sábado, 25 de junho de 2011

Ah! Para ele é que a carne podre fica,
E no inventário da matéria rica
Cabe aos seus filhos a maior porção!

Augusto dos Anjos


Enquanto esta iguaria majestosa
Em farsa irracional se desvendando,
Imagem de um planeta degradando
Espinho dilacera qualquer rosa.
A fúria em tal partilha caprichosa,
O mundo noutro tom mordaz e infando,
Cratera pouco a pouco se formando
Nesta alma sem pudor, rude e lodosa.
A queda deste império a cada dia
Expressa na verdade movediça
E o quanto em tal poder tudo cobiça
O micromundo então devoraria,
Desvendando-se então a eternidade
Supernidade então já se degrade...

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