sábado, 30 de abril de 2011

1

Já não pude tentar acreditar
Nos meus erros comuns do dia a dia
O cenário produz o que eu queria,
Desvendando distante algum luar,
O caminho que possa desenhar
No meu verso disperso em fantasia
A beleza do sonho me traria
No meu canto diverso desejar.
A palavra que lavre uma esperança
Na saudade que tanto sempre avança
A mordaz figura de um passado,
O meu sonho se perde em tempestade,
Vou vivendo dispersa realidade
E sei quando deveras já me evado.

2

Não tendo qualquer chance nem promessa
Do tempo mais diverso que busquei
Ousando na esperança, regra e lei,
O passo noutro rumo recomeça
Vencendo o que talvez mesmo se expressa
Na forma mais teimosa que encontrei,
Vagando entre as estrelas estarei,
No quanto o dia a dia não se impeça;
A luta sem saber da serventia
O verso quando muito poderia
Tramar outro cenário, mais suave,
Ainda que se veja noutro tanto
O quanto que deveras eu garanto
Aos poucos noutro passo já se entrave.

3


As sortes são diversas e te enganas
Ousando acreditar num só caminho,
A cada novo passo, um mesmo espinho
Ou medos nestas noites quase insanas.
Ainda que pudessem soberanas,
O tempo se mostrasse tão mesquinho
E quando do teu canto me avizinho
Jamais imaginasse mãos profanas.
Vencido caminheiro do passado,
O tempo noutro tanto desejado
Expressará meu canto mais sublime,
O todo num instante se mostrando
Um sonho mais suave e mesmo brando
Que amargo sentimento ora redime.

4


Aporto nesta praia tropical
E vendo os mais diversos sóis em ti,
O quanto se moldando em frenesi
Trouxera outro caminho sensual,
O verso que pudera desigual,
O mundo que percebo e não perdi,
Expressa o que deveras conheci,
Vagando num instante, raro astral,
Espero qualquer luz que me ilumine,
Ainda que não mesmo determine
O quanto se fizera mais feliz,
Vivendo cada instante de tal forma
A vida noutro ponto se transforma
E traz o que mais quero e sempre quis.

5


Em mares tão distantes e diversos
Navego contra a fúria das marés
E sei da minha vida de viés
Ousando na esperança de tais versos,
E sigo sem sentir nos universos
Ausência do caminho e por quem és
Trazendo esta corrente que aos meus pés
Traduz os sonhos rudes e perversos.
Pudesse ser além de meramente
O quanto na verdade se apresente
Em rara tentativa de esperança
O verso sem sentido e sem razão
A luta noutra sorte e dimensão,
Ao nada com certeza ora me lança.

6


Passasse muito além do quanto pude
Um dia acreditar ser cais e porto,
A vida se desenha em prumo torto
E o tempo na verdade nos ilude,
Vivesse a tão sonhada juventude
E sendo o meu cenário semimorto
Aonde se pudera ser aborto
Quem sabe renascer em atitude?
O mundo tem facetas mais sublimes
E mesmo quando tanto não suprimes
Os erros de quem sabe ser além,
O manto se puindo sem proveito,
E quando na verdade o sonho aceito
Apenas tempestade toma e vem...

7


As guerras e perigos, as tocaias
Os erros de quem ama e não procura
Vencer a noite amarga e tão escura
Enquanto noutro rumo tu me traias,
Trazida entre esperanças, não distraias
Nem mesmo esta verdade me tortura,
Apenas esbarrando na loucura
As sortes se perdendo em rudes praias.
Vencido caminheiro do vazio,
Somente cada sonho desafio
E bebo em goles fartos a ilusão,
Não tendo novo dia nem anseio
O quanto se pudesse não mais veio
E sei que nem meus sonhos mais verão.

8


A força que se possa demonstrar
Ousando neste imenso templo após
O tanto quanto vejo em viva voz,
Traçando meu cenário em pleno mar,
O que mais poderia desejar
O mundo se desenha em nova foz
E sei do meu caminho, meu algoz
Sondando o que pudera desvendar.
O risco se aproxima do momento
Aonde o que decerto eu sempre tento
Expressaria além da claridade
O verso se inundando em mansidão
A sorte numa amarga dimensão
Apenas noutro canto se degrade.

9


A imagem mais diversa e mais remota
Traduz o que na vida quis e nada
A luta a cada sonho demonstrada
Trazendo o que pudesse ser derrota,
A vida noutro tanto não se nota,
E gera a mesma rude, leda estrada,
Vagando sem saber da desejada
Vontade que tal mundo hoje denota.
Apenas o que tenho representa
A senda aonde o tanto me atormenta
Deixando demarcada esta saudade.
O verso sem sentido e sem proveito,
O quanto do meu sonho mais aceito
Trouxera para mim a claridade.

10


Não posso acreditar no que não veio,
Somente o velho caos se repetindo,
O tempo lentamente vai fluindo
E nele se desenha tal receio,
O tanto quanto possa segue alheio
Ao que mais desejara refletindo
O verso que julgara quase infindo
E agora se traduz em devaneio.
Apresentando apenas o final
O mundo se desenha em ritual
Diverso do que um dia desejara,
A noite dominando este cenário
Amor se fez diverso e temerário,
Matando qualquer sonho em vã seara.


11


O meu verso trama verdade sutil
E tanto pudesse servir ao meu sonho
Enquanto padece do que mais proponho
No tempo que vaga meu canto exprimiu,
O tanto que busco vencer o que viu
Meu prazo termina tocado e medonho
No quanto se mina verdade proponho,
Porém me percebo velhaco e senil;
O tempo passando jamais poderia
Viver quanto quero sentir a alegria
Que tanto me enreda depois do que fora
A sorte que seda, vital, sonhadora,
Gerando outro fato diverso e tenaz
Aonde o meu rumo sozinho se faz.

12


O passo que tento depois do final
O verso em alento vagando sem rumo,
O quanto pudera somente resumo
No todo que expresse caminho fatal,
O vento se espalha libera geral
E deste momento tenaz eu consumo
Meu mundo sem nexo vestindo em aprumo
O medo que possa ser meu ritual.
Já nada alimento nem mesmo procuro
O quanto fomento num céu sempre escuro
Vencido sem sorte talvez já pudesse
Trazer no futuro somente outra messe
De quem se findara semente sem chão,
A vida renega traduz cada não.

13


Negando o passado vencido o presente
Meu mundo se tenta no quanto se queira
Vencendo a verdade dura corriqueira
O medo que bebo também se apresente
No quanto esperança sem rumo pressente
A minha verdade, diversa bandeira,
E sei da palavra sensata que esgueira
Vagando em tal trama no quanto se ausente,
Não tento outro rumo nem mesmo pudera
Palavra que ousasse talvez mais sincera
Gerando a temida noção do vazio,
O mundo sem nexo disperso e sombrio,
Que tanto tentasses agora recrio,
Sabendo na espreita somente outra fera.

14


Bebendo aguardente que tanto me anima
A sorte se molda diversa do quanto
Pudera em momentos apenas garanto
No que na verdade talvez não redima,
Mudando o cenário, vagando no clima
Que tanto soubera, vital desencanto
Restando o passado, meu mundo que espanto
Amor que se faça sendo uma obra prima
Do velho que sonha vencendo os temores
Aonde decerto, querida, tu fores
As flores que tramas ousando na lavra
Que tanto pudera saber da palavra
Que molda em carinho vivência diversa,
Agora em verdade meu mundo em ti versa.


15


Não quero a certeza sutil, mas atroz
Do quanto a beleza mergulha em vazio
E sei do que possa, mantendo este fio
Que tente e remoce caminho feroz,
A vida se espalha vibrando ora em nós
O manto que tento depressa; desfio
O canto seguindo margeia este rio
E tenta descanso somente na foz.
Amar, sentimento que viva a promessa
Do quanto a verdade somente se expressa
No fim do caminho, cenário sutil,
O quanto tentara vencida esperança
Na sorte que tento, certeza se alcança
No canto sem rumo, meu verso senil.

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