sexta-feira, 18 de março de 2011

Na paz que nos redima e nos transforme
Depositando a fé de quem se entranha
E deste pobre vale ate a montanha
Decerto desmedida, e sei enorme,
A vida que torture e nos deforme
Ousando acreditar em voz tamanha
De quem outros caminhos ora estranha
E bebe o quanto tenha e se conforme,
Na luminosidade da esperança
Espero qualquer porta que se abrisse,
Deidade se mostrara a cada passo
E quando o meu anseio ora perfaço
O velho coração se permitisse.

2

Permita que este sol adentrando a alma
De quem por vezes sofre inutilmente
E vague sem sentido e plenamente
Deixando para trás o mero trauma,
E tendo a sensação do quanto acalma
A voz de quem pudera mais descrente
Vestígio do que fora este inclemente
Cenário aonde a sorte tome a palma,
O vento em mais sutil benignidade
Meu canto que mais forte ecoe e brade
Deixando para trás o quanto é rude
O verso sem saber do amor imenso
E quando noutro passo eu me compenso
Vivendo muito além do quanto pude.

3


Pudesse acrescentar cada momento
Aos tantos que coleto em alegria
Quem sabe no final se tentaria
Vencer em mansidão tal desalento
E quando noutro rumo eu sempre tento
Vestir esta emoção em fantasia,
O templo aonde o sonho moldaria
Jamais se abalaria com o vento
E sei deste cenário tão benquisto
E quantas vezes teimo e mesmo insisto
Tentando acreditar no que inda reste
Depois do meu anseio mais feroz
O sonho se mostrando em clara voz,
Deixando para trás o mundo agreste.

4

Agrestes emoções não mais anseio
Apenas o caminho mais tranquilo
E quando qualquer tom atroz destilo
Somente este vazio ora rodeio,
Não deixo para trás o olhar alheio
Nem mesmo contra a fúria ora desfilo,
E perco mesmo o rumo em ledo estilo
Vagando sem ter sombra de receio.
Espero qualquer luz que me guiasse
E neste caminhar em raro enlace
Fortuna me trazendo a liberdade
E noutro desenhar em torno disto
Meu passo neste rumo eu sempre insisto
Vivendo a mais diversa claridade.


5


Calcando com clareza o quanto existe
Numa alma feita em luz ou mesmo em sonho
E cada novo verso que componho
Deixando o coração somente em riste,
O verso mais audaz por certo insiste
E vence o quanto possa ser medonho
Presumo cada passo onde me ponho
Caminho sem igual a alma persiste,
Marcantes emoções aonde um dia
Tocado pela insana hipocrisia
O manto se puíra, mas agora
Apenas o cenário mais sublime
Aonde cada engodo se redime
Anseio e nisto mesmo ora me ancora.

6

Uma ancoragem feita em paz e luz
Ousando acreditar noutro momento
E sei do que em verdade mesmo tento
Teimando contra a fúria que conduz
O verso ao mais diverso em contraluz
E nisto o que desejo ora alimento
Expondo o coração em pleno vento,
O marco se anuncia e já faz jus
Ao tanto que se quer e nada tema,
A luta não permite alguma algema
No libertário sonho sem temores.
Destarte sem talvez sequer o tempo
Tocado pelo intenso contratempo
Expressa este caminho onde tu fores.

7

Se eu fosse pelo menos mais feliz,
Quem sabe poderia estar além,
Mas quando a noite fria agora vem
O tempo noutro instante já desdiz
O fato que pudera e por um triz
Deveras outro rumo ora contém
Deixando para trás o que ninguém
Julgasse ser deveras cicatriz.
Espelhas emoções e vejo em ti,
O quanto desenhado em frenesi
Não traz expectativa de vitória,
Mas quando a vida expõe a força plena
Palavra mais sutil sempre serena
E deixa que se veja a imensa glória.

8


Glorificar o sonho aonde o tanto
Desenha qualquer passo rumo ao farto,
E quando sem sentido algum comparto
O medo se anuncia em desencanto,
Mas sei do que se possa a cada canto
E nisto a luz invade o velho quarto
Deixando que me leve e quando parto
Expresso com ternura e me levanto,
Não pude adivinhar erros passados
Tampouco no presente sei futuro,
Porém do grande amor ora asseguro
Os termos mais sutis são desvendados
Restando da verdade o que se quer
Não trago mais temor algum, sequer.

9

Algumas noites vejo em tom sombrio
E sei do meu anseio que não vive
O quanto na verdade ora cultive
Deixando para trás o que inda crio,
Pousando mansamente neste rio
O marco mais sutil decerto crive
O tanto que queria e se não tive
Apenas o que resta eu desafio,
No verso prosseguindo em maciez
O todo noutro tom a vida fez
E gestações decerto ora anuncias
E deste caminhar em paz imensa
A vida noutro rumo já compensa
As noites que eu tivera, mais sombrias...


10


Das sombras do passado nem sinais
E sei do quanto possa desde agora
E neste caminhar o que me ancora
Presume outros momentos magistrais,
E bebo em tua boca estes florais
E neles o que tanto sem demora
Expresse a solução quando apavora
Ousando acreditar mesmo em jamais.
Restasse alguma sorte aonde eu pude
Viver com mais delícia a juventude,
E crer ser tão plausível ser feliz,
Meu tempo prenuncia o brilho ou mesmo
Ainda quando quieto eu me ensimesmo
Procuro recolher o quanto eu quis.



11

Quisera alguma luz onde não há
Sequer a menor chance de um futuro
E sei do quanto possa em tanto escuro
Vagando sem sentido aqui e lá,
Meu passo noutro rumo moldará
O quanto mais anseio e te asseguro
E quando na verdade eu configuro
O mundo se aproxima e guiará.
O rumo onde perdido eu nada vejo
As marcas mais audazes do desejo
E o beijo em traição talvez desuna,
Mas quando se descobre e se repara
A sorte que deveras traz a escara
Também trague a verdade que nos una.


12


Uníssonos caminhos são assim,
E deles o que tento e me aproximo
Deixando no passado o medo em limo
Tramando cada espaço de onde eu vim,
O vento dominando dentro em mim
Meu mundo sem temor e quando estimo
O prazo se aproxima e me redimo
Tentando aproveitar até o fim,
Já não mais se veria qualquer sonho
Exposto neste anseio onde eu proponho
Apenas liberdade e nada mais,
Os olhos já cansados no horizonte
Aonde este ternura agora aponte
Deseja da blandícia um novo cais.


13


Nos ermos deste vago ancoradouro
O tempo não traduz o quanto quero,
E tanto se mostrasse mais sincero
Enquanto um acalento é meu tesouro
E vejo tão somente quando douro
Meu mundo no cenário enquanto espero
Vencer o quanto rude eu destempero
E perca da esperança o nascedouro,
Não vejo outro caminho a prosseguir
E bebo da alegria este elixir
Que possa redimir quem nada tinha,
Na senda mais suave e libertária
A vida se moldando necessária
Ousando além clausura, atroz e minha.

14


Enclausurado sonho aonde um dia
Meu canto não tivera algum proveito
E quando no não ser eu me deleito
A vida noutro rumo se anuncia
E vejo muito além do que teria
Se neste caminhar mais contrafeito
O vento aonde possa e me deleito
Marcasse com ternura o novo dia.
Esqueço do que tanto imaginara
Vencendo sem sentido esta seara
E nela me entranhando com ternura,
O prazo determina início e fim,
Porém alimentado dentro em mim
O mundo em tom suave se assegura.

15

A segurança possa a cada passo
Traçar a mesma meta ou algo além
E sei do quanto o mundo ora contém
E nele cada instante em paz eu traço,
Presumo cada anseio onde refaço
Pousando noutro encanto e sei tão bem
Do verso sem temor que sempre vem
Marcando com brandura este compasso.
No vento exposto eu bebo o claro sol
E sei desta beleza em arrebol,
Arrebatando apenas o que trago
Depositando na alma a plena ação
Moldando os dias claros que verão
Do canto mais suave o doce afago…

16


Um sôfrego momento em tom disperso
Arcando com meus erros, nada mais
E vejo o quanto em vida tu me trais
E deixo para trás este universo,
E quando na verdade desconverso
Pousando além dos vários temporais
Nos erros onde a vida diz jamais
O manto destroçando cada verso,
Não pude e não tivera melhor sorte
E quando noutro tanto me conforte
Apenas o que tente redimir
Errático cometa sem destino
Amor se desenhando onde alucino
E bebo cada luz que inda há de vir.

17


Na vigorosa sorte aonde o nada
Expresse mais que mera solidão,
As sondas de outras eras moldarão
A noite tantas vezes constelada,
A marca da verdade mais ousada
Os termos entre caos e mutação
Errôneo delirar que desde então
Procura no infinito uma pousada.
Arcando com enganos onde o medo
Trouxera qualquer sonho e me concedo
Tramando nova meta e mesmo assim,
Depositando o canto aonde um dia
A vida com certeza mudaria
O quanto do passado vive em mim.

18


Ensimesmando errático momento
Em solilóquio sinto o ledo fim,
Mas quando me aproximo enfim de mim.
Apenas outro sonho em paz invento,
E nisto tanto quanto me alimento
Aumento a sensação de ter enfim,
Pousando dentro da alma e sempre assim,
Crivando o meu anseio em movimento,
No cântico que possa nos trazer
Quem sabe no final algum prazer
E ter outra alegria ou mesmo engodo.
O mar que me inundasse em lama e mangue
Deixando no passado o sonho exangue
Trazendo dentro da alma além do lodo.


19

No lamaçal dos dias em vazios
Cenários tão somente enfim pudera
Trazer com alegria a mais sincera
Noção entre diversos desvarios,
E bebo dos tormentos mais sombrios
Vivendo o quanto rude esta quimera
E nela o meu anseio destempera
E gera sem sentido os tantos fios,
Marcantes ilusões são costumeiras
E quando na verdade apenas queiras
Viver sem mais segredos, dia a dia,
O marco mais sutil, felicidade
Enquanto com certeza tanto agrade
Apenas se transforma em ironia.

20


Irônicos momentos que premiam
Os tantos caminhares pelas ruas
E quando noutro passo tu flutuas
Os dias entre enganos presumiam
Versáteis emoções que não cabiam
Nos tantos desenganos e cultuas
As sortes desenhadas pelas luas
Que em fases mais diversas se cambiam,
Espero após o tanto alguma chance
E mesmo que meu passo agora alcance
A majestosa senda feita em luz,
Marcando cada verso com meu sonho
O tanto quanto possa e até componho
No mundo mais audaz nada produz.


21

Audácia não traduz o quanto resta
Desta alma mais sutil e nada vendo
Somente o tanto encanto em dividendo
Deixando na esperança a clara fresta.
Espíritos diversos da floresta
Xamãs que com certeza estão prevendo
O verbo quando traça em novo adendo
O velho coração exposto em festa.
Reúno dos meus passos os que possam
Viver aonde tanto ora se endossam
Os sonhos mais sutis mesmo felizes,
Depois do quanto tenha em tal momento
Apenas noutro encanto ora me alento
E venço mesmo quando contradizes.

22

Contradições diversas entre as quais
Os tempos se anunciam convergentes
E sei do que decerto ainda sentes
Deitando sobre noites magistrais
Não quero e não presumo em funerais
Os dias mesmo rudes, penitentes,
E nada do que enfim tu me apresentes
Expressará o quanto sei a mais,
Não galgo outra ilusão, pois sei que a queda
Enquanto no vazio me envereda
Não traz sequer o quanto se cultua
Depois do mesmo engodo do passado
A luta noutro sonho imaginado
Encontra nos teus olhos rara lua.

23

Lunares expressões do sentimento
Enfrentam o vazio sideral
E quanto se quisera bem ou mal
Traçar outra emoção em pleno alento,
E quando na verdade eu também tento
Restando muito pouco ou desigual
Anseio se moldando em vago astral
Deixando para lá o sofrimento,
Negociando a sorte com quem possa
Vencer esta vontade mesmo quando
O mundo se traduz em corte e fossa
Gerando do meu sonho um novo aquém
Do tanto que pudera emoldurando
E sei que no final o nada vem.

24


Vencido pelo medo de quem tanto
Pousara mansamente noutra senda
A luta se traduz e na contenda
O mundo se perdendo em desencanto,
O canto aonde o sonho ora levanto
Deixando para trás o que se estenda
Na fúria sem sentido e não se emenda
Marcando cada passo em vil quebranto,
Na calma que talvez pudesse ter
Além do quanto possa merecer
O privilégio feito em liberdade
Matando com temor o que se vira
E nisto se anuncia a falsa mira
Enquanto a sorte tanto desagrade.

25


Fortuna que fortuita traz o medo
E navegando contra a direção
Dos ventos causam fúria em turbilhão
E neste desenhar meu desenredo,
O verso mais audaz onde concedo
A senda em mais dispersa condição
Deixando para trás os que verão,
A noite se envolvendo em tal segredo,
Ocasos entre quedas, desafios
E vendo os dias tanto mais sombrios
Resisto ao que se fez ingrato e algoz,
No pântano e charneca se notares
Verás as emoções em tais altares
Deixando no passado a nossa voz.

16


Causando ao meu anseio a perda e o corte
Ansiosamente ausente a liberdade,
No tanto que se dera e desagrade
Apenas caminhando sem suporte,
Já nada mais deveras me conforte
Sequer o que pudesse em claridade,
Ousando na sublime intensidade
Deixando para trás medo da morte,
Não vejo e não veria mais a queda
E sei do meu caminho aonde enreda
A sorte em privilégio ou mesmo em brilho,
Dos tantos enredados no passado
Ainda quando possa eu mesmo evado
Do quanto noutro tempo fora trilho.

17


O tempo onde deveras descansaste
Depois de tanta luta em tom dorido
O verso noutro engodo eu dilapido
E sei do meu anseio em tal desgaste,
E quando num instante retomaste
A estrada sem saber do dividido
Caminho aonde o pouco diz do olvido
Ou mesmo renegasse enfim esta haste,
Mergulho nos teus braços, mas sei bem
Do quanto após o nada nunca vem
Sequer acalentando alguma senda
Ao menos nesta sanha feita em luz
O tanto quanto quero se produz
E nada mais deveras nos atenda.

28


Descansas pelo menos um instante
Que a vida não resume-se no fato
Aonde o que deveras já constato
Ainda não permita este levante,
O mundo se anuncia e doravante
O passo noutro rumo onde retrato
O leito desenhado do regato
Ao menos com ternura se adiante,
Não vejo novo caos e sei do todo
Envolto nas angústias deste lodo
Engodos costumeiros do que fora
A senda mais sofrível e tenaz
Depositando o quanto quero em paz,
Numa alma tantas vezes sonhadora.

29

Os dias que passaste lado a lado
De quem noutra ventura se aproxima
Do tanto delicado em manso clima
Ou mesmo noutro tempo desolado,
O dia que buscara ensolarado
Meu mundo se desenha em tal estima
E vibro com certeza a cada rima
De um tempo noutro tempo desenhado.
Repare e veja bem o que nos resta
Além da melodia em leda festa
Somente estes sinais do que tivemos,
Os dias entre enganos e promessas
Diversas das que tanto recomeças
Deixando para trás duros extremos.

30


Da dor que em lutas tantas me trouxeste
O mar que emaranhando no vazio
Expressa o quanto pude em desafio
Deixando dentro da alma a fome e a peste,
Não quero conceber quando vieste
Marcando o que procuro e se desfio
Pisando com brandura no macio
Cenário aonde enfim se fez celeste.
Cadenciando a vida aonde pude
Viver com a suprema magnitude,
Nesta ilusão deveras mais sutil.
Errático cometa se presume
E vejo na expressão de algum ardume
O quanto deste sonho se previu.


31

Nos arvoredos sonhos se moldando
Desta alameda feita em esperança
Pousando aonde o passo sempre alcança
A senda desejada em tom mais brando.
Meu mundo se apresenta desde quando
O tempo sem saber já não descansa
E vence com ternura e com pujança
Uma arrogante sorte a degradando.
Movendo tais montanhas, cordilheiras
Enquanto noutro passo agora esgueiras
Deixando para trás o quanto havia
Do rústico momento em tom atroz
Amordaçada insânia ora sem voz
Morrendo pouco a pouco em agonia.

32


Já nada mais deveras se fizera
Aposentando o sonho mais audaz
E quando a madrugada busca a paz
O dia se desfila em vil pantera,
O canto mais atroz desta quimera
Moldando este tormento tão tenaz
E o passo num instante se desfaz
Deixando no passado o quanto espera,
Numa avidez imensa e imprevidente
O quanto se anuncia e se apresente
Não deixaria apenas um sinal,
Vergando sob o peso de uma vida
Há tanto noutro engodo, resumida
O tempo perde a rota; espúria nau.

33

Espúrio caminheiro do passado
Pousando num cenário aonde o tanto
Denota tão somente o desencanto
E neste delirar eu me degrado.
Recebo da esperança este recado
E quando no final nada garanto
Mereço o quanto pude e não me espanto
Amor se faz apenas um pecado.
Espero acreditar noutro momento
Estando com certeza mais atento
Ao todo desenhado em tons suaves
E sei das ilusões conforme vejo
O canto mais feliz que agora almejo
Trazendo na esperança as suas naves.

34


Navego contra as ânsias e marés
Ousando acreditar no novo dia
E mesmo que deveras não viria
Trouxera bem distantes as galés,
O rumo se anuncia e de viés
O marco se transforma em poesia
E deste caminhar o que viria
Deixando para trás em rudes fés,
Os medos e derrotas que acumulo,
A solução se faz em novo pulo
Vagando pelas tramas sem temor,
E seja da maneira como for
O trato se desnuda a cada instante
Enquanto este desejo nos levante.

35


Levantes entre tantas heresias
E nelas outras mais se adivinhando
O vento que tentara bem mais brando
Não dita o quanto queira nem terias
Vestígios do que possam harmonias
Os cantos noutro fado demonstrando
O tanto que se mostre emoldurando
Em luzes as mais claras fantasias,
Não pude e não tivera qualquer chance
Ainda quando a noite nos alcance
Jamais se perderia um raro brilho,
E vendo em teu olhar este reflexo
O sonho que em teu sonho agora anexo
Explode no caminho onde palmilho.

36


Palmilhas pelo espaço da esperança
Negando o que se fez em novo encanto
E sei do quanto possa e não garanto
Sequer outro caminho em aliança
Movendo o que deveras não mais cansa
Nem mesmo se anuncia em novo canto
O campo desenhado onde me espanto
Marcando esta fatal desconfiança
E o prazo que deveras poderia
Traçar bem mais que tudo, a melodia
E nela outro momento mais suave,
No quanto se presume a lucidez
Do tanto sem temor que a vida fez
Ainda se desenha o quanto agrave.

37


Das francas emoções nada mais quero
Senão cada momento onde pudera
Adivinhar com sorte a mais sincera
Vontade aonde o tempo fosse austero,
No tanto que se fez e nada espero
Somente esta semente em nova esfera
E o verso quando a vida destempera
Encontra o caminhar inútil; fero.
Pudesse acalentar outra esperança
E nada do que trace o quanto cansa
Afiançando a vida sem saber
Dos rumos mais incertos que verão
Ausente dos meus olhos a amplidão
Tentando noutro sonho me envolver.

38


Partiste para o quanto não viera
Depositando na alma o que se quis
Vestindo esta impressão em cicatriz
Deixando para trás a velha espera,
No canto mais feliz se destempera
A senda aonde a sorte que desfiz
Não deixa que se veja além do gris
E nisto uma alma tola desespera,
Momentos entre rudes caminhadas
E nelas outras tantas desenhadas
Vagando pelo instante sem a paz
Que tanto merecia quem teimasse
E nisto se moldando em desenlace
O tempo noutro instante mais capaz.

39


Capacitância dita o que se tenta
Despisto cada passo com o quanto
Deveras poderia e não garanto
Vencendo dentro da alma esta tormenta
O verso se aproxima e da sangrenta
Vontade noutro tom onde este encanto
Deixando na verdade além do pranto
O medo quando o todo não aguenta,
Vestígios de momentos entre caos
E vejo os meus anseios ledos, maus
E bebo a sorte imensa do tentar
Depois de cada engodo noutro rumo,
O sonho aonde o todo ora consumo
Tramando a minha luta a divagar.

40

Ao presumir enganos onde a vida
Expressa tão somente o que se fez
Deixando no passado a insensatez
Já tanto noutro ponto, resumida
O cântico traduz esta ferida
E dela se apresenta a mesma tez
Ousando acreditar no que não crês
E nisto a mesma história presumida.
O medo continua dentro em nós
E descortina o passo mesmo atroz
Vacante coração se faz inteiro
Nevoa dentro da alma a solidão
E vendo novos dias que virão
Apenas no vazio ora me esgueiro



41

De tantas esperanças o que trago
Não deixa mais sinais sequer enquanto
Pousando na esperança em desencanto
Em cada sensação do doce afago,
Afetuosamente o quanto alago
Meu sonho no que gera onde acalanto
O verso mais sutil e neste tanto
O cântico enredando um mundo mago.
Marcando o meu anseio e nada veio
Ainda que se possa em qualquer meio
Vestígios de uma vida sem sentido.
E nada se pressente e em vão valido
O canto sem saber da fantasia
E nela o que se expresse em tom suave
Deveras na verdade não agrave
O quanto com firmeza eu poderia.

42

Navego contra as ondas mais atrozes
E vejo noutro enredo o que não tenho
E quando este momento em vão desenho
Expressa os dias rudes e ferozes,
Os sonhos são deveras meus algozes
E tanto desenhando em raro empenho
O verso se anuncia e neste cenho
O manto se presume em ledas vozes,
Não quero e não pudesse ser assim,
Matando o quanto insiste dentro em mim,
Deixando a dimensão audaz e rude
Remoça o coração cada momento
E sei do quanto possa e me alimento
Deixando para trás o que não pude.

43


Perdido dentre tantos desenredos
Vagando sem saber do que viria
Moldando dentro da alma a fantasia
E nisto se apresentem dias ledos,
Resumo o que se quer e dos segredos
A sorte noutro ponto não veria
Sequer o quanto possa em poesia
Viver após os ermos e degredos.
Caçar cada momento e procurando
Apenas o que possa desde quando
Acenas com a sorte que se tenta
Depositando o verso sem proveito
O quanto deste encanto agora aceito
Traduz esta emoção dura e sangrenta.

44


Sangrias entre as quais a sorte trame
O marco sem momento ou ansiedade
Não trace noutro tom realidade
Marcando com terror este ditame,
No passo aonde o tanto não exclame
Tramando o quanto fora em deidade
Ausento deste rumo e na verdade
O prazo determina o que reclame,
O vento se perdendo em dimensão
Diversa de outros tempos que verão
Apenas os sinais de um velho dia,
A turbulência dita o quanto veio
Deixando o meu caminho em tom alheio
Matando o que deveras restaria.

45


Não quero e nem pudera adivinhar
Desânimos nesta alma onde sombria
Fortuna noutro engodo desafia
E nada resta agora em seu lugar,
O marco aonde possa divisar
Com toda a solução e não veria
Sequer esta expressão em harmonia
Ausenta-se dos olhos o luar,
Expresso com verdades o que tanto
Pudera ser talvez um mero encanto,
Mas vejo no horizonte o raro sol
E nele mergulhando de cabeça
Ainda quando a sorte se mereça
Tornando mais suave este arrebol.

46


Minha alma se anuncia em luz e brilho
E quando noutro passo teimo e tento
Vencer o que deveras sem fomento
Marcasse com terror este estribilho,
E quantas vezes sinto ou já me pilho
Lutando contra a fúria deste vento,
E nada do que possa em tal provento
Deixasse o meu anseio em raro trilho,
E bebo a solução embora veja
A luta tantas vezes malfazeja,
Porém sendo incansável sonhador.
Restauro com meu canto em alegria
O quanto no final não poderia
Trazer qualquer tormento além da dor.


47

Disformes criaturas que se vêm
Nos ermos de minha alma sem juízo
E quando no final eu me matizo
Deixando tão somente este desdém
Jogado sobre as pedras sou ninguém
E sei do que se faz em prejuízo
Toando com certeza este sorriso
Vivendo o quanto possa e me convém,
O mundo não permite que se creia
Fortuna molda a lua sempre cheia
E nela esta maré que se aproxima
Trazendo em ondas fúria e mesmo assim
Veiculas o carinho até o fim,
E nisto ora amortizas duro clima.

48


A senda mais suave ou mais perfeita
Nos termos onde o verso se desenha
E nada do que possa e nos convenha
E sei do quando a vida agora aceita,
E sinto a servidão e quando deita
A vida em lucidez e não mais venha
Vestígio do passado não contenha,
E sinto o dia a dia em vã colheita,
Cevasse cada verso enquanto possa
Trazer esta emoção que fosse nossa
E dela novo tempo ou mesmo o sonho
Enquanto sem sentido e em devaneio
O verso com ternura ora rodeio
Deixando para trás o que componho.

49


Navego contra todos os horrores
E sei dos meus anseios quando o sonho
Expresse tão somente o que componho
Vivendo aonde queres e além fores
O verso se presume em ledas cores
E vejo o quanto possa ser medonho
Ousando aonde o mundo que proponho
Expresse a mansidão de belas flores,
Não posso em tal momento aonde aposse
A vida que pudesse e sempre endosse
Cerzindo esta alegria hoje sem par,
Depois de tanto tempo interditado
O canto noutro tanto elaborado
Expressa o quanto possa navegar.

50


Um verso sem proveito aonde eu tento
Seguir contra esta intensa tempestade
E sei do quanto possa e desagrade
O marco aonde o nada agora invento
Evade-se decerto o pensamento
E bebo o que pudesse e na verdade
Ousando muito além da liberdade
O olhar se constitui bem mais atento
Não pude e não teria novo encanto
Quem sabe no final eu me levanto
E tente adivinhar um claro rumo
E sei do que se veja após o nada
A luta noutra face desenhada
Expressa o que por certo em vão resumo.


31

Já não me caberia
A sorte que não veio
O tempo em tom alheio
A noite sempre fria
A vaga poesia
Meu passo onde eu receio
A sorte, o porte e o meio
Aonde se veria
O corte noutra voz
E sei do mais feroz
Momento enquanto é rude
O prazo denotando
Teu peso em contrabando
E o quanto desilude.

32


Não vejo e não veria
Sequer o quanto quis
E vejo por um triz
A noite em fantasia,
O verso não traria
O tanto que já fiz
E sei ser aprendiz
Da mera alegoria
Cerzindo este cenário
Ainda temerário
Em ermos caminhares
Depois do quanto possa
A vida será nossa
Também os teus altares.

33


Quisera apenas isto
Um tempo pra sonhar
Vontade de vagar
Aonde tanto insisto,
E sei quanto resisto
Em busca de um lugar
Adentro em todo bar
E sempre sou malvisto,
Um pária simplesmente
E o tanto que desmente
A senda que se fez
No pátio da esperança
A morte ora me alcança
Em rara sensatez.

34


Jamais eu pude ter
Noção do tempo quando
A vida se moldando
Matasse algum prazer,
E nada do querer
Ou mesmo em contrabando
O verso que fiz brando
Agora apodrecer.
Marcantes ilusões
E nelas tu compões
Os dias mais sutis,
Deixando para trás
O quanto não se faz
E tanto não se quis.

35


Amar e sem medidas
Nem nada que contenha
A vida nos detenha
E sei destas saídas
Deveras divididas
Enquanto a sorte venha
E traga além a lenha
Marcantes despedidas,
No caos onde me vejo
Anseio este desejo
E dele nada aprendo
Somente o mesmo tom,
Aonde em vão neon
Luar vai se perdendo.

36


Capacho de quem tanto
Soubera num atalho
O passo aonde eu falho
E bebo o desencanto,
No verso se levanto
O mundo eu não batalho
E o tempo quando espalho
Expressa o medo e o pranto,
Redondamente a vida
Degenerando acida
E deixa qual sinal,
Apenas o momento
Aonde me alimento
Do passo irracional.

37


Invejo a própria lua
Que tanto iluminada
Presume em madrugada
A sorte que a cultua,
E quando toma a rua
Deslumbra na calçada
A vida desejada
E nisto a vejo nua,
Porém quando a saudade
Deveras nos invade
Imagem soberana
Num átimo mergulha
E fere em leda agulha
E a vida então se dana.

38


Satélites diversos
Em rumos sem sentido
O quanto não divido
Invado com meus versos
Expresso em mais dispersos
Momentos e duvido
Do todo quando olvido
Os sonhos mais perversos,
Não pude e nem constato
A vida em mero fato
Esmeros entre quedas,
E sei do quanto pude
Embora mesmo rude
Viver quando enveredas.

39

Perdão já não coubera
A quem se deu inteira
A vida é companheira
Embora mostre a fera
E nisto cada esfera
Presume a derradeira
Vontade costumeira
E tudo destempera.
Nas óperas dispersas
Entendo enquanto versas
Ousando noutro tom,
Mas sei e não me iludo
Do quanto mais agudo
Nem sempre dita o bom.

40


No prazo que permite
A senda mais sutil
O tanto que se viu
A vida delimite
E nada mais palpite
Que amor quando servil
E tanto se previu
O fim em vão limite,
O verso sem provento
O canto contra o vento
Atento sonhador
Decerto a luta expressa
E nada da promessa
Traria algum ardor.


41

Sonetando o cordel
Em versos provocantes
E quando me garantes
Deveras outro céu
Vivendo sempre ao léu
Enfrento tais levantes
Dos dias onde espantes
O passo mais cruel,
Não resta e não pudera
Senão a mesma sorte
E quando a dura fera
Decerto não suporte
O tanto que se espera
Traduz a própria morte.

42

No vento sem sentido
Ou rumo e direção
O passo resumido
Nos termos que verão
O canto presumido
E nele outra estação
Matando o quanto olvido
Do céu deste sertão
Não possa ser assim
E nem se desejara
Viver dentro de mim
A dor em tal escara
E sei enquanto eu vim
Do fim que se escancara.


43

Servindo a quem pudesse
Trazer nova promessa
A vida traz em prece
O quanto recomeça
E gera o que se esquece
E tudo ora confessa
O mundo que se tece
E nele esta promessa.
Astuciosamente
O dia sempre traz
A voz que tanto mente
Enquanto a vejo audaz,
Não posso claramente
Em ti beber a paz…


44


Nascido nas Gerais
Sem nada que mais tema
O dia sem jamais
Saber de alguma algema
A luta em temporais
Mineiro, sou da gema
E vejo sempre mais
Supero este dilema,
Mas nada que perdura
Expressa inteligência
A noite mais escura
Precede a transparência
E o mundo sem loucura
Não tem qualquer ciência.

45


Depois do que envereda
Em passo mais atroz
O quanto da moeda
Existe dentro em nós
O jeito em que se queda
Presume o mais feroz
Momento e nada seda
E nada vejo após
Somente esta semente
Em árido caminho
O tanto que já mente
Expressa o mais daninho
Cenário onde inclemente
Eu sigo e vou sozinho.

46


Bebendo sem parar
As tramas deste sonho
E quando bar em bar
O barco agora eu ponho
Vestindo este luar
E nele o mais risonho
Cenário a se mostrar
Num mundo onde me enfronho,
Restando do passado
O verso que pudera
Trazer agora ao lado
Palavra mais sincera
Deixando por legado
O apascentar da fera.


46

Não tendo outra saída
Quem tanto procurou
Depois da própria vida
O tempo que restou
Gerando a distraída
Vontade aonde eu vou
Bebendo esta bebida
Que o sonho batizou,
Restando de meu canto
Apenas o que vejo
E sei do desencanto
E nele este azulejo
Moldando o que garanto
Deveras não prevejo.

47

Apresentar meu verso
Imensa liberdade
No quanto sigo imerso
E sei da voz que brade
Depois do que disperso
O manto da saudade
Expressa em tom perverso
A luta em claridade,
Não vejo e não teria
Sequer onde seguir
A senda mais sombria
E nela o que há de vir
Marcando em poesia
O mundo a redimir.

48


Jamais acreditei
Nos versos onde pude
Traçar a velha lei
E quanto desilude
E nisto eu mergulhei
Além do que amiúde
O verso quando errei
Moldando esta atitude,
Não possa e não se vendo
A sorte de tal forma
Que nisto se envolvendo
O canto onde transforma
E cada dividendo
Do nada após informa.

49

Apresentado agora
O quanto me restasse
A vida desancora
E mostra a turva face
E nisto o que apavora
Gerando algum impasse
Deixando já de fora
O tanto que moldasse,
Vacante coração
Em turbulência tanta
Seguindo a direção
E nisto se garanta
Momentos que virão
Além desta garganta.

50

Encerro em redondilhas
As sortes que desejo
E sei porquanto trilhas
A lenda em que ora vejo
O tanto quanto brilhas
E nisto o malfazejo
Cenário em armadilhas
Aproveitando o ensejo.
Restauro dos enganos
Os dias mais venais
E sei dos velhos danos
E tanto quanto trais
Embora trace planos
Os dias são banais.

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