sábado, 8 de outubro de 2011

MINHA ESPERANÇA - QUE TE QUERO RUBRA

MINHA ESPERANÇA

Minha esperança paira sobre uma tempestade de raios e trovões, numa guerrilha diária e repetitiva. Minha esperança dança sobre um turbilhão de notícias a esmo, palavras soltas e tentativas de golpe; Minha esperança observa cada passo, medido e desmedido do inimigo feroz e voraz, louco e sedento. Minha esperança aporta um cais após maremotos e tentativas de naufrágios dos sonhos, dos nossos sonhos. Minha esperança atravessa um deserto de idéias e tempestades de areia jogadas sobre os olhos do povo em busca de um oásis. Minha esperança se abraça com os cadáveres dos companheiros mortos, mas advinha o amanhã, o hoje, o sempre. Minha esperança, vinda do ontem preso, calado, contido, restrito, vislumbra o lume ao final da estrada.. Minha esperança é apedrejada por tantos e tantos, mas a couraça se fortalece e segue adiante. Minha esperança vai na boca desdentada e na roupa rota, dos aflitos, e sobrevive cada vez maior. Minha esperança reflete nos olhos da criança faminta e semimorta o brilho da comida e da escola. Minha esperança, menina levada, rala o joelho, chora, mas volta a subir na árvore. Minha esperança voa, corta os céus, e esverdeia o rumo dos meus pés cansados. Minha esperança é uma estrela, brilha, vermelha, bela. Estrela guia, forte filha de tantas dores, de tantas flores vencendo canhão. Minha esperança é um cálice de vinho, vermelho vinho, embriagando de alegria o velho peito estremecido. Minha esperança moleca, sapeca, safada, se traduz sob os lençóis no vermelho sangue do sexo adorável e doce. Minha esperança traz o gosto da primavera e de doce de moleque, feito do amendoim mais vermelho. Minha esperança tem o sabor da vermelha cereja, de fruta gostosa, de canto de paz e amizade. Minha esperança, vermelha na cor, vermelha de sangue e verde nos olhos...

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