quinta-feira, 23 de agosto de 2012

ERMOS POÇOS

ERMOS POÇOS

Amiga, qual fantasma que sem rumo
Vagueia pela noite em hora morta,
Batendo firmemente em tua porta
Na busca por apoio e certo prumo.

Meus erros reconheço, enfim, assumo
Nem mesmo esta certeza me conforta,
Mesmo arrependimento também corta,
A vida vai perdendo assim seu sumo.

Temendo que me atinja tal desgraça
Tocando bem mais fundo em minha pele,
Sobrando tão somente os meus destroços,

Fantasma que se esconde na carcaça
E a quem a própria vida já repele
Agarra tuas mãos em ermos poços...

MARCOS LOURES

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