esperança
Não traça novo plano
E quando a sorte avança
Deveras não me engano
Voltando a ser criança
No amor tão soberano.

47


Sem ter qualquer promessa
De força ou heroísmo
Nem mesmo se tropeça
Na beira de um abismo,
O sonho dita a peça
E sei enquanto cismo
Bebendo o que me impeça
Do torpe cataclismo,
A sorte que ora rege
O passo deste canto
E sendo mesmo herege
Contigo eu me garanto
No amor que assim lateje
Deixando atrás o pranto.

48

Capaz de fazer sol,
O dia não pudera
Vencer este farol
Tomando a primavera
Depois neste arrebol
A vida sem espera
Eu sou teu girassol,
Uma alma mais sincera
Ousando acreditar
No dia em plena luz,
Depois deste luar,
Ao quanto nos conduz
Vontade de ficar
Amor fazendo jus.

49


Espero que se tente
Apenas novo passo
E mesmo descontente
O mundo quanto o traço
Não sai da minha mente
Morena e seu abraço,
O corpo já pressente
E busca este regaço,
Sem pranto o colo é rede
E nele meu descanso
Retrato na parede
Enquanto em ti avanço
Matando a minha sede
Num ato audaz e manso.

50

Termino o meu cantar
Com toda a sensação
Do amor a se mostrar
Em cordas, coração
Vivendo no luar
A sorte em emoção
Prevendo o desenhar
Dos dias que verão
A vida com firmeza
Vencendo algum temor
As cartas sobre a mesa
A luta sem rancor
Amor é fortaleza
E vence o que se opor.

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