sábado, 7 de julho de 2012

DUROS PESADELOS

DUROS PESADELOS

Em duros pesadelos, noite passa
Expondo estas verdades que eu carrego.
No dia, a claridade já disfarça
E oculto de mim mesmo, mudo e cego.

Porém o que fazer? Expor-me em praça
Pública? Meus temores, quando os nego,
Guardados na gaveta, exposta à traça;
Em falsa sensação à qual me apego,

Ressurgem toda noite a me assombrar.
Latentes, estas dores latejantes
Explodem num gelado e imenso mar.

Tomada sem ter tréguas por terror
Minha alma nas procelas perturbantes
Demonstra-se refém deste pavor...

MARCOS LOURES

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