sábado, 25 de junho de 2011

E o Lázaro caminha em seu destino
Para um fim que ele mesmo desconhece!

Augusto dos Anjos

Caminho para hostil e ledo espaço
Ausente do que possa em esperança
E quanto mais além o passo avança,
A vida se desfaz, corte e cansaço.
No sórdido cenário que ora traço,
Engodos são fiéis desta balança
Enquanto eu me disfarço com pujança,
Sou pútrida expressão de um corpo lasso.
O fim se aproximando, será mesmo?
E quando solitário, eu ensimesmo,
Apreensões divagando sobre o nada,
E desconheço o fim da torpe escada
Que leve ao infinito ou mero grão,
Só tenho uma certeza: a podridão.

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