sexta-feira, 10 de outubro de 2014

MINHA CONSCIÊNCIA SOCIALISTA

A CONSCIÊNCIA SOCIALISTA 

Recebo da boca da noite o beijo suave e sensual, trazendo teu rosto e gosto; Foste companheira fiel, amiga e amada, luz da minha madrugada, corte e sangue. Nas minhas andanças, foste a primeira e fiel companheira, última de tantas... Vinhas, diariamente aos meus pensamentos e angústias, cansados os passos Inatingível porto, longínquo mar, meu mar enclave de esperanças... Nas ruas do Rio, nas curvas do rio, na seca e plantio, fiel camarada... Te quis e te quero, não me perdeste de vista, muitas vezes fragilizada, Mas sempre comigo, a cada nova batalha contra tudo e todos. Amiga, tentaram teu corpo, tentaram extingui-la, tentaram mata-la. Quando te ergueste, ressuscitada, foste atingida. Teus pés afetados por violência sem par, quase quebraste. Mas percerbo-te sorrindo, com sorriso matreiro, me irritaste No começo, agora, não, já consigo te compreender, menina sapeca. A mão que te apedrejava era podre, mais podre que tudo. Engabelava a todos, menos a ti, e a todos os que amaram na vida. Não do amor erótico inerente, mas o amor altruísta de quem sonha, De quem respeita e congrega, nunca segrega. Minha vida passa num átimo, num ótimo momento de luz Seduzida por ti, cara tatuagem da minha alma. Tua calma me atrai, me distrai e me revigora. Agora, tua hora é minha e nossa hora, alvorada, hora amada. Saber-te revivida e contagiante, saber-te rejuvenescida na minha maturidade Saber-te assim, coerentemente forte, nunca inerte, meu norte, sem desnorteio. Sem mudar um centímetro, ao contrário de mim, pobre errôneo pela vida. Mas, em última análise, fiel a ti, frase por frase, fase por fase... Quero-te tanto, nunca mais poderia fugir do teu manto, vives no recanto Da alma, calma e firme, aderida, nunca à deriva, sempre atada, Amarrada a cada reentrância da alma, da esperança. Chamar-te à luta é fácil, nunca oscilas sempre cativante nunca cativa, Nunca vacilas, amiga de tantas lutas, de todas as lutas, de eternas lutas, Das ondas desse mar, mesmo com tsunamis, mesmo com tempestades. Em todos os lugares por onde andei, por onde passei ou ouvi falar, Existem tantas quantas poderiam existir, fortes aliadas, forças atadas Entre si, que resistiram e resistirão, contra aqueles que são ou tolos Ou canalhas, os que querem tua morte, nunca vencerão, Nunca passarão, estarrecidos com a tua resistência, Na impossível convivência, tentam te exterminar. Mas amiga, és mais forte, até contra o nosso cansaço, muitas vezes Tua gana é maior. Agora entendo teu riso maroto, no âmago garoto, resistes... Não mais te resisto, a rua me clama, a lua me chama o amanhã já vem. Venceste meu medo, meus segredos conheces, não temo a guerra, Na eterna batalha, meu peito não falha, não nega ou sonega, Simplesmente ama.

MARCOS LOURES

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