quinta-feira, 29 de setembro de 2011

29/09/2011


Da vida que se fez chuva e granizo,
Apenas a verdade nos liberta
A porta da esperança estando aberta
E nisto cada passo é mais preciso,

O verso se transforma e quando o riso
Moldando no vazio o que deserta
Minha alma sem sentido descoberta
Marcando com terror meu prejuízo,

A morte sendo assim tão costumeira
A luta noutra face agora esgueira
E gera o que talvez não mais pudesse,

Cantando sem saber do quanto pude
Vivendo tão somente esta atitude
Que traga ao coração calor e prece.

2
No tempo em que sozinho eu hibernei,
Deixando para trás qualquer enredo
Que tanto se desenha sem segredo
Marcante solução esgota a lei.

O verso sem sentido que tramei
O manto convertido em que concedo
Transcende ao que buscara desde cedo,
E nisto todo engodo procurei,

Vestígios do que fora novamente
O mundo que se tanto agora mente
Não traz qualquer sinal de mansidão,

A paz já se sonega e nada veio,
Somente o meu caminho em devaneio,
Marcando os dias tolos que virão.

3


Ao ter de uma esperança, enfim, a sorte
Diversa da que possa transmitir
O tanto quanto pude redimir.
E toda esta saudade me comporte,

A vida noutro rumo já transporte
O todo que não canso de pedir
E sem saber decerto do porvir
O medo se anuncia e trama a morte,

Não possa com certeza imaginar
O quanto deste enredo tem lugar
Ainda que se veja o quanto resta

Da luta sem proveito e no cansaço
O gesto que deveras sempre traço
Adentra esta expressão dura e funesta.

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