domingo, 2 de novembro de 2014

SANGRANDO




SANGRANDO

Os pés que se cortaram noutra cena
Ainda estão sangrando dentro em mim,
A queda se aproxima e tida o fim
Enquanto esta verdade me envenena,

O passo noutro rumo já condena
E o caos tomando inteiro o meu jardim
Não deixa que se veja nada assim,
Somente a solidão, feroz e plena.

Esgarço o meu caminho em dor e medo
E quando algum cenário além concedo
Apenas mera face caricata

E o corte se traçando em tal seara
Aonde a própria vida se escancara
E a morte na verdade não resgata.

MARCOS MACIEL COUTINHO

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