quinta-feira, 10 de março de 2011

Inflama-se a vontade de tentar
Acreditar no quanto não veria
E sei do grande amor e em fantasia
Vivesse cada instante a divagar,

A senda desvendando em tal lugar
Imagem mais atroz que poderia
Ousar em sonhos claros e alegria,
Porém nada se vendo, a desvendar

Somente a imensidão do amor em mim
E nele o que presumo ter enfim
E sei já não pudera em tal certeza

Vivendo sem saber do quanto possa,
Versando muito além da mera fossa
Aonde o mundo perde a correnteza.


Algum conforto a vida inda tivesse
E nada do que eu tente se adivinha
Ou mesmo esta impressão que um dia minha
Agora sem porvir não me obedece,

Ainda quando ouvisse a velha prece
De quem tenta vencer sorte daninha,
A luta se produz e me espezinha
Vencido sonhador onde perece

Encanto sem sentido e na promessa
Apenas o vazio onde começa
Aonde sem descansos tento além

E bebo da expressão atroz e rude
Vivendo muito mais do quanto pude,
Sabendo que somente o frio vem.

3

A sombra do poeta, esvaecida
Marcada pela ausência de esperança
Ou mesmo quando enfim ao mar se lança
Tentando adivinhar em noite a vida,

Falena que se vendo em despedida
Sem ter sequer a luz agora avança
E trama contra a fúria da lembrança
Apenas o que seja uma saída,

Mas nada do caminho se trazendo
No corte mais profundo onde se vendo
A sorte em tão diversa companhia

A luta que se vendo em tal tormenta
Ao nada noutro rumo se apresenta
Apenas no final demonstraria.


4

Agonizando apenas onde há tanto
Prenunciara a sorte com blandícia
E a sorte se mostrara em vã notícia
Marcando com temor um novo canto,

A vida se desenha em tal quebranto
E nisto se apresenta sem notícia
Do mundo aonde o tempo sem carícia
Expressa o que inda resta em desencanto,

Deitando sobre as pedras do caminho
Ainda quando muito estou sozinho
Desta harmonia morta o quanto iria

Viver o meu anseio sem saber
O quanto do delírio possa ver
Marcando com terror a poesia?

A morte quando ronda amor demais
Deixando a velha face de quem ousa
Sentir outra esperança e já não pousa
Sequer entre os anseios temporais,

Descreve solidão entre outras tais
E tenta desvendar a cada lousa
A vida se presume e nesta cousa
Em dias onde os quis tão magistrais,

Negar qualquer anseio a quem procura
Espero noutro encanto uma ternura,
Mas vejo na amargura o tom comum,

E quantas vezes; visse qualquer luz
E nisto o quanto possa ou reproduz
No fundo dos meus sonhos, há nenhum...


Da leda sepultura onde descanso
O tempo quando avanço se presume
Marcando cada passo em vago ardume
E nisto procurasse algum remanso

Depois da solidão enquanto avanço
Tentando adivinhar vejo o cardume
Dos sonhos entre tantos ledos lumes
E beijo o que pudera ser mais manso,

Mas nada se aproveita deste pouco
E sigo como fosse um mero louco
Arcando com meus passos em fastio,

Negar qualquer anseio onde não há
Sequer alguma luz e mostrará
Após a tempestade o velho estio...

7

Das frontes onde o tempo desenhasse
A sordidez de quem se fez poeta
A sorte noutro passo se repleta
Da imensidão atroz de cada impasse,

Negar o quanto resta ou mesmo trace
Matando com terror a velha meta
E nisto a sorte atroz e predileta
Ainda se presume noutra face,

Mergulho sem saber o quanto pude
Viver dentro do peito a juventude
Audaciosamente além jogada,

Encontro meus sinais em meros rastros,
Os sonhos invadindo então tais astros
Ousando penetrar na madrugada.

As ilusões cercando cada passo
E nisto o que se veja gera o prazo
Aonde a minha vida em tal ocaso
Expressa o que deveras tento e traço,

Não pude imaginar além do escasso
Caminho aonde invado e não me atraso
A vida sem sentido onde a defaso
Encontra cada tom e me desfaço,

Apenas o que rege o dia a dia
Envolto nos ardis da poesia
Matando noutro salto a lenta sorte,

Deixando sem proveito o quanto pude
Depois de todo manto amaro e rude
Sem nada que deveras me conforte.


9

A vida sem saber do quanto impura
A senda desenhada no vazio
E quando noutro prazo desafio
A luta aonde o nada se depura,

A morte na saudade não me cura
Tampouco outro momento propicio
E vejo sem saber o quanto é frio
Depois do quanto cabe em tal loucura,

Vivendo em consonância com o tempo
Vencendo o que pudesse em contratempo
Ousando noutra curva e nada vindo,

O canto se inundando em emoção
O dia se apresenta desde então,
Ousando no caminho onde o deslindo.


10

Jamais se poderia acreditar
Nos ermos de quem ama em reticente
Caminho desenhando onde apresente
Vagando sem ter mesmo onde encontrar,

A lua se desenha a mergulhar
No canto onde o caminho se frequente
E sei do quanto possa e já se sente
Deixando cada passo a divagar,

No cântico suave ou na explosão
Tentando subverter velha canção
Canalizando o verso em tom gentil,

Mas sei do quanto possa e representa
A noite que se deita e tão sangrenta,
O fim se aproximando onde se viu.


11

Já nada mais coubera dentro em nós
Vencido sem temor e o que se espera
Tramando com certeza a voz sincera
Deidade noutro rumo e mesmo após,

O prazo determina dentro em nós
A sensação audaz de quem pudera
Desenho noutro tom e a morte espera
Um bote mais mordaz e sei veloz,

De tantos desamores vida afora
A solidão expressa o quanto aflora
E gestos costumeiros dizem luz,

Vivesse dentro da alma a fantasia
E nela o que tivesse poderia
Traçar o que decerto reproduz.

De tantos olhos vejo o mesmo brilho
Ausente de quem foge e não voltando
Deixara para trás em contrabando
Apenas o caminho aonde eu trilho,

Vestindo o meu anseio um andarilho
Depois do temporal um tempo brando,
O sonho na verdade desabando
E o canto se moldando em estribilho,

E quando me pilhasse em pensamento
Liberto que em verdade mesmo tento
Pousando na ilusão que não mais veio,

Olhando para trás nada teria
Somente o mesmo tom desta agonia,
E nisto se conforma o meu receio.


13


Remoço quando vejo o fim da tarde
Em cores soberanas, mas presumo
Da noite o que viria e num resumo
O nada após o tanto que se aguarde,

Meu verso sem caminho que o resguarde
O ledo caminhar onde o consumo
Do vento noutro tanto nega o sumo
E sei do meu momento onde retarde.

O vento se aproxima e da janela
O tempo que pudera nos revela
O fim desta esperança e nada tenho,

Somente o que se tente consolar
Matando o quanto pude desejar
E nisto a sorte mata o ledo empenho.

14


A noite a cada bruma se anuncia
Deixando para trás uma esperança
E nisto enquanto o frio nos alcança
Fortuna se demonstra mais sombria,

O tanto quanto possa ora se adia,
E gera no final outra mudança
Marcando com terror onde se lança
A velha sensação em agonia.

Meu tempo se perdendo sem sinal
Algum do que em verdade vença o mal
E sinto o fim do jogo me rondando,

Castelos onde a sorte desfiara
A solidão deveras mais amara
E o tempo num fastio me tomando.


Meu prazo de transcorre e nada veio
Sequer uma ilusão que nos tomara
Após o caminhar nesta seara
Ainda trago o peito em tal receio,

O manto desvendando em devaneio
A noite onde o sonho constelara
Agora sem saber o que prepara
Desaba envolta apenas neste anseio,

Mergulho nestes antros, solidão
E vendo o descaminho desde então
Apenas vou somando outro vazio,

E sigo sem sentido ou mesmo até
Aonde o meu tormento por quem é
Expressa o quanto inútil desafio.


16

Grisalhas emoções ditando apenas
Crepuscular caminho aonde eu sinto
O velho coração agora extinto
E nisto sem defesas me condenas,

E bebo do que possa em turvas cenas
E sei da tua boca, o meu absinto
E tento imaginar além do instinto
Um mundo onde se vejam luzes plenas

O claudicante passo rumo ao nada
Pudesse me trazer na madrugada
Uma esperança clara em bela aurora,

Porém o quanto tenho dentro em mim
Apenas apresenta o quanto em fim
A sorte sem sentido me apavora.


Em polimorfa imagem vejo o trilho
De quem se fez apenas sonhador,
Na sobra do caminho em desamor
O velho coração de um andarilho,

E o canto no vazio em estribilho
Pilhando sem saber qualquer furor
Vagasse sem tentar mesmo o rumor
E nele o que se quer perdendo o brilho.

Acordo nos vazios de teus braços
E vejo os dias mortos ou escassos
Em passos mais sutis, tempestuosos,

Depois de cada engano num resumo
Vibrando em consonância se me esfumo
A vida não traria novos gozos.

18


O frio tanto quanto nos embuça
E gera sem sentido a fantasia
Audaciosamente se veria
O tanto quanto cabe a carapuça

E o prazo determina o que não possa
Nem mesmo outro momento em paz e luz
Ainda quando muito se produz
A vida além da minha sorte em leda fossa,

Depois de certo tempo em tom audaz
A marca do que venha se deseja
E nisto a solução que ora poreja
Ainda seja o passo onde se faz

A melodia ou algo parecido
Deixando no passado o mero olvido.


19


Do leito aonde um dia abandonado
Espero tão somente o fim e tento
Vencer com os meus sonhos cada vento
E bebo do meu canto inesperado

O quanto do viver carrego ao lado
E procurando apenas pensamento
Depois de tanto rude sofrimento,
O velho desenhar se mostra alçado,

Caçando cada parte do que fui
O tempo noutro tempo não mais flui
E verso sobre o nada aonde eu pude

Deixar sem mais proveito o que viera
Bebendo a solidão da dura fera
E nisto mato logo a juventude.

20

Olhando para trás o tosco xale
Deixado sobre as pedras do caminho
E quanto mais se mostre tão mesquinho
O verso noutro rumo nada exale,

Apenas a verdade não mais cale
E o vento noutro tom onde me alinho
Demonstre o que se quis pudesse ninho
E o tanto sem proveito me avassale,

O caos que ora carrego não permite
Somente esta semente e sem limite
O chão se aproximando em grãos perfeitos,

Somando com ternura o que se visse
O dia se repleta em tal mesmice
E o rio perde o rumo além dos leitos.

21

Desnuda em noite imensa, nada traz
Senão no mesmo olhar esta vontade
Desvenda o quanto possa e quando brade
A voz se mostra atroz e até mordaz,

Meu rumo noutro encanto se desfaz
E gera o que pudera em inverdade
Vivendo sem saber felicidade
O rito se anuncia tão mordaz,

Apresentar escusas? Adianta?
E nada do que possa em força tanta
Ainda me trouxera a fonte aonde

O rumo sem proveito em passo rude
Exprime o que deveras já não pude
E nem sequer o sonho me responde.


22

Adormecendo enquanto o sonho ronda
E gera em pesadelo o fim dos planos
Apenas onde vejo desenganos
A sorte se desvenda e traz nesta onda

O canto sem sentido e quando sonda
A vida em novos dias, velhos danos,
Puindo esta esperança, rotos panos
E neles outra sorte não responda

Apenas o silêncio e nada além
Do quanto sei que busco e não convém
A quem tentando a luz se perdera antes,

E sinto desvalido caminhar
Aonde tanto pude desenhar
O que deveras tento e não garantes.


23

Das velhas ilusões ou melodias
E nada do que faça possa ou siga
A solidão deveras minha amiga
E nela o quanto venha ou mais querias,

Ainda que se vejam fantasias
E a solidão decerto ora prossiga
E nada do caminho onde persiga
Ousando noutros tempos, harmonias...

Negar o quanto tente acrescentar
E sendo tanto tempo a caminhar
Depois deste cenário sem proveito

Ainda possa mesmo ter nos olhos
A solidão dos ermos entre abrolhos
Deitando além do quanto quero e aceito.


24


Ao tanto quanto possa a viração
Das sortes entre enganos mais sutis
E tendo o que deveras ora fiz
E nisto se aproveita algum verão,

Ainda que se perca a dimensão
Expressa um céu amargo em tom mais gris
E tento imaginar, mas infeliz
O mundo se aproxima deste não.

Viceja dentro da alma outro cenário
E sei do quanto possa em necessário
Intenso desenhar em tom sublime

Resvalo no que um dia acreditei
Deixando sem sentido a velha grei
Aonde cada passo se redime.

25

A sedução do olhar de quem se veja
Deixando sem sentido o que viera
Não deixo para trás o quanto espera
A vida noutro passo onde o deseja.

E tento acreditar inda que seja
No bote mais audaz de uma pantera
E sabe do caminho em nova esfera
E nisto o quanto pude já dardeja

Vagando em constelar imagem tento
Vencer o que pudera o sofrimento
Deixando para trás o dia a dia,

E sigo o quanto tente e não se espreita
O todo no final ainda aceita
O tanto mais audaz em harmonia.


26


A sorte se desenha em palidez
E nada do que possa ou mais se via
Resulta no final em harmonia
E deixa para lá o quanto vês.

E sabe do passado onde se fez
O canto sem saber da fantasia
Deixando para trás o que podia
Vivendo outro cenário, insensatez.

Ainda marca o dia em tom atroz
Vagando sem sentido e logo após
Reúne em tom suave o que se vira,

Refaz e se deixando sem caminho
O quanto no final bebendo alinho
Presumo o quanto veja em cada tira.

27


Revolta tempestade em noite escura,
A morte ronda aquele que tentara
Vencer a fantasia mais amara
E nada mais expresse esta tortura,

A noite se aproxima em amargura
E bebo cada espaço e se prepara
A vida no vazio onde se ampara
A solidão em noite sem ternura,

Apresentando apenas velho sonho
Eu sei que na verdade o que componho
Já não me traduzisse claridade,

E tanto quanto perco a dimensão
Dos dias entre tantos que virão
Apenas o que resta ora se evade.


28


Jamais acreditei em mansidão
Nas ondas entre ardis, tempestuosas
E vejo quantas vezes quando gozas
As horas sem proveito em vão verão

Os tempos entre templos moldarão
As tantas noites rudes, pedregosas
Matando os meus jardins, insanas rosas
Deixando para trás a imprevisão.

O preço a se pagar o canto dita
A sorte mais audaz e mesmo aflita
Resumo do meu mundo sem valia,

E tanto quanto possa acreditar
Apenas vejo morto o paladar
Deitando sem saber morta ironia.


29


Crepusculares passos rumo ao nada
A vida não poupasse e mesmo ao fim
Deixando a caminhada dentro em mim
Há tanto sem sentido e desprezada,

Resulto desta leda e dura estada
Matando o quanto resta e sei que assim
Já nada mais coubera em tal jardim,
Restando sem saber outra alvorada

Apresentar a sorte de quem tenta
Apenas desenhar noutra tormenta
A imagem que pudera redimir,

Depositando o verso sem descanso
Aonde no vazio ora me lanço
Matara há muito tempo o meu porvir.


30

Porquanto fora apenas um palhaço
E disto faço o sonho onde me entranho,
Ainda que pudesse ter já ganho
O rumo onde deveras embaraço

Sem ter sequer a dimensão de um passo,
Olhar especular se faz estranho
E perco a dimensão noutro tamanho
Ousando perceber mais que o cansaço,

Presumo o quanto tenho e não vivesse
Ainda que meu mundo obedecesse
Os triviais anseios de quem cabe

No todo que decerto poderia
Tentar outro cenário em dia a dia
Diverso do que tanto em nós desabe.

31

A noite desenhando em tantos bares
Adentra o quanto pude acreditar
Marcando esta emoção cada luar
Pousando o coração em tais altares

E quando no final tu mal notares
Deixando para trás todo lugar
Aonde na verdade o que mostrar
Encontraria o sonho em novos ares,

Mas sei do que meu mundo poderia
Saber desta esperança alegoria
E nada do que veja molda além

Apenas o caminho aonde vem
A solidez envolta na esperança
Enquanto o meu caminho nada alcança.

32

Já não suportaria mais saber
Dos tantos e diversos passos quando
A vida de tal forma me tomando
Gerando tão somente o desprazer,

Não pude e não queria conceber
Um mundo onde este tempo se moldando
Nos ermos deste vento que tomando
Não deixa nem sequer se percebe

As sombras de uma vida onde o que vejo
Não expressando mais algum ensejo
Aonde em azulejo a vida trace

Um novo dia claro e manso em ares
Diversos do que tanto me entregares
Ousando no vazio deste impasse.



33

Auréola que cubra em esperança e luz
Quem tanto se mostrasse além e em tal ventura
Traçando o quanto quer e assim já se procura
Enquanto o mero sonho deveras nos conduz,

O vento se anuncia e quando em paz compus
O tem em alegria mudando o que emoldura
Gerando de outra forma a força da moldura
E nisto se transforma o todo aonde o pus.

Não vejo qualquer prazo e a vida segue em frente
Sem nada que transcorra enquanto se apresente
Moldando o novo dia que não viria mais

Trazendo este caminho que se tentara
Ousando acreditar e mesmo rara
A sorte se envolvendo em rituais.

34

De tanto quanto pude e mesmo imaginar
Ainda quando a vida expressa algum diverso
Momento aonde possa além de sonho e verso
Tentar outro cenário em bom lugar,

Descerra nos meus olhos a sorte a emoldurar
Vagando sem sentido em tom disperso
E tanto quanto possa sigo imerso
Nas ânsias de quem tanto possa ousar.

Procuro na palavra algum descanso
E vejo tão somente o que ora alcanço
Sem ter sequer a paz quando não veio,

Ouvindo a voz suave da alegria
Marcando o quanto possa e moldaria
O mundo noutro rumo e sem receio.


35

No tempo após o quanto quis e sinto
Da vida este sabor inusitado
Expresso cada verso e do passado
Apenas o que outrora vira extinto,

E sei do quanto tente a cada passo
Vencendo o que viria noutro rumo
E sei deste tormento enquanto assumo
A vida sem sentido em tal cansaço,

E traço na verdade esta ilusão
Vivendo sem saber o que viria
Marcando com ternura o dia a dia
E nele novos tempos que verão

Somente este momento mais suave
E nada do que tanto nos entrave.

Meu verso se mostrando sem saber
Aonde poderia descansar
Vagando pelas noites de luar
Ousando pelos sonhos do prazer,

E quando na verdade possa a ter
Apenas o caminho a procurar
Depois de tanto tempo a se mostrar
O momento mais audaz a se verter

Tentando acreditar noutro caminho
E sinto cada instante onde o daninho
Mergulho me trouxera nova escara,

E quando a solidão se aproximara
Deixando avinagrar inteiro o vinho
Presumo o quanto eu siga mais sozinho.

Sem nada que pudesse nos guiar
Além do descaminho costumeiro
E quando mergulhasse em derradeiro
Caminho sem saber onde encontrar

E bebo a tempestade e a me entregar
Vicejo como fosse o verdadeiro
Momento mais feliz de algum canteiro
E nisto novo tempo a se moldar,

Gerando a cada instante a primavera
Matando com ternura a longa espera
Sem ter sequer algum alento ou mesmo paz

E nada do que eu pude agora trago
Somente este momento ande é vago
O quanto poderia e nada traz...

38

Não tento acreditar em falsos dias
E nada mais pousasse dentro em nós
Somente este cenário aonde após
O tempo na verdade não verias,

Se eu tento acreditar em alegrias
E vejo tão somente em mesma voz
E nisto se transforma além, feroz,
Podendo acreditar aonde enfim virias.

Jogado sobre as rocas, sigo em busca
Da sorte que deveras quando ofusca
Presume algum momento magistral,

E nada calaria o coração
De quem ao se mostrar sabendo então
O dia em novo passo, bem ou mal


39

Marcando com terror o que não visse
Fortuna desenhando em novo passo
O tanto quanto já pudera até que escasso
Deixando para trás qualquer mesmice,

O verso se anuncia onde previsse
O tempo mais audaz e quando faço
Dos ermos da esperança o mesmo traço
Encontro o quanto possa e não se ouvisse

Calar dentro de nós a voz do sonho
E crer neste vazio onde o componho
Modestamente a vida não traria

Sequer algum alento ou mesmo a paz,
E o quanto se deseja não se faz
Somente se traçando a fantasia.


40

Não vejo qualquer luz ao fim da vida
E sei do quanto pude acreditar
Ainda que se tente algum lugar
A sorte se mostrara desprovida

Das ânsias mais comuns, a que duvida
Do tempo sem ter nada onde pousar
Puindo esta esperança e mergulhar
Na insânia novamente cometida

Por quem se imaginara muito além
Do quanto sem sentido não convém
E vaga sem descanso noite e dia,

Açude da esperança nada trazendo
Fortuna se desenha em tom horrendo
E o pouco que me resta não viria...


41

Nesta esquizofrenia aonde eu vejo
Multiformes cenários e prossigo
Tentando acreditar e ter comigo
As várias emoções, tanto desejo,

A vida se transforma a cada ensejo
E tanto quanto possa eu não consigo
Apenas desenhar onde me abrigo
Ao ter o coração audaz e andejo,

Sobejamente a mente me remete
Ao tanto que não vejo e se acomete
Repete o que repele e molda aquém

Do tanto desejado e nunca visto
E quando no final somente avisto
O pouco que decerto ora não vem.


42

Dos tantos que já fui e nada sou
Ainda moldo em vozes mais diversas
As horas pelas quais eu sinto e versas
Marcando o quanto possa e não restou,

Resumos do passado aonde eu vou
E tento desvendar enquanto imersas
Nas sombras de outras tantas mais dispersas
Palavras que a verdade não marcou.

Encontro cada rastro e me perdendo
Sem ter onde pousar, e sigo tendo
Somente o que jamais acreditei,

Sem ter sequer um prazo ou mesmo o fim
Do quanto poderia vivo em mim
Avanço sem destino a torpe grei.


Negar cada momento e crer na sorte
Que possa me trazer paixões e sonho
Presumo cada passo onde componho
Além do que decerto ora comporte,

Não tento caminhar e sei da morte
E nela não se vendo este ar medonho
Aonde a caricata fonte exponho
Depois do quanto tenho e me conforte,

Já não mergulharei no vazio
E tanto quanto possa eu já desfio
Meu mundo sem sentido e em mero ocaso.

Mapeio os meus anseios e prossigo
Sem ter sequer a sombra de um abrigo
E quando vejo o tempo em vão me atraso.

44


Já não me percebesse quando a forma
Expresse a solução e mesmo ao fim
Invado cada sonho e tento assim
O tempo se anuncia e se transforma

A vida retomando o quanto informa
Adentro o pouco mesmo que há em mim,
Residualmente acendo este estopim
E o verso qual a vida me deforma,

Não tento acreditar e nada ganha
Tentando adivinhar qualquer montanha
Aonde a queda expresse a imensidão

Do errático momento sem sentido
E o mundo noutro tanto presumido
Do nada que se visse uma expressão.


Navego contra a fúria das marés
E vejo sem sentido o que viria
Tentando acreditar na fantasia
E nela mesmo olhando de viés

Apenas poderia por quem és
Sentir o quanto tenho e não veria
Sequer o meu caminho em utopia
Marcando com a sola dos meus pés.

A voz já se calando e sem prever
O tanto quanto possa conceber
Arcando com enganos costumeiros,

Ainda que se tente acreditar
Nos ermos onde pude navegar
Deixara para trás velhos canteiros.

46


Não tento acreditar no que não veio
E mesmo que viesse não seria
A sorte onde meu barco inventaria
O belo navegar já sem receio,

E quando da esperança em devaneio
Invado a mesma noite aonde fria
A lida moldaria a poesia
E nisto o meu olhar seria alheio.

Nos trâmites diversos passo e queda
E sinto quando a vida se envereda
Nas tramas mais audazes da emoção,

Resulto deste ocaso e caso veja
A noite noutra forma mais sobeja
Expressa os dias claros que a verão.

Negar o quanto tenho e mesmo em paz
A sombra do passado ronda quem
Vivendo o quanto a vida já não tem
E molda este tormento em tom audaz,

Não quero e poderia ser tenaz
Se o manto demonstrasse novo alguém
Enquanto a solidão traz em desdém
A voz de quem buscara e nada faz.

Repare com teus sonhos o vazio
E nele aonde eu possa e desafio
Estilos variados se anunciam,

E bebo do que possa sem sentido
Ou mesmo do momento onde lapido
Os dias com terror se denunciam.

48


Não pude e não tivera qualquer chance
Senão a mesma história refletida
Nas ânsias dominadas desta vida
Aonde o destemor atroz avance

E nada se anuncia em cada lance
Somente a marca audaz e resumida
Da lenta caminhada que lapida
A sorte num momento e em tal nuance

De toda ansiedade se consome
Além do que pudesse em frio e fome
A marca mais sutil de quem se vira

Depois da tempestade mais atroz
Deixando no passado a leda voz
E nela o quanto vejo e não prefira.

Negar o meu anseio e prosseguir
Ansiosamente expresso o fim de tudo
E quanto do meu canto vejo mudo
Depois de acreditar noutro porvir,

Pousando sem saber o que sentir,
Ainda se no fim em dor ajudo
Pousando noutro passo mais miúdo
Tentando a minha história resumir.

Negar este momento aonde eu pude
Vencer o caminhar atroz e rude
Depositando o sonho aonde um dia,

Já nada mais se visse e não presumo
Invado do que possa em tal resumo
Bebendo o quanto audaz eu poderia...

50

Jamais me caberia melhor sorte
Se o tanto que inda cabe não moldasse
Ainda o quanto possa em velho impasse
Gerasse na verdade o que comporte,

E vejo tão somente o mesmo corte
E nele a solidão expressa a face
Atroz de quem deveras desnudasse
Meu tempo noutro tempo não suporte.

O verso mais feliz que se fizera
Açoda esta ilusão, imensa fera
E bebo cada gota do que possa,

Ainda quando muito o quanto vê
E nada se faria onde e por que
A vida se resume em medo e fossa.


Saudade não pudesse dominar
Quem tanto quis um tempo e nada vinha
Saber do quanto a vida fora minha
Produzo no horizonte outro luar

E quanto mais pudesse navegar
E nisto outro momento não continha
Sequer onde a esperança mais daninha
Arcasse com meu mundo a divagar.

Jogando sem temor o tempo quando
Numa avidez espúria nos tomando
O marco noutro tanto se expressara

Pousando muito além de tal seara
Aonde o que escancara trace o rumo
E nele meu anseio ora resumo.

52

Crivando cada dia em expressão
Diversa da que tanto poderia
Negando tão somente a fantasia
E nisto outro momento em solidão,

Apresentar os ermos da estação
E tanto quanto vejo em voz sombria
Apresentando o caos e nele havia
Somente os mesmos erros desde então.

E tento acreditar no que se crendo
E bebo do passado mais horrendo
E vendo este retrato maltrapilho,

Jogado pelo ocaso onde esvazio
Meu tempo aonde o tanto desafio
E gero outro caminho aonde eu brilho.

53

Negar o que talvez já não viesse
Enquanto a própria vida não trouxera
Sequer a sensação da vida fera
E nisto outro caminho se obedece,

A marca mais audaz que não se esquece
E nela outro momento onde a pantera
Encontra o meu final e destempera
Ainda que se creia em rara messe

Não tento acreditar enquanto a vida
Já tanto sem verdade e desprovida
Da luta mais insana onde acrescento

O mar sem ter a paz que desejara
E nada do que teime em tal seara
Vencido pela força deste vento.

54

Presumo após a queda uma vingança
Embora no final já nada reste
E quanto mais audaz eu sei agreste
O passo aonde o vago ora se lança

E nada do que pude em aliança
Ou mesmo o quanto tenha ora deteste,
O sonho onde pudera ser celeste
Agora no vazio sempre avança;

E sinto após a curva o que seria
Estrada mais tranquila e a fantasia
Expressa tão somente o fim de tudo,

E quantas vezes, crendo ser assim
A noite se anuncia e quanto a mim,
Decerto sem saída, eu desiludo.

55


Dos vários quando existo e não percebes
Ainda vou vencido pelo ocaso
E quando na verdade enfim me atraso
Envolto em pesadelos, rudes plebes

E nada do que tanto queres bebes
E mesmo a solidão expressa o prazo
Aonde com certeza a cada caso
O tempo desenhando o que recebes

Romântico? Talvez, mas mesmo o passo
Se é dado noutro rumo e me desfaço
Abraço o quanto resta de nós dois,

Amada amiga amante o tanto quanto
Pudesse desenhar o desencanto
Aonde nada vejo, enfim depois.

56


Um céu deitando o véu que constelado
Expresse novo rumo ou mesmo até
Ousando acreditar, e tento em fé
Viver outro momento do teu lado,

Havendo no final algum recado
Do tempo sem temor e sei quem é
Que gera tão somente e em tal galé
O mundo se desenha desolado,

Apresentando o fim a cada esquina
O tanto quanto pude determina
O fim e mesmo o resto que carrego,

A senda mais audaz e mais sublime,
Aonde o que reste não redime,
Deixando um caminhar apenas cego.

57

Os erros de quem tenta novo passo
E sabe muito bem o engano enquanto
Pensando no cenário aonde eu canto
E tramo algum momento onde me faço

E sei desta ausência em ledo espaço
E vejo tão somente o que garanto
Navego contra a fúria em desencanto
Embora o meu caminho seja escasso,

Reparo aonde o tempo não se fez
Em luta tão completa estupidez
E vivo tão somente o que se creia

E nada do que eu possa ainda bebo
E sei do grande amor como um placebo
Na lua que jamais se fez mais cheia.

58

Incrivelmente exposta em luz intensa
Fortuna entre reveses do passado
Agora noutro passo desenhado
Encontro o quanto quero e me compensa

A marca da esperança mesmo tensa
O verso noutro instante desvendado
Enquanto uma esperança segue ao lado
Da vida que pensara em paz imensa,

E nada mais terei senão tal erro,
Ainda quando vejo o meu desterro
No fim de cada engano nada vem

Somente o quanto pude acreditar
Marcando com estrelas o lugar
Aonde se anuncia tal desdém.

Não quero e não se veja após a festa
Sementes sobre o chão em aridez
E o quanto na verdade se desfez
Agora noutro rumo não se empresta

E sei do meu caminho onde detesta
A sorte em luz sublime, estupidez
Amor se demonstrando insensatez
E nela cada luta espreita em fresta,

Arcar com desenganos e seguir
Sem ter onde descanse e sem porvir
Depositando o fim a cada engano,

O marco se mostrasse mais audaz
E nada do que possa a vida traz
Somente o mesmo caos onde me dano.

60


Em redundância a vida se reflete
Apenas neste vão especular
E quando se aproxima sem luar
A sorte noutro engano se repete,

E mesmo que esperança ora decrete
Um tempo aonde pude imaginar
Apenas o caminho a desvendar
Sem nada que tentara ou me compete.

Um vento me tocando pelo rosto
O gesto demonstrando aonde exposto
O corte não renegue o que inda vinha

A marca se anuncia em cicatriz
E vendo tão somente o quanto quis
A imagem que me reste é mais daninha.

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