quinta-feira, 25 de outubro de 2012

DOCE LACRE

DOCE LACRE


as tuas matas são o meu mistério
que busco sempre, ávido explorar
na sua penumbra tenho o refrigério
que faz meu corpo tenso repousar

os doces veios abrem-se ao sedento
hospitaleiros, mornos perfumados
neles penetro túmido ao relento
para gozar sentidos exaltados!

tua nudez é meu prêmio maior
por ela vivo horas de loucura
cada recanto tem um prazer mor
quando a apalpo na noite escura

entre odores e sabores acres
me prendes firme qual tivesses lacre

zéferro

Usando tuas pernas quais tenazes,
Aprisionando assim, o seu parceiro,
Percebo quão divinos e vorazes
Prazeres e me dou, mergulho inteiro.

Nas rotas perfumadas, mais audazes,
O amor feito um delírio, costumeiro,
Escondes sob as mangas os quatro ases,
No jogo que queremos corriqueiro,

No mato, no motel ou numa rede,
Eu mato no teu corpo a minha sede,
Num vício prazeroso, satisfeito,

Arranco o teu vestido e te desnudo,
Mergulho sem defesa e vou com tudo,
Deleito-me ao deitar sobre o teu leito.


MARCOS LOURES

Nenhum comentário: