quinta-feira, 21 de junho de 2012

ENTRELACES

ENTRELACES

A morte se aproxima lentamente
Do rico leito, de edredons forrado;
De nada vale o médico ao doente
Nem o remédio que ele tem tomado.

Trazendo, no colo, pequenina filha.
Jogada ao chão, imundo, na calçada,
A vagabunda, suja e maltrapilha,
Vive, por certo, ali, do quase nada.

A sorte se mostrando traiçoeira,
Vestida de nobreza em dura morte,
Vestida de outra morte, numa esteira

Se faz sem esperanças, vidas passam...
No canto da agonia, bem mais forte;
Extremos que se tocam, se entrelaçam...

VALMAR LOUMANN e MARCOS COUTINHO LOURES

Nenhum comentário: