quinta-feira, 1 de setembro de 2011

01/10/11


Rolando estas estrelas no meu céu
Augúrios tão diversos do que eu quis
Sanando cada instante nada fiz
E mesmo se desenha a vida ao léu,

Sabendo deste engodo o ser cruel
Grassando sobre o turvo mundo gris
Não possa de tal forma este infeliz
Vagando sem sentido sob o véu

Escrevo o quanto pude e não vivesse
Ainda que deveras merecesse
Alguma chance após a queda e o medo,

A sorte que deveras me concedo
Enquanto noutro passo eu condeno
Aonde quis o sonho mais sereno.

2


Depois de tanto tempo; em penitência,
A vida não traria melhor sorte
Sem ter o quanto possa e me conforte
Restando dentro da alma a incoerência.

Apenas poderia em turbulência
Vestir o que deveras não comporte
O rumo se desenha e tendo o corte
Ousando no vazio em violência

A sordidez se faz tão necessária?
A farsa se montando temerária
E o peso de uma vida me envergasse,

Assim a consciência nada traga
Senão a ponta fina desta adaga
Mostrando o claro amor em dupla face.

3


Sem nuvens, sobre mim, esta amplidão
Expressa o quanto quis e nada veio,
Apenas prosseguindo sempre alheio
Ousando acreditar em tal versão,

O mundo sonegando a dimensão
Entoa este vazio e não rodeio
Senão meu caminhar em devaneio
Sabendo quanto dói tal solidão,

Não pude desvendar noutro momento
E sei do quanto busque o que ora eu tento
Cerzindo no vazio alguma luz,

Capacidade dita o dia a dia
Que enquanto noutro tom se moldaria
Ao nada simplesmente me conduz.

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