sábado, 18 de agosto de 2012

SIM, MEU AMOR...

SIM, MEU AMOR...

Muitas vezes um sonho ao se mostrar disforme
Arranca em pesadelo os gritos mais medonhos.
A mão que me tortura imensa e tão enorme
Tomando o inconsciente em formatos bisonhos

Avança sobre mim enquanto a rua dorme
E toca com vigor meus olhos tão tristonhos.
Não há, pois, na verdade alguém que se conforme
Ao ver tal heresia invadindo seus sonhos.

Percebo em cada dedo a seta inquiridora
Qual fora o meu pecado o que não se perdoa.
Um grito aterrador pelo meu quarto ecoa

Acordo em sobressalto e vejo a redentora
Presença deste amor. Solidão vai embora
A sudorese cessa... E a noite enfim se escoa...

MARCOS LOURES

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