terça-feira, 3 de maio de 2011

01

O passo que possa trazer novo rumo
Vagando sozinho procurando a paz
O quanto terias apenas audaz
Mudando a verdade num grácil resumo,
O tempo perdido vagando sem prumo
O mundo se molda diverso e mordaz
E nesta presença tramando o que traz
No olhar resumido meu mundo sem nexo,
Somente verias tais tardes. Reflexo
Do quanto se apossa feroz e temido
Marcando o vazio no tempo perdido
E sei do que viva semente que anexo
Enquanto meu sonho; deveras lapido.

2

Não quero sentido sem medo ou costume
No quanto se vendo vencesse o temor
Gerando sem medo somente o rancor
Ousando alegrias aonde perfume
O mundo sem medo deveras resume
O quanto pudesse trazer novo amor
Seguindo o caminho sem medo onde for
O tempo se traça num total ardume.
Mergulho no nada vencido poeta
Que tanto pudera jamais se completa
A sorte que vivo vestindo o passado,
A luta se trama durante esta tarde
Ainda que o passo deveras retarde
O tempo que espero somente negado.

3


Meu barco naufraga nas ânsias da vida
E traz a saudade que tanto me fere
A vida sem nexo também interfere
E trama a verdade diversa e sortida,
Quisera somente saber da saída
Ainda o mundo talvez nada gere
Senão meu cenário feroz desespere
Trazendo a verdade na voz destruída
O corte se molda num ermo caminho
Vencendo o passado prossigo sozinho
E sei do que possa jamais se deseja
Vestindo o que resta navego e me canso
Do quanto pudera buscando um remanso
E venço o que trace sublime peleja.

4


Meu mundo não tivesse novo rumo
Vencido pelo medo de sonhar
O tempo se moldando a divagar
E sei do quanto possa e mal resumo
O verso se moldando sem aprumo
Procuro inutilmente algum luar
Bastasse tão somente imaginar
O mundo noutro tom, onde me esfumo.
Espero pelo menos novo dia
E sei que na verdade não veria
Nem mesmo o que desejo ou sempre quis
Pousando em cada tempo já passado,
O manto destruído e destroçado
A vida se tornando amarga e gris.

5

Já nada mais pudesse ser assim
O tempo se desenha sem vontade
E o quanto se traduz em liberdade
Pudesse reviver o pouco em mim,
Não quero que se veja então meu fim,
A sorte trama a dura falsidade
E vejo o que posso e já degrade
Trazendo num estio meu jardim.
Meu tempo noutro tanto resumido
O verso que não faz nenhum sentido
O sentimento atroz me dominando
Aonde se quisera ser feliz
O todo noutro ponto já desfiz
E sei deste momento amargo e infando.

6


Não quero qualquer dia nem momento
Aonde a sorte trace em temporais
O quanto se deseja e muito mais
Enquanto na verdade me atormento.
E sei do que decerto tanto agüento
Vagando sobre intensos vendavais
Em ritos mais audazes. Sensuais,
Ousando desvendar suave vento.
Reparo cada engano do passado
E vejo o que pudera lado a lado
Com toda esta incerteza se traduz,
Vagando sem sentido noite afora
E bebo da incerteza que ora aflora
Negando cada passo que propus.

7


Jamais acreditei na redenção
De quem se fez além do que pudera
E vivo tão somente a mais sincera
Palavra sem sentido e direção
Jogando cada verso num senão
Matando o que se traça e não se espera
A vida noutro tanto destempera
Marcando com temor cada expressão.
Repare cada passo e veja bem,
O quanto da verdade não contém
Sequer outro momento mais sutil,
O verso se presume no passado
E o tempo que pudesse anunciado
Transcende ao que deveras não se viu.

8


Havendo novamente novo passo,
O tempo sem notícias do que tento
O dia mais audaz em sofrimento
Marcando cada sonho em rude traço,
E sei do que pudera e já desfaço
Ousando acreditar no pensamento
Tramando todo o ledo sentimento
Do mundo sem sentido, e mesmo escasso.
restando dentro da alma a sorte audaz
O quanto poderia se desfaz
E gera o que não cabe dentro em nós
Vagando sem sentido e sem razão
Trazendo o que pudera em direção
Diversa e mesmo em passo mais feroz.

9

não quero e não teria
a sorte mais sutil
que tanto se previu
ousando em alegria.
a rude alegoria
num passo mais gentil.
Marcando o que se viu
Na sorte em heresia
O verso não se cala
Adentra esta senzala
chamada coração
O vento se aproxima
E muda inteiro o clima
Negando a direção.

10


O canto que se tenta
Ousar noutro momento
E sei do quanto invento
A vida mais sangrenta,
A luta se apresenta
E bebo o sofrimento
Enquanto mal me alento
Na vida mais sangrenta.
Pudera de outra forma
Marcando esta reforma
Que tanto poderia
Trazer este vazio
Que agora mal recrio
Na sorte mais sombria.

11

O tempo se molda conforme se quer
O sonho trazendo momentos venais
Querendo em tal sonho, momentos banais
E o corpo se pode trazendo qualquer
Sensato caminho tramando a mulher
Que possa em verdade traçar desiguais
Medonha figura vagando em tal cais
Sabendo que o medo nos traz se vier.
Vivendo sozinho sem nada a temer
Amor mais daninho moldando o prazer
Gerando o vazio sensata verdade
Que tanto concebo num novo sentido
O canto resume no tempo perdido
Que tanto pudesse no quanto degrade.
12

Meu verso calado
O tempo se engana
A sorte profana
O sonho enredado
No vento que evado
Na luz que ora dana,
A vida cigana
Traduz o passado
O beijo o carinho
Ausente e daninho
Não resta mais nada
Somente o que tento
Vencendo este vento
Rompendo alvorada


13

Minha vida eu não pude
Traduzir felicidade
O que possa na verdade
Com certeza trama a rude
Luz em rara plenitude
E o cenário se degrade
No saber que agora invade
Do que possa e desilude
Meu tormento se trazendo
Onde o sonho diz remendo
E meu barco naufragara
A saudade sem juízo
O meu canto que impreciso
Nega a noite mansa e clara.

14

Já não cabe mais promessa
Nem tampouco o que se quis
O meu mundo sendo gris
No vazio recomeça
A saudade não se expressa
No que possa ser feliz
E se sou mero aprendiz
A verdade não tem pressa,
Bebo em goles sempre fartos
Tento crer em novos partos
Onde o tempo me traria
Voz suave e mais profunda
Onde o sonho agora inunda
E transborda em poesia.

15


Nada tenho do passado
Nem tampouco quis saber
Do que possa perceber
Deste sonho desejado
Onde o mundo que ora evado
Trama as ânsias do querer
E moldando tal prazer,
Nada diz do velho enfado.
Resumindo cada verso
Sigo envolto e sou diverso
Do que pude acreditar
A verdade não se cansa
E a palavra mesmo mansa
Nada possa desenhar.

Nenhum comentário: