sábado, 9 de abril de 2011

71

Nada mais pudesse crer
Senão fosse a vida assim,
O momento grita em mim
O diverso parecer
E o caminho a percorrer
Traz no início, o meio e o fim,
A verdade, se ruim
Já não diz qualquer prazer,
O meu verso resumisse
O que tanto foi crendice
E hoje traça novo fato,
O mergulho no vazio
Quando o sonho eu desafio,
Na verdade não constato.

72

O tempo é fugaz
E nada convence
Quem tanto se faz
E mesmo em non sense
O canto mordaz
Presume o que pense
A vida que traz
O rumo onde vence
O prazo denota
A sorte que venha
E sei do que tenha
A sorte em tal rota
No quanto se creia
Adentrando a veia.

73

Beber o que pude
Não tendo saída
A vida se é rude
Transforma em Ferida
O quanto transmude
E trama na lida
A face que mude
Há tanto perdida.
O caos ou o fim,
O verso que em mim
Pudesse trazer
Alguma certeza
Além da surpresa
Do nada prover.

74

Na sorte diversa
A noite se embala
O tiro, outra bala
A porta dispersa,
A vida submersa
Na sorte vassala
O tanto avassala
E já desconversa,
O peso, a fadiga
A luta prossiga
E nada se vendo
Apenas retrato
O mundo em tal fato
Somente um remendo.

75

Amor não salvasse
Quem tanto quisera
A vida insincera
O verso que enlace
E quando em repasse
A porta, a quimera,
A sorte tempera
E mata o que trace,
Não vejo talvez
Sequer o que crês
Nem mesmo tentara
Saber do que vale
E o tempo se exale
Na fonte mais clara.

76


Banhando este sonho
O tempo sem nexo
Olhar sem reflexo
De um canto onde ponho,
O mundo medonho,
O tempo complexo,
O verso que anexo
No tom que proponho,
Vestindo o passado
Meu verso calado
O vento levara
E bebo esta sorte
Que nada comporte
Na frágil seara.


77


Ocasos em caso
Diverso que possa
Enquanto me atraso
A vida destroça
O verso sem prazo,
A luta que é nossa
O tempo eu defaso
E a morte se apossa.
No tanto que vejo,
O amor que desejo
Bendita conversa,
Por onde o vazio
Estrada e desvio,
A vida dispersa.

78


Nos ombros, o peso
Na vida outro não
O canto surpreso
No tempo a emoção,
Resulto do ileso
Cenário que vão
Ousasse coeso
Em tal dimensão.
Restando bem pouco
O quanto sou louco
Resumo num fato,
E bebo da fonte
Antes que desponte
Já nada resgato.

79


Nas tramas sutis
De quem quer bem mais
Poder ser feliz
Ou mesmo em mortais
Caminhos já quis
Outros desiguais
Vencendo o que diz
Palavras venais.
O quanto resumo
O tempo sem planos
E nisto o consumo
Traduz desenganos
E bebo tal sumo
Em sórdidos danos.

80


Bastasse um só verso
E nada pudera
Ousando no imerso
Cenário onde a fera
Traçando o perverso
Caminho que impera
Matando o disperso
Anseio em quimera.
A luta se esgota
E vejo a derrota
Bem perto de mim,
O tempo não traz
O sonho voraz,
Um mar já sem fim...

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