sábado, 15 de outubro de 2011

15/10/11

Descendo estas montanhas da esperança
Encontro o vale rude da saudade
Que embora se inundando, na verdade
Jamais outro cenário a vista alcança

Montanha tão distante onde se lança
A marca que deveras nos degrade
Jogando a solidão que tanto invade
Marcando com terror enquanto avança.

Já não concederia novo aparte
A quem noutro cenário não comparte
Nem mesmo me permita algum alento,

Um velho sonhador já sem espaço,
O canto sem louvor quando o desfaço
Traduz o que deveras nem mais tento.

2

Encontro nas manhãs o belo sol
Que tanto desejei e não viera,
A sorte renovando em primavera
Traduz o quanto bebo em arrebol,

Não pude imaginar se sigo em prol
Ao todo que deveras logo impera
Ousando acreditar no que me espera
Fazendo de teu corpo meu lençol.

Espero pelo menos dentro em pouco
Viver o quanto possa e mesmo louco
Audaciosamente acreditar

Nas tantas ingerências do passado
Deixando para trás o demarcado
Caminho sem saber de algum lugar.


3

Mineiro coração de um sonhador
Que tenta acreditar nos seus cristais
E quando a noite trama em desiguais
Caminhos procurando cada flor,

E nesta sensação ao recompor
O tempo quando além tu já te esvais,
O rústico cenário em tons banais
Presume o nascimento de um amor.

Quem sabe, na casinha de sapé
O sonho se deslinda em rara fé
E gere a consciência de um instante

Que possa me trazer nova faceta
E tendo toda a sorte que prometa
Felicidade eu vivo doravante.

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