sábado, 9 de junho de 2012

A VIDA

A vida simplesmente me devora,
Mas tomo noite e dia talagadas
Desta aguardente imensa que, sem hora,
Encontro neste bar, nas madrugadas.
Amada a quem queria uma senhora,
Se veste de ilusão, já vai embora...

Não quero mais ouvir as zombarias
Que encontro a cada vez que assim suspiro.
Os becos da saudade em noites frias
Ouvindo pelas ruas como um tiro
Que as mãos que me deixaram desferias
No luto merencório do retiro...

Mas sabes da fumaça/coração
Que o gosto desta vida: uma emoção...

MARCOS LOURES

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