quarta-feira, 6 de março de 2013

A INUTILIDADE DE SER CIGARRA

A INUTILIDADE DE SER CIGARRA

Cometo este pecado: sou poeta,
E pago uma alta conta só por isso,
Se o carro deu defeito, algum enguiço,
Palavra nada vale nem completa,

Pra música moderna dou a seta,
Ultrapassado e velho, sou mortiço,
Porém jamais serei calado e omisso,
Ainda tenho a Musa como meta.

Revendo os meus conceitos, sigo em frente,
A vida de um escriba penitente
Não vale quase nada no Brasil.

Mas tendo alguns amigos, isto basta,
Enquanto a poesia morre e pasta,
O peito ainda quer ser varonil...

MARCOS LOURES

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