segunda-feira, 1 de outubro de 2012

DESAMAR...

DESAMAR...

Noites vão rondando em lume raro,
Nascendo a cada verso um gozo pleno.
Do verbo que se fez o meu amparo,
O mar que me embebeda é mais sereno.

Gosto que me enrosco deste amaro
Cardume que se molda em bom veneno.
Escalo as esperanças, vendo caro
O gesto que já fora outrora ameno.

A lua é de uma noite a paraninfa,
Amor se estraçalhando expõe a linfa
Aonde se cultiva esta mortalha.

Montanhas, cordilheiras, velhos planos,
Amor em solidão, só desenganos,
Desamar é saber do fio da navalha...

MARCOS LOURES

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