sexta-feira, 28 de junho de 2013

O QUANTO SINTO

O QUANTO SINTO

Transcrevo o quanto sinto?
Nem sempre
A vida traça por si só
Caminhos e veredas,
Portos, morte
Mas no final tudo dá certo,
Aberto, exposto
Conta-gotas
Contragosto,
Outro agosto
Ou tanto faz.
Nas expressões ações
Expões e recompões,
Mas assino embaixo
E o contrabaixo
Executando a gravidade
Do sonho
Do quanto entoo
E bebo sem sentir
O quanto escrevo
E mesmo devo
Além da trama
Do todo em ocasos
Prazos ou silenciosamente
Tracionados pelo vago de um anseio
Sem sentido.
Vernáculos? Tentáculos
Oráculos e miraculosamente
A mente roga e gira e ramifica
Em presas, traças.
Destroças em troças a falida imagem
Da fuligem da alma exposta,
Recomposta?
Nem sempre.
Apenas um instantâneo
De um momento aonde o bonde
Foi e o mineiro ficou.
Ousando em mil tons
Em rosas, ainda que tardiamente.
Ponteio a viola que importei de Catulo
Vendo a mesma lua,
A mesma face
Deslambida e crua
Da cidadezinha que está na parede
No teto e principalmente, na minha alma...

MARCOS LOURES

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