quinta-feira, 25 de junho de 2015

251


O mundo que sonhei não se deseja
Nem mesmo permite novo aprumo.
Regresso em nossa noite enluarada,
Vasculho no teu corpo cada canto.
A fonte do que sempre deu encanto,
Encontro seu caminho, minha amada.

A sorte que se faça enfim amada
Transforma tudo aquilo que deseja
Na face deste raro nobre encanto
E quando pouco a pouco em paz me aprumo,
Ousando acreditar num novo canto
Presumo a noite intensa e enluarada,

A vida se permite enluarada
E gera a mesma senda tão amada
Que possa traduzir suave canto,
E nisto o quanto quero, a alma deseja,
Tramando na certeza deste aprumo
O dia no mais claro e puro encanto,

Ousasse perceber o teu encanto,
E vendo a sorte em senda enluarada
O todo que deveras se deseja
Trouxesse aqui de novo a tão amada
Mulher quando esperança mais deseja
Tocando mansamente um belo canto,

E sigo sem temor qualquer o canto
E nisto o meu cenário em desencanto
Não trama o quanto a sorte mais deseja
Vagando pela sorte enluarada
O vento traz a noite tão amada
E nesta sensação de paz me aprumo,

E quando nos teus braços meu aprumo,
O sonho se traduz em belo canto
E vejo esta certeza aonde a amada
Tomada pelas redes deste encanto
Tramasse na esperança enluarada
O quanto mais esta alma ora deseja

E sei quanto deseja o raro aprumo,
Minha alma enluarada escuta o canto
Que é feito em puro encanto, a minha amada...


252


Proponho não guardar mais o segredo
Vivermos nossa vida sem temor.
O tempo desfará qualquer um medo
Embora em nossa cama, tal pavor
Que sempre nos trará um novo enredo...
Desejo de beijar a tua boca

Sentindo delicada e doce boca
Que traz aos meus ouvidos o segredo
Do mundo se fazendo em raro enredo
Deixando para trás cada temor,
O tanto que se visse com pavor
Já não traria mais sequer o medo,

Ainda quando reste qualquer medo
A vida se inundando em tua boca
Nos sonhos mais audazes sem pavor,
O amor se traduzisse no segredo
E nisto possa além e sem temor
Seguir o quanto reste em nobre enredo,

E sei desta emoção, suave enredo,
Deixando no passado o velho medo
E quando se caminha sem temor
Das furnas mais profundas vejo a boca,
Descubro das entranhas o segredo
Esqueço qualquer corte, sem pavor,

E sigo simplesmente, onde o pavor
Deixara demarcado em vago enredo
O sonho deslindando algum segredo,
E nisto superando o velho medo
Da noite escancarando a sua boca
Já não conheceria mais temor,

E sendo o meu caminho sem temor,
Sem nada que trouxesse algum pavor
Ousando perceber na tua boca
O beijo que permita novo enredo
Supero com certeza todo o medo
Descubro dos teus sonhos, o segredo,

E quando em teu segredo sem temor
Supero qualquer medo, onde há pavor,
Refaço o meu enredo em tua boca,


253


Depois fugir correndo sem ter rumo.
A mão que te deseja morre louca...
Depois de tanto não já me acostumo.
No fundo essa verdade era bem pouca...
Meu barco vou levando docemente,
E sempre meu caminho sigo atento

O sonho que se exige mais atento
Expressa o que em verdade tento e rumo,
Ousando nesta sorte docemente,
Vagar nesta vontade imensa e louca
Aonde a sorte fora até bem pouca,
Porém a cada fato me acostumo,

Sabendo que ao final tanto acostumo,
E viva mesmo quando estou atento
A luta desenhada, embora pouca,
Transcende ao que pudera noutro rumo,
E sendo a minha vida atroz e louca
Pudesse ter a paz, mais docemente,

E quanto mais se faça docemente
O tanto que inda resta eu me acostumo,
E vendo esta expressão audaz e louca
Seguindo cada passo mais atento
Ousando na verdade aonde rumo
Traçar uma emoção, mesmo que pouca,

A vida se mostrara aonde é pouca
A sorte de quem tenta docemente
Vencer e refazer seu velho rumo,
E quando na verdade me acostumo,
Esbarro no que houvera mais atento
E sigo a leda estrada longa e louca,

A sorte desnudara a senda louca,
Seara aonde a vida se faz pouca
E o tempo se perdendo já sem rumo,
E quando deveria estar atento
Ousando até viver mais docemente,
Aos poucos sem saber eu me acostumo
E noutra dimensão decerto eu rumo,

Traçando cada rumo em fonte louca,
Eu tanto me acostumo à sorte pouca
Que sigo docemente, mas atento...


254

Se mente ou se remete, já desmente,
A nau que se flutua sem ter vento.
Na boca que não beijo, mais contente...
Agora nossa noite traz a lua,
O sonho de viver tão doce fado,
Embora sem certezas, continua.

A vida na verdade continua
E nada do que tento ora desmente
E vejo tão somente o velho fado
E nele cada sonho dita o vento
Vivendo a perfeição da bela lua
Fazendo o coração bem mais contente,

O quanto poderia estar contente
Não deixa a dor que quando continua
Espalha tantas brumas sobre a lua
E o tempo na verdade não desmente,
Ousando se entregar ao forte vento
Que mude com certeza o nosso fado,

A vida traduzisse além do fado,
E nisto o quanto possa e me contente
Gerando na verdade o imenso vento
Que possa traduzir e continua
Enquanto o dia a dia me desmente
E traça no infinito a deusa lua,

A sorte prateada trama a lua
E nela o que se veja dita o fado,
O mundo num momento se desmente
E gera o quanto possa mais contente
Viver o que deveras continua
Expondo o coração ao forte vento,

Sentindo em minha face o doce vento
O olhar neste horizonte busca a lua
E trama o que deveras continua
No quanto se anuncia em raro fado,
Ousando ser além bem mais contente,
Nem mesmo a tua ausência me desmente,

O quanto se desmente e solta ao vento
O todo que contente e trague a lua
Expressa o quanto o fado, continua,


255

Neste Abstrato desejo de viver
Tornando-se decerto todo o outono
Causando a sensação dum abandono
Embora, com certeza irei morrer.
Ao ver a tua imagem traduzida
Em vários e espelhados desenganos.

A vida superando desenganos
Ajuda a cada instante o meu viver
E nisto o quanto a sorte é traduzida
Além do que me reste neste outono
E pouco a pouco sinto que ao morrer
Encontrarei apenas o abandono,

A sorte que deveras abandono,
Expressa tão somente desenganos,
E nisto uma esperança irá morrer
Deixando o quanto pude antes viver
Ao invernar decerto o ledo outono,
Eu vejo esta incerteza traduzida

Aonde na verdade traduzida,
A sorte se moldara em abandono,
E sinto a frialdade deste outono
No quanto poderia em desenganos
Tramar esta vontade de viver
Deixando para trás o que morrer,

Mas sei que na verdade irei morrer
E nisto a sorte vejo traduzida
E mesmo na memória se eu viver,
O tempo resumisse em abandono
Os erros tão comuns, meus desenganos,
Traçando o quanto tenha neste outono,

A luta se desenha a cada outono
E sinto esta esperança vã morrer,
Embora os mais comuns dos desenganos
Na luta tantas vezes traduzida
Promessa no final de um abandono
Que negue qualquer chance de viver,

Pudera então viver além do outono
E sem este abandono em paz morrer,
Sem vida traduzida em desenganos.


256

Reforçam meus amores pela vida.
Ao ver teu corpo nu tão delicado
Nas páginas viradas do caderno
Que trago na gaveta deste inverno,
Em voltas desconexas minha mente
Retorna aos meus momentos pueris,

E quando em sonhos claros, pueris,
Entranha dentro da alma a plena vida,
O verso se transforma e toca a mente
Gerando este momento delicado
E deixa tão somente o frio inverno
Nas páginas rasgadas de um caderno,

O tempo se anuncia e no caderno
Da vida escrevo em versos pueris
Ousando ultrapassar o próprio inverno,
E nisto resumindo a minha vida
Num canto mais sutil e delicado,
Que possa transformar a minha mente.

Rondando sem temores já não mente
O quanto demarcado num caderno
Expresse este rumor mais delicado
E vendo tais cenários pueris
A sorte que é suporte desta vida
Deixasse sem sentido algum inverno,

Preparo tão somente após o inverno
A primavera da alma e trago à mente
A força que resume toda a vida
E nisto nos recados o caderno
Dos sonhos traz os dias pueris
E neles cada passo delicado,

O tanto se fizera delicado,
Vencendo com firmeza o rude inverno,
E mesmo nos momentos pueris,
A sorte se mostrara em minha mente
Marcando com firmeza este caderno
Aonde se desenha a nossa vida,

O passo dita a vida, delicado,
E mesmo que o caderno marque inverno,
Sonhos de minha mente, pueris...


257


Dos sonhos que alimento, ser feliz,
E, vejo que não passo deste sonho,
Da vida refazendo uma ilusão.
Morrer é quase sempre a solução
De tanta dor que trago, mar medonho.
Prossigo sem rever tua nudez,

E quando a vida trama esta nudez
Que possa traduzir o ser feliz
O verso se resume e além, medonho,
Poreja sem sentido qualquer sonho
E nele invés de toda a solução
Realças tão somente esta ilusão,

A vida transformada em ilusão,
Pudesse ter somente esta nudez
De um tempo sem saber da solução
Que deixe o dia a dia mais feliz,
E quando sem caminho algum eu sonho
O mundo se desnuda vão, medonho.

E sei deste cenário ora medonho
Envolto pelas brumas da ilusão
E quando no final é mero sonho
O tempo se transforma e da nudez
Expressa este vazio e o ser feliz
Não traz neste horizonte a solução.

Amar talvez não seja a solução
Que possa desvendar num ar medonho
O como poderia ser feliz
Sem ser tão simplesmente uma ilusão,
E vejo em cada traço da nudez
O quanto na verdade fora um sonho,

O mundo se desnuda a cada sonho,
E tanto que busque a solução
Encontro no passado esta nudez
E nela o meu caminho ora medonho,
Expressa o verso dito em ilusão
E nega o quanto queira ser feliz,

Pudesse ser feliz, mas mero sonho,
Quem vive da ilusão, sem solução,
Desvenda em ar medonho, a vã nudez.


258


Vencido pelo medo de perder
Aquela que na vida eu sempre quis
Espero viajar no ser feliz
E, enfim rever vontade de viver...
Qual fosse um cavaleiro sem corcel,
Em plena madrugada, solitário,

Meu mundo se desenha solitário
E o quanto se traduz neste perder
Retira a montaria, o meu corcel,
Vagando por distante sonho. E quis
Somente algum instante em paz viver,
Quem sabe até poder ser mais feliz.

Ainda quando tente e vá feliz
Um ermo caminhante solitário
Apenas traz vontade de viver,
E sabe que seu rumo irá perder,
E mesmo quando o sonho sempre quis
A vida sonegasse o meu corcel,

A noite se perdendo onde o corcel
Tentasse alçar um tempo mais feliz,
O sonho que deveras tanto eu quis,
Agora se presume solitário
E vejo o meu caminho a se perder,
Sem ter o quanto possa em paz viver,

O tanto quanto reste em meu viver
O mundo se transforma e meu corcel
Há tanto noutro rumo a se perder,
Não deixa que se veja mais feliz
O velho cavaleiro solitário
Que tanto; na verdade, amores quis.

E quando noutro instante tudo quis
Ao menos na esperança de viver
O tempo tão audaz e solitário
Vagando sem destino, amor-corcel,
Expressa a negação do ser feliz
E põe toda a vontade a se perder,

E quando enfim perder o que mais quis
Ainda o ser feliz nega o viver
Sem rumo e sem corcel, vou solitário...


259


Estrelas dos amores que vivi
Espreitam nas escadas lá do céu.
Mas deixe estar, a lua voltará
E me trará nos raios que perdeste;
Dos medos que te trouxe, conheceste
A luz que para sempre brilhará.

Meu mundo num instante brilhará
E nisto o quanto outrora em paz vivi,
Ousasse acreditar se conheceste
A imensidão do quanto em raro céu
Singrasse pelo rumo que perdeste,
E sei que a sorte um dia voltará

E quando na verdade voltará
O tempo mais suave brilhará
E o tanto quanto possa ou já perdeste
Marcando cada dia que vivi,
Traçando rara estrela em belo céu
E nela- os paraísos – conheceste.

O sonho que decerto conheceste
Mostrando o que deveras voltará
Encontraria além no raro céu
O tanto quanto a vida brilhará
Deixando no passado o que vivi
E a cada nova ausência tu perdeste,

O rumo que deveras já perdeste,
E o nada que decerto conheceste
Não traz mais cada engodo e se o vivi,
O tempo sei que nunca voltará
Somente outro caminho brilhará
E renovasse assim inteiro o céu,

O mundo se desenha neste céu
E o canto que deveras já perdeste
Expressa o quanto a vida brilhará
Enquanto cada passo conheceste
E nisto o que deveras voltará
Expressará o todo que vivi,

E sei quando vivi em pleno céu
E sinto voltará o que perdeste,
E o amor que conheceste, brilhará...


260

A mansa vastidão deste universo
Diverso do que sempre imaginastes,
Por mais que liberdade desejastes
Não sabes como é livre esse meu verso!
Minhas lágrimas, gritos e tormentas
Tolos, vagos espaços, mais remotos...

E tento mergulhar mesmo em remotos
Cenários desbravando este universo
E quando me sentira em vãs tormentas,
Além do que decerto imaginastes,
Tentando desvendar meu claro verso
No quanto sei que tanto o desejastes,

E sinto muito além se desejastes
Vencer os mais difíceis e remotos
Caminhos entre pedras quando eu verso
Grassando com meu sonho este universo
E mesmo quando além imaginastes,
Enfrentaria apenas tais tormentas,

E sei de noites feitas em tormentas,
E nelas o que tanto desejastes,
Marcantes ilusões; imaginastes,
Em dias e momentos mais remotos
Nas tramas mais sutis deste universo
Ousando acreditar em cada verso,

O mundo sonegasse todo verso
E mostraria apenas as tormentas
E nelas o vagar deste universo
Enquanto o que deveras desejastes
Tramasse entre momentos tão remotos
O todo que bem sinto, imaginastes,

E quando no final imaginastes
A simples ilusão a cada verso
Marcando com anseios tão remotos
Os dias entre as vagas e tormentas,
Negando o que decerto desejastes,
Moldando a ferro e fogo este universo,

Vivendo este universo, imaginastes,
O quanto desejastes- mero verso,
Adentrando tormentas, vou remoto...


261



Nas irradiações, rotações lentas.
Guardados os teus olhos, velhas fotos
Amareladas quedam-se esquecidas...
Os anjos, os arcanjos vão passando,
Proclamam tanto amor por pobres vidas.
Nas tormentas celestes, renovando...

O dia a cada instante renovando
Embora tais mudanças sejam lentas
Esboçam na verdade as nossas vidas
Percebo cada ruga nestas fotos,
E os dias, meses, anos vão passando,
As horas pelos cantos esquecidas,

Enquanto vejo as tramas esquecidas
E o tempo noutro tempo renovando
Apenas os momentos que passando
Expressam as vontades, mesmo lentas,
Resumem nossa história velhas fotos
Retratos destas tantas vagas vidas,

E quando se anunciam nestas vidas
As outras noutros cantos esquecidas,
Os olhos vasculhando rudes fotos
Do quanto já morrera e renovando
As tramas em diversas fases, lentas,
Os dias entre enganos vão passando,

Sentindo o quanto exista já passando
E nisso se presumem novas vidas
Arcando com as tramas mesmo as lentas
Enquanto outras veredas esquecidas
O mundo sempre vejo renovando
Deixando como rastros estas fotos,

E sinto que pudesse noutras fotos
Verter o quanto sigo já passando,
E noutro caminhar se renovando
A sensação de tantas várias vidas,
Algumas sem sentido ou esquecidas
Outras perdidas, mortas, lentas,

E quando vagam lentas, meras fotos,
No canto ora esquecidas, vão passando,
Memória mata as vidas, renovando...

262

Religiões, enigmas, convulsões
Das hiperestesias, dos portões
Abertos nos castelos do meu sonho...
Deliciosamente uma iguaria
Regada ao néctar; lúbrica folia...
Transmudam meu delírio, enfim risonho...

Transforma-se o momento onde risonho
Caminho dita em tantas convulsões
Marcando com terror velha folia
E nisto o quanto abrissem os portões
Pudessem traduzir essa iguaria
Que toque mais profundo cada sonho,

E quando na verdade sei que sonho
E sigo este momento mais risonho,
Trazendo para os olhos a iguaria
E mesmo quando envolto em convulsões
Os sonhos abririam tais portões
E nisto se presume uma folia,

O tempo se desenha em tal folia
E sei do quanto possa e quando sonho
Abrindo da esperança seus portões
Num tempo mais sutil, mesmo risonho,
Ainda quando houvesse convulsões
Amor seria enfim rara iguaria,

E quando num banquete esta iguaria,
Tramasse uma esperança, uma folia,
Os corpos em delírios, convulsões,
O tempo que deveras traz o sonho
Envolto num momento onde risonho
Abrisse da esperança os seus portões,

E quando se previsse além portões
O mundo como fosse uma iguaria
Teria esse momento mais risonho,
E tanto quanto possa em tal folia,
Viver o que deveras busco e sonho,
Superaria em paz as convulsões,

Amor em convulsões abre os portões
E traz a todo sonho esta iguaria,
Moldando da folia um ar risonho.

263



Ao ver o homem quase abandonado,
Exposto à dor temível da quimera.
Que nasce da paixão e degenera
E traz, sem perceber, um triste fado,
Exposto à valentia e sofrimento
Tocado em tais espinhos, leda vida.

O quanto recendesse à rude vida
Que trama a cada passo abandonado
A sorte em tal anseio e sofrimento
Eclode em rude bote da quimera,
E nisto se desenha sorte e fado,
E o todo num instante degenera,

O mundo sem sentido degenera
E traz em tom atroz a mera vida
E nisto se vislumbra amargo fado,
O tempo noutro rumo abandonado,
Exposto ao quanto venha em tal quimera
Marcar a nossa sorte em sofrimento,

O tanto se desnuda e o sofrimento
Aos poucos tão somente degenera
Renasce a cada engano esta quimera
E nisto se perdendo em rota a vida,
No barco pelo tempo abandonado
Encontro sem sentido algum meu fado,

O mundo desenhasse neste fado
O todo desvendado em sofrimento,
E sinto o quanto possa abandonado,
Volver ao que decerto degenera
E marca cada fase desta vida
Nas tramas mais audazes da quimera,

E sinto tão somente esta quimera
Marcando com as garras o meu fado,
E o tanto que restara em minha vida
Agora se desnuda em sofrimento,
E sei do quanto a sorte degenera
Deixando o velho sonho abandonado,

E sei que abandonado, esta quimera
Aos poucos degenera sina e fado,
Traçando em sofrimento a minha vida.


264


Da solidão, saudade, tão doída...
O Nosso Pai criou um sentimento
Que mata a solidão e a saudade,
Supera o desengano da paixão.
Protege nosso frágil coração:
A força alentadora da amizade!

E ao penetrar no peito uma amizade,
Ainda quando a vida é mais doída
Eclode renovando o coração
E traz imensa força em sentimento,
Suplanta com firmeza uma paixão,
Ainda que tocada por saudade,

Nos olhos o que dita uma saudade
Na doce sensação desta amizade,
Envolta nos anseios da paixão,
Presume uma alegria que é doída
E nesta profusão, meu sentimento,
Arrasta sem defesa o coração,

E vivo o quanto dita o coração
E levo sempre em mim viva saudade,
E quando sou refém de um sentimento,
Nas tramas mais sutis de uma amizade,
Ainda quando a sorte é mais doída
Ultrapassando as sendas da paixão.

Uma amizade além desta paixão,
Transforma e dominando o coração
Expressa esta emoção tanto doída
E bebo gota a gota esta saudade
Que trame com certeza uma amizade
E gere o mais sublime sentimento,

O quanto possa em nobre sentimento,
Vivendo imensamente uma paixão
Que traga como base uma amizade
E nisto ao invadir o coração
Toando sabiamente uma saudade
Supera mesmo a ausência mais doída,

A sorte mais doida, um sentimento,
Que dita na saudade esta paixão,
Tocando o coração, plena amizade...

265

Meu angélico amor tão sem cuidado
Desnudo dorme em praças, ao relento...
O beijo que me trazes, é do vento
Que teima em me lembrar: abandonado!
Vestido de ilusões que se frustraram
A cada novo dia, mais distante.

O sonho cada vez vejo distante
Do quanto possa mesmo ter cuidado,
As emoções deveras me frustraram
O coração prossegue no relento,
E o quanto se mostrara abandonado
Apenas se esvaindo em pleno vento,

O quanto se moldara neste vento,
Cenário se mostrasse mais distante
E nisto o barco segue abandonado,
Deveras com certeza mal cuidado,
E sempre que ora vejo no relento
Meus dias solitários me frustraram,

Os dias solitários que frustraram
Um pobre coração entregue ao vento,
Encontram tão somente o que ao relento
Mostrasse esta verdade tão distante
E nisto o meu anseio sem cuidado
Presume este momento, abandonado.

Meu mundo pela sorte abandonado
Expressa o quanto outrora me frustraram
Os ermos de um momento mal cuidado,
E nisto cada verso solto ao vento
Deixando o meu olhar bem mais distante
Traduz o quanto reste num relento,

E quando o grande amor segue ao relento,
O tempo dita o quanto abandonado
Cenário se desenha onde distante
Meu mundo entre tantos que o frustraram
Exposto sem defesa ao forte vento,
Persiste sem saber sequer cuidado,

Invés de algum cuidado, no relento,
O medo dita o vento, abandonado,
Dos ermos que frustraram, vou distante...


266

Misturas mais difíceis de viver
Amor com abandono? Não existe,
E os sonhos traçam rumos tão vazios
Que teimam, toda noite, em me esquecer.
Contrastes que se tornam sofrimento
Desprezos e desejos num conflito.

O quanto se mostrasse num conflito
O todo que pudera ora viver
E sei do meu imenso sofrimento,
Enquanto tão somente o nada existe
E nisto o quanto possa te esquecer
Talvez não mais deixasse estes vazios,

Os dias solitários e vazios
O tempo se mostrara num conflito
E quando se presume o que esquecer
Ainda poderia em paz viver,
Porém a solidão que ainda existe
Gerasse no final o sofrimento,

E quando se entranhando em sofrimento,
O mundo dita sempre entre os vazios
Momentos onde o medo quando existe
Transcende a qualquer forma de conflito,
E torna mais difícil o viver
Deixando tão somente o que esquecer,

Ainda quando eu quis ora esquecer
Somente ao encontrar o sofrimento
O nada refletindo o vão viver
E nisto desenhando estes vazios
Que possam num momento de conflito
Tramar o duro mal que ainda existe,

E sei do quanto a vida em vão existe
E o mundo poderia se esquecer
A cada novo engodo, outro conflito,
E nisto se cerzindo o sofrimento,
Encontro tão somente estes vazios
Na luta tão difícil do viver,

Na sorte de viver, o quanto existe,
Ainda nos vazios esquecer
O duro sofrimento em vão conflito.



267


De dores e dos beijos vida farta
E quase não percebo o quanto é rude
Deixando o coração em tal tormenta
Que embora veja a luz, noite brumosa,
Concebo deste quase que restou,
A luz que me maltrata e me alimenta.

O sonho que deveras alimenta
A sorte que pudera ser mais farta
Expressa tão somente o que restou,
Num ato ora feroz porquanto rude,
E sei desta ilusão quando é brumosa,
E neta bebo apenas vã tormenta,

Adentro sem sentir cada tormenta
E sei do quanto a vida se alimenta
Das tramas numa senda mais brumosa,
E quando a mesa vejo mesmo farta,
O tempo se desnuda atroz e rude
Colhendo cada entulho que restou,

Do quanto poderia e assim restou,
O sonho se expressando na tormenta
E mostra o dia a dia amargo e rude,
Aonde este vazio se alimenta
E quando poderia ser mais farta,
A vida se tornasse tão brumosa,

Seara da esperança ora brumosa,
Não deixa nem o quanto em paz restou,
E sei da imensidão em noite farta,
Porém quando pressinto outra tormenta
A fúria que domina me alimenta
E o passo se transforma duro e rude,

O tempo numa face bem mais rude
E a velha sensação atroz, brumosa,
Aonde o velho anseio me alimenta
Expressa tão somente o que restou
E nisto singro em vão cada tormenta
E vejo a solidão que já me farta.

O quanto fosse farta a sorte rude,
Marcando com tormenta em tez brumosa,
A vida que restou, não me alimenta...


268


Quem me dera esquecer a dor suprema
Que me traz violentos sofrimentos,
As noites solitárias, meus tormentos...
Por vezes no abandono de um amor,
Não tenho nem descanso nem alento.
Pudera ser feliz quem sabe um dia,

Quem vendo esta loucura dia a dia
Encontra na esperança a alma suprema
E quando na verdade busco o alento
Vencendo os dolorosos sofrimentos
Vivendo com ternura o imenso amor,
Esqueço tão somente os meus tormentos

E sei que a vida traz tantos tormentos
E busco com certeza um novo dia
E vendo o quanto possa o raro amor
Vestir a luz diversa e sei suprema,
Deixando no passado os sofrimentos,
Sem ter sequer talvez um mero alento,

E tanto quanto a sorte nega alento,
Ousando perpetrar tantos tormentos
Meus dias enveredam sofrimentos,
E nisto se refaz o duro dia
Aonde o quanto houvera em luz suprema
Gerasse muito além do vero amor,

E possa num instante em tanto amor,
Tramar outra alegria e deste alento
Ousar acreditar na luz suprema
Vencendo com ternura mil tormentos
Marcando com firmeza a cada dia
Deixando no passado os sofrimentos,

Os olhos em diversos sofrimentos,
O quanto se anuncia em franco amor,
Espreita que se faz em ledo dia,
E quando noutro instante em paz alento
Os ermos e diversos vãos tormentos
Encontram na esperança a paz suprema,

Ainda em luz suprema, os sofrimentos,
Trazendo seus tormentos, mas amor
Expressa um raro alento a cada dia.


269

Amor tanto machuca após prometer cura.
A noite na minha alma é sempre tão escura.
Não tendo teu carinho, espero teu perdão.
A lua no meu peito aguarda a escuridão.
Meu verso te dedico, espero teu carinho.
Não posso mais ficar nem quero ser sozinho...

A vida me deixou num canto, tão sozinho.
Na boca que me morde aguardo minha cura;
Eu que jamais esqueço um ato de carinho;
Por mais que seja estranho, espero a noite escura.
Sou como pirilampo, adoro a escuridão.
Por isso minha amada, entregue-se ao perdão!

Quem passa pela vida em busca do perdão,
No fim de seu caminho, encontra-se sozinho.
Quem busca neste sol, imensa escuridão,
É como quem procura a dor pensando em cura.
A luz tanto incendeia a noite mais escura
Quanto esta alvorada, imersa em teu carinho.

Eu quero o teu amor, em forma de carinho,
Aguardo assim, querida, um laivo de perdão.
A profundeza da alma está, sem ti, escura.
Cansado desta estrada, andando tão sozinho,
Espero pela amada, a certeza da cura...
Quem sabe inda tenha, a luz na escuridão?

A tempestade chega em plena escuridão.
A lua vai embora, esperava um carinho
De estrela enamorada, a dor negou a cura.
A noite nebulosa, em raios, sem perdão,
Avisa à pobre lua. Um cometa sozinho,
Passa, qual fora um raio, em plena noite escura.

Assim é meu amor, saudade tão escura
Em busca do teu beijo, encontro escuridão.
Melhor morrer assim, sem nada, tão sozinho...
Sem sonho que me traga, amor, calor, carinho.
Eu sei nunca darás, o dom do teu perdão...
A minha lua morta, esparsa-se, sem cura...


Cura é um mero sonho, a vida é breve, escura...
Perdão simples palavra em plena escuridão.
Carinho nunca tive, agora vou sozinho...

270


A morte não me sai do pensamento
Trazendo, no meu peito tanto horror!
A Desditosa pena que padeço
Não permite sequer um calmo sono
Sentimento feroz de um abandono
Será meu santo Deus, que eu a mereço?

No fundo cada engano enfim mereço
E tento mesmo inútil pensamento
Seguindo cada instante em abandono
Vivendo o sentimento em pleno horror,
Pudesse divisar além do sono
O quanto sem ninguém ora padeço,

E sinto que deveras se padeço
A vida não traria o que mereço,
A paz que permitisse um leve sono,
E sei do quanto possa o pensamento
Nas tramas mais diversas, neste horror,
Gerar dentro de mim este abandono,

O quanto da esperança ora abandono
E quando na verdade assim padeço
O mundo se desenha em franco horror
E tento adivinhar o que mereço
Ainda libertando o pensamento
Tentando pelo menos manso sono,

Quisera tão somente neste sono
Viver além do cais que ora abandono
Grassando sem limite, o pensamento,
E tanto que deveras eu padeço,
Ou mesmo novo rumo enfim mereço
Ao superar por certo o franco horror,

A vida se anuncia em tal horror
Diversa do que possa e rouba o sono,
E quantas vezes sei que não mereço
Singrar os dissabores do abandono
E nisto percebendo o que padeço
A luz não mais invade o pensamento,

E tanto em pensamento claro horror,
Ditame que padeço e rouba o sono
Apenas abandono é o que mereço?

271

Ainda quando o verso nos domina
O sonho se transporta e no papel
O quanto se tramasse dita a vida
E a vida dita a nossa poesia,
Assim nesta recíproca percebo
O quanto sou escravo da palavra,

Pudesse traduzir numa palavra
A força que deveras me domina,
Não teria decerto o que percebo
Nem mesmo saberia o meu papel,
Apenas que esta deusa, a poesia
Comanda enquanto doma a minha vida,

E mesmo quando sinto a própria vida
Traçando muito além de uma palavra
O verso que tramasse a poesia
E nisto a sensação rara domina
Fazendo com certeza este papel,
Enquanto outro caminho eu mal percebo,

O mundo de tal forma assim percebo
E nele se traduz a minha vida
Nas folhas de um caderno, de um papel,
Usando como enxada esta palavra
Na lavra que deveras me domina
Colheita se pretende em poesia,

E vivo tantas vezes, poesia,
Que tanto quanto a quero ora percebo,
E nisto este cenário ora domina
E rege a cada instante a leda vida
De quem se faz amante da palavra
E teima transcrever-se num papel,

Assim cumprindo ou não nosso papel,
Seguimos perseguindo a poesia
Que deusa se transborda na palavra
E trama cada fato onde percebo
A sólida expressão da nossa vida
Que tanto ora domino e me domina,

Enquanto se domina no papel,
Gerando nova vida, a poesia
Traduz o que eu percebo na palavra.


272



Na minha solidão, tanta verdade,
O gosto de saber que não vivi.
O tempo que passei contigo, aqui,
Matando mal nascia, a mocidade!
Amor devorador e sem sentido
Marcando friamente cada sonho,

Ainda quando vejo o ledo sonho
E tento acreditar noutra verdade
A farsa se fazendo e o mais sentido
Momento se presume onde vivi
E nisto se consiste a mocidade
Que ainda trago viva e a vejo aqui,

O quanto se pudera ali e aqui,
O marco mais suave dita o sonho,
E tramo no clamor da mocidade
O que inda restaria de verdade
No mundo que jamais tive ou vivi
Enquanto uma esperança faz sentido,

O verso neste ponto se é sentido,
O mundo resumisse tudo aqui,
E o fim de cada engodo que vivi
Presume o quanto possa o ledo sonho,
Marcando com furor esta verdade
Negando a minha rude mocidade,

E sendo tão comum na mocidade
O passo que traduza sem sentido,
Meu rumo muito aquém de uma verdade
Expressa tudo quanto existe aqui
Ainda que se faça disto um sonho
E deixa para trás o que vivi,

Não quero nem saber se inda vivi
O mundo renegando a mocidade,
O prazo se anuncia em ledo sonho,
E vejo tão somente sem sentido
O quanto se desenha mesmo aqui,
Na ausência mais completa da verdade.

Meu mundo na verdade, eu não vivi,
Apenas desde aqui a mocidade
Expressa algum sentido no que sonho.



273


E tendo esse caminho conhecido,
Talvez eu reconheça algum perigo
E possa em recomeço, caminhar.
Sem medo do tropeço que maltrata,
Sabendo que conheço a densa mata,
Quem sabe poderei, enfim, amar?

O quanto me faz bem o tanto amar
Embora este cenário conhecido
Expressa o que me cura enquanto mata
E gera a cada passo outro perigo,
Sabendo o quanto ilude e nos maltrata
Jamais impedirá meu caminhar,

Por entre tantas pedras caminhar
E ver o quanto é bom poder amar
E nisto a própria sorte nos maltrata
Num mundo aonde o tempo é conhecido
O templo se traduz em paz, perigo,
E molda a imensidão na escura mata,

Penetra sem avisos, toma a mata,
E impele quem anseia o caminhar,
Gerando atocaiado algum perigo
Ensina enquanto fere o tal amar
E sendo desta forma conhecido,
Num doce beijo alenta e nos maltrata,

A vida de tal forma ora maltrata
Queimando sem juízo inteira a mata
Num ato tão atroz e conhecido
Que mesmo ao impedir de caminhar
Esboça reações, e traz o amar
Na face a marca rude do perigo,

E sei do quanto vivo em tal perigo,
Serena tanto quanto ora maltrata
Das tramas mais diversas, possa amar,
E nisto se embrenhando em bela mata
Entre espinheiros torpes caminhar
Num mundo que não fora conhecido,

O tanto conhecido e vão perigo,
Permite caminhar e nos maltrata
E traz a viva mata, o bem de amar...

274

Pois eu tanto quisera ser feliz,
Ninguém mais, com certeza, merecia,
Tantas dores carrego e mesmo assim
A vida me tramando uma ilusão
Tudo que falo, nada mais me traria,
Além da fantasia, simplesmente...

O sonho se mostrara simplesmente
Enquanto quis apenas mais feliz
Momento entre o que possa e não traria
O todo que deveras merecia
Vivendo com certeza uma ilusão
Que adentra e me domina inteiro, assim,

E quanto mais se veja sendo assim
O tanto se desenha simplesmente
E molda na verdade outra ilusão
E nada do que possa ser feliz
Trouxesse todo amor que eu merecia
E sei que na verdade não traria,

O mundo em esperanças me traria
O quanto se aproxima e vivo assim,
Ousando aonde o tanto merecia,
Buscando outro cenário simplesmente
Soubesse o que me faça mais feliz
Além de meramente uma ilusão,

A vida se desenha em ilusão
E gera muito mais do que traria
E quando se tentasse ser feliz
O canto desenhando sempre assim,
O mundo se mostrara simplesmente
Gerando o quanto em paz se merecia,

Ainda que outra sorte, merecia,
Lavrando com certeza esta ilusão
Cevando uma esperança simplesmente
E nisto o quanto possa não traria
O todo que desejo e sendo assim,
Jamais eu poderia ser feliz,

E quando for feliz, não merecia,
O corte feito assim numa ilusão
Traduz o que traria, simplesmente.


275

Amor, minh’alma triste te procura,
No amanhecer da vida foste fera;
Agora que, saudade doma, impera,
A noite se aproxima, mata escura...
Num momento feliz, foi tão amigo;
Mas a vida transforma a cada instante,

Poderia viver em novo instante
O tanto quanto tento e se procura,
Gerando na verdade o fato amigo
Que possa nos mostrar a sorte fera,
E nisto se presume a noite escura
Vagando sem sentido que ora impera,

O tempo novamente quando impera
Transcende ao mais diverso e ledo instante
Que possa traduzir esta alma escura,
Ousando muito além de uma procura
Marcando com terror a rude fera
Deixando no passado um braço amigo,

E possa desvendar querido amigo,
O tanto que se veja quando impera
A sordidez da imensa e rude fera
Que tanto se anuncia a cada instante
E nisto se transforma esta procura
Na tola sensação amarga e escura,

Ainda quando a vida traz a escura
Versão de quem tentasse algum amigo,
Tentando mesmo após leda procura
Viver o que decerto agora impera
Grassando no infinito de um instante
No quanto a vida seja amarga e fera.

No todo se desenha a mesma fera
Que um dia se fizesse nesta escura
Seara quando em dor dita este instante
E molda este momento mais amigo,
E nada do que possa agora impera
Marcando sem sentido esta procura,

O sonho se procura e dita a fera,
E nisto o quanto impera em trama escura
Revela um falso amigo a cada instante.


276

Meu verso tantas vezes se calando
E tendo que enfrentar as mais diversas
E rudes tempestades vida afora,
E quando noutro rumo sigo em frente
Sem nada que me cale, vejo após,
O pouco que inda possa me restar,

Não tendo e nem pudera mais restar
Sequer o que imagino ora calando,
E mesmo quando venha logo após
Enfrentaria as lutas mais diversas
E quando enfim seguisse sempre em frente
Meu rumo se perdera mundo afora,

Ainda quando possa tempo afora
Somente nalgum canto inda restar
Vencendo as tempestades, sigo em frente,
E vejo tão somente se calando
Envolto em lutas tantas e diversas
Quem tanto poderia, e mesmo após.

O mundo se desenha sempre após
E sabe do que enfrenta e segue afora
Nas tramas tão sutis quanto diversas
Somente imaginando onde restar
E nisto pouco a pouco me calando
Enquanto o dia a dia segue em frente,

O tempo não parando e tendo à frente
O quanto poderia e mesmo após
Ousar nesta expressão e me calando,
Na sorte que prossegue vida a fora
Vencendo o quanto possa inda restar
Encontro as sensações bem mais diversas,

E quando as sortes fossem tão diversas
E tendo outro momento à minha frente
Aonde nada mais irá restar,
Procuro imaginar e vejo após
A luta se mostrando tempo afora,
E nisto simplesmente me calando,

E quando me calando nas diversas
Vilezas vida afora, sigo em frente,
Não sei o quanto após irá restar...


277






Num jardim adornado pelas flores
Maravilhosamente perfumada,
Passeias desfilando teus amores,
Deixando a tola rosa enciumada...
Violetas e gerânios perfumosos,
Enaltecendo enfim os teus olores

Das tramas e delírios os olores
Que tanto recendessem a mil flores
Enquanto em ritos raros perfumosos,
A sílfide deveras perfumada
Percebe a Natureza que enciumada
Entrega-se deveras aos amores,

Vivendo em pensamento os teus amores
O mundo se entregando em tais olores
A vida de tal forma segue enciumada
Eclode em primavera tantas flores
E deixa a senda inteira perfumada,
Caminhos multicores, perfumosos,

Aonde se transportam perfumosos
Transformam com certeza tais amores
E vendo a sorte imensa e perfumada
Grassando a bela senda onde os olores
Expressam na verdade raras flores,
Deixando a própria vida ora enciumada,

E quando se imagina essa enciumada
Tela aonde os ritos perfumosos
Tomados sem limites pelas flores
Gerassem por si só tantos amores
E nisto nos tocando tais olores
Deixando a vida agora perfumada,

Enquanto a senda vejo perfumada
E nela mesmo a sorte que enciumada
Mergulha em tantos bons, raros olores,
Grassando nos caminhos ´perfumosos
Ditando com ternura tais amores
Envoltos nos anseios destas flores

E quando pelas flores, perfumada
Ousando nos amores, enciumada.
Em rumos perfumosos, teus olores...

278

Em todo pensamento o meu desejo
De ter aquela musa que atormenta
O sentido e prazer demais sobejo
Que a cada novo beijo só aumenta.
Se traço meu destino ou não mereço,
Não vendo teus caminhos, me revolto.

O quanto poderia e me revolto
Se tente novo passo e até desejo
No fundo sei que a sorte em paz mereço,
Porém cada momento me atormenta
E sei do quanto possa enquanto aumenta
A fúria num cenário mais sobejo,

O coração amante, ora sobejo,
Envolto pelas tramas me revolto,
E a sensação de frio agora aumenta
Tomando sem defesas meu desejo
E nisto a solidão que me atormenta
Transforma cada passo e não mereço,

O quanto na verdade inda mereço
Talvez já não viesse, pois sobejo,
E o nada tantas vezes atormenta
Mudando o caminho e me revolto,
Negando simplesmente o meu desejo
A solidão deveras sempre aumenta,

Enquanto esta vontade sempre aumenta
E trama muito aquém do que mereço,
Ousando acreditar neste desejo
Que possa ser além até sobejo,
Expressa o quanto em vão tanto revolto
E a sorte sem destino me atormenta,

O quanto a vida trama e me atormenta
Gerando o que deveras sempre aumenta
E dita o passo em fúria e se revolto,
Vivendo muito aquém do que mereço
O quanto poderia ser sobejo
Apenas mata logo o meu desejo,

E sei que este desejo me atormenta,
Num ato onde sobejo o sonho aumenta,
Sem ter o que mereço, eu me revolto.


279

E sempre que possível agradeço
Amor; pois, das mortalhas, já me solto.
Vencido por sentir que a vida passa
Nas horas mais fecundas eu me perco.
E tudo que não vejo me desgraça
De dores e quimeras vis, me cerco.

E quando de ilusões diversas cerco
O mundo que mergulho e onde agradeço
A sorte noutro ponto já desgraça
E traça o quanto que pudera quando solto
E volto ao mesmo tempo ou já me perco
Enquanto o tempo apenas, segue, passa.

O todo se anuncia e quando passa,
Vencendo o que apertara logo o cerco
Depois de tanto tempo ora me perco
E sei do quanto possa ou agradeço
Vivendo esta ilusão e se ora solto
O tempo impediria outra desgraça,

A sorte que deveras me desgraça
E o vento noutro rumo agora passa
E tanto quanto possa enfim me solto
E sigo sem saber sequer do cerco
Ainda simplesmente eu agradeço
E vivo além do quanto inda me perco,

Nas tramas mais vorazes se inda perco
O tanto quanto lute em vil desgraça
A solidão devera agradeço
E o tanto que me reste sempre passa,
O mundo sem os sonhos onde o cerco
Não deixa o pensamento bem mais solto,

E tendo esta esperança sigo solto,
Em tantas ilusões quando me perco
Marcando com terror o quanto cerco
E vejo mais de perto esta desgraça
E nisto cada instante onde se passa
A vida dita o quanto eu agradeço,

E sei que eu agradeço enquanto solto,
E a vida sempre passa ou já me perco,
E mesmo na desgraça, em paz me cerco.


280

Mas quando o pensamento traz teu lume,
O gozo do ciúme me transtorna.
Amor que exagerado, sempre entorna,
Recende, nos teus seios, mais perfume!
O vento, o mar, a lua, a tempestade,
Formando nossas musas e quimeras;

Sentindo este bafio das quimeras
Que possam traduzir anseio e lume,
No verso que se molde em tempestade
O todo na verdade me transtorna
E sei da sensação que nos perfume
Marcando o quanto amor agora entorna,

Meu canto noutro encanto quando entorna
Vagasse sem destino e das quimeras
Tentando noutro instante algum perfume
Ou mesmo algum sinal que traga o lume
Embora o dia a dia que transtorna
Expressa tantas vezes, tempestade,

A vida se anuncia em tempestade,
O caos gerado aos poucos tanto entorna
Marcando o quanto sempre me transtorna
E nisto alimentando vis quimeras
Ainda que perceba qualquer lume
Invade e simulasse um vão perfume,

Minha alma na esperança se perfume
E gere além do todo a tempestade
O quanto se moldara em raro lume
E o tempo quanto mais em vida entorna
Marcasse a ferro e fogo tais quimeras
Enquanto o dia a dia nos transtorna,

A sorte que deveras me transtorna,
O manto recobrado onde perfume
Esta alma que tocada por quimeras
Encontra logo ali a tempestade
E desta forma tanto quanto entorna
Impede que se creia em raro lume,

O mundo sem tal lume me transtorna
E sei do quanto entorna o vão perfume
Gerado em tempestade, por quimeras.

281

Belezas e bafios mansas feras
Às vezes nas unhadas, a maldade;
Deitados sobre mares revoltosos,
Nos beijos e mordidas revezados
Os olhos quase sempre iluminados
Reviram e maltratam tantos gozos.

A vida me trazendo tantos gozos
E deles as verdades seguem feras
E quando se percebe iluminados
Caminhos envolvendo esta maldade
Os dias entre medos revezados
Expressam ermos sonhos, revoltosos,

Os passos noutros tantos, revoltosos,
E os ermos onde as sortes negam gozos,
Em tempos mais diversos revezados
Alimentando as rudes, duras feras,
Marcadas pela angústia da maldade
E pelos sóis em paz iluminados,

Os sonhos que procuro iluminados
Envoltos pelos dias revoltosos
Ainda que bebendo esta maldade
Encontram no final os raros gozos
Enquanto as emoções morressem feras,
Meus passos entre quedas revezados,

Enganos ou acertos revezados,
Em dias que se vendo iluminados
Momentos esquecemos velhas feras
E nisto dias rudes, revoltosos,
Anulam o que possam velhos gozos
E trazem tão somente esta maldade,

O amor representando tal maldade
Invade nos momentos revezados
Os ermos que provoquem medo e gozos
E neste descaminho iluminados
Tramassem mares tantos revoltosos
Ao expressar somente as rudes feras,

E quando dentre as feras, a maldade,
Expressa em revoltosos, revezados,
São vis e iluminados, falsos gozos...



282


Vieste em minha vida, um pouco cedo,
Mas sendo seu remédio, não te curo.
Apenas destratamos, mas procuro
Saber de teus perfumes, arvoredo.
O vento que no mar maltrata a lua
Em tempestades busca o seu remanso.

O sonho sem saber qualquer remanso
Ainda que se mostre desde cedo
Errático cenário bebe a lua
E nisto outro momento tento e curo,
Vagando aonde possa um arvoredo
Tramar o que deveras mais procuro,

E quando em noite imensa eu te procuro,
A cada novo instante outro remanso
E sento sob o sonho em arvoredo
E mesmo contra a fúria, agora cedo,
E todo o meu anseio jamais curo,
Viceja no infinito a plena lua,

Deitada sobre o encanto, imensa lua,
Resume cada encanto que procuro
E vejo enquanto possa e mesmo curo
No doce presumir deste remanso,
E o tanto se desenha desde cedo,
Frondosa sensação, raro arvoredo,

E sinto quando o vento no arvoredo
Bruxuleando a deusa e bela lua
Ainda que se mostre desde cedo
O quanto vivo em paz ora procuro,
Trazendo a calmaria no remanso
Que possa mergulhar onde me curo,

E sei destas mazelas quando as curo
Gerando da semente um arvoredo,
E nisto se moldara tal remanso,
Envolto pela deusa amada lua
E tendo esta esperança que procuro,
Sem mais qualquer defesa, enfim eu cedo,

O quanto desde cedo tento e curo,
Na trama que procuro este arvoredo,
Tocado pela lua é meu remanso,

283

Não quero a liberdade sem te ter,
É breve meu caminho e quero festa.
Amor; pois, com certeza é o que me resta,
Decerto sem amor, cadê prazer?
Idade vai passando e sem motivos,
Não posso cultivar mais esse engano,

E sinto quanto mais decerto engano
A vida noutro tom permita ter
O mundo se anuncia sem motivos
Invés da delicada ou louca festa
O tanto que pudera ser prazer
Sem mais sentido algum ao longe resta,

E o tempo denotando o quanto resta
Ainda fomentando o velho engano
Tramasse sem sentido o meu prazer
E nisto a maravilha possa ter
Quem vive e se permite em rara festa
Gerando para o todo mil motivos,

Os olhos procurando por motivos
Que possam traduzir o que me resta
Grassando na expressão de luz e festa
E tendo o quanto possa sem engano
Expressaria além o que ora ter
E nisto vejo a glória do prazer,

O mundo se desenha e com prazer
Vivendo tão somente os meus motivos
Ainda que tentasse, eu busco ter,
O todo que deveras já me resta,
E sem sequer saber qualquer engano,
A vida em si, amigo é rara festa,

E nesta maravilha, etérea festa,
O sonho mais airoso dê prazer
Sem ter ou permitir algum engano,
Em Deus eu percebera os bons motivos,
Vivendo a fantasia que me resta
O amor eternamente eu hei de ter,

E deste encanto ter a tenra festa
O quanto ainda resta é tal prazer
Sem medos ou motivos para engano.


284

O tempo cruelmente aumenta o dano
Em corações diversos e emotivos.
Correndo sempre atrás de uma esperança
Alcanço, mal disfarço, meu começo,
Percebo simplesmente o quanto tente
Ao mesmo tempo fujo e a dor me alcança

O tanto desejado quando alcança
E traça na verdade o rude dano
Enquanto se mostrara o que mais tente
O verso entre momentos emotivos
Tramasse qualquer tom desde o começo
Matando o que me reste em esperança.

Mas sei do quanto possa esta esperança
E dela sutilmente a vida alcança
Os erros cometidos no começo
A vida se anuncia e deste dano
Os dias entre engodos emotivos
Expressam o que possa e o quanto tente.

Enquanto novo rumo o tempo tente
E nisto se desenhe uma esperança
Os olhos tantas vezes emotivos
E o mundo simplesmente nada alcança
E quando se percebe novo dano
O tempo retornando ao seu começo,

O tanto que pudera no começo
Tramar o quanto queira e mesmo tente
Vencendo a cada passo o velho dano
E quando me entranhasse uma esperança
O todo sem limites já me alcança
E vivo dias rudes e emotivos,

Os sonhos entre enganos emotivos
Não deixam quase nada no começo
E sei que a solidão quando me alcança
Ainda quando a sorte busque e tente
Eclode no vazio da esperança
Que trame noutro passo o velho dano,

Tramando deste dano os emotivos
Cenários da esperança sem começo
O quanto inda se tente nada alcança.


285

Pressinto que viver sem ter amor,
É mais que uma opção, é minha sina.
Como posso, sou cego, um esplendor
Saber, se escuridão já me destina?
No tempo em que, dispersa nas saudades,
Dormias sem sentir os olhos meus,

E quando imaginasse fossem meus
Caminhos que trouxessem tanto amor,
A vida se moldando em tais saudades
Deixando que se veja a rude sina
Ao quanto na verdade se destina,
Renega qualquer forma de esplendor,

Olhando para trás, raro esplendor,
Tocando com tal brilho os sonhos meus
Tramando o quanto possa e nos destina
Vivendo a maravilha deste amor
Que seja muito além de mera sina,
Envolto pelas sombras das saudades,

E sinto na verdade que saudades
Trazendo ao dia a dia este esplendor,
Gerassem na verdade nova sina
E tendo sem angústias dias meus
O quanto poderia em raro amor
Traçar ao quanto a vida nos destina,

O mundo que em verdade se destina
Ao todo superando tais saudades,
Gerasse na verdade o raro amor
E nisto com ternura este esplendor,
Marcasse com firmeza os sonhos meus
Mudando por completo a velha sina,

E sei da sordidez envolta em sina
E sinto que talvez o que destina
Expressaria o fim dos dias meus,
E nisto tão somente tais saudades
Marcadas pela ausência de esplendor
Gerasse no final o falso amor,

E quanto deste amor ditando a sina
Pudesse no esplendor onde destina
Tramar tantas saudades, sonhos meus...


286

Já buscavam carinhos sem segredos,
Nas ondas, t’as melenas macias,
Desse negro absoluto, as fantasias,
Que nunca traduziram tempestades
Porém logo ao partires, meu amor,
Não restaram sequer sombras, desejos...

Os dias seguem torpes vãos desejos
E nisto percebendo tais segredos
Enquanto se procura um novo amor
As horas não seriam tão macias
Envolto por sombrias tempestades
Ausentes dos meus olhos, fantasias,

E sei do quanto podem fantasias
Trazendo o dissabor aos meus desejos
E nisto mesmo enfrento tempestades
Ousando perpetrar velhos segredos
E quando sinto mãos tenras, macias,
Apenas os espectros deste amor,

E tanto que lutei por teu amor,
Semente que perdera em fantasias
E nisto as noites mansas e macias
Envoltas pelas teias dos desejos
Agora se transformam sem segredos
Em rudes e dolosas tempestades

E tendo nos meus olhos tempestades
Invés do que pudesse, o grande amor,
A vida se moldasse entre segredos
E nisto quantas vezes fantasias
Tentando desvendar nobres desejos
E neles esperanças tão macias,

E quando a vida trama estas macias
Vontades, percebendo as tempestades,
O todo que anuncia tais desejos
Eclode num anseio feito amor
E bebo dos teus olhos, fantasias,
Concebo finalmente os teus segredos.

No quanto em tais segredos são macias
As velhas fantasias, tempestades,
Revivo nosso amor em vãos desejos.


287

Saudades dos jamais tentados beijos,
Na angústia de te ser sem ter-te tido
Na perda do que nunca foi pedido,
Certezas de não ter nem desamor.
Fugias sem saber quanto eu te quero,
E o vento te levava para além,

O amor que se moldasse sempre além
Negando ao sonhador carinhos, beijos,
E tantas alegrias busco e quero
Após o mesmo nada já ter tido,
O sonho configura o desamor
E nele uma esperança é vão pedido,

Meu mundo se mostrara num pedido
Que possa traduzir ou mesmo além
Vagar sem perceber o desamor
Ainda que se neguem mansos beijos,
O quanto poderia antes ter tido
Expressa tão somente o que inda quero,

E sei que na verdade o quanto quero
Traria novamente este pedido
E nele tudo o quanto fosse tido
Moldasse sem certeza o quanto além
Do sonho transformasse tantos beijos
Aonde sempre houvera desamor,

O mundo que se mostre em desamor
Não traz e nem traria o quanto quero
E sei que de teus lábios doces beijos
Seriam muito mais que algum pedido,
E nisto prosseguindo mais além
O sonho se perdera sem ter tido,

O quanto deste fato é visto e tido
Qual fora uma ilusão em desamor,
Gerando a cada dia muito além
Do todo que decerto eu já não quero,
Ainda quando reste este pedido,
Não tenho e nem terei sequer teus beijos

E sinto meros beijos sem ter tido
E mesmo no pedido, o desamor,
Deixando o que mais quero muito além...

288

O sol negando à lua qualquer brilho
O céu que permanece além escuro
Apenas existindo, e tão somente
Reflete o teu amor que não tocasse
A imensa dimensão do grande amor
Que morre sem sentido em turva noite,

O quanto se apodera a rude noite
Do tanto que pudera ter um brilho
E nisto se desenha o falso amor
Envolto nos anseios, sempre escuro,
Marcando aonde o nada nos tocasse,
Gerando este vazio, em vão, somente.

O passo se anuncia onde somente
O verso poderia além da noite
Moldar o que talvez já não tocasse
E tendo no final o frágil brilho
Onde se vendo apenas tal escuro,
O tempo desabasse sem amor,

E quantas vezes tendo algum amor
A luta noutro tom se faz somente,
E gera o mesmo anseio aonde escuro
Traduza a mais profunda e torpe noite
Ainda que sorvesse qualquer brilho
Do olhar que no horizonte mal tocasse,

E quando na verdade enfim tocasse
O tanto que pudera ter no amor,
Além da insanidade o fugaz brilho
Que possa e na verdade ora é somente
O aspecto mais infame de uma noite
Que versa sobre o tempo tão escuro

E sei do quanto a vida em tom escuro
Deveras outro rumo ora tocasse
E nisto anunciando cada noite
Envolta pelos erros deste amor
Que gere o quanto possa tão somente
Tramar além do nada o ser escuro,

O quanto em ledo brilho molde escuro
Caminho onde somente se tocasse
O sonho de um amor em tosca noite...


289


Amor sempre sonhava sem prenúncios
Com medo de ter medo da paixão
Nos vícios da temível solidão
Sabia que jamais fora feliz.
Mas a vida precisa ser a mais
Amor que se pretende quer a paz,

E nisto se percebe inteira paz
Que mesmo quando veja além prenúncios
E tente com certeza sempre mais
Que meramente os ermos da paixão
E trace cada passo onde feliz
Enfrente a mais diversa solidão,

E sei do quanto possa a solidão
Nas tramas onde o todo busque a paz
E tanto me permita ser feliz
Sem ter e nem seguir velhos prenúncios,
Arcando com os ermos da paixão
Vivendo com certeza muito mais,

Não possa ser a vida o quanto a mais
Desenha tolamente a solidão
E nisto se presume que a paixão
Encontre o que deseja mesmo em paz,
E tendo da esperança os seus prenúncios
Deixasse o coração bater feliz,

E sei o quanto possa ser feliz
E tento outro momento sempre a mais
Cerzindo o que a partir de tais prenúncios
Ao superar a turva solidão
Encete este caminho aonde a paz
Tocasse as redes claras da paixão,

E vendo cada passo onde há paixão,
O mundo se fizera mais feliz
E nisto se imagina a vida em paz,
E quando se deseja muito mais
Enfrento mansamente a solidão
E deixo para traz velhos prenúncios,

A vida nos prenúncios da paixão
Supera a solidão e faz feliz
Quem quer e sabe mais vivendo a paz.

290

No dia em que nasceste, tanta luz!
Os céus em claridade, extasiados,
Por fogos de artifício iluminados
Ao nascer desta estrela que reluz
Cobrindo toda terra de alegria,
Recobrindo o universo em fantasia.

O mundo se transborda e fantasia
Gerando a cada instante a imensa luz
E quanto mais se vendo esta alegria
Meu canto dita sóis extasiados
E vejo o teu olhar onde reluz
Os dias tão somente iluminados,

Os passos seguem sempre iluminados
Momentos onde possa a fantasia
Tramar o quanto tente e já reluz
Marcando com ternura imensa luz
Em sonhos mais sutis extasiados,
Num ato tão sublime de alegria,

O mundo se desenha em alegria
E vejo os olhos quando iluminados
Nos sonhos tão somente extasiados
E nisto a mais perfeita fantasia
Que possa refletir a rara luz
Que desde teu olhar tanto reluz,

O verso noutro instante já reluz
E marca o quanto exista em alegria
Gerando do vazio a farta luz
Que trame os gentis e iluminados
Cenários onde toa a fantasia
Em sonhos pelo tempo extasiados,

E sei quando em verdade extasiados,
Meus cantos neste encanto onde reluz
A sorte desejosa e a fantasia
Que tanto se expressasse em alegria
E os dias quando os vejo iluminados
Expressam quão divina seja a luz

E sei que quando em luz extasiados,
Dias iluminados, já reluz,
Invade em alegria a fantasia...

291

Gerada pelos raios, pleno amor,
Num êxtase fantástico da paz.
De um útero materno em esplendor,
De tudo que um deus bom será capaz
De dar em gratidão a quem amara.
Entre todas as joias, a mais cara.

O quanto da emoção nos fosse cara
E nela vicejando inteiro amor
O quanto se transforma enquanto amara
Vagando pelas tramas desta paz
O mundo se mostrando mais capaz
Grassando as tramas raras no esplendor,

E nisto se anuncia este esplendor
Aonde o que pudesse mostre a cara
E vejo o quanto o sonho ora é capaz
E tendo em suas mãos o farto amor
Crivando o meu caminho em rara paz
Deixando para trás a sorte amara,

E sendo de tal forma o quanto amara
Tentando vislumbrar este esplendor
E nele resumindo a vida em paz,
Embora a luta sempre seja cara
No fim ao desenhar o imenso amor
Encontraria o quanto sou capaz,

E sei do dia a dia onde capaz
Adentro as emoções enquanto amara
Verdade que é ditame de um amor
E dentro de minha alma este esplendor
Tornando uma esperança bem mais cara
E nisto realçando a vida em paz,

Presumo este caminho todo em paz
E sei do quanto eu possa ser capaz
Embora uma alegria seja cara,
A sorte tantas vezes vejo amara
E nisto sem saber de um esplendor
O mundo renegasse o tanto amor,

E quando sem amor não vejo paz
Nem mesmo do esplendor serei capaz
A glória quando amara é rara e cara...

292

E vieste deitar-se aqui do lado,
Maravilhando os sonhos mais sutis,
Trazendo para o peito apaixonado
As boas novas: ser, enfim, feliz.
A deusa enobrecendo meu viver
Refaz meu coração em seu prazer!

A vida muitas vezes diz prazer
E quando me percebo do teu lado
Envolto no que possa ora viver
E trame estes momentos tão sutis
Vivesse cada dia mais feliz.
De um jeito tão suave, apaixonado,

E sei do quanto esteja apaixonado,
Tramando esta alegria, este prazer,
Que possa permitir o ser feliz
E nisto caminhando lado a lado
Vencendo os desafetos mais sutis,
Num ato tão gostoso de viver,

E sei que me permita mais viver
No templo deste sonho, apaixonado,
E tendo os dias mansos e sutis
Enquanto se aproxima meu prazer
O verso se trazendo sempre ao lado,
Expressa esta versão que faz feliz

E sinto o quanto possa e sou feliz
Somente pela glória de viver
E nada mais traria do meu lado
Estando totalmente apaixonado,
Vivenciando a luta em tal prazer
Que trame dias calmos e sutis,

Os passos são deveras mais sutis
E o canto me deixara tão feliz
No todo desenhado ao bel prazer
E quanto mais permita-se viver
Num tom que se presume apaixonado,
O mundo trago sempre bem ao lado,

Estando lado a lado em tons sutis,
Meu peito apaixonado é mais feliz
E sabe que viver gera prazer.


293

Amor que ao me ferir, também se fere
E sofre do veneno que envenena.
A sorte de te amar, calma e serena,
Ao mundo, o meu amor, cedo transfere.
E toda a correnteza vai ao rio,
E leva para o mar meu triste canto,

Ousando imaginar o quanto canto
E sei da solidão quando me fere
E tanto quanto possa noutro rio,
O verso sem sentido me envenena
E a sordidez na qual vida transfere
O quanto já se esvai e não serena,

Procuro alguma noite mais serena
E quando se imagina o velho canto
Trazendo além do quanto ora transfere
A vida que deveras tanto fere
E sei que no final corta e envenena
Lavando minhas mágoas neste rio,

E quando vejo as margens de algum rio
Que tanto ditam sorte mais serena
O fardo que carrego me envenena
E dita o quanto possa em novo canto
O tempo quantas vezes já nos fere
Enquanto o ser vazio se transfere,

O sonho noutro encanto ora transfere
E desce a correnteza deste rio
Aonde em cada pedra sei que fere
E mesmo quando a vida é mais serena
O tanto que desenha a cada canto
Aos poucos me tomando me envenena,

A luta que deveras envenena
O mundo noutro engano se transfere
E marca com terror o duro canto
Enquanto se percorre o mesmo rio,
Que outrora tinha a face mais serena,
Aonde a correnteza alenta e fere,

O mundo já se fere e me envenena
No quanto o que serena ora transfere
As margens deste rio noutro canto...

294

Netuno, apaixonado em tal encanto,
Abraça uma sereia, em desafio.
Perdido nos amores e delírios,
E quando se entregando ao louco amor.
Em ondas gigantescas, esplendor,
Dos mares revolutos, os martírios.

A vida traz além dos vãos martírios
O tanto quanto busco e se me encanto
Vagando pelo anseio em esplendor
Gerasse noutro instante um desafio
E nele me tocando o raro amor
Trazendo aos meus caminhos os delírios,

O mundo se anuncia onde delírios
Tomassem já de assalto estes martírios
E tanto poderia o bem do amor
Vencer e nos mostrar superno encanto
Ousando ser além do desafio,
Num ato tão sublime em esplendor,

A sorte desenhando este esplendor
Que possa além de todos os delírios
Tramar e superar o desafio
Que trace com terror tantos martírios
E quando se percebe o raro encanto
Encontro nos teus braços este amor,

Norteia meu caminho o nobre amor
E sei do quanto trame em esplendor
A sorte dita em rara luz e encanto,
Marcando com ternura estes delírios
Supera mansamente tais martírios
Ousando além de mero desafio,

E quando no final eu desafio,
O passo me levando ao grande amor
Expressa muito além de tais martírios
E gera finalmente em esplendor
O quanto poderia nos delírios
Trazer esta emoção que molde encanto,

E sigo cada encanto em desafio,
Vencendo estes delírios, bebo o amor,
Singrando em esplendor, nego os martírios.

295

Amor incendiando todo o mar,
Prepara uma armadilha em duro adeus,
Netuno, majestoso, viu que, amar,
Também traz sofrimento, ao velho deus...
O fogo ardendo trouxe a forte chama
Que refletida em tudo, acende amor,

Ao quanto se fizera em pleno amor
Erguendo muito além do imenso mar
Gerando na esperança a forte chama
Que possa superar qualquer adeus
E vendo da alegria como um deus
O sonho do sublime e manso amar,

Ainda que pudesse tanto amar
O mundo na verdade dita amor
Moldando a cada fato o ser um deus
A quem se mostra além do próprio mar,
E nisto sem saber sequer do adeus,
Eu possa ter no olhar a forte chama,

E bebo deste todo quando chama
A vida num anseio feito amar
E possa sem saber sequer do adeus
Viver o quanto trama o claro amor
Na imensidão superna deste mar
Vencendo e se traçando além um deus,

Tocando este infinito, fosse um deus,
O amor gerando além o quanto chama
E nisto se aproxima deste mar
Ao inundar a vida em pleno amar
Transcendendo deveras raro amor,
Deixando no passado algum adeus,

Vivendo na esperança deste deus
Tocar e nos fazer em pleno amor
Trazendo muito além da mera chama,
E quando se imagina o tanto amar,
A sorte se imergindo em pleno mar,
Jamais imaginasse algum adeus,

E sei que deste mar sem mais adeus
O quanto fosse amar se fez um deus,
Toando a rara chama feita amor.

296

Reflitam nos olhares de quem ama.
Ao verem a beleza em minha amada,
Nos seu rosto, o reflexo das estrelas,
Em milhares de lumes, tantas velas,
Uma estrela, por certo, apaixonada
Mergulha no horizonte, te buscando,

E quantas vezes sigo te buscando,
Sabendo o sofrimento de quem ama
E nisto uma alma segue apaixonada,
Vencida pela sorte sendo amada,
O barco adentra o mar, abertas velas,
E deixa-se levar pelas estrelas,

No céu mil pirilampos, as estrelas,
Caminho para eterno ali buscando
E sei das emoções enquanto as velas
Acendem esperanças quando se ama
E vejo junto a mima a bem amada
Que tanto desejara apaixonada,

E sinto quanto a vida apaixonada
Expresse esta beleza em tais estrelas
Reflexo desta deusa tão amada,
Um diadema raro onde buscando
A sorte de quem tanto quero e me ama
Traçando em meu caminho luzes, velas,

E nestas ardentias, claras velas,
Uma alma se desenha apaixonada
Eterna consonância com quem ama
E sei da maravilha das estrelas
Que sigo pela vida ora buscando
Nas ânsias da mulher decerto amada,

E quantas vezes vejo minha amada
Enquanto navegando eu abro as velas
E sigo pelos mares já buscando
A sorte que pudesse, apaixonada,
Vivendo a fantasia em tais estrelas
E nelas o que o peito em paz quer e ama,

O quanto também ama o ser amada,
Expressa das estrelas, belas velas,
Na sorte apaixonada te buscando.


297

Ao mesmo tempo, um raio de luar
Enciumado, se joga sobre o mar,
E toda a natureza se entregando...
De todo esse romance, os elementos,
Aos pés dessa mulher apaixonante;
Num sonho divinal, estonteante,

E quantas vezes vejo estonteante
Beleza irradiada num luar
Que possa mesmo ser apaixonante
E nisto desenhando imenso mar
Viver com emoção tais elementos,
Enquanto sigo além já me entregando

E sei do grande amor quando entregando
Meu verso num momento estonteante
E nele se desenham elementos
Que possam me trazer cada luar
E dele se espalhando sobre o mar
Grassando sobre um todo apaixonante

E quanto mais se faça apaixonante
O tempo noutro rumo se entregando
Vagando como estrela sobre o mar
E nisto se mostrando estonteante
Vibrando em consonância, meu luar,
Expressa em plenitude os elementos,

Assim ao perceber tais elementos
O mundo se mostrara apaixonante
E sei do quanto possa no luar
Viver o que deveras se entregando
Presume o quanto seja estonteante
Num raio de esperança sobre o mar,

Ainda quando vejo imenso mar
E nele se entranhassem elementos
Dos sonhos prosseguindo estonteante
O quanto se fizera apaixonante
Encontra o grande amor já se entregando
Nos raios divinais deste luar,

E sei quando o luar tocando o mar
Aos pouco se entregando aos elementos,
Num mundo apaixonante e estonteante.


298

Não há porque pedir perdão, querido,
Pois eu só sei te amar em liberdade,
Embora sinta dentro em mim saudade,
Eu juro que, jamais, eu hei sofrido.

Eu amo a alma tua peregrina,
Que voa pelos céus, qual bela águia,
Ainda que nem sempre eu afague-a,
Emite tanta luz, que me ilumina.

Na tua ausência tu és tão presente!
Não há porque prender a quem se ama,
O vento é quem mantém na pira a chama,
Ainda que pareça livre e ausente.

Não quero ver-te preso nem um dia,
Porque assim jamais amar-te-ia!

Edir Pina de Barros

Há tanto que cometo os velhos erros
E sei da desventura que isto traz,
Meu verso só traduz o quanto sinto,
Movendo para além uma esperança
E tanto sem destino sigo o vento
Que sopra o meu saveiro em alto mar,

O tanto que pudera neste mar
Além do que eu cometa nos meus erros
Um velho coração entregue ao vento
E nisto outra verdade a vida traz,
Vivendo tão somente esta esperança
Que é tudo o quanto resta e mesmo sinto,

O sonho mais audaz deveras sinto
E sei do dia a dia feito em mar,
Num sopro mais feliz de uma esperança
Talvez levando além meus tantos erros
E sei do quanto a vida agora traz
Seguindo o quanto dita o próprio vento,

Meu mundo se resume neste vento
E dele sorvo o tanto quanto sinto
Que apenas o perdão deveras traz
E quando mergulhando em pleno mar
Eu vejo o quanto possa em tantos erros
O mundo renovado em esperança,

Ainda quando possa esta esperança
Vencer o temporal, o rude vento,
Quem sabe perdoando enfim meus erros
Tramando o quanto além desejo e sinto
Pudesse transformar o próprio mar
E ver o que alegria decerto traz,

O mundo se moldara enquanto traz
Nos olhos sonhadores a esperança
E tanto quanto veja em pleno mar
Deixando-me levar em manso vento,
Ditando ao coração tudo que sinto,
Vencendo com ternura os loucos erros

E sei que tantos erros, vida traz,
E também sei que sinto que esperança
Sossegue o imenso vento sobre o mar...


299

Olhos formosos onde a natureza,
Demonstrando o poder de uma paixão,
Encontra a plenitude da emoção
E se derrama em raios de beleza.
Envolta nesse lume em festival,
Apaixonadamente entregue ao sonho,

E quantas vezes busco e tento e sonho
Tentando da esperança a natureza
Que possa transformar num festival
Ousando acreditar nesta paixão
E vivo com certeza tal beleza
Expressa nos anseios da emoção,

O tanto desenhado na emoção
O verso que deveras dita o sonho,
E o mundo se mostrasse na beleza
Tocada pela própria natureza
Encantos que encontramos na paixão
E nisto um raro e nobre festival,

O amor que se desnuda em festival
Anseio desejável da emoção
Vivendo com certeza esta paixão
Que possa traduzir o quanto sonho
E tanto me expressasse a natureza
No que pudera ser rara beleza,

O mundo se anuncia e da beleza
Adentro o mais sublime festival
Sentindo com ternura a natureza
Suprema e demonstrando esta emoção
Que vigorosamente tanto sonho
Traçando cada passo da paixão,

E vendo mais de perto esta paixão
Que trame a cada dia uma beleza
E nisto se moldando todo o sonho,
No ser tão soberano em festival,
Traduza puramente uma emoção
Que mostre com brandura a natureza,

E tendo a natureza da paixão.
Sabendo da emoção farta beleza
O raro festival traduza o sonho,

300

Meu tempo de viver já se esgotando
Nas ânsias de quem possa acreditar
Errático cometa sem destino,
Vagando desde os tempos de menino,
Não pude noutro tom seguir a vida
Que a cada porta nega uma saída,

E quando percebesse esta saída
O tempo na verdade se esgotando
O mundo não traria mais a vida
Nem mesmo eu poderia acreditar
No quanto mais anseia este menino
Entregue totalmente ao vão destino,

E quando cada verso ora destino
Ao todo que se molde sem saída
O mundo eternamente qual menino
Expressa o seu caminho se esgotando
E possa tão somente acreditar
No quanto valeria qualquer vida,

O passo dado em rumo ao que da vida
Ainda se expressasse e me destino
Ao tanto quanto pude acreditar
Tentando vislumbrar uma saída
E nisto vejo o tempo se esgotando
Deixando no passado este menino,

A morte traz a sombra do menino
E vejo mais distante o bem da vida
Que pouco a pouco segue me esgotando
Na luta que proclama meu destino
E sem saber se existe uma saída
Não quero nem tentasse acreditar,

No mundo sem poder acreditar
Entranho o quanto pude ser menino
E vejo na esperança uma saída
Embora se desvende a leda vida
No todo aonde em vão se me destino
Percebo o meu caminho se esgotando,

E sei que ora esgotando, acreditar
Nas tramas do destino de um menino,
É como sem vida, outra saída.


301

Matando quem merece ser amado
Amando quem não sabe merecer
Tirando uma vontade de viver
Nas ânsias deste mar distante mar
Esquivos pensamentos mais sutis
Estranhas esperanças esquecidas.

Palavras pelo tempo ora esquecidas
O sonho onde pudesse ter amado
Os dias solitários e sutis
O quanto mesmo possa merecer
Trazendo para Minas todo o mar,
Que eu tente num momento além viver,

E sei quanto se tenta em paz viver
E o verso adentra ruas esquecidas
E nisto desemboca neste mar
E vendo o quanto é bom o ser amado,
Espero algum carinho merecer
Embora os dias sigam vãos, sutis

Meus passos tantas vezes tão sutis
A fúria traz vontade de viver
E sei das sortes quando as merecer
E nisto poderia em esquecidas
Paragens talvez ser quem sabe, amado,
Abrindo o coração ao grande mar,

Adentro sem temores este mar
Que possa mesmo em rumos mais sutis
Trazer outro delírio e ser amado,
Enquanto nesta luta por viver
As sendas mais distantes e esquecidas
Aonde o que pudera merecer

Expresse este caminho a merecer
O tanto quanto dita o velho mar
A vida entre mil vidas são sutis,
E nisto os dias seguem esquisitos,
E o sonho quando pude enfim viver
Tramasse o ser além e crer amado,

O quanto tenho amando a merecer
Os sonhos de viver além do mar,
Palavras tão sutis sendo esquecidas...


302

Que fantasia trazem nossa vidas
Que não permitem sonhos mais bonitos.
Com sonhos e desejos por alguém
Que nunca mais voltou nem voltará
Aos poucos todo céu se fechará
E em pouco tempo, nunca mais ninguém.

A vida num ditame traz ninguém
E perco em meio às tantas várias vidas
E a porta que decerto fechará
Tampando estes cenários tão bonitos
E o mundo quando nunca voltará
Não deixará que veja mais alguém,

O amor quando expressara noutro alguém
Aos poucos noutro rumo onde ninguém
Decerto neste rumo voltará
E nisso se perdendo nossas vidas
Os tempos que buscara mais bonitos
A própria persistência fechará,

E o quanto do meu mundo fechará
E nisto não se vendo mais alguém
Os dias que pudessem ser bonitos
No fundo não sabendo de ninguém
Expressam com temor diversas vidas
E o tempo nunca mais, pois voltará,

Presumo o que de fato voltará
Enquanto este caminho fechará
E nisso se apresentem novas vidas
Aonde se imagina mais alguém
Não tendo na verdade mais ninguém
Trazendo dias claros e bonitos,

Os sonhos se imaginam mais bonitos
E vejo que deveras voltará
E nisto após o todo ora ninguém
Decerto este caminho fechará
E quando sei que após não há ninguém
Perdera num momento tantas vidas,

Nas nossas vidas, dias mais bonitos,
E sei que deste alguém não voltará
Meu mundo fechará, vou sem ninguém...

303

E queres que eu te escute sem ter dores.
Se bem que nem percebes quanto dói.
Não sabes que meu mundo se destrói
Em volta das memórias, teus amores.
E queres que eu me mate em sofrimento
Assim como desejas que eu te cure?

Ainda quando amor deveras cure
Ou mitigasse ao menos tantas dores,
O sonho transbordando em sofrimento
Expressa esta saudade que assim dói
E tanto quanto pude vãos amores
Viver o que deveras me destrói,

O tempo traz o quanto já destrói
Os ermos que deveras nada cure
Nem mesmo se eu vivesse tais amores
Ao superar diversas tantas dores,
O quanto do vazio toma e dói
E gera tantas vezes sofrimento,

O mundo se desenha em sofrimento
E sei quanto a saudade nos destrói
E neste caminhar a vida dói
Sem nada que decerto inda me cure,
Alimentando enfim diversas dores
Distante do quanto possam os amores,

Seguindo velhos rastros, meus amores,
Coleto a cada instante sofrimento,
E tanto quanto veja em fartas dores,
Meu mundo pouco a pouco se destrói
Sem nada que em verdade ora me cure
Lembrar do nosso amor tanto já dói,

E sinto este bafio e o quanto dói
O fato de sonhar em tais amores
E nisto cada passo enfim nos cure
Ao menos mitigasse o sofrimento,
E sei desta verdade que destrói
E dela cultivando apenas dores,

Percebo tantas dores, o amor dói,
E quanto se destrói, ledos amores,
Um velho sofrimento que nos cure?


304

Cansado de chorar a cada dia,
tristezas que me trazes tão doridas
Pedindo, por favor, quero a esperança
antes que me desarme uma alegria.
Desamas se rechaças quem sempre ama,
embora não percebas, mas me cansa.

Palavra que ameniza, e tanto cansa,
O verso se moldasse noutro dia
Vivendo o quanto possa e quem tanto ama
Invade sendas rudes e doridas
E nisto ao buscar uma alegria
Ainda traz bem viva uma esperança

O mundo se resume na esperança
De um tempo que deveras não se cansa
De ter ao menos rastros da alegria
E quando se imagina o dia a dia
E vendo o quanto seguem mais doridas
As sortes de quem tanto; em vão, inda ama,

O todo se anuncia e o quanto se ama
Expressaria ao menos a esperança
Que possa superar mesmo as doridas
Noções do quanto a vida sempre cansa
E trama no final um velho dia
Matando o que inda reste em alegria,

O tempo não traria uma alegria
E nem sequer sabendo quanto se ama
O tanto quanto possa noutro dia
Vestir os velhos trajes da esperança
E quando este esperar deveras cansa
O mundo enfrenta sortes tão doridas

E delas imagino as mais doridas
Estradas onde siga esta alegria
O tanto que pudera e já me cansa
E tendo na vontade de quem ama
Ao menos o sonhar em esperança
Que possa me trazer um novo dia,

As horas deste dia são doridas,
Mas vejo uma esperança em alegria,
E o quanto que se ama nunca cansa.


305




O sonho de viver já não se alcança,
nas dores que me causas, finda a chama.
Nas chamas que não deixas mais acesas,
amores se esfumaçam quando chamas
e dizes que, tristonha, ainda me amas.
Não creio nos amores em tristezas.

O quanto se apresentem nas tristezas
E o passo noutro tempo nos alcança
E dizes que em verdade tanto em amas
E nisto esta palavra que me alcança
Expressa o quanto possa nesta chama
Viver o quanto tento e quando chamas
As esperanças seguem mais acesas,

Ainda quando vejo além e acesas
As rotas que pudessem sem tristezas
Vagar por quanto tente em tantas chamas
Tramar o quanto a vida agora alcança
E nisto o puder tanto me chama
Ditando com certeza o quanto me amas,

E sei das ilusões e dizes que amas
Mantendo as sortes rudes mais acesas
E sei do quanto a vida trace em chama
E mostre muito além de tais tristezas
E nisto este caminho que se alcança
Eclode quando em sonhos vivo as chamas,

O amor que enaltecesse enquanto chamas
E dita na verdade o que mais amas
Enquanto o meu caminho agora alcança
E tendo à minha frente sempre acesas
As horas que transformam tais tristezas
No quanto poderia e já nos chama,

A vida com ternura quando chama
Expressa esta verdade em tantas chamas
E sei do quanto possa em tais tristezas
E nisto se presume o quando tu amas
E sei das esperanças mais acesas,
E o novo caminhar a vida alcança

O todo que se alcança acende a chama
E traz a vida acesa quando chamas
E quanto mais tu amas, mais tristezas...

306

E tentas convencer que é mesmo assim,
Que a dor se cura em dor que a dor produz
assim como da luz se faz a luz.
Que todo meio sempre vem do fim.
Nas mágoas que magoas minhas mágoas,
Não curam minhas mágoas nem me deixam.

E sei quando pudessem ou já deixam
Cenários que tentasse sempre assim,
Vagar entre diversas tolas mágoas
E nisto o que decerto se produz
Expressaria além do medo e fim,
O tanto que pudera em rara luz,

O verso traduzindo a sorte e a luz
Os olhos procurando além se deixam
Levar pelo caminho em cujo fim
Ainda que se veja mesmo assim,
O tanto que se queira já produz
O sonho feito em versos, sonhos, mágoas,

E sei como tivesse em tantas mágoas
O todo desenhando em rara luz
E o sonho que outro sonho já produz
Enfrenta as tempestades que não deixam
O passo que pudera ter assim,
Propiciando em sonho início e fim,

O tanto que inda reste gera o fim,
E vejo este caminho em meio às mágoas
O quanto poderia ser assim,
Entoaria na alma a rara luz
E mesmo que esperanças já nos deixam
O passo noutro rumo se produz,

O mundo que eu quisera ora produz
Os olhos quando buscam pelo fim,
E nisto outros momentos não me deixam,
Sequer ao enfrentar diversas mágoas,
O todo se anuncia em plena luz
E sigo cada passo sempre assim,

Vivendo então assim, o que produz,
Explode numa luz e quando o fim,
Traduz o quanto mágoas já nos deixam...


307


A vida em seus mistérios permitisse
Que tanto saciasse quem anseia
Vivendo cada instante sem temor
Ou mesmo quando for já se adiante
No quanto nos sacie uma ilusão
Enfrento dentro da alma o que não vejo,

Ainda quando a sorte aquém eu vejo
bem mais do que esperasse e permitisse
Dos sonhos mais diversos, da ilusão,
Amor que na verdade tanto anseia
A cada novo tempo se adiante
Traçando o dia a dia sem temor,

O pouco quanto houvera em tal temor,
O rústico momento que inda vejo
o quanto mesmo a queda me adiante
Trazendo o que desejo e permitisse
Tramar o quanto esta alma agora anseia
Ainda que pareça uma ilusão,

Olhando para trás, cada ilusão,
Expressa o que em verdade diz temor
E sei da solidão que tanto anseia
Meu mundo quando a luta dita e vejo
O todo que em geral se permitisse
Seguindo este cenário que adiante,

A porta que se abrira me adiante
O vento dita além uma ilusão
E sinto o quanto possa e permitisse
Vagando pela vida sem temor,
E nisto tão somente o que ora vejo
Expressará o quanto o amor anseia,

E sei da solidão que tanto anseia
O passo produzindo logo adiante
O tanto que pudera e quando o vejo
Tramasse tão somente esta ilusão,
Que possa desenhar já sem temor
O quanto tanto amor me permitisse

O sonho permitisse o quanto anseia
O que ora sem temor já me adiante
Sacio esta ilusão, mas nada vejo...


308




Por cima dessas mágoas que causaste
Em termos mais doridos que trocamos
Amamos e portanto desarmamos
As armas do combate, mas trocaste.
Vencido por verdugos sentimentos
Abates meus amores no combate.

A vida a cada instante outro combate
E nesta sensação que me causaste
De imensos e diversos sentimentos
E neles outros tantos que trocamos
Vagando pelos ermos já trocaste
Enquanto os pensamentos desarmamos,

E sei da solidão que desarmamos
Enquanto nos fizemos num combate
E nisto tão somente me trocaste
E toda a tempestade ora causaste
Marcando com ternura o que trocamos
Em sonhos tão felizes, sentimentos,

E vivo o quanto possa em sentimentos
E sei dos dias quando os desarmamos
Bebendo os velhos versos que trocamos
Ousando acreditar neste combate
E sei que no final o que causaste
Expressaria o amor quando o trocaste,

A vida se transforma e me trocaste
Pensando no valor dos sentimentos
E nisto esta emoção quando causaste
Expressa o que deveras desarmamos,
E tanto quanto possa e já combate
Meu mundo dita os erros que trocamos,

Palavras agressivas nós trocamos,
E sei que quando o passo em vão trocaste,
O vento se mostrara em tal combate
E nisto mergulhando em sentimentos
Diversos quando os sonhos desarmamos
Sentindo este prazer que ora causaste,

E sei que me causaste e além trocamos
Enquanto desarmamos, já trocaste
Os velhos sentimentos por combate.


309

Amando essa guerrilha me marcaste
Com lanças e terríveis sofrimentos.
Não quero combater a quem desejo,
No afã de me mostrar como se fere
Esfera desdenhosa que interfere
E causa sensação de nojo, pejo...

Enquanto presumisse o torpe pejo
No qual cada momento tu marcaste
A vida noutro tempo ora interfere
E deixa tão somente sofrimentos,
Os olhos quando a sorte audaz já fere
Expressa a insensatez deste desejo,

O tanto que pudesse em meu desejo
E o verso mais sutil trazendo em pejo
O todo desenhado e que me fere
E nisto percebendo já marcaste
Além dos mais diversos sofrimentos
O quanto desta vida ora interfere

O mundo na verdade se interfere
E gera o quanto pude e mais desejo
Nos dias tão atrozes sofrimentos,
E nisto o caminhar ditando o pejo
Enquanto com teus olhos já marcaste
O quanto cada fúria ora nos fere,

Avassalando o todo o tempo fere
E gera tanta dor quando interfere
E trama o que deveras tu marcaste
Ousando acreditar no que desejo,
E sei do quanto possa em ledo pejo
Viver o meu caminho em sofrimentos,

Pudesse imaginar sem sofrimentos,
Porém o dia a dia sempre fere
E quando dissemina em tanto pejo
A vida sem sentido ora interfere
E trama com terror cada desejo
Enquanto no vazio me marcaste,

E sei que tu marcaste em sofrimentos
O quanto este desejo vivo fere
E o tempo que interfere trame em pejo.

310

Temperas teus desejos sem amar
E sempre que procuras, contratempo.
Atado sem sair, perdendo o espaço,
Disfarço meu cansaço desta luta.
Amor que se deseja e se renega
Na disputa revela o seu fracasso!

O mundo anunciando outro fracasso
Aonde poderia tanto amar
O sonho se mostrara e o que renega
Não deixa que se veja o contratempo
Marcando com terror o quanto luta
E cede novamente algum espaço,

Pousando no vazio, em rude espaço,
O tanto quanto queira diz fracasso
E sigo outro cenário em vaga luta,
A sorte se desenha enquanto amar
E bebo tão somente o contratempo
E nisto o quanto eu quis já se renega,

Exibo no caminho o que renega
A velha sensação já sem espaço
E quando no final tal contratempo
Tramasse novamente algum fracasso,
E nisto o quanto possa enfim amar
Encontraria apenas velha luta,

E sei do quanto a sorte tenta e luta
Nos ermos de quem sonha e não renega
O verso que pudera tanto amar
E quando na verdade sem espaço
O mundo se anuncia num fracasso
E o todo se resume em contratempo,

A cada novo engodo e contratempo,
O templo se destrói e tanta luta
Só possa resumir novo fracasso,
E sei do quanto o gozo ora renega
E bebo este momento sem espaço
Enquanto a vida traz o rude amar,

Sentindo que te amar é contratempo,
A falta de um espaço trama a luta
Que apenas não renega este fracasso.

311

Queres que eu te dedique sofrimento?
Por tanto que não fiz e não faria,
Sem termos que lutar pela alegria,
Não valorizaremos sentimento.
A sorte que bafeja mansamente
Talvez não seja aquela que virá.

Apenas o que sei tanto virá
Gerando a vida em rude sofrimento
Expressa o quanto quis mais mansamente
E o todo noutro passo não faria
Deixando que se invada o sentimento
Por tramas mais suaves, a alegria,

O verso que trouxesse esta alegria
Há tanto se perdera e não virá
Nem mesmo o que se molde em sentimento
Ainda quando em vivo sofrimento,
Somente com certeza não faria
A vida tão suave e mansamente,

O quanto se permite mansamente
Viver a fantasia em alegria,
O mundo se anuncia e não faria
Sequer o que decerto inda virá
E singro tantas vezes, sofrimento,
E nisto eclode em fúria o sentimento

Pousando dentro da alma o sentimento,
Encontraria o todo mansamente
E sei que no final o sofrimento,
Vencendo esta improvável alegria
Traduz o que deveras não virá
E piso aonde o nada se faria

O quanto deste mundo já faria
Além do que me cabe em sentimento
Persisto e permaneço onde virá
O todo que deveras mansamente
Expressará no fundo uma alegria
Ao sonegar o torpe sofrimento,

A vida em sofrimento não faria,
Deixando uma alegria e em sentimento
Negando mansamente o que virá.


312

O dia prometido nunca veio.
Deixando o teu olhar a esmo ,alheio...
A dor mais violenta já se aflora.
As promessas e enganos te levaram
Aos mais distantes campos da existência
Onde a dor se assomando sem clemência

A vida se permite onde a clemência
Gerasse o que deveras não mais veio,
E sei do quanto possa e da existência
E nisto continuo mesmo alheio,
E sei que tantos sonhos te levaram
Enquanto esta saudade agora aflora,

O tempo que deveras já se aflora
O quanto poderia em tal clemência
Viver e ter enquanto nos levaram
Ao sonho que deveras quando veio
Tramasse este caminho mesmo alheio
Ao quanto me traria esta existência,

Ao menos se presume na existência
Enquanto o velho sonho agora aflora
E mesmo que eu prossiga sempre alheio
Um tempo se moldara em vã clemência
E nisto o que deveras sempre veio
Expressa o quanto os erros me levaram,

Os dias entre tantos que levaram
Meu mundo para além desta existência
Gerando o que pudera em ledo veio
E nisto a solidão que vem e aflora
Ainda mergulhasse com clemência
No tempo onde eu prossiga mais alheio,

E sei do que pudera e quanto alheio
Dos dias que deveras nos levaram
Ao quanto se tentara com clemencia
E nisto resumindo uma existência
E quando uma alegria toma e aflora
O sonho se expressasse aonde veio,

O quanto agora veio e mesmo alheio
Já nada mais se aflora, mas levaram,
O resto da existência, sem clemência...


313

Teus sonhos nos amores naufragaram...
Adormeces sozinha, sem ninguém,
E pensas que esta vida já se esvai..
Pensaste ser feliz, a noite trai
E nunca mais será a do teu bem...
Vestida de viúva em tez sombria,

A sorte se fizera então sombria
E vendo quantos sonhos naufragaram
Enquanto tanto quis um raro bem
O mundo se mostrando sem ninguém
Que possa me trazer o quanto trai
A vida quando o tempo além se esvai,

O verso que pudera e agora esvai
Trazendo esta incerteza onde sóbria
Enquanto a própria essência ora se trai
Os ermos caminhares naufragaram
E sei dos meus anseios e ninguém
Pudera conhecer o imenso bem,

A lenta caminhada em rude bem
O tempo no vazio ora se esvai
E sei do quanto possa e mais ninguém
Ousasse acreditar na voz sombria
Enquanto velhos sonhos naufragaram
E o mundo sem limites vem e trai,

O prazo determina o quanto trai
A vida sem sentido e sem teu bem
Nos ermos do caminho naufragaram
Enquanto toda a sorte ora se esvai
As tramas nesta sorte mais sombria
E tento no final não ser ninguém,

O amor que mais pudera sem ninguém
Ousando na verdade enquanto trai,
Vagando pelas noites, alma sombria,
Expressa o quanto possa e muito bem
Viver o que deveras já se esvai
Nas tramas que deveras naufragaram,

Os dias naufragaram sem ninguém
E o quanto ora se esvai deveras trai
E pensar neste bem, noite sombria...


314

Teus olhos sempre vertem-se no pranto
O vazio da noite, é sempre bruto.
A máscara dorida da saudade
Está tomando o rosto de quem ama.
Não resta nem sequer faísca e chama
A morte te promete lealdade...

A senda feita em luta e lealdade
Traduz o meu caminho em rude pranto
E sei do que pudera e quando chama
A vida na verdade em tom mais bruto
Expressa o quanto possa quem tanto ama
E vive tão somente da saudade

O mundo se anuncia em tal saudade
Ainda quando vejo a lealdade
Que possa permitir a quem mais ama
Ousar além do mero e rude pranto,
Vivendo este cenário aonde bruto
O tempo eclode apenas nesta chama,

O verso que em verdade já nos chama
E traz nas mãos o vento da saudade
Encontra a cada passo, um tempo bruto,
E sei do quanto valha a lealdade
Ainda que demonstre em dor e pranto
O todo acalentando o quanto se ama,

A luta desenhada diz quem ama
E traça o que pudera nesta chama
Vagando pelos ermos de algum pranto,
E nada do que trace esta saudade
Encontra no final a lealdade
Vencendo um dia a dia amargo e bruto,

Caminho se desenha mesmo bruto
E nesta sorte, farto quando se ama,
Vivendo com ternura e lealdade
Pudera com vigor na rara chama
Trazer o que em verdade diz saudade
E deixa para trás o medo e o pranto,

E vejo neste pranto o passo bruto
Acende esta saudade e sei quem ama
Expressa em rara chama a lealdade...


315

Não posso te dizer quase mais nada,
A não ser que estarei sempre contigo,
Eu tento proteger-te do perigo,
Da dor que sempre traz a madrugada.
Amiga, minha amada te proponho
Um dia mais feliz de mansa lua,

Entranha nos meus olhos deusa lua
E traz o quanto quero e mesmo em nada
A vida que deveras eu proponho
Expressa o grande amor vivo contigo
E sei do quanto invada a madrugada
Deixando no passado algum perigo,

A sorte se anuncia e sem perigo
O quanto se fizera desta lua
Vivendo a imensidão da madrugada
E nela o quanto quero e sei que nada
Impediria o sonho se contigo
Eu tenho tudo aquilo que proponho,

Assim o grande amor ora proponho
E sei já superar algum perigo
Marcando o quanto possa estar contigo
E vendo mais de perto a bela lua
Que traça no infinito além do nada
Luzindo deusa prata em madrugada,

O quanto a vida trague em madrugada
E o verso se deseja onde proponho
Deixando no passado este ser nada
E tendo uma expressão além perigo,
Vislumbro na beleza desta lua
O quanto quero estar sempre contigo,

E quando vejo a vida e vou contigo
Vencendo sem temor a madrugada´
Reflete dentro da alma a pura lua
E nela este caminho onde proponho
Ao menos sem sentir sequer perigo
O tempo não traria quase nada,

O sonho feito em nada, vai contigo
E sei do vão perigo em madrugada,
E ao fim eu te proponho inteira, a lua.

316

A vida não se acaba, continha
Embora teu tormento mais medonho.
Se não posso trazer-te o paraíso,
Se não posso fazer-te mais feliz,
Eu te darei, ao menos, mais gentis
Sonhos. E, se quiseres, meu sorriso!

Além do que traduza este sorriso
Que tantas emoções eu sei continha
Os dias se fariam mais gentis
Vencendo o quanto possa ser medonho
Ousando acreditar no ser feliz
Que possa me trazer um paraíso,

O mundo se anuncia em paraíso
E gera entre momentos o sorriso,
O quando poderia ser feliz
E nisto o que deveras não continha
Quem lute contra um mundo tão medonho
Talvez veja momentos mais gentis

E sei do quanto possam ser gentis
Os olhos quando tentam paraíso
O passo sem sentido e tão medonho
Pudera noutro instante num sorriso
Vencer o tanto medo que continha
E ser deveras muito mais feliz,

Sabendo ser deveras tão feliz
Enquanto se presume ora gentis
Momentos onde a sorte que continha
Trouxesse para perto o Paraíso
E nisto o caminhar dita em sorriso
Deixando para trás o ser medonho

E mesmo que inda venha tão medonho
O tempo me fizera mais feliz
E nisto ao adentrar cada sorriso
Envolto nestes termos mais gentis
O passo rumo ao nobre paraíso
Um ar de imensidão sempre continha,

E sei quanto continha, até medonho,
E tendo o Paraíso o ser feliz
Expressa ares gentis no seu sorriso.


317

Não deixe que a tristeza te domine
Em tudo o que fizeres, alegria!
A vida se renasce todo dia
Que essa luz que carregas, ilumine
Os passos que darás a vida inteira
Alegria é desta vida a companheira

A sorte quando encontra a companheira
Que sabe como possa e já domine
O tanto quanto nela agora inteira
A vida feita em glória e em alegria
Expresse o que deveras ilumine
Trazendo uma emoção a cada dia.

O todo se fizera dia a dia
E encontre na esperança a companheira
A sorte que traduz e me ilumine
Vencendo o que pudesse e não domine
Reinando sobre nós tal alegria
Vivendo esta emoção decerto inteira,

A luta mais audaz se faz inteira
E gera o quanto possa em novo dia
Vibrando realmente em alegria
E tanto me moldando a companheira
Que possa e na verdade já domine
O sonho feito em paz, ora ilumine,

E quando esta vontade me ilumine
Marcando o quanto possa e já se inteira
A sorte noutro canto ora domine
O mundo sem temor a cada dia
E nisto a se deseje a companheira
Que traga a cada passo esta alegria,

Meu mundo desenhado em alegria
O tanto que puder ora ilumine
E trame a mais sublime companheira
E nisto se traduza a vida inteira
Enquanto se moldando dia a dia
O quanto na verdade nos domine

E sei quando domine esta alegria
Que a cada novo dia me ilumine
E gere em sorte inteira, a companheira.


318

Demonstre esta coragem em céu tão gris
Não deixe que a saudade te maltrate
Serás o vencedor do duro embate
Que te trará, da vida outro matiz
A luta não termina e recomeça
A cada novo dia e nova dor

O quanto ora aprendemos com a dor
E nisto mesmo quando o mundo é gris
O sol em novo dia recomeça
E quando a solidão tanto o maltrate
Expresse na beleza outro matiz,
Que vença com ternura cada embate

E mesmo quando a vida em vão embate
Expresse sem saída a\ rude dor
O prazo que envolvesse este matiz
Deixando para trás o tom mais gris
Pudesse noutro tom que não maltrate
Trazer o que devera recomeça,

A vida se tal forma recomeça
E gera o quanto possa após o embate
E sei da solidão quando maltrate
E mesmo se mostrando inteira a dor,
Ainda num instante aonde é gris
Pudesse ver em paz claro matiz,

E sendo de tal forma este matiz
Que dita quanto possa e recomeça
Vencendo o que inda seja duro e gris
E nisto se desenha o vago embate
Que possa traduzir além da dor,
O quanto na verdade não maltrate,

E o sonho sem juízo algum maltrate
Aquele que permita este matiz
Diverso que traçando a velha dor,
A cada novo engano recomeça
E mostre tão somente quando embate
Momento que jamais quisera gris,

E sei do quanto o gris tome e maltrate
E quando neste embate outro matiz
Num céu já recomeça e cale a dor.


319


Alegria ressurge como a flor
Precisa de coragem e tem pressa.
Não faça como o triste companheiro,
Somente reparou nas duras urzes
A vida se redime e traz as luzes
O mundo sorrirá mais verdadeiro

O quanto possa ser tão verdadeiro
O sonho desenhado em cada flor
E nisto caminhando entre mil luzes
E mesmo que não tenha tanta pressa
Ao superar na estrada várias urzes
Encontro o grande amor, meu companheiro,

O tempo se anuncia, companheiro,
Dos dias que eu pudera, verdadeiro,
E aonde se imaginam tantas urzes
Vencer os meus temores, crer na flor
Que trace com delírio a sem a pressa
Sentir no meu olhar as raras luzes,

Enquanto em plena noite vejo as luzes
E sei deste caminho companheiro
Dos tantos que buscara mesmo em pressa
E tendo dentro da alma o verdadeiro
Sentido que pudera em rara flor
Deixar bem para trás antigas urzes,

Vencendo a cada instante as mesmas urzes,
Ousando crer no fim em raras luzes,
O quanto se imagina em bela flor
O todo se anuncia e o companheiro
Dos sonhos, raro amor mais verdadeiro,
Enfrenta o dia a dia já sem pressa,

E quando na verdade eu sei que a pressa
Presume tão somente as tantas urzes
E vejo o passo amigo e verdadeiro
E tanto quanto possa em raras luzes
Vencer e ter no sonho o companheiro
Que possa traduzir jardim e flor,

Ousando ver na flor e já sem pressa
O amor, meu companheiro, sem as urzes,
Meu sonho vivo em luzes, verdadeiro...


320

Não deixe teu caminho pelo mundo
Sem ter essa coragem de plantar
A cada novo tempo libertar
E viver toda vida num segundo.
Sabendo que tiveste um novo dia
Mais Pleno de carinho e sem tristeza,

Enquanto se percebe tal tristeza
Que gera e dominasse todo o mundo
O verso noutro tom a cada dia
Pousando dentro da alma num segundo
Expressa o quanto possa no plantar
Do sonho quando o tente libertar,

O prazo aonde possa libertar
Meu canto que se molde em vã tristeza
E nisto o quanto viva num segundo
Ainda que moldasse o velho mundo
O sonho de colher e de plantar
Cerzisse na verdade a cada dia,

O medo se aproxima e dia a dia
Presumo o quanto irei me libertar
Dos erros mais comuns e no plantar
Uma esperança além sem mais tristeza
Grassasse pelos passos deste mundo
E nisso outro momento, outro segundo,

O pranto que se veja num segundo,
O canto quando tento um raro dia
E tente na verdade inteiro o mundo
Que deixe meu caminho a libertar
Além do quanto rege esta tristeza
E nela alguma luz enfim plantar,

O tanto que pudera em paz plantar
O prazo se define num segundo
E sei do quanto possa sem tristeza
Sentir esta beleza de outro dia
Num ato que sugira o libertar
E mergulhar sem medo neste mundo,

E quando neste mundo irei plantar
O tanto a libertar cada segundo,
Produza um dia livre, sem tristeza.

321


Procurei meu amor da mocidade
Esquecida e perdida nos alvores
Neste inverno fatal, nos estertores
Finais, quando me resta só saudade...
Agora em meu jardim, as flores mortas,
Somente erva daninha sobrevive.

A sorte de tal forma sobrevive
Matando cada sonho e a mocidade
Expressa no final em folhas mortas
O outono que negasse mais alvores
E sei do quanto resta uma saudade,
Agora que percebo os estertores,

A vida se moldando em estertores
E nisto o quanto possa, sobrevive,
Vagando sem saber desta saudade
Que trame a mais distante mocidade
E veja sem sentido alguns alvores
E traz as esperanças todas mortas,

As tramas enredando fases mortas
E nisto tão somente os estertores
Ainda quando pude ver alvores
O tanto quanto resta sobrevive
E nega a cada passo a mocidade
Deixando no final mera saudade,

E vendo a cada dia esta saudade
Que possa traduzir além das mortas
Razões que emoldurassem mocidade
E nisto vendo apenas estertores
Enquanto uma alma tenta e sobrevive
Já nem mais me lembrasse dos alvores,

E sem saber se um dia tive alvores
Ainda nas lembranças quase mortas
Ousando penetrar vaga saudade,
O quanto de minha alma sobrevive
E trama no final, nos estertores,
A sombra desta rude mocidade,

Só sei que a mocidade em seus alvores
Moldasse em estertores a saudade
Que em ilusões já mortas, sobrevive...


322

São restos que carrego d’onde estive
Penetram minha casa, abrem as portas,
Tomando minha sala, entram no quarto,
Deitam-se nessa cama e já me abraçam.
Envolvem meu pescoço se entrelaçam
E tentam sufocar. Da vida farto.

O sonho que pudera trazer farto
Momento na verdade enquanto estive
Tramasse enquanto dias entrelaçam
Abrindo com ternura velhas portas
E nisto as ilusões agora abraçam
E geram a esperança em cada quarto,

O vento ao entranhar inteiro o quarto,
Deixando o coração de sonhos, farto,
Expressa o quanto possa e nos abraçam
Momentos onde pude e sempre estive
Trazendo escancarada enfim as portas,
E os sonhos que deveras se entrelaçam,

E quando as ilusões ora entrelaçam
E tomam já de assalto todo o quarto
Rondando e permitindo além das portas
O todo que pudera estando farto
E nisto quando em paz somente estive
Vivendo os sentimentos que me abraçam

E sei das emoções quando ora abraçam
Os olhos na verdade me entrelaçam
E sinto que deveras quando estive
Trazendo dentro da alma o velho quarto
E nisto mesmo quando em luz me farto,
Arcando com ternura tento as portas,

E singro no horizonte tantas portas
Sabendo na verdade quando abraçam
Os dias entre tantos deixam farto
O velho sonhador e se entrelaçam
Marcando com ternura cada quarto
Enquanto neles mesmo agora estive,

E sei do quanto estive, várias portas,
E dentro deste quarto quando abraçam
Os sonhos entrelaçam, deixam farto...


323


Espero o desenlace deste abraço,
Aos poucos apertando mais e mais
Até que sofrimento e dor, jamais!
Ao fim deste namoro nem um traço
Do que fui restará mais neste mundo.
Coberto pelas folhas, sufocado.

O sonho não se mostre sufocado
Tampouco se negasse algum abraço,
A vida necessita de seu mundo
E nele se podendo sempre mais
Viver o quanto possa a cada traço,
Porém, escravidão, isso jamais.

O tempo se desenha sem jamais
Apenas pela ausência sufocado
Ou mesmo noutro tom enquanto traço
Vagando sem sentido cada abraço
E nisto se podendo muito mais
Grassando com ternura inteiro o mundo,

E vendo com certeza o raro mundo
E nele me entranhando sem jamais
Perder a direção que eu busco mais
E quando se presume sufocado,
O tempo traz além de algum abraço
Deste infinito sonho mais que um traço,

Vivendo o quanto pude traço a traço
E tendo em minhas mãos inteiro o mundo
Ainda quando possa noutro abraço
Tramar o todo quando diz jamais
E mesmo quando apenas sufocado
Eu quero e me aproximo muito mais,

Sabendo desta história mais e mais
Não quero do passado sequer traço,
E nem ser tão somente sufocado
Erguendo o meu olhar prevejo um mundo
Que possa me trazer sem ser jamais
Um sufocante e rude, amargo abraço,

E quando ora te abraço quero mais
Que ser jamais sequer um mero traço
Do quanto fora o mundo, sufocado...


324



PENSAMIENTO

A bañarse en la gota de rocío
Que halló en las flores vacilante cuna,
En las noches de estío
Desciende el rayo de la blanca luna.

Así, en las horas de celeste calma
Y dulce desvarío,
Hay en mi alma una gota de tu alma
Donde se baña el pensamiento mío.

RAFAEL OBLIGADO


Tocada pelas gotas do rocio
A flor entregue em luz, bela expressão,
Trazendo a mais sublime sensação
Que possa mesmo até no rude estio
Ao raio de um luar enternecido
Banhar meu pensamento em rara luz,

O sonho se desenha e bebo a luz
Que possa anunciar na alma o rocio
E nisto o quanto sinto enternecido
Meu mundo se presume na expressão
Ultrapassando além qualquer estio
Tramando do infinito a sensação,

O amor que se moldara em sensação
Explicitando o sonho em farta luz
E mesmo que inda veja em mim o estio
Ao ter a sutileza do rocio
E dele a mais sutil clara expressão
No olhar devidamente enternecido,

O passo que se dera enternecido
Moldando na verdade a sensação
Do quanto possa ter esta expressão
Que gere noutro instante a etérea luz
E sobre as folhas sinto que o rocio
Amenizasse na alma algum estio,

E tanto se promete sem estio
O mundo onde persisto enternecido
Sentindo a maciez quando o rocio
Deixando sobre a terra a sensação
Que brilha quando entregue à farta luz
E nisto gere mágica expressão,

E tanto se emoldura esta expressão
No olhar extasiado em pleno estio,
E quando me envolvendo a rara luz
Deixando o coração enternecido
Marcando a mais suave sensação
Nas lágrimas de amor, este rocio,

O quanto em tal rocio uma expressão
Gerando a sensação de algum estio
Que esteja enternecido pela luz.

325


Nesta agonia tudo terminado
Trazendo a liberdade, num momento
De tais folhas e galhos, sinto o gosto
Agridoce da vida que se cala
Deixando a velha marca do passado,
Imensa cicatriz sobre meu rosto,

O quanto se desenha neste rosto
Traduz o tempo há tanto terminado
E vejo em teu olhar o meu passado
E nisto se presume outro momento
Enquanto uma esperança em vão se cala
Do sonho não se sente nem o gosto,

O prazo determina e sem teu gosto
Ausenta-se expressão e vejo o rosto
E nele a solidão deveras cala
O tanto se fizera terminado
E vejo o quanto possa num momento
Singrar cada cenário do passado,

O tanto que carrego do passado
E nisto se anuncia o mesmo gosto
De quem se permutando num momento
Vagasse sem mostrar sequer o rosto
O tempo há tanto o vejo terminado,
E o quanto poderia em vão se cala,

Minha alma sem sentido algum se cala
E sigo cada instante de um passado
Há tanto sem poder e terminado
Na rude sensação do amargo gosto
E nisto cada ruga deste rosto
Expressa a dor imensa de um momento,

E sigo sem saber cada momento
Enquanto a solidão tanto me cala
E tento demonstrar suave rosto
Na fúria de um anseio do passado,
E sei a sensação do rude gosto
Marcando o já deveras terminado,

O passo terminado num momento
Diverso do que o gosto agora cala
Expressa este passado no meu rosto.




326

Ainda busco mesmo que distante
Algum alento embora saiba bem
Que a vida se mostrando em tanta perda
Não segue seu caminho mais tranquilo,
E quando no final já nada vejo,
Somente o fim de tudo sinto na alma,

Um tempo onde pudera dentro da alma
Viver cada segundo mais distante
De todos os problemas que inda vejo
E crer ser mais possível ter um bem,
A vida se moldando e vou tranquilo,
Embora a cada passo nova perda,

A sorte se anuncia em leda perda
E o quanto se deseja foge da alma
Sabendo que deveras fui tranquilo
O quanto se tentara vai distante
E sigo sem saber sequer o bem
Aonde o grande amor já não mais vejo

E sinto tão somente o quanto vejo
Nas tramas que traduzem tanta perda
E sei que a solidão conheço bem
E sigo cada palmo do que uma alma
Tramasse mesmo quando vou distante
Vagando pelo astral, mesmo tranquilo,

E quando se mostrara o ser tranquilo
Diante dos momentos que ora vejo,
Ainda se desenha mais distante,
e nisso se perceba alguma perda,
O todo que enaltece na farta alma
Vivendo a cada dia um novo bem,

O sonho abençoando sei tão bem
Que tudo o quanto seja mais tranquilo
Expresso com vigor e dentro da alma
Espero tão somente o quanto vejo
De um tempo aonde sinta a rude perda
E siga da esperança mais distante,

O mundo tão distante do meu bem,
O quanto dita a perda e vou tranquilo,
Somente quando a vejo, uma pura alma.

327

Não pude e nem tentara a sobrevida
Depois de tantos erros cometidos,
Os olhos procurando algum descanso
A sorte no horizonte já perdida,
E o verso se anuncia em solidão,
Trazendo o quanto tenho sempre em vão,

O passo se mostrara em rumo vão
Sentindo com certeza a sobrevida
Que possa emoldurar na solidão
Os tantos e diversos cometidos
Anseios que eu buscara e sei perdida
Minha alma sem sequer saber descanso,

E quando noutro engodo já descanso
Meu passo se mostrando sempre vão,
O tempo desta história ora perdida,
O quanto resumira a sobrevida
E nisto tantos passos cometidos
Envoltos pela louca solidão,

E quando me imagino em solidão,
Tentando que se veja algum descanso
Enquanto os ermos ditam cometidos
Momentos de um cenário feito em vão,
O todo realçando a sobrevida
E a sorte noutra face ora perdida,

Minha alma se encontrando ora perdida,
Esboça simplesmente a solidão
E quando no final tal sobrevida
Estampa o quanto houvera em tal descanso,
O passo que se dera sempre em vão
Expressa desenganos cometidos,

E os tantos entre passos cometidos,
Na fúria desta senda ora perdida,
O quanto deste mundo fora vão,
Envolto nesta mesma solidão,
Que possa me tocar e sem descanso,
Ainda sonegar a sobrevida,

A dor em sobrevida e os cometidos
Enganos sem descansos na perdida
E vaga solidão: caminho em vão...


328

Nas horas derradeiras desta vida
Que à noite nas boates terminava
Sem medo de viver a despedida
E nas dores cruéis agonizava
No prazer maior destas bacantes
Trazendo tantos gozos delirantes...

Os olhos em caminhos delirantes
O tempo mais sutil sonega a vida
E quando no final estas bacantes
Num ato aonde a sorte terminava
Enquanto o dia a dia agonizava
O sonho preparava a despedida

O tempo se anuncia em despedida
E o quanto se desenha em delirantes
Momentos quando a sorte agonizava
Trouxeram para o tanto a leda vida
E nisto o caminho terminava
Nos erros mais comuns das vis bacantes,

As noites entre gozos e bacantes
O sonho preparado em despedida,
O mundo que decerto terminava
Envolto pelos passos delirantes
Enquanto se imagina a minha vida
No quanto o dia a dia agonizava,

Meu mundo noutro ponto agonizava
E sei do quanto fossem as bacantes
Razão de sofrimento e luz em vida
Marcando muito além que a despedida
Os sonhos tantas vezes delirantes
Aonde o meu caminho terminava,

O todo noutro ponto terminava,
E o passo sem sentido agonizava
Traçando dias rudes, delirantes,
E sei da solidão de tais bacantes
E nisto o quanto houvera em despedida
Expressaria ao fim a minha vida,

O quanto minha vida terminava
Na velha despedida e agonizava
Envolto por bacantes delirantes.


329

Investido de lágrimas e sonhos
Abraço teu cadáver, triunfante
Os gozos que me deste enfadonhos
Teu fim é meu começo, delirante.
O corpo desta fera pesa tanto
E traz ao meu destino, um novo encanto

O mundo quando o vejo em farto encanto,
Tentasse mergulhar em velhos sonhos
E sei do quanto possa e neste tanto
Vagasse sem sentido, triunfante,
E sei do quanto seja delirante
Em frente aos tantos dias enfadonhos,

Os passos muitas vezes enfadonhos
Aonde imaginara tal encanto,
Ainda sob um tempo delirante
O todo resumindo velhos sonhos
Pudesse ser deveras triunfante
E nisto o quanto quero se diz tanto,

O verso se anuncia e neste tanto
O passo se mostrara em enfadonhos
Caminhos onde o passo triunfante
Traduza o que deseja em raro encanto
O mundo mais sutil em novos sonhos
Num passo que se possa delirante,

Meu mundo de tal forma delirante
E o quanto se deseja e vejo tanto
Expressa a realidade de meus sonhos
E nisto além dos dias enfadonhos
O todo que desenhe neste encanto
Trará este sorriso triunfante,

E quando se aproxima triunfante,
O passo tantas vezes delirante
Encontra o que pudera neste encanto
E o verso se moldara noutro tanto
E sei dos erros vários enfadonhos
Marcando com terror os vários sonhos,

Deitando sobre os sonhos, triunfante,
Ainda que enfadonhos, delirante
Trazendo neste tanto um vário encanto.

330

Ao me ver assim bêbado infeliz
Escarrado pelas ruas, um mendigo,
Buscando meu prazer na meretriz
Meu último quinhão, o meu abrigo
Nas noites friorentas deste inverno
Que sempre se traduzem como inferno!

A sorte se desenha neste inferno
E o quanto se mostrara um infeliz
Que tanto se procura e neste inverno
Apenas como fosse algum mendigo.
Procura no vazio algum abrigo
E encontra a companheira, meretriz,

A vida como a velha meretriz
Expressa tão somente neste inferno,
A falta mais sincera de um abrigo,
E o todo se anuncia ora infeliz
E sigo sendo um pária, este mendigo,
Em plena sensação de eterno inverno,

E quando no vazio agora inverno,
E tramo outro caminho, a meretriz
Tocando com seus lábios o mendigo,
Trazendo novamente o velho inferno
Expressa o quanto pude ora infeliz
Ousando na esperança, único abrigo,

E tanto quanto possa algum abrigo
Ao enfrentar desta alma o seu inverno,
O sonho mais atroz deste infeliz
Gerando a cada instante a meretriz
Que possa traduzir em puro inferno
O passo sem sentido de um mendigo,

O tempo na verdade, este mendigo,
Negando sem motivo algum abrigo,
E o quanto se mostrara neste inferno,
Grassando eternamente o duro inverno
numa alma sem caminho, meretriz,
A cada novo passo, esta infeliz

E sendo este infeliz feito um mendigo,
A sorte meretriz já sem abrigo
O duro e ledo inverno, o meu inferno.


331


Nas portas que fechaste com teus pés
A vergonha invadindo minha vida
Meu barco naufragado sem convés
Amargo da saudade desvalida
E o fel deste teu beijo envenenado
Teu fim sempre sonhei, tão desejado...

E o quanto poderia desejado
Cenário aonde a sorte mete os pés
Trazendo este caminho envenenado
A sorte que tramasse em minha vida
Arrebentando em desvalida
A sorte sem sequer algum convés,

O mundo se perdendo sem convés
E quanto deste sonho desejado
Apresentando a sorte desvalida
E nisto se mostrando sempre aos pés
Atadas as correntes desta vida
No verso sem razão e envenenado,

Meu tempo de viver, envenenado,
O quanto se perdera sem convés
O sonho decepado pela vida
E o quanto fora outrora desejado
Agora se atirando em rudes pés
Transforma a sorte atroz e desvalida.

E quanto se imagina desvalida
Eu luto mesmo quando envenenado
Tentando ter mais firme sob os pés
O firme desejar de algum convés
E o tempo tantas vezes desejado
Expressa a solução de minha vida,

Num passo que decida a minha vida
há tanto sem sentido e desvalida
E nisto se mostrara desejado
O quanto poderia, envenenado,
O tempo se mostrando além convés
Sem ter tantas correntes nos meus pés,

Pisando com meus pés traçando a vida,
Que neste vão convés vai desvalida,
Aonde envenenado; o desejado.


332

Mortalha não carrego, comemoro!
Em cálices de amarga lucidez.
Os olhos sobre o corpo já demoro
E rio, me gargalho dessa tez
Lívida, arroxeada e sem mistério.
A morte executada sem critério...

A vida se pudesse algum critério
Tramasse o quanto quero e comemoro
Tentando adivinhar este mistério
E nele alguma sorte em lucidez,
Porém na turbulenta e rude tez
O tempo que sem nexo mais demoro,

E quando noutro passo eu me demoro
Ainda que pudesse algum critério
O mundo mudaria sua tez
E o verso mais sutil eu comemoro
Marcando aonde houvera lucidez
Erguendo cada passo outro mistério,

Vislumbro no final este mistério
E vejo o que pudesse e me demoro
Tentando adivinhar a lucidez
De um tempo que prossiga sem critério
E nisto o quanto reste, comemoro,
Mudando com certeza a minha tez.

E sei do quanto exista em turva tez
E a vida se fazendo em tal mistério
Apenas na ironia comemoro,
E sei do quanto além eu me demoro,
Vivendo sem sentido algum critério
E tento reviver a lucidez,

Meu mundo que tivera em lucidez
O todo se anuncia noutra tez
E vendo o quanto trame algum critério,
E nisto se anuncia sem mistério
O quanto na verdade ora demoro
E sei que no final já comemoro,

E assim só comemoro a lucidez
Que traz onde demoro a mesma tez
Tentando sem mistério algum critério.

333


Agora que me livro desta fera
Encontro meu destino mais feliz.
O rosto venenoso de quimera
Não guarda mais sequer a cicatriz
Marcada pelo golpe que te dei
Nas horas onde foste a triste lei...

A vida anunciando a dura lei
Que enaltecendo a vida, dura fera,
Presume muito além do quanto dei,
E vendo o que me faça mais feliz
Trazendo do passado a cicatriz
Que dita na verdade esta quimera,

Meu mundo traduzido na quimera
Enquanto noutro passo marca em lei
O quanto se fizera em cicatriz
E nisto a solidão temida fera
Não deixa que se pense em ser feliz
Negando mesmo o sonho que te dei,

O quanto poderia e mais me dei,
Encontra noutro engano esta quimera
E deste tal terror se fui feliz,
A vida transformando a velha lei,
Agora se apresenta em rude fera
E traz já dentro da alma a cicatriz,

O quanto pude ver na cicatriz
Gerada pelo engano aonde eu dei
Meu mundo percebendo a rude fera
E tanto alimentasse esta quimera
Que possa transgredir a própria lei
Aonde se tentara ser feliz,

Ainda tenho na alma o ser feliz
E sei do quanto possa a cicatriz
Gerando o que anuncia a rude lei,
O amor que com certeza eu já te dei
Agora se anuncia em tal quimera
Alimentando enfim a torpe fera,

E sei que desta fera o ser feliz
Recebe da quimera a cicatriz
E tanto que me dei vaga sem lei...

334


Vencida esta batalha, resta o sonho
Em busca d’outros dias sem fronteira.
Vejo-te em podridão, acho bisonho
Quem fora sempre forte, a vida inteira,
Coberta pelas lavras se destrói
O mais mísero verme te corrói.

A vida que deveras me corrói
Negando o quanto possa ou mesmo sonho
Expressa o dia a dia que destrói
E vaga sem sentido nem fronteira
Vivendo muito além da sorte inteira
Que possa além do quanto for bisonho,

O verso mais audaz, mesmo bisonho,
Encontra o quanto corta e já corrói
Marcando com ternura a vida inteira
E nisso ao convencer em cada sonho
Do todo que pudera e sem fronteira
Expressa o sentimento que destrói,

Meu mundo na verdade se destrói
E vendo o quanto possa ser bisonho,
Aonde a vida dita uma fronteira
Encontro o que me corta e já corrói
Revela com certeza cada sonho
Deixando para trás a vida inteira

Enquanto imaginasse ser inteira
Verdade sem limites me destrói
E trama o quanto possa e não mais sonho,
Vagando num caminho mais bisonho,
E toda esta expressão, a paz corrói,
Tentando ter além uma fronteira,

A sorte se moldara sem fronteira,
O prazo de uma vida além e inteira
Encontra o que rodeia e enfim corrói
Enquanto o dia a dia nos destrói
O que resulta mostra o ser bisonho
Que trago no meu peito, inútil sonho,

E quando o que sonho vê fronteira
No passo mais bisonho a sorte inteira,
E o que ora nos destrói, o amor corrói.

335

A minha mocidade destruíste
Em todos os anseios me negaste
Todos os meus desejos já puíste
E em cada sonho meu sempre escarraste
Não pude decifrar sequer teu rosto
Que agora, está em restos, decomposto...

O quanto se apresente decomposto
Traduz quando em verdade destruíste
O mundo que deveras mostra o rosto
Aonde cada passo tu negaste
E sei do quando em meus sonhos escarraste
E toda esta esperança que puíste,

Meu mundo carcomido ora puíste,
O passo sem sentido e decomposto,
E sei quando em verdade me escarraste
E todo o meu caminho destruíste
E tanto quanto possa me negaste
Gerando cada ruga neste rosto,

Meu mundo se desenha em vago rosto,
E sei do quanto possa e além puíste
Marcando o que deveras tu negaste
Mostrando o quanto eu sigo decomposto
E vejo que afinal já destruíste
Enquanto sem motivos escarraste,

E sei quando em verdade ora escarraste
Deixando tua marca no meu rosto,
E o sonho quando enfim tu destruíste
E sei que no final tudo puíste
Deixando o dia a dia decomposto,
E nisto o que inda tenha tu negaste,

O mundo quando tanto ora negaste,
E o pouco traduzindo onde escarraste,
Gerando o dia a dia decomposto
Exposto sem limites no meu rosto,
E tanto quanto possa tu puíste
E mesmo único sonho destruíste...

meu mundo destruíste, mas negaste,
o tanto que puiste ora escarraste
o quanto do teu sonho, decomposto...


336

-Nos meus olhos cansados de viver,
A morte se demonstra solução.
Não posso nem consigo te esquecer...
Quem sabe me darias o perdão!
Mas nada que passei demonstra tanto,
Pranteio com saudades meu passado,

O tempo noutra face, este passado,
Presume o quanto possa além viver
E sei do que tentara noutro tanto
E singro num vazio a solução
E vejo o quanto possa em tal perdão
Podendo num momento me esquecer

Do quanto poderia me esquecer
E sei deste vazio em meu passado,
Ousando acreditar nalgum perdão
E sigo o quanto possa ora viver
E vejo tão somente a solução
Que poderia agora ter seu tanto,

E quando vejo a sorte feita em tanto
Caminho sem sentido a me esquecer
Do quanto encontraria a solução
Vibrando a cada instante inda o passado,
E nisto o que devesse então viver
Trazendo a cada engano outro perdão,

Mas sei do quanto possa em teu perdão
Ousar acreditar no quanto e tanto
A sorte mais diversa do viver
Encontraria o rumo ao se esquecer
Do quanto pode ter no seu passado,
E sabe noutro tanto a solução

A vida se tramasse em solução
Diversa do que veja sem perdão
E nisto o dia trama do passado,
Ousando o que pudera sempre e tanto,
Marcando o que se deixa ora esquecer
Nas ânsias do que possa inda viver,

O mundo onde viver traz solução
Diversa do esquecer em tal perdão
Buscando sempre e tanto além passado...


337



Há quanto não consigo ouvir teu canto.
O pranto que rolei, sem ter sentido,
Nas pontas do lençol onde me agarro,
Rastejo pela sala e te procuro.
Na fumaça que sobe, do cigarro,
Nas espirais encontro meu futuro...

E sinto que deveras o futuro
Traria no caminho o quanto canto
E sei do meu anseio num cigarro
Enquanto caminhasse no sentido
Marcando cada instante onde procuro
A solução aonde em vão me agarro,

O sei que quanto mais em ti me agarro,
Esboço o dia a dia, num futuro,
E sei da imensidão e se procuro
Vagando mansamente nalgum canto,
Enquanto cada passo faz sentido
Acendo novamente este cigarro,

E tendo entre meus dedos o cigarro
Numa esperança em vão tanto me agarro
Ainda inda haveria algum sentido,
E nego qualquer chance de futuro,
O passo se mostrando noutro canto
Matando esta esperança que procuro,

O mundo que decerto inda procuro
Expressaria mais que algum cigarro,
E sei do quanto possa neste canto,
Viver esta emoção e assim me agarro
Pensando tão somente no futuro
Aonde o que buscara faz sentido,

O mundo se anuncia sem sentido,
E o verso que deveras eu procuro
Traduz noutro momento o meu futuro
E nisto quando aceso este cigarro,
A sorte traz a corda onde me agarro
E tento a salvação em raro canto,

O sonho noutro canto ao ser sentido,
O verso onde me agarro e a paz procuro,
Nas espirais, cigarro, o meu futuro...


338



O câncer que cultivo me amedronta,
Mas atrai penetrante sentimento...
A vida que julguei tanto me apronta,
Palavras se perdendo com o vento...
Nos campos que plantei sequer espinhos,
As urzes proliferam e me espantam...

Os dias que deveras já se espantam
Futuro sem caminhos amedronta
E sigo contra todos os espinhos
E mesmo que inda reste o sentimento
O tempo se desenha neste vento
Enquanto o dia a dia vem e apronta,

A vida que deveras já se apronta
Mostrando quanto os dias mais espantam
E nisto caminhasse contra o vento
E mesmo quando a vida ora amedronta
Ousasse acreditar no sentimento
Ultrapassando enfim tantos espinhos,

A vida me trazendo nos espinhos
O todo que deveras sempre apronta
E invade sem defesa o sentimento
Ainda quando os olhos já se espantam
E o tempo após o tanto me amedronta
Deixando cada verso exposto ao vento,

Meu sonho na verdade nega o vento
E traz o quanto pude em tais espinhos
A vida sem limites amedronta
Deixando para trás o quanto apronta
E nisto na verdade já se espantam
Tomando inteiramente o sentimento,

E quando se mostrara em sentimento,
O quanto se resume noutro vento,
Os olhos sem caminho ora se espantam
E colho tão somente tais espinhos
E neles o que a sorte agora apronta
O todo na verdade ora amedronta.

O quanto me amedronta em sentimento
Decerto agora apronta eleva ao vento
E sei que tais espinhos ora espantam...



339



Nas árvores maus tratos, pobres ninhos,
Cadáveres sedentos se levantam...
O manto não me cobre nem aquece,
Resumo minha dor neste poema...
Esperança não resta, e já fenece,
Viver sem poder ser virou meu lema...

O mundo se procura em novo lema
E deixa no passado velhos ninhos
E nestes caminhares, pois fenece
O quanto noutro rumo ora levantam
Os dias que coubessem num poema
Enquanto a solidão já não aquece,

O tanto quanto possa e nos aquece
E nisto se encaminha noutro lema
E os dias entre sóis bisam poema
E quando se imaginam velhos ninhos
Os olhos para além já se levantam
Enquanto esta vontade ora fenece,

O sonho traz o quanto em vão fenece
Marcando com ternura o que se aquece
E os dias entre tantos se levantam
E nisto o dia a dia em novo lema
Deixando para trás os tantos ninhos
Não resta nem sequer um só poema,

O mundo que pudera num poema
Trazer o quanto resta e já fenece
Na velha solidão de tantos ninhos
O mundo sem sentido não aquece
E gera o que esperança traz por lema
Nos ermos que meus passos já levantam,

E sei quando em verdade ora levantam
Os sonhos envolvidos num poema,
E sei do quanto amor fosse meu lema,
Ainda que meu mundo ora fenece
E nada do que possa enfim me aquece,
Negando no final os raros ninhos,

Lutando nestes ninhos se levantam
E o quanto ora me aquece diz poema,
A dor que assim fenece, vira um lema...



340



Mentiste teus propósitos escusos,
Na sombra de teus passos me eclipsei,
Meus versos se tornaram mais obtusos,
Nas lendas esquecidas não fui rei...
Recebo teus recados sem sentido,
Concebo meus pecados, fantasias...

Somente quando agora fantasias,
E trazes nos teus olhos vãos e escusos
O quanto poderia num sentido
Nas tramas do teu ser quando eclipsei
Tentando ser quem sabe em sonhos, rei,
O mundo traz cenários sempre obtusos

Os passos entre medos quando obtusos
E os ermos de minha alma em fantasias
Aonde poderia ser um rei
Gerando passos rudes tão escusos
E nisto o quanto pude ora eclipsei
Tomando este caminho sem sentido,

O mundo se mostrara em vão sentido,
Envolto nos momentos mais obtusos
E quando na verdade fantasias
Momentos mais diversos ou escusos
Impedem que deveras seja o rei,

Que há tanto noutro instante fora rei
Dos sonhos tão somente sem sentido,
E nisto passos rudes ou escusos
Enfrentam os momentos mais obtusos
E nisto tão somente fantasias
Enquanto sem destino eu me eclipsei,

No amor aonde outrora eu eclipsei
O sonho de viver e ser teu rei
Agora sem sequer as fantasias
Ousando acreditar nalgum sentido,
Os dias são deveras mais obtusos
E nisto meus caminhos tão escusos,

E sei do quão escusos quando eclipsei
Meus passos que ora obtusos ditam rei
Fazendo do sentido, fantasias.


341


No livro que jamais houvera lido ,
As vozes nos corais, nas melodias...
Vestido de cruel e vasta dor
Desnudo o meu âmago sem cortes...
Não pude conhecer as tais clemências,
Disponho tão somente dessas mortes.

E quando me encaminho em ledas mortes
O tempo traduzindo o que foi lido
Nas ânsias mais audazes sem clemências
E nisto ouvindo velhas melodias
Ainda que pudesse em tantos cortes
Traçar o quanto vejo em plena dor,

A vida se moldara nesta dor,
E sei dos meus momentos entre mortes
E vendo as ilusões em ledos cortes
No quanto poderia já ter lido,
Numa expressão que trague melodias
E trame na verdade tais clemências,

Ainda que pudesse em vãs clemências
Ousando acreditar além da dor
Que faça da esperança melodias
E nelas entre enganos ritos mortes
Ainda quando tive mesmo lido
Numa expressão audaz em meros cortes.

E quando na ilusão agora cortes
E tramas nos vazios as clemências
Enquanto com a sorte em vão eu lido
Sabendo no final a imensa dor,
Os dias resumissem tantas mortes
E nelas o final das melodias,

Bebendo da ilusão as melodias
Enquanto a vida trame em novos cortes
Os passos entre enganos riscos, mortes,
E nisto se vicejam as clemências
Que tramem no vazio feito em dor
O tanto quanto houvesse outrora lido,

E quando agora lido, as melodias,
Encontram com a dor em rudes cortes,
As sortes em clemências ditam mortes.


342


A sorte me lancei nestas batalhas,
Não pude conhecer senão reveses,
Na ponta do punhal, corte e navalhas.
Me deste tão somente as ilusões
Crocitas palavrões que não conheço,
Vestida de vestal tanto me enganas...

E sei quando em verdade tu me enganas
E tento acreditar nas tais batalhas
E vendo o quanto possa e além conheço
Vencendo no caminho alguns reveses,
Exposto no final às ilusões,
E nisto o grande corte das navalhas,

E sinto quanto fundo tais navalhas
Tramando o quanto em vão tanto enganas
E nisto tão somente as ilusões
E nelas o que tento e ora batalhas
Ainda quando veja em tais reveses
O quanto sem sentido algum conheço,

O mundo de tal forma ora conheço
E bebo o que mereço, estas navalhas
E sei do quanto possa em tais reveses
Se nisto com certeza tu me enganas
A vida resumida nas batalhas
Expressaria tão somente as ilusões,

E vendo em meu caminho ora ilusões
E nisto cada passo que eu conheço
Marcado pelas fúrias e batalhas
Enquanto se desviam das navalhas
Ao fundo na incerteza tu me enganas
E geras outros erros e reveses.

Apenas se desenham em reveses
Os cantos que transformam ilusões
E nisto na verdade tu me enganas
E sei do quanto possa e mal conheço
Assim representando tais navalhas,
Senão as velhas tramas e batalhas

E quando tu batalhas em reveses,
Tentando das navalhas ilusões
Que tanto mais conheço e sempre enganas.

343





Da vida conheci queda e tropeço,
Me mordes e depois mansa, ainda ris
Fingiste maciez, doce recato,
Não pude te entender, me deste bote...
Cuspiste tão risonha no meu prato,
Negaste qualquer chance a quem buscara,

A sorte de tal forma se buscara
E o tempo gera apenas o tropeço
Que possa traduzir o que no prato
Expressaria o vago enquanto ris
E preparando enfim o velho bote,
Sorrindo com terror, mero recato,

O mundo que pudera em tal recato
Vestir esta emoção que se buscara
Gerando com terror a cada bote
E nisto sem sentido algum tropeço
E vago sem saber do quanto ris
Vazia esta esperança nega o prato,

Meu mundo no caminho em rude prato
O prazo se transforma e sem recato,
Meu tempo quando expressa o quanto ris
Transforma na verdade o que eu buscara
Cerzindo a cada instante outro tropeço
E nisto se vislumbra em mar o bote,

O tanto que pudera trame um bote
Que possa me trazer um raro prato,
E sei que no final sendo tropeço
O verso anunciado sem recato,
Enfrenta o que deveras mais buscara
Gerando o quanto ousando ainda ris,

E sei do que eu pudera enquanto ris
E nisto a solidão prepara o bote
E vejo om quanto possa e até buscara,
Vestígios do passado em velho prato
A vida sem saber qualquer recato
Enfrenta sem sentido algum tropeço,

E quando mal tropeço e tu te ris
O mundo sem recato gera o bote
E nega o prato que eu buscara,



344


Os seios antevistos me enfeitiçam,
A boca mais carnuda já me engole.
Meus olhos catatônicos cobiçam,
Me embriagando assim de gole em gole...
Braseiro que incendeia corpo e alma,
Não deixas de tentar me seduzir,

E quanto mais percebo o seduzir
Em olhos que deveras enfeitiçam
O todo num instante tocando a alma
Enquanto o dia a dia vem e engole
Meu mundo se anuncia a cada gole
E os olhos sem limites te cobiçam,

Desejos que deveras se cobiçam,
O mundo que pudera seduzir
Ao ter no meu olhar um novo gole
Dos sonhos mais audazes que enfeitiçam
E sei do caminhar e a paz me engole
Tocando com firmeza dentro da alma,

A vida se anuncia e quando na alma
Os dias noutros tons já se cobiçam
E vendo o quanto amor agora engole
Levado pelo tanto a seduzir
Os dias que deveras enfeitiçam
Transformam esperança em novo gole,

E sei deste caminho em raro gole
E vejo mais profundo o sonho na alma
E verbos tão sinceros que enfeitiçam
E quando novos dias se cobiçam
A força ao adentrar enfim nossa alma
Transcende ao quanto possa e o tempo engole,

Enquanto cada passo, o traço engole,
E gera o que pudesse noutro gole
O quanto se deixara seduzir
E vejo esta expressão tomando esta alma
E nisto novos dias se cobiçam
Em sonhos que deveras enfeitiçam,

Enquanto me enfeitiçam, sorte engole
E tanto se cobiçam, gole a gole,
O quando exista na alma a seduzir,

345

A lua, companheira de jornada,
Pelos versos que faço a minha amada
Que nem lê, nem percebe que a quero,
Apenas imagina que esta lua
Que tanto canto e, sempre que a venero,
Na verdade, venero a luz que é tua.

E quando a minha vida se fez tua
Atravessando enfim outra jornada
Enquanto a cada verso te venero,
No fundo desdenhosa, mas amada,
Volúvel como fosse a própria lua
Sabendo na verdade o quanto a quero,

E sei que tão somente o que mais quero
Enfrento esta emoção que é minha e tua
Deitando o meu olhar sobre esta lua
Enfrento a cada noite esta jornada
Buscando mais um pouco minha amada
Que tanto quero mais venero,

E sei quanto no fim o amor venero,
Vencido pela sorte que ora quero
Razão que possa dar à minha amada
Uma certeza imensa, toda tua,
Do quanto me embrenhando em tal jornada
Entrego-me aos anseios desta lua,

E vendo quando possa a bela lua
Sentindo nos seus raios que venero
A sorte de viver esta jornada,
E toda a sensação do quanto quero,
Sabendo ser esta alma toda tua
Vivendo o quanto possa, minha amada,

E sei do ser além e a sorte amada,
Expressa a maravilha feita em lua
E sei desta emoção, que é minha e tua,
Enquanto a cada instante mais venero,
O todo que desejo e sei a quero,
Trazendo a cada passo esta jornada,

E singro tal jornada, quando a amada
Sabendo que eu a quero, verte em lua
A vida que eu venero, sendo tua.


346

No teu brilho me espraio toda noite
Toda noite sonhando com pernoite
Ao lado desta lua que não vê
Meus olhos mendigando o teu carinho.
Tantas vezes procuro e nada vejo
E no final, sempre vou dormir sozinho...

O grande imenso amor sendo sozinho
É como a densa bruma sobre a noite
E tanto te buscasse, e quando eu vejo
Apenas fora inútil tal pernoite
E sei do quanto possa em teu carinho,
Porém o coração já nada vê,

O amor que na verdade sinto, vê,
Envolto nestes sonhos, o sozinho,
E tanto desejara algum carinho,
Perdendo sem sentido cada noite,
E quando imaginasse algum pernoite,
Somente mera sombra agora vejo,

E sei do que em verdade ainda vejo,
Enquanto a própria vida nada vê,
E sigo sem sentido este pernoite
Marcado pelo ser, seguir sozinho,
E o sonho se desenha nesta noite
E nela ausente agora o teu carinho,

E quantas vezes busco algum carinho,
E quando no final apenas vejo
O tanto que desnuda a rude noite
E nisto o que deveras já se vê
Expressa o quanto pude ser sozinho
E trama cada instante num pernoite,

O prazo demonstrado no pernoite,
O canto de uma vida sem carinho,
O verso que se fez rude e sozinho,
O mundo que pudera e não mais vejo,
Enfrento cada passo e o que se vê
Anseia sem defesas dia e noite,

O sonho desta noite em vão pernoite,
O quanto ora se vê já sem carinho,
Traduz o que ora vejo, mais sozinho.


347


Eu quero tua morte em duras cenas
O gozo da vitória sorrirá
E cada dia sempre sofrerá
As mais cruéis terríveis, e vis penas.
Mereces toda dor sem ter nem tréguas
Os cortes no teu peito mais profundos

Os olhos procurando tão profundos
Momentos onde vejo raras cenas
E nisto mesmo quando após as tréguas
O tempo noutro rumo sorrirá,
E sei quando cumprir as minhas penas,
O todo após o tempo sofrerá,

O verso que em verdade sofrerá
Os erros sem sentido e sem dar tréguas
O mundo se moldando em rudes penas,
Traduz o que ora vejo em ledas cenas
E quando esta incerteza sorrirá,
Ditando o quanto a vida sofrerá,

E sei que quem anseia sofrerá
Marcando dias turvos e profundos
E nisto se traçando tantas penas
Ousando acreditar em ermas cenas
Enquanto o meu caminho sorrirá
Ao perceber na vida as suas tréguas,

Encontro no caminho em mansas tréguas
A vida no final já sofrerá
O quanto com certeza sorrirá
Em dias mais tranquilos e profundos
E nisto quando sinto as mesmas cenas
O mundo se anuncia em velhas penas,

A sorte se mostrando em tantas penas,
A luta se desenha e sei das tréguas
E nelas após tantas duras cenas
Somente o quanto a vida sofrerá
Adentro os mais diversos e profundos
Momentos onde a vida sorrirá,

E sei que na verdade sorrirá
Ainda que se sinta após as penas
E nestes caminhares mais profundos,
Os olhos procurando pelas tréguas
O todo no final já sofrerá
Tramando uma esperança em novas cenas

E sei que destas cenas sorrirá,
O amor já sofrerá em duras penas,
Os sonhos ditam tréguas, são profundos.


348


Os sonhos te transtornam vagabundos
Arrastas as correntes por mil léguas
As serpes te mordendo e te sangrando
Aos poucos tua pele decompõe
A dor sobre teu corpo sobrepõe
E tua pele aos poucos se esfacela.

Pousando aonde o sonho que esfacela
Tramasse mais que dias vagabundos
E se o quanto pode e sobrepõe
A vida caminhando tantas léguas
Enquanto uma esperança decompõe
Minha alma permanece ora sangrando,

O tempo determina e já sangrando,
Pousando onde se veja o que esfacela
O tanto que deveras decompõe
E nisto os dias morrem, vagabundos,
E sinto mais distante tantas léguas
E a morte sobre a vida sobrepõe,

O tanto que buscasse sobrepõe
Meu mundo noutro tempo ora sangrando,
O verso prosseguindo por tais léguas
Distando da esperança que esfacela
E tanto poderiam vagabundos
Enquanto o dia a dia decompõe,

O sonho noutro instante decompõe
O quanto possa e mesmo sobrepõe
Olhares sem noção e vagabundos,
E o quanto se anuncia ora sangrando,
Aos poucos noutro tempo o que esfacela
Distasse o pensamento por mil léguas,

E quando na verdade vejo em léguas
Presença do que a vida decompõe
E sei cada momento que esfacela,
O todo noutro enredo sobrepõe
E sigo a cada passo, ora sangrando,
Ousando em dias rudes, vagabundos,

E os olhos vagabundos seguem léguas
E o todo ora sangrando decompõe,
E a fúria sobrepõe quando esfacela.



349


Vencida e se arrastando pelo chão
Em braços que te batem teus carrascos
De todos os que queres nojos, ascos,
O cheiro em tua tez de podridão.
Verás neste segundo que te chamo
E, embora maltrataste inda te quero

O quanto poderia e mais a quero,
O vento espalha as folhas sobre o chão,
E quando sem noção do tempo eu chamo,
Os dias entre engodos e carrascos
Transcendem ao que possa a podridão
E geram sem pudor diversos ascos,

Os olhos procurando e já sem ascos,
Os dias que em verdade tanto quero,
E tanto quanto possa em podridão,
As mortes espalhadas pelo chão,
E nisto se anunciam os carrascos
Enquanto a cada passo tanto chamo,

Apenas o que possa e sei que chamo,
Expressa o quanto a vida dita em ascos
Gerando a cada engano outros carrascos
E nisto vou vivendo o quanto quero,
Deitando minha sorte pelo chão,
Arcando com a velha podridão,

O tempo se anuncia e a podridão
Trazendo dentro da alma o que ora chamo,
E arrasto meus caminhos pelo chão
E sei dos dias rudes, tantos ascos,
Enquanto na verdade o que mais quero,
Jamais expressaria tais carrascos,

O mundo anunciando em vãos carrascos,
O quanto poderia em podridão,
E sei quando em verdade já não quero
Marcando cada passo aonde chamo,
O todo enunciando tantos ascos,
A morte se espalhando pelo chão,

E piso neste chão, sinto os carrascos,
Envoltas pelos ascos, podridão,
O sonho que ora chamo, não mais quero.

350


Apesar de todo podre mundo fero,
Eu quero que tu saibas que eu te amo!
Não caminho sem medo pela estrada
Pois percebo que trazes meu futuro
Sem dúvida parece bem mais duro
E não impede as dores da chegada.

Apenas espreitando na chegada
O quanto fora o mundo amargo e fero,
E sei que na verdade em solo duro,
O mais que poderia enquanto eu amo
Trazer em minhas mãos o meu futuro
E nisto prosseguindo a leda estrada,

O quanto se pudesse nesta estrada
E tento imaginar outra chegada
E o passo se presume no futuro
Enquanto a sorte traça em passo fero
O verbo transformando no que eu amo
Seguindo pelo quanto o mundo é duro,

No coração atroz, voraz e duro,
O mundo se anuncia em rude estrada
E tanto quanto possa mesmo se amo
Encontro este vazio na chegada
E vivo sem sentido o tempo fero,
E sei do quanto viva sem futuro,

O sonho se perdendo num futuro
Diverso do que possa sendo duro,
Viver cada momento audaz e fero,
E sigo pelos ermos de uma estrada,
Sabendo quanto tenha na chegada,
E vendo quantas vezes tanto te amo,

E singro mar adentro e quando eu amo
Esboço a sensação de algum futuro,
Vivendo desde já cada chegada,
E neste mesmo anseio, o quanto é duro
Viver sem ter ninguém na leda estrada
Que traz o meu anseio mesmo fero,

E sei do quanto é fero, mas se eu te amo,
Olhando para estrada sem futuro,
O solo bem mais duro, diz chegada.


351

Que te levou de mim, amado sonho
Que em tantas noites foi meu companheiro?
Procuro por teu braço o mundo inteiro,
Esquecido da sorte a que proponho.
Recebo estas lufadas do passado
Que dizem que jamais tu voltarás,

Eu sei quando em verdade voltarás
E disto se traduza o quanto sonho
Vivendo cada sombra de um passado
E neste desenhar o companheiro
Traduz o que se mostre e ora proponho
Sabendo ser no fundo o amor inteiro,

O passo que se dera por inteiro,
O verso se anuncia e voltarás,
Enquanto na verdade o que proponho
É mais que meramente um ledo sonho,
E gera este sentido companheiro
Erguendo cada sombra do passado,

E o vento que concebo de um passado,
Aonde o que deveras trago inteiro
Pudesse me trazer o companheiro
Das lutas e que sei já voltarás
Envolta tão somente pelo sonho
Sentindo o que deveras te proponho,

O amor que na verdade não proponho,
O mundo se anuncia e do passado
O verso que diverso busco e sonho,
Ainda se mostrara por inteiro,
E nisto sei que enfim tu voltarás
No encanto mais audaz e companheiro,

O quanto poderia um companheiro
Acreditar nos ermos que proponho
E sinto que decerto voltarás,
Ainda que se veja do passado,
O canto revelado por inteiro,
E nisto outro momento dita o sonho,

O quanto agora sonho, companheiro,
Expressa mais que inteiro, o que proponho,
E o tempo do passado, voltarás...


352


Por onde, quais caminhos, andarás,
Deixando –me deveras mais cansado.
Bem sabes que amputaste meu futuro
Ao veres a minha alma desnudada,
Em troca não deixaste quase nada
Amor que vai sugando tudo em volta

A vida se anuncia à minha volta
E sei que tanto quanto ora andarás
Trazendo no final o mesmo nada
Embora meu olhar siga cansado,
Dos ermos desta sorte desnudada
E nisto procurasse algum futuro,

E sei quando me toca sem futuro,
O verso noutro passo em cada volta
Do sonho mais audaz na desnudada
Versão do quanto possa e ora andarás
Olhando para trás tanto cansado,
Sabendo que ao final não terei nada,

A vida se resume neste nada,
E bebo sem sentido algum futuro
Ousando perceber já tão cansado
O mundo que deveras segue em volta
Resumo do que possas e andarás,
Traçando esta avenida desnudada,

A luta se anuncia e desnudada,
Minha alma se entranhando dita o nada
E sei do quanto possa onde andarás
Gerando na verdade este futuro
Que possa traduzir o quanto em volta
Resume o dia atroz e mais cansado,

E quando da esperança andar cansado,
Ousando acreditar na desnudada
Vontade que anuncie a simples volta
Do tempo que resume em quase nada,
O todo se trazendo no futuro,
E o mundo aonde sei quanto andarás,

Sabendo que andarás onde cansado,
Aguardo o meu futuro. Desnudada
Versão do mesmo nada sempre em volta...



353

Buraco negro, nada te resiste.
O tempo de viver que inda me existe
Não quero que se torne só revolta...
Amor que desamor trouxe em cuidado,
Chorando, minha sina continua,
Levando sem sentido o meu caminho,

E quando poderia outro caminho,
Apenas o que resta não resiste
Ao mundo que deveras continua
E nisto a solidão que agora existe
Expressa o quanto possa ser cuidado,
Num mundo feito em guerra e em tal revolta,

A luta se desenha e se revolta
E nada do que possa em tal caminho
Expressa uma emoção onde é cuidado,
O prazo na verdade não resiste
E sigo o que pudera e tanto existe
O mundo que sem freios continua,

A sorte que deveras continua,
O passo sem sentido, esta revolta
O quanto noutro tom ainda existe
Expressa a solidez deste caminho
E nada do que possa ora resiste,
Vagando sem sentido e sem cuidado,

Meu mundo necessita do cuidado,
E nada do que possa continua
Cerzindo o que esperança ora resiste
E vejo sem temor e sem revolta,
O quanto poderia no caminho
Mostrar o que deveras sei que existe,

O sonho na verdade quando existe,
Expressaria além de algum cuidado,
O rumo que desenha o meu caminho,
E nisto cada fato continua
Enquanto a solidão tanto revolta
Marcando o que deveras mais resiste,

Meu passo ora resiste e sei que existe
Além desta revolta algum cuidado,
E a luta continua o seu caminho.



354


Beleza traduzida nesse amor
Que salva e que me torna qual gigante
Promessas dum viver mais delirante
Em meio a maciez, manso vigor...
Vivendo deste amor em harmonia,
Preparo minha entrada ao paraíso,

Meu mundo se desenha em paraíso
E sei do quanto possa o farto amor
E nele se buscasse em harmonia
Viver o que deveras faz gigante
O coração de quem com tal vigor
Tocara a vida plena e delirante,

Ainda que se veja o delirante
Caminho sem temores, paraíso,
E nisto se desenha com vigor
O quanto possa ter além no amor
Que tanto quanto seja ora gigante
Expressa o quanto fiz em harmonia,

O verso desenhando esta harmonia,
E um passo segue além, vai delirante,
E quando se aproxima, qual gigante,
O tanto que se molda em paraíso,
Tramasse na certeza deste amor
O quanto traz a sorte em tal vigor,

O passo se anuncia com vigor
E tento a cada sonho uma harmonia,
Vencendo o que pudera ser amor,
E nada mais deveras delirante
Que todo este cenário em paraíso
Vivendo o quanto quero, e sou gigante,

O amor que se fizera qual gigante,
A luta sem temer traça em vigor,
O quanto poderia um Paraíso
Gerar em alegria esta harmonia
Que possa ser além delirante
Um rastro tão sobejo feito amor,

E quando deste amor, raro e gigante,
O mundo delirante diz vigor,
O passo em harmonia, um Paraíso.


355


A desesperação que se aproxima
Por teres nada feito e sem recados.
Os veros pensamentos, velhos fados,
Entendem que em teus versos, sou a rima.
Embora não percebes como tocas
Os céus de meus desejos quando ris.

E vejo tão somente quando ris
O todo que deveras se aproxima
E traz entre os enganos quando tocas
As sombras do que fossem tais recados
E sigo sendo apenas mera rima,
De um sonho sem destino, ledos fados,

Ouvindo os meus antigos, velhos fados,
Que ditem o momento quando ris
E veja no infinito a doce rima
Enquanto na verdade se aproxima
Os olhos procurando seus recados,
E tanto quanto possa agora tocas,

A vida se anuncia nestas tocas
E delas outros tantos ledos fados,
E bebo com ternura tais recados
Enquanto na verdade sei que ris,
E o vento da esperança se aproxima
Trazendo muito além de mera rima,

E quando a sorte dita em vaga rima,
O quanto poderia e já me tocas,
O sonho mansamente se aproxima
E vejo tão somente que meus fados
Encontram quantas vezes tu já ris
O verso anunciando meus recados,

E bebo a solidão e sem recados,
Os olhos traduzindo cada rima,
Levado pelo instante em que tu ris,
O tanto que deveras tento e tocas,
O mundo noutro passo, rudes fados,
E a luta do final já se aproxima,

O canto se aproxima e sem recados,
Os olhos entre fados buscam rima,
E quando o sonho tocas, mansa, ris...


356

O mundo que a sorrir não faz feliz,
Embrenha em nossos sonhos, nossos passos,
Meu peito não se sente magoado
E Espera que definas tua história.
Talvez conheça enfim a sorte e glória
De poder estar sempre do teu lado.

Carrego esta esperança do meu lado
Sentido o quanto possa ser feliz
Meu mundo noutro tempo dita em glória
O quanto deveria em tantos passos
Traçar cada momento desta história
Ainda quando a vejo, magoado,

Meu verso tantas vezes magoado,
Meu passo sem sentido segue ao lado
Do quanto poderia em nova história
Trazer esta expressão que faz feliz
Quem ama e na verdade segue os passos
Aonde poderia ver a glória,

O tanto se anuncia em farta glória
E o vento dita o quanto magoado,
Meu tempo noutro tanto em rudes passos
Gerasse no final o quanto ao lado
Pudesse acreditar no ser feliz
Mudando com certeza a minha história,

E sendo tão comum a velha história
Que possa nos trazer imensa glória
Apenas por saber o ser feliz,
E sinto mesmo quando magoado,
O tempo noutro sonho sempre ao lado
Do quanto se vivesse em novos passos,

E tanto se anunciam novos passos,
E neste desenhar a velha história
Gerando o que traduz e trago ao lado,
Marcando o que pudera ser a glória
E quando me percebo magoado,
Ainda mesmo assim, eu sou feliz,

E sei que ser feliz traz novos passos
Embora magoado, mudo a história
E tento etérea glória, sempre ao lado.


357

Mas sinto que esta noite nunca vem,
Embalde em desespero reze tanto.
Amor quando me nega seu encanto,
Esparsa do meu canto todo o bem..
Se sabes como em olhos nascem mágoas
Que tramam contra o peito sofredor.

Ainda quando vejo sofredor
Meu passo que deveras não mais vem,
E sei do quanto possa em tantas mágoas
Vagar sem ter descanso neste tanto,
A vida sonegando qualquer bem,
Ousasse pelo menos num encanto,

O todo se anuncia e sei que encanto
Também gerasse enfim o sofredor,
Que possa desvendar além do bem
O todo que deveras jamais vem,
E trace no vazio o que amo tanto
Numa expressão dorida feita em mágoas,.

As sortes são diversas, tantas mágoas,
Os erros cometidos, sem encanto
E o todo desenhasse o que sei tanto
E sei que na verdade um sofredor
Expressa o que desejo e sei que vem
Tramando no final o raro bem,

O amor que se fizera tanto bem,
O sonho se anuncia em rudes mágoas
E o tempo se anuncia enquanto vem
Gerando tão somente o mesmo encanto,
E sei do quanto possa sofredor,
Viver o que deveras quero tanto,

E sei que na verdade o que foi tanto
Expressaria o mundo e nisto o bem
Encontra este caminho, sofredor,
E vaga sem sentir além das mágoas
O quanto poderia e se me encanto,
Meu sonho na verdade não mais vem,

E sei do quanto vem e bebo o tanto
Que possa em raro encanto dizer bem,
Dizendo destas mágoas, sofredor...


358


Vencido pelas tramas deste amor
Meus dias se derramam sujas águas.
Agruras de viver sem ter espaço
Em passos desmedidos sem futuro
O canto que mais temo não depuro
Em versos desafio o meu cansaço.

O quanto se anuncia em tal cansaço
Vivesse a plenitude de um amor
E sei quando pudera e já depuro
E enfrento tempestades, tantas águas,
Ainda que se faça do futuro
Momento ora perdido num espaço,

O tanto que pudesse neste espaço,
Vagar entre o sentido do cansaço
E nisto o que tentara no futuro
Gerar em plenitude o raro amor
E no sentir mais firme destas águas
O tanto quanto quero ora depuro,

E sei do meu caminho e além depuro
O verso anunciado e sem espaço
Ainda que se vejam tantas águas
E nisto o quanto possa o meu cansaço,
O mundo se desenha em raro amor
E tento acreditar noutro futuro,

O quanto se anuncia no futuro
E gera o que pudesse e assim depuro,
O passo se atormenta e em raro amor
O verso se mostrando noutro espaço
E nisto se anuncia meu cansaço
Enquanto enfrentaria tantas águas,

Ainda quando vejo em frágeis águas
E vejo em teu olhar o meu futuro,
E sei do que deveras o cansaço
Terrivelmente dita o que depuro
Vencendo tão somente o mesmo espaço
Aonde no final pudesse amor,

Encontro meu amor e nestas águas
Procuro algum espaço, no futuro,
E sei do que depuro em vão cansaço.


359

Medonhas tempestades se aproximam
Mas tenho teu amor como defesa
Não posso prosseguir virando presa
Das dores mais cruéis que me dominam;
És forte e soberano, amor divino,
Que nada mais me traz sem que me cobre,

Nublado o tempo quando ora nos cobre
E os dias entre tantos se aproximam
Gerando o quanto possa ser divino,
E nisso se prepara uma defesa
Que possa traduzir quanto dominam
Meus passos vendo a luta desta presa,

E quando em solidão, a vida é presa,
O todo noutro fato agora cobre
E gera o que pudesse onde dominam
Meus olhos tão silentes se aproximam,
E vejo do caminho sem defesa,
Marcando o que pudesse ser divino,

O tempo mais audaz, mesmo divino,
O canto se mostrara ser a presa
E dele o que pudera sem defesa
Gerasse o que deveras tanto cobre
Meu mundo noutros ermos aproximam
Os dias que deveras me dominam,

E sei quando em verdade mal dominam,
Os tantos que pudessem num divino
Enquanto dos silêncios se aproximam,
Os tantos que moldassem cada presa,
E nisto o todo segue e sempre cobre
O mundo sem sentido e sem defesa,

E quantas vezes vejo esta defesa,
E nela outros cenários já dominam
O mundo de tal forma agora cobre
O quanto se pudesse ser divino,
Ousando na verdade sendo presa
A sorte dos que tanto se aproximam,

Meus olhos aproximam da defesa
As sortes como presa se dominam,
No tempo onde o divino já nos cobre.


360



E pago com moedas de esperança
Amor que é tão vital e cristalino.
Amor que com amor sempre se paga,
Não cabe e nem contém outro cenário
Portanto toda noite fica mansa,
E o medo de viver já não afaga.

O sonho traduzisse o quanto afaga
E gera a cada passo uma esperança
E nisto o que pudera e sinto mansa
Envolto num anseio cristalino
Gerasse o quanto quero num cenário
Que possa traduzir a sorte em paga,

A vida quantas vezes cobra e paga,
O mundo sem sentido quando afaga
A luta que pudera em vão cenário
E sigo sem saber desta esperança
Criada por um sonho cristalino
Ainda quando vejo a sorte mansa,

A luta que pudera ser mais mansa,
E o canto que deveras nada paga,
O mundo se desenha cristalino,
E sigo o quanto tanto a sorte afaga
E bebo o que pudera esta esperança
Ousando imaginar raro cenário,

E sei do quanto possa em tal cenário,
Vencer o que deveras dita em mansa
Tramasse noutro passo uma esperança
E tendo na alegria a rara paga,
Verdade esta emoção que quando afaga
E nisto este momento cristalino,

O quanto se desenha cristalino,
O mundo aonde a luta foi cenário
E sei do dia a dia que me afaga
E nada do que possa a sorte mansa
Ao expressar o quanto traz a paga
Em sonhos de alegria e de esperança,

Meu mundo em esperança, cristalino,
O tanto que se paga no cenário
Numa expressão tão mansa agora afaga.

361

Elevo o pensamento ao grande amor
E peço proteção a cada dia,
Amor se revelando na alegria
Do amor, faz que no amor eu acredite!
As sortes tão somente enveredadas
Passando por tais pontes perigosas

Ainda vendo as tramas perigosas
Envolto pelas sendas deste amor
Que possa em luzes vãs enveredadas
Trazer o quanto rege neste dia
E vendo o que pudera ou acredite
Gerando a cada instante esta alegria,

O mundo traduzisse em alegria,
O quanto na verdade em perigosas
Loucuras entranhassem; se acredite,
No todo desenhado em louco amor,
E tudo o quanto pude neste dia
Nas sortes tão somente enveredadas,

As lutas noutras vãs enveredas
O quanto se tentara em alegria
E sei do quanto possa a cada dia
Marcando com temor as perigosas
Estradas entre tantas, raro amor,
Enquanto no momento se acredite,

O verso que deveras acredite,
As via sem limite, enveredadas,
No quanto poderia em farto amor,
Viver o mais sublime da alegria
E nisto se moldando as perigosas
Estradas que enfrentasse a cada dia,

E sei do quanto pude em novo dia
Trazer esta verdade que acredite
E quando no final em perigosas
Estradas vagamente enveredadas
Ousando acreditar numa alegria
Que possa nos moldar o raro amor,

E sei do quanto amor em nobre dia
Versando esta alegria que acredite,
Luzes enveredadas, perigosas...


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362


Que valorizam sempre mais as rosas
Por terem sua senda perfumada.
Pretendo te fazer o que sonharas
Nos tempos doloridos da saudade
Amor que se traduz a claridade
Libertando os corcéis, o pensamento,

E quando se aprisiona o pensamento
Roubando o seu perfume, mato as rosas,
E sei do quanto possa a claridade
Galgando este cenário, a perfumada,
Noção que demonstrando uma saudade
Traduz o quanto em luzes tu sonharas,

E sei que na verdade ora sonharas,
Grassando sem limite o pensamento,
E sinto neste olhar toda a saudade
Que possa traduzir em raras rosas
A sorte noutra senda perfumada,
Vivendo a mais sublime claridade,

E sei do quanto viva em claridade
E nisto todo encanto que sonharas
Mostrando esta vereda perfumada
E sinto mais sutil o pensamento
Ousando presumir as tantas rosas
Marcadas pelas ânsias da saudade,

O mundo desenhando esta saudade,
No quanto poderia em claridade,
Marcar com precisão olores, rosas,
E sinto mais do quanto ora sonharas
Vivendo o libertário pensamento
Deixando esta alameda perfumada,

A sorte se desenha perfumada
E vejo o quanto possa na saudade,
Trazer o meu sublime pensamento,
No todo que pudera em claridade,
Vagando aonde em paz tanto sonharas,
Olhando mansamente para as rosas,

E sei de tantas rosas. Perfumada
A sorte que sonharas, na saudade,
Trazendo a claridade ao pensamento...




363





Não posso me caber se não te sei
Nem sinto teu suspiro junto ao meu.
Minha alma de tua alma se perdeu.
O rumo que esquecemos, tua lei.
Passando por distantes arvoredos,
Nas alamedas sinto uma esperança;

O quanto se anuncie na esperança
Ditame que deveras não mais sei
E o tanto que pudera em arvoredos
De um mundo desejável fosse meu,
A vida noutro instante dita a lei
E o velho pensamento se perdeu,

O quanto do meu mundo ora perdeu,
E nada do que possa em esperança
Traçasse na verdade a rude lei,
E tudo o quanto tento e agora sei
Gerando no final o que foi meu
E há tanto não mais vira os arvoredos,

O vento balançando os arvoredos
Ditando o quanto outrora se perdeu
E nisto o que pudera ser tão meu
Agora rege além desta esperança
Marcando o que decerto agora sei
Expressa a imensidão da velha lei,

E quando se anuncia em nova lei,
O tanto que puderam arvoredos
O rumo sem destino que ora sei,
Traçasse o que deveras se perdeu,
Ousando pelo menos na esperança
E nisto se anuncia um mundo, meu.

O tanto que pudesse ser tão meu,
O tempo se resume em leda lei,
E disto na verdade esta esperança
Pudesse ultrapassar os arvoredos,
E quanto uma alegria se perdeu,
O olhar sempre ditara o que não sei,

O tanto que não sei pudesse meu,
O verso se perdeu em leda lei,
O vento em arvoredos, u’a esperança...


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364

Buscando no frescor de teu sorriso
A fonte que me inspira todo dia.
Se tento tanto amor e fantasia
Por certo nunca irei ao paraíso.
Amores não se pedem, se conquistam,
São lutas que jamais pedem descanso,

Mas quando nos teus braços me descanso
E sei do quanto possa este sorriso,
Os dias mansamente se conquistam
E gera esta expressão que a cada dia
Marcasse com ternura o Paraíso
Que tanto se desenha em fantasia,

O mundo traz a velha fantasia
De quem tanto quisera algum descanso,
E sei do quanto possa em paraíso
Grassar as tantas sendas do sorriso,
E sigo esta vontade a cada dia,
E os olhos deste amor tanto conquistam,

Os dias que deveras se conquistam,
A sorte quando uma alma a fantasia
O verso se traduz e a cada dia
O tanto que pudera num descanso,
Grassar com sutileza este sorriso,
Seguindo muito aquém do Paraíso,

O mundo traz em nós o Paraiso
E os olhos no futuro já conquistam
O quanto poderia num sorriso
Versar além de toda a fantasia,
No quanto se moldara em tal descanso,
E vejo a solução a cada dia,

Meu mundo anunciasse em novo dia
O todo que pudera em paraíso
Viver e na verdade sem descanso,
Trazer dias sinceros que conquistam
E geram muito além da fantasia
Ousando com certeza num sorriso,

E sei deste sorriso a cada dia,
E toda a fantasia em paraíso
Os sonhos se conquistam sem descanso...





365



Por tudo que passei já nessa vida,
Te peço ora perdão por desatinos
Sei bem porque vivendo em despedida
Conheci diversos sóis e solidão,
Navegantes errando em mar e cais,
Não conhecem senão vagos destinos,

E tanto poderia nos destinos
Diversos do que formam nossa vida
A sorte desenvolve noutro cais
Envolto nos anseios, desatinos
Tramando a mais diversa solidão
E nele cada verso é despedida,

Pousando sobre cada despedida
A luta se anuncia e dos destinos
Diversos que pudesse em solidão
Ousar na imensidão da minha vida
Vivendo os mais diversos desatinos
E nisto se tentasse um novo cais,

O mundo se perdera neste cais
E nada do que possa em despedida,
O verso se anuncia em desatinos
E quando se percebe tais destinos
A luta anunciando a própria vida
Expressaria a mera solidão,

E o mundo que transcende à solidão
Encontra na verdade o raro cais
Que possa traduzir em minha vida
O tempo mais audaz em despedida,
E nisto se desenham meus destinos
Além dos mais diversos desatinos,

O quanto se traduza em desatinos,
O verso dita a sorte em solidão,
E sei dos meus anseios e destinos
E neles o caminha dita o cais
E tento imaginar a despedida
Que negue a solução de minha vida,

O quanto desta vida em desatinos
Tramando a despedida em solidão,
Traduz em pleno cais, nossos destinos...

366


366


Vi tudo quanto posso, nego nada,
Nada nego e sossego, minha amada...
Explodindo balão em vaga noite
Na festança embolada, penitência...
Meus fracassos selados que eu assino,
Libélula voraz da coincidência.

Ainda que pudesse em coincidência
Traçar a mesma história feita em nada,
Ao ver o quanto possa e mesmo assino,
Gerando desde sempre a sorte amada
Vencendo qualquer medo e penitência
Ao fim do que pudera tramo a noite,

E sei do quanto a vida numa noite
Trouxesse esta esperança em coincidência
E o verso mais audaz, a penitência
O quanto poderia após o nada
Tramar o que se mostre em luz amada
E nisto cada verso que eu assino,

Meu mundo desenhasse o quanto assino
E vivo sem saber se é dia ou noite,
Apenas o que possa na alma amada
Ousando muito além da coincidência
E nisto o que pudesse vir do nada
Gerasse mais que mera penitência,

A vida tantas vezes, penitência,
O mundo sem sentido quando assino
A volta se mostrara após o nada,
E sei do quanto tento em plena noite
Trazendo no final a coincidência
Que torne esta esperança bem amada,

A sorte de tal forma fosse amada,
Gerando o que vencera a penitência
E nisto o que se veja em coincidência
Tramasse o que decerto agora assino,
E nisto se anuncia em plena noite
O todo noutro rumo, invés do nada

A vida dita o nada, minha amada,
E sei que cada noite, penitência,
Além do sonho assino a coincidência.


367


Salgado em insalubre lar distante,
Balanço, transgredindo essa impotência
Que faz de meus melindres um costume
Vou borboleteando essa amplidão!
Moleque; fui sacado dos meus sonhos,
Sereno, fui moleque sem paragem.

A vida não teria uma paragem
E possa trafegar onde é distante
E sei do quanto a sorte em ledos sonhos
Tramasse muito além desta impotência
O quanto se mostrara na amplidão,
Errando como fosse de costume,

E sei do quanto possa em vão costume
E nada do que veja em tal paragem
Mostrasse no final esta amplidão
E quando se vislumbra o mais distante
Cenário traduzido em impotência
Encontro tão somente os velhos sonhos,

E sigo sem temor algum os sonhos,
E neles o que possa em tal costume,
Marcando cada dia em impotência
E nisto o mundo marque tal paragem
Deixando o meu olhar bem mais distante
E nisto se vislumbre esta amplidão

De quem se fez além desta amplidão
O mundo se mostrara em raros sonhos,
E mesmo quando esteja tão distante
O tempo se moldando num costume
Diverso do que possa em tal paragem
Vagando sem saber desta impotência,

A luta se desenha e da impotência
Que tanto nos transforma, esta amplidão
Apenas ilusão, simples paragem,
Envolta nos anseios e nos sonhos,
Trazendo muito além de algum costume
O quanto se veria mais distante

E sei quanto é distante esta impotência
Que possa num costume, uma amplidão,
Gerando nestes sonhos, a paragem...








368


Nem sabia sertão soubera prado,
Vivendo na completa vadiagem,
Sem nem perceber nada do que possa
Pescando no meu rio, velha margem...
Por mais que não quisesse, tanta briga...
A própria solidão em dor se obriga,

Pousando aonde a sorte rouba e obriga
O verso se pudesse noutro prado
E sei da imensidão da vaga briga
E o peito se entregando em vadiagem
O quanto se anuncia noutra margem
Transforma o que desejo no que possa,

E sei da solidão quando ela possa
Trazer outro caminho enquanto obriga
O passo sem sentido em velha margem
E nisto se avistando ao longe o prado,
Ainda se desenha em vadiagem
O que em tal desdém virasse briga,

O coração sem nada mais quer briga
E o tempo desdenhoso já não possa
Trazer o quanto quero e a vadiagem
Expressa o que decerto agora obriga
O velho sonhador em ledo prado,
Tentando na verdade alguma margem,

O mundo se anuncia e sigo à margem
Do todo que pudera além da briga
E quando a solidão invade o prado,
O tempo que deveras também possa
Expressa a solidão e nos obriga
A crer no desamor em vadiagem,

A sorte se traduz e a vadiagem
Do peito enamorado vive à margem
E o fato mais audaz agora obriga
O quanto se tentasse sem tal briga
No fundo se aproxima de quem possa
Tramar outro horizonte noutro prado,

E sei que deste prado, a vadiagem,
Do sonho que inda possa trame a margem
Deixando o quanto em briga além obriga.


369

Decadentes caminhos que percorro
Restando meu sorriso de faminto,
Não quero pretender que tu me vejas
Nem que disfarces, finjas tão somente
O mundo se transforma num rompante
E deixo para trás o quanto quero,

E sei deste momento aonde quero
Viver o que deveras já percorro
Trazendo a minha vida num rompante
E tendo neste olhar o ser faminto
Que possa acreditar e ter somente
O quanto na verdade busco e vejas

E nada do que agora ainda vejas
E nisto tão somente o que mais quero
Vencendo o que pudera sei somente
Do tanto quanto tente e já percorro
Dos sonhos ilusões sigo faminto,
Ousando acreditar neste rompante,

A luta se anuncia, outro rompante,
E mesmo que deveras tanto vejas
As sortes ditam versos e faminto
Do amor que inda resista tanto quero,
E nisto outro cenário ora percorro
E vejo o meu futuro tão somente,

O quanto se anuncia onde somente
O passo poderia num rompante
Ousar acreditar quando eu percorro,
Vagando sem saber o quanto vejas,
E nisto todo o sonho que mais quero
Expressa o coração, ledo e faminto,

O verso de outro verso ora faminto,
E o mundo se transforma tão somente
E tendo no horizonte o quanto quero,
Encontro o que procure num rompante
Vivendo o que deveras hoje vejas
Enceto este caminho e além percorro,

O quanto que percorro mais faminto,
Ainda quando vejas, tão somente,
O todo num rompante sempre quero...







370


Nas penumbras noturnas noite afora
As minhas tempestades, são comuns
Fui crescido na marra, sem pergunta,
Uma alma se liberta nas calçadas
A sorte se traduz numa cilada
E as horas ditam rumos mais diversos,

Ainda quando pude em tons diversos
O mundo se desenha tempo afora
E sei do quanto possa uma cilada
Vestindo erros frequentes e comuns,
E nisto pelas ruas e calçadas
A vida se traduz e não pergunta,

O quanto se desenha e se pergunta
Gerasse no final os tons diversos
E neles espalhando nas calçadas
O todo que pudera mundo afora
Vestindo erros diversos e comuns,
A cada novo engano, outra cilada,

A vida se prepara em tal cilada
E sei do quanto pude em vã pergunta
Viver o que se trace em tons comuns,
E sei dos meus caminhos que diversos,
A vida desenhasse tempo afora
Apenas envolvidos nas calçadas,

As sortes invadindo tais calçadas
E o vento se desenha em tal cilada
E sei do quanto possa vida afora
Viver os erros frágeis e diversos
Mostrando os meus enganos mais comuns,

Os dias seguem rumos tão comuns
E nada mais pudera nas calçadas
Cadeiras entre tantos e diversos
Momentos onde vejo esta cilada,
Que tanto quanto possa e se pergunta
Eclode na ilusão, no tempo afora,

Penetro noite afora estes comuns
Anseios e a pergunta nas calçadas
Prepara esta cilada em tons diversos...


371

D0SE Nº. 1

eu queria que chovesse
vinho
ver em cada mão uma taça
em cada semblante um riso
ver nos campos esverdeados
os animais embriagados
nessa selvagem beleza
o homem amando a natureza
eu queria que chovesse
vinho
ver o mundo brincar
em festa trabalho e paz.

Milton Gama

Queria num instante a plena festa
Que tanto nos domina e me inebria
Na luta e no trabalho esta magia
Que tanto nos ensina enquanto gesta
E atesta da existência esta razão
Num ato mais feliz em eclosão,

E quando deste todo esta eclosão
Transforma cada verso numa festa
O mundo traz em si toda a razão
E sabe do que possa e me inebria
Grassando o quanto o peito encontra e gesta
Num ato mais sublime em tal magia,

O verso traz em sonhos tal magia
Que invade e transforma em eclosão
Crisalidado sonho que a sorte gesta
Fazendo da colheita a rara festa
Que tanto quanto possa me inebria
Além de algum domínio da razão,

Chovendo dentro da alma em tal razão
O vinho da esperança, uma magia,
Que tanto me entorpece e me inebria
Nas formas do labor, esta eclosão,
Tramando a mais sublime e rara festa
Que a vida a cada instante busca e gesta,

E sei do quanto possa enquanto gesta
A sorte definida por razão
E nesta mais sublime e nobre festa,
Explicitando em nós tanta magia,
O quanto se desenha na eclosão
De um mundo que em delírios inebria,

O quanto se traduz quando inebria
A glória do trabalho enquanto gesta
Um mundo tão melhor pós eclosão,
Liberdade se mostra na razão
A cada novo tempo esta magia
Traçando o mais audaz momento em festa,

Fazendo desta festa que inebria,
O quanto esta magia a vida gesta,
E traz luz à razão, rara eclosão.

372

Resistem sentimentos tão diversos
Aonde o ser feliz fosse sincero
Criando a cada passo outro cenário,
No quanto poderia e nada tenho,
Vivendo no vazio, solidão,
Meu mundo se anuncia sem sentido,

O quanto poderia ter sentido
E crer nos dias raros e diversos
Marcando o quanto tente em solidão
E sei do meu caminho mais sincero
E vivo sem saber o quanto tenho
E nisto se desenha um vão cenário,

Meu mundo sem sentido num cenário
Diverso do que pude em vão sentido
Adentra no que possa e não mais tenho,
E traz velhos caminhos tão diversos,
E quando poderia ser sincero,
Encontro tão somente a solidão,

A vida se anuncia em solidão,
E sigo o quanto resta do cenário
E nada do que possa e sou sincero
Tramasse no final algum sentido
E sinto descaminhos tão diversos
E neles o que possa ou mesmo tenho,

E quando na verdade nada tenho,
Sequer o quanto possa em solidão,
Ousando nos momentos mais diversos
Traçar o quanto vejo em tal cenário
Buscando pelo menos um sentido,
Que molde outro caminho mais sincero,

O tanto se anuncia onde é sincero
O passo sem saber do quanto eu tenho,
E vejo ainda aquém o já sentido
Momento feito em rude solidão,
E tanto quanto possa este cenário
Viver dias doridos e diversos,

E sei mundos diversos, sou sincero,
E tento este cenário e nada tenho,
Somente a solidão tem seu sentido.


373

Sem ter tempo perdido, sem descanso
O sonho se transforma em passarinho,
Que nunca se percebe aquém sozinho,
Brincando levarei a claridade
Quem encontrarei a liberdade
O quanto se desenha eternidade

A vida não sabendo eternidade
Gerando após a guerra outro descanso
Enquanto na verdade a liberdade
O coração qual fora um passarinho
Bebendo com ternura a claridade
Jamais se desenhasse ora sozinho,

O verso se mostrara tão sozinho
Buscando o quanto possa eternidade
E nisto sendo imensa a claridade
O quanto se anuncia sem descanso
Marcando com ternura, um passarinho,
Encontra neste céu a liberdade,

Meu verso procurando em liberdade
O tanto quanto possa e sou sozinho,
Minha alma sendo um livre passarinho,
Tramasse a mais suprema liberdade,
E nisto sem saber sequer descanso,
Encontro a cada instante a claridade,

O verso desenhando em claridade
O todo que pudera em liberdade
Gerar o que se tenta sem descanso
E o mundo tantas vezes tão sozinho,
Moldasse no caminho a eternidade
Qual fosse coração, tal passarinho,

O sonho se evadindo, passarinho,
No tanto quanto beba a claridade
E nisto se transforma eternidade
No quanto quis em plena liberdade
Ousando mesmo quando estou sozinho,
A procurar na luta o meu descanso,

E quando sem descanso, passarinho,
Seguindo até sozinho em claridade,
Encontra em liberdade, eternidade...



































374

Sabedoria, sendo a meta e o rumo
A sorte se desenha sem igual
O que fiz, pouco importa, o que virá
Num lúdico luar a imensidão,
Amor sem ter juízo rasga o peito
E traz a imensidão a cada instante,

O quanto poderia num instante
Vagar entre o que possa e ver tal rumo
Vibrando em sintonia abrindo o peito,
E nisto o quanto viva sem igual
Expressa a mais diversa imensidão
E molda cada dia que virá,

O tanto que deveras sei virá
O rumo se anuncia noutro instante
E o passo transformando imensidão
Apresentando a sorte quando rumo
Vestindo esta emoção que é sem igual,
E nisto dominando todo o peito

Aberto ao quanto possa e deste peito
O velho coração sabe e virá
Ousando ter nas mãos o sem igual
Caminho que permita a cada instante
O tanto quanto mostre neste rumo,
O mundo na completa imensidão,

Meu verso se anuncia, e a imensidão,
Expressa o quanto trago no meu peito,
Vivendo o que deveras tento e rumo,
No sonho quanto em paz ele virá
E sei do meu momento noutro instante
E trago o descaminho sem igual,

O quanto se desenha em passo igual
O verso sem sentido, imensidão,
Traçando noutro passo novo instante
E sei do quanto possa abrir o peito
Gerando com ternura o que virá
E nisto outro momento dita o rumo,

E quando agora em rumo sem igual
Meu verso ora virá na imensidão
Tocando o nosso peito a cada instante.


375

Calando esta esperança agora eu tento
A vida com desejos mais suaves
O quanto poderia casual,
Traçar outro momento no infinito
Pousando sem saber da correnteza
Meu mundo noutro instante já se esvai

E tendo em minhas mãos o que ora esvai
Vagando sem sentido aonde tento
Tramar além da forte correnteza
Os dias mais felizes e suaves,
E nisto o que pudera este infinito
Trazer em fato manso ou casual,

O tanto quanto possa casual,
O canto noutro rumo agora esvai
E molda do que tente no infinito
Apenas o caminho que ora tento
Vencendo dias rudes ou suaves
Lutando contra fúria em correnteza,

A vida se anuncia e a correnteza
Que possa ter um ar mais casual,
Expressaria em lutas tão suaves
O quanto na verdade sei que esvai
E mesmo quando um passo além eu tento,
Encontro nos teus olhos o infinito,

O mundo quando o quis todo, infinito,
Vencendo com brandura a correnteza
Que possa se traçar enquanto tento
Tramar neste momento casual,
O tanto que se tente e sei que esvai
Após tais movimentos mais suaves,

A vida traça em ritos tão suaves
O quanto se mostrara no infinito
E o verso no vazio ora se esvai,
Enquanto vejo além a correnteza
Marcando cada passo casual,
E mesmo outro caminho às vezes tento,

Sabendo quando tento em mais suaves
Anseios – casual sonho infinito,
Além da correnteza alma se esvai....


376


376

Vivesse o grande amor em plena paz
Depois de tantas dores, descaminhos,
E os sonhos se mostrando noutro passo
O verso se anuncia sem sentido,
Ainda quando possa na verdade
Fazer desta esperança nosso rumo,

O quanto para ti, querida eu rumo,
Tentando o quanto possa ter em paz,
E nisto tão somente esta verdade,
Supera os mais diversos descaminhos,
O mundo passa a ter raro sentido,
E nisto com certeza em luz eu passo,

O tanto quanto queira e sempre passo
Vagando na ilusão decerto rumo
Traçando este cenário em tal sentido
O quanto se anuncia em clara paz
Vestígios dos antigos descaminhos
Tramando no que possa outra verdade

Ao ter anunciada esta verdade
Que possa me trazer um belo passo,
E quando se percebem descaminhos,
Ousando acreditar em novo rumo,
O tanto que buscara outrora em paz
Expressa no meu peito este sentido,

Vivendo com ternura o que é sentido
E nisto o que resume tal verdade
Pudesse traduzir a imensa paz
E nisto o que moldasse noutro passo,
Ao tanto quanto eu quis agora rumo
E sigo muito além dos descaminhos

O mundo que se faça em descaminhos
Apenas noutro rastro faz sentido,
E o tanto que pudera já não rumo,
E bebo em tua boca esta verdade
Marcando com ternura cada passo
Vivendo a plenitude feita em paz

O amor que dita a paz em descaminhos,
A cada novo passo faz sentido
E para esta verdade além eu rumo...

377

Não quero acreditar na solidão
Nem mesmo nos meus erros tão comuns,
Os dias que pudera são diversos
Dos tantos e diversos erros vãos
Ousando acreditar no que viria
Marcando a poesia com afeto,

O quanto a cada instante sinto afeto
Que deixe para trás a solidão,
E o verso se mostrando, ora viria,
Trazer além dos dias mais comuns,
Além destes momentos vagos, vãos,
Cenários com certeza tão diversos,

Procuro nos caminhos mais diversos
E sigo sem saber do raro afeto,
E sei dos dias tolos, mesmo vãos,
E nesta mais completa solidão
Os ermos de minha alma são comuns
E dita o que deveras não viria,

O tanto que se quer e além viria,
O tempo rege em dias mais diversos
Traçando com vigor os mais comuns
Anseios que se tramem com afeto
E sei do quanto possa em solidão,
Marcar os dias rudes, mesmo vãos,

E sei que penetrando pelos vãos
Da sorte que deveras não viria,
Toando dentro da alma a solidão
Enfrentaria ventos tão diversos
E nestes tantos sonhos eu viria
Viver bem mais que dias tão comuns,

Os erros na verdade são comuns
E os passos poderiam ser mais vãos
E nada do que trame em raro afeto,
Ousando nestes dias que viria
Tentando acreditar nestes diversos
Momentos onde veja a solidão,

E sei da solidão em tão comuns
Anseios que diversos sejam vãos,
E nisto o que viria dita afeto.







378

O mundo sem sentido e sem proveito,
O corte se anuncia simplesmente
O tempo resumindo este vazio
E nada do que eu queira se traduz
Na sorte mais diversa que inda trago
Pousando nas estradas tão distantes,

Os olhos procurando por distantes
Caminhos resumindo algum proveito
Tramassem o que possa e mesmo trago
E vivo tão feliz ou simplesmente
O quanto se mostrara e já traduz
O todo sem sentido, mais vazio,

E quando na verdade este vazio
Expressa passos rudes e distantes,
O sonho no não ser já se traduz
E vejo a minha vida sem proveito
E sigo a minha sorte simplesmente
Ditando o que deveras tento e trago,

Procuro tão somente o quanto trago
E vejo no final este vazio,
E quando me moldara simplesmente
No passo em noites frias e distantes
O quanto poderia em tal proveito,
Apenas o jamais ora traduz,

O quanto cada passo em vão traduz,
E sei do que tentasse e quando trago
O sonho que pudera num proveito
Traçar o quanto busco onde vazio
Mostrara dias rudes e distantes
Ou nada na verdade simplesmente,

O mundo se desenha simplesmente,
E nisto o que em desejo se traduz
Deixando passos rudes e distantes
Que ditam o caminho quando o trago,
E nisto se anuncia este vazio
Trazendo em esperança este proveito,

O quanto com proveito simplesmente,
Após tanto vazio ora traduz,
Os passos que ora trago vão distantes...

379

Não quero a solidão e nem pudera
Vencer os meus temores dia a dia,
A sorte se transforma e no final
Ainda quando viva a poesia
O verso se mostrara em claridade
Viceja dentro da alma esta saudade,

E quando noutro tom rara saudade
Expressa o que deveras já pudera
Marcando com amor e claridade
O quanto se deseja em cada dia,
Traçando a mais suave poesia
E nisto se moldasse este final,

O tempo desenhando no final
O quanto se produza em tal saudade,
Vagando pela luz da poesia
E tanto que em verdade ora pudera
Tramar nesta esperança novo dia,
E sei da sorte em rara claridade,

O mundo se embebendo em claridade,
Expressa o quanto possa no final,
Vestindo o que teimara a cada dia,
E dita na verdade esta saudade
Além do que deveras mais pudera
Reinando sobre nós a poesia,

Meu mundo se transcende à poesia
E gera o quanto possa em rara claridade
E tanto em pensamentos eu pudera
Vencer o quanto vejo no final,
Deixando para trás qualquer saudade
E nisso o que se busca em claro dia,

O tempo traz apenas novo dia,
O verso se desvenda em poesia,
E sigo o quanto veja em tal saudade
E nesta maravilha a claridade
Expressa o quanto reste no final,
E trame o que deveras mais pudera,

A vida que pudera dia a dia,
Gerar neste final a poesia,
Que dita em claridade, outra saudade...










380

Não quero mais saber desta lembrança
Que tanto quanto fere me alivia,
O mundo se traduz em fantasia
E molda este sentido que se trama
Gerando a cada passo outro momento
Vivendo sem sentir qualquer temor,

Vencendo o mais dorido e vão temor
Trazendo uma saudade na lembrança
O mundo se anuncia num momento
E gera o quanto possa e me alivia
E nisto o que em verdade a vida trama
Expressa o quanto busca e fantasia,

O passo se desenha em fantasia
E vejo o que pudesse no temor,
Marcando com terror a velha trama
E tendo do passado esta lembrança
Enquanto o novo sonho me alivia
A vida se mostrara num momento,

E quando se presume este momento
A sorte dita a plena fantasia
E gera o que deveras alivia
E deixa para trás qualquer temor
Tentando na verdade esta lembrança
Que o tempo a cada passo sempre trama,

A sorte se envereda nesta trama
E gera o que se faça num momento
Deixando para trás qualquer lembrança
E deveras o que possa fantasia
E noutro caminhar, raro temor,
Ainda se desenha o que alivia,

O verso sem limites me alivia,
E nisto se desenha a velha trama
Que disse no passado este temor,
E tento no que possa este momento,
E se tento na verdade a fantasia
Deixa sombras mais sutis nesta lembrança,

O quando da lembrança me alivia,
O tanto em fantasia a vida trama,
Ousando num momento sem temor...

381

381

Mapeio o coração e assim percebo
Das tramas deste velho companheiro
O quanto se anuncia noutra face
E sem sequer sentido não disfarça
Vencendo o mais diverso temporal
Espreito da janela este horizonte,

Equânime caminho no horizonte
Traduz o quanto quero e mais percebo
E vendo muito além o temporal,
O quanto se mostrara companheiro
Pousando aonde a sorte não disfarça
Mostrando com ternura a branda face,

Procuro neste instante a velha face
De quem já se fizera em horizonte
Diverso do que tanto ora disfarça
E gera noutro senso, amor, percebo,
Vestindo o meu caminho, companheiro,
Do quanto renegasse o temporal,

A vida traz o velho temporal
E sei quando oferece após a face
E sinto sem temor o companheiro
Que vague pelas teias do horizonte
E nisto o quanto quero e mais percebo
Transcende ao que deveras mal disfarça,

A sorte de tal forma se disfarça
E gera noutro instante um temporal,
E quando no final eu mal percebo
O mundo se desenha em rude face,
E traz no quanto houvera este horizonte
Um canto que pudera companheiro,

E sendo do meu canto companheiro,
O verso noutro tom tanto disfarça
E gera no final belo horizonte
Embora se anuncie o temporal,
O mundo resumindo nesta face
Prevendo o que decerto ora percebo,

E vendo o que percebo, companheiro,
O tempo noutra face não disfarça
E o temporal domina este horizonte...

382

Caminhos que pudera desvendar
Ousando ser feliz onde não cabe
Mergulho neste sonho sem limites
E vejo no final a majestosa
Verdade que desnuda o sonho e traz,
Meu mundo feito em paz e em alegria,

O quanto se desenha em alegria
E trama outro momento a desvendar
Resumo do que o sonho agora traz
Gerando o que esta vida trama e cabe
Na sorte sem igual e majestosa
Que adentra o caminhar já sem limites.

A vida em avidez perde limites
E tanto quanto possa em alegria
Grassar reinando bela e majestosa
E a cada novo tempo desvendar
Navego aonde o sonho imenso cabe
E vejo o quanto a paz tenta e nos traz,

O verso traduzisse o quanto traz
E nisto não se vendo mais limites
O todo que pudera agora cabe
Somente no que rege em alegria
O mundo quando o quero desvendar
Na sorte mais sublime e majestosa,

A vida se anuncia majestosa
E sei do quanto possa e se me traz
Vagando aonde tente desvendar
Ousando sem saber velhos limites
E nisto desenhando em alegria
O quanto dentro da alma já não cabe,

E o todo que deveras sei que cabe
Na sorte mais feliz e majestosa,
Enquanto possa além desta alegria
Traçar o que se quer e a vida traz
Ainda quando veja tais limites
O mundo se permite desvendar,

Pudesse desvendar o que me cabe
A vida sem limites, majestosa,
Expressa o quanto traz em alegria...

383

Caminho enquanto a vida se transtorna
E sigo sem sentido algum meu passo
Vagando no vazio desta luta
Sem nexo sem razão e sem juízo,
Que trame na verdade o quanto em luz
Pudesse desejar e ser feliz,

O quanto se anuncia e sou feliz
Embora o dia a dia que transtorna
Presume na verdade a farta luz
Que possa desenhar o rude passo,
No farto caminhar tento o juízo
Que trame na verdade a sorte, a luta,

E quando dia a dia tanto luta
O passo num caminho mais feliz
O prazo se desenha em tal juízo
E o verso se anuncia e me transtorna
Deixando para trás o velho passo
Que possa transformar o sonho em luz

O quanto mais se visse nesta luz
E tanto se desenha enquanto luta
Marcando esta alegria passo a passo,
E sei do quanto pude ser feliz
Vivendo o que deveras me transtorna
E gera noutro instante este juízo,

A vida desenhando o seu juízo
Enquanto resumisse o quanto em luz
Pudesse traduzir e se transtorna
E sei que na verdade o quanto luta
Expressa o coração bem mais feliz
Que possa traduzir um novo passo,

E quando muito além do medo eu passo,
Vagando sem saber qualquer juízo
Aonde se fizera mais feliz
E nisto outro momento em rara luz
Trouxesse o que pudera em força e luta
O mundo sem sentido me transtorna,

A vida que transtorna dita o passo,
E nesta velha luta sem juízo,
Tentasse qualquer luz e ser feliz.

384


Meu mundo na verdade se perdendo
Dos tantos e diversos caminhares
E tento calmamente nova senda
Que possa traduzir a claridade,
Porém a cada passo nova perda
E a fenda vai se abrindo sem defesas,

O passo se tramasse em tais defesas
E o verso noutro tanto se perdendo
Ainda que pudesse além da perda,
No fundo vejo em velhos caminhares
A sorte que pudera em claridade
Tomando totalmente a minha senda,

E quando se imagina a mesma senda
Nos ermos que trouxessem tais defesas,
O verso traduzido em claridade
Prenunciando o quanto ora perdendo
Deixasse sobrevir nos caminhares
A vida já sem medo queda ou perda,

E quando no caminho vejo a perda
Do todo que pudera em rara senda,
O mundo se anuncia e os caminhares
Trazendo no final tantas defesas,
E nisto vou decerto já perdendo
O rumo sem saber da claridade,

O quanto deste sonho é claridade
O mundo traz além da antiga perda,
O verso noutro engodo se perdendo
Adentra sem sentido qualquer senda
E deixa para trás velhas defesas,
Enquanto tenta rudes caminhares,

E sei dos mais diversos caminhares
Nas tramas sem sabe da claridade
E quando se anuncia sem defesas,
A vida se permite em nova perda
E tanto poderia nesta senda
Vencer o que se mostra ora perdendo,

E quando vou perdendo em caminhares
Diversos esta senda. A claridade,
Traduz a mesma perda sem defesas.















385

Meu verso se perdera noutro prumo
E quando a realidade vem à mesa
O tempo se anuncia sem temor
E bebo deste vinho da saudade
E nada do que possa me interessa
Senão a velha sombra do passado,

O tempo desenhando no passado
O quanto mais desejo e se me aprumo,
Vencendo o que deveras interessa
Volvendo o coração por sobre a mesa
Dos sonhos da esperança e da saudade
Aonde se tentara sem temor,

O prazo dita a vida e no temor
Do engodo que se faz vejo o passado
Marcando com ternura esta saudade
E nela o quanto possa em raro prumo,
Viceja o coração e volto à mesa
No tanto que decerto me interessa,

A vida com certeza ora interessa
A quem se fez além deste temor,
E o prazo dita as cartas sobre a mesa
E trama sobre as redes do passado,
O quanto se fizera noutro prumo.
Vivendo com ternura esta saudade,

E sei do quanto possa uma saudade,
E nela o que deveras me interessa
Transcende ao que procuro neste prumo
E vejo a minha vida sem temor
E tanto quanto possa do passado
Trazer a discussão em nossa mesa,

O verso se desenha e nesta mesa
O preço a se pagar dita a saudade
E vendo o que pudera no passado,
O todo que deveras interessa,
Resume sem angústia e sem temor,
O mundo que acertara enfim seu prumo,

E sei do quanto em prumo vejo a mesa,
E nada do temor dita saudade
E nem mais me interessa este passado.

386

Nos olhos a esperança dominando
Cenários onde tanto quis além
E sem qualquer apoio sigo em busca
Do quanto poderia ser melhor,
A vida que perdendo a direção,
É barco sem ter norte em mar imenso,

O mundo se moldando neste imenso
Cenário enquanto o nada dominando
Expressa o que pudera em direção
Ao todo que se faça muito além
Tentando perceber o que é melhor
Nesta incansável luta, leda busca,

E quando algum momento em paz se busca,
O tanto quanto pude em sonho imenso,
Vestindo esta ilusão tento o melhor,
Porém não mais consigo, dominando,
Achar um equilíbrio e sigo além
Sem ter mais nem sequer a direção,

Perdendo com certeza a direção
O passo num instante rege a busca
E sei do que pudera mais além
E vivo este momento raro, imenso,
E tanto que se vira dominando,
Querendo nesta vida o que é melhor,

O mundo poderia ser melhor
Se tudo o que se tem em direção
Ao todo num instante dominando
Expresse com certeza a tensa busca
Do fato de poder ser tão imenso
E crer no que inda venha logo além,

O tanto se mostrara muito além
Do quanto quis que fosse bem melhor,
E um mundo sem sentido, mesmo imenso,
Transcende ao quanto trace em direção
Ao verso que se mostre em rara busca
E nisto nem meu sonho, dominando,

O que inda dominando fosse além
Do quanto ora se busca, bem melhor,
Presumo a direção do sonho imenso.

387

Não quero nem sequer saber o nome
De quem se faz além de meramente,
O tanto se destroça lentamente
E o tempo noutro passo não persiste,
Gerando na verdade este vazio
Que trago no meu peito sem sentido,

O todo noutro instante se é sentido
Apenas no caminho em ledo nome
Ousasse perceber que este vazio
Ainda que se mostre meramente
E o todo que deveras já persiste
Expressa o quanto quero lentamente,

O mundo se desenha lentamente,
E o prazo não tem tempo e nem sentido,
O quanto se desenha ora persiste
Marcando com ternura cada nome
Enquanto o que pudesse meramente
Deixando a mera sombra do vazio,

O tanto quanto possa além, vazio,
O mundo noutro passo lentamente
Expressa o que deveras meramente
Grassasse pelas ruas num sentido
Ousando ter além do próprio nome
Que tanto se anuncia e não persiste,

A vida que decerto ora persiste
Encontra tão somente este vazio,
E vendo o que pudesse ter o nome
Do prazo sem defesas, lentamente,
Gerando o quanto possa sem sentido,
Ditando o dia a dia meramente,

E sinto o quanto veja meramente
Sabendo do caminho onde persiste
E veja tão somente o que é sentido
Refém do quanto possa no vazio,
Tentando novo dia lentamente,
E nisto a solidão toma meu nome,

A vida no meu nome, meramente.
Aos poucos, lentamente não persiste
E deixa este vazio sem sentido.










388

O pantanal dos sonhos vejo e sinto,
Rondando pouco a pouco cada passo
Aonde no final se me desfaço
Um traço sem sentido algum carrego
Do tempo mais sutil em tempestade
Vencido pelo medo e sem caminho,

Ainda quando além tento e caminho,
Vagando sem saber que nada sinto
O vento se converte em tempestade
E o mundo que pudera a cada passo
Deveras eu não tenho nem carrego
E o pouco noutro tom ora desfaço,

O quanto poderia e já desfaço,
O tempo se anuncia e no caminho,
O tanto que se faça e não carrego
Nesta alma quando o medo aflora e sinto
Tentando noutro instante novo passo
E nisto bebo inteira a tempestade,

Meu mundo anunciando em tempestade
O quanto poderia e já desfaço,
E sei do dia a dia, passo a passo,
E luto pela paz em meu caminho,
Ainda quando o rumo aquém eu sinto
O tempo dentro da alma ora carrego,

E vago sem sentir no que carrego
O mundo na mais vasta tempestade
E sei do que pudera e mesmo sinto,
Enquanto este passado ora desfaço,
E vejo cada curva onde caminho,
Marcando com ternura o velho passo,

E sei do que tentasse quando passo
Nos ermos que deveras eu carrego,
E sei dos dissabores no caminho,
E tanto quanto possa a tempestade,
Eu vivo o que decerto ora desfaço,
Tentando novo dia enquanto o sinto,

E tudo o que ora sinto noutro passo,
Expressa o que desfaço e mal carrego,
E vejo a tempestade no caminho.

389

Não quero acreditar no que me dizes,
Somente cicatrizes, nada mais,
O tempo segue em ritmos desiguais
E os olhos procurando algum alento,
O mundo se entregando ao rude vento
E o prazo determina o fim de tudo,

O quanto poderia e sei que tudo
Expressaria o quanto agora dizes
E o velho coração exposto ao vento
Ousando acreditar e querer mais
Que tudo na verdade traz o alento
Em dias tão diversos, desiguais,

E os ermos de minha alma desiguais,
O quanto se pudera além de tudo
Encontra no final o raro alento
Que possa traduzir o que me dizes
Sabendo na verdade sempre mais
Exposto ao que pudera o forte vento,

O mundo se anuncia neste vento,
E tanto quanto tento em desiguais
Caminhos expressassem sempre mais
Vencendo na verdade quase tudo,
E o pouco que me resta logo dizes,
Tramasse no final algum alento,

E sei do quanto possa em raro alento,
Viver o quanto exposto ao rude vento
Nas cenas onde o todo tu me dizes
E sei dos meus anseios desiguais
E neles o que possa ser meu tudo,
No fundo se deseja muito mais,

E o quanto poderia ser a mais,
Gerasse o que em verdade tanto alento,
Encontra no final o quase tudo,
E veste esta vontade feita em vento,
E nos anseios rudes, desiguais,
Apenas o vazio que me dizes,

E sei que tanto dizes quanto mais
Olhando os desiguais, procuro alento,
E sinto o imenso vento sobre tudo.








390

Não quero a sensação do que não veio
Tampouco poderia adivinhar
Os ermos de meu sonho noutro instante
E vendo o quanto possa me adiante
E busco novo rumo e nova sorte
Aonde o meu caminho se encontrara,

A vida se traduz onde encontrara
O quanto na verdade busco e veio
Marcando com terror a rude sorte,
E sei do que pudesse adivinhar
E sei do que deveras adiante
E mostre nova face a cada instante,

O mundo se desenha num instante
E vejo o que deveras encontrara
Ainda que pudesse; ora adiante,
O tanto quanto resta e nunca veio,
Deixasse na verdade adivinhar
A sensação de ter a imensa sorte,

O verso se anuncia noutra sorte,
E o quanto se deseja num instante
Marcando o que desejo adivinhar
Enquanto esta verdade ora encontrara
E nisto procurando um novo veio,
Pudesse caminhar logo adiante,

E quanto mais a vida me adiante
O passo se prevendo em pura sorte
O todo que deveras nunca veio,
O mundo se anuncia num instante
E gera o que deveras encontrara
No tempo quando possa adivinhar,

O que se tente após, adivinhar,
Expressaria o quanto se adiante,
O mundo que deveras encontrara
Não trague com certeza a velha sorte,
E nem se desenhara a cada instante
O quanto se tentara e nunca veio,

O mundo que ora veio adivinhar,
Trazendo num instante o que adiante
Ditando o quanto em sorte eu encontrara...

391


391

Meu mundo se anuncia em ledo cais
E vejo tão somente o mesmo caos
Enquanto poderia ter no olhar
A lua, o sol, a plena claridade,
E vendo o que me resta tão somente
Encontro as vagas luzes da cidade,

E sei do quanto veja em tal cidade
Distante deste mar que não tem cais
Gerando na verdade o que somente
Traduza fielmente o rude caos
E nisto se anuncia a claridade
Marcando cada passo em rude olhar,

A vida se mostrasse e quando olhar
Vencido pelo quanto em vã cidade
Matando pouco a pouco a claridade
Que possa noutro tempo dizer cais,
Enfrento o quanto seja todo caos
E nada mais se vive ora somente,

Ao menos poderia onde somente
O mundo se traduz num velho olhar
Tentando com certeza além do caos
O rude caminhar em tal cidade
Que o peito renegasse e sem um cais
Buscasse ver ternura e claridade,

O manto mais azul da claridade
O verso noutro tom dita somente
O todo que pudera nalgum cais
E sei que na verdade o quanto olhar
Tomando com certeza esta cidade,
Traduza tão somente o mesmo caos.

O mundo se anuncia e deste caos,
O vento renegasse a claridade,
Marcando com ternura esta cidade
E nada do que possa ora somente
Gerar o que se trama a cada olhar
E nisto se presume o velho cais,

E deste mesmo cais, enfrento o caos,
E sei que neste olhar há claridade
Seguindo tão somente esta cidade.

392

Um tempo mais feliz que inda tivesse
Ou mesmo até quem sabe merecesse,
No quanto ser feliz tem o seu preço
No apreço que se busca a cada dia,
A velha fantasia se desfaz
E traz o que jamais reconhecesse,

O mundo quando além reconhecesse
O tanto que pudera ou mais tivesse
Ainda quando o tempo se desfaz
E gera o que deveras merecesse
Tramando a cada passo novo dia
E nisto esta incerteza tem seu preço,

O tempo na verdade dita o preço
Da luta que jamais reconhecesse
Vagando sem saber do dia a dia
E nada do que possa inda tivesse
E quando no final mal merecesse
O todo que deveras se desfaz,

O quanto da esperança ora desfaz
O verso sem cadência em rude preço
Ainda que jamais o merecesse
E tanto quanto aquém reconhecesse
No fundo novo passo ora tivesse
Marcando o que se tente a cada dia,

O quanto se anuncia neste dia
Que possa e na verdade se desfaz
Ousando em cada sonho que tivesse
Grassando quando a sorte diz seu preço
No fim sei que jamais reconhecesse
Ou mesmo sem caminhos, merecesse,

A vida que somente merecesse
Um tempo com firmeza a cada dia,
E nisto o que puder reconhecesse
Vagando sem sentido o que desfaz
E quando a solidão ditasse o preço,
O sonho algum caminho não tivesse,

E sei quando tivesse ou merecesse,
O quanto deste preço dia a dia,
O mundo que desfaz, reconhecesse...








393

Ainda vejo as marcas do que um dia
Ao adentrar nas teias da esperança
Erguesse um raro brinde a quem pudera
Vencer as tramas todas e seguir,
Traçando com vigor o passo além
Do todo que deveras sempre insiste,

E quando na verdade o que inda insiste
Expressa o meu caminho noutro dia,
E vendo o que se tente mesmo além
Do tempo desenhando em esperança
O tanto que tentara ora seguir,
E nisto o caminhar que mais pudera,

O verso na verdade mal pudera
Tramar o que se busca enquanto insiste
Vagando com certeza onde seguir
E nisto se traduz em novo dia
O quanto na verdade em esperança
Cerzisse o quanto vejo e tento além,

A vida prosseguindo sempre além
Do passo que deveras bem pudera
Tramar o que se faz em esperança
E nisto quando a sorte ainda insiste
Grassasse pelo menos mais um dia
E tendo meu caminho ora a seguir,

O quanto poderia enfim seguir
E ter neste momento o muito além
Que possa traduzir em novo dia
O todo quanto queira e mais pudera
Vencendo da maneira que ora insiste
Traçando noutro rumo esta esperança,

A vida se desenha em esperança
Ou mesmo noutra face muito além
E o quanto se pretende ora seguir
Enquanto a cada passo agora insiste
Marcando muito além do que pudera
A cada novo instante, passo e dia,

O quanto deste dia em esperança
Marcasse o que pudera hoje seguir
E sigo o quanto além o passo insiste.

394

Não passo de um sofrível sonhador
Em meio aos temporais tão costumeiros,
Os versos são deveras companheiros
E o mundo uma ilusão e nada mais,
Que possa traduzir a tempestade.,
O verso se transforma em raios fortes,

Os dias invadindo velhos fortes
O tempo muitas vezes sonhador,
O canto se desenha em tempestade,
E os dias são deveras costumeiros
E sei que na verdade nunca mais
Meus passos de teus passos, companheiros,

Ainda sem saber se há companheiros
Aonde na verdade os erros fortes
Traduzem o que possa e não dá mais
O vento se transforma em sonhador,
E nisto os dias rudes costumeiros
Enfrentam a diversa tempestade,

O mundo que se fez em tempestade
O canto busca velhos companheiros
E vejo o quanto seja sonhador,
Quem segue seus caminhos bem mais fortes
E veja com olhares costumeiros
O todo que quisera e muito mais,

O tanto que se possa sempre a mais
Expressa muito além da tempestade
Que possa traduzir ao sonhador
Os dias mais amigos, companheiros,
E nisto os olhos tentam bem mais fortes,
Ousar além dos ritos costumeiros,

Os tantos descaminhos costumeiros
Enquanto se tentara sempre mais
Deixaram marcas firmes tanto fortes
E nisto ao enfrentar a tempestade
Pudessem teus olhares companheiros
Marcarem o meu passo sonhador,

E sendo um sonhador, meus costumeiros
Caminhos companheiros devem mais
Que a viva tempestade em ventos fortes.









395

Jamais imaginei outra saída
Não fosse a vida assim, tão delicada,
A sorte desejada se perdendo
O mundo noutra face se mostrando
E o verso no caminho procurando
Apenas o que possa e não vê nada

A sorte se traduz e neste nada
Ousasse perceber uma saída
Que tanto se desenha procurando
Enquanto no final é delicada
A sorte de quem segue se mostrando
E o rumo sem sentido ora perdendo,

O quanto se anuncia já perdendo
O prazo no final ditando o nada
E o mundo pouco a pouco se mostrando
Aonde poderia uma saída,
Expresso esta emoção tão delicada
E vejo outro cenário, o procurando,

A luta se anuncia procurando
Além do que deveras já perdendo
Pudera desenhar a delicada
Faceta do que outrora disse nada
E vendo tão somente esta saída
Aos poucos sem defesas se mostrando,

O dia noutro dia vai mostrando
O quanto se quisera procurando,
O vendo novamente esta saída
Que possa a cada passo se perdendo,
Gerar deste vazio o mesmo nada
Na luta mais cruel e delicada

A sorte que pudesse delicada,
O verso num reverso se mostrando,
O mundo traduzindo neste nada
O todo se sentindo e procurando
O canto novamente se perdendo
Em volta do que fora uma saída

E sem sequer saída delicada
A vida se perdendo e se mostrando
Aos poucos procurando dá em nada...


396

396

O canto se anuncia pela vida
E traça novo rumo onde eu me perco
E sinto o quanto pude e deveria
Ousar cada momento ou mesmo após
E nisto a voz se torna mais macia
Vivendo com ternura e mansamente,

O quanto se pudera mansamente
Vencer os desafios desta vida
E sigo em noite clara, luz macia,
O tanto que pudera e não me perco
A vida prosseguindo logo após,
Trazendo o quanto quero e deveria,

Meu mundo na verdade deveria
Singrar o dia a dia mansamente
Sem nada que pudesse ver após
E tendo esta alegria em minha vida
Por vezes se deveras eu me perco.
Encontro a mão suave e tão macia

Ainda quando a vida a quis macia
E sei do sonho enquanto deveria
Viver o quanto tento, mas me perco,
O mundo se anuncia mansamente
E vendo o que traduza a minha vida
Eu tento caminhar decerto após,

E nada do que eu veja agora, após,
Ou mesmo esta incerteza. A luz macia
Tocando com ternura a nossa vida,
E sei do quanto possa e deveria
Sabendo o que inda venha mansamente
Traçar além do quanto ora me perco,

E sei que na verdade o quanto perco,
Expressa o que se vendo logo após,
Grassasse esse caminho mansamente
E tendo a voz suave e mais macia,
O quanto desta sorte eu deveria
Traduz o que em verdade seja a vida,

E sei da minha vida, mas me perco,
E sei que deveria mesmo após
Tentar a em voz macia, mansamente...

397

Não basta acreditar no que inda venha
E seja redentor para quem ama,
A vida na verdade segue os passos
Do quanto nós traçamos cada dia,
E vendo esta incerteza que nos toma,
Sejamos muito mais que simplesmente,

O quanto se desenha simplesmente
Ou mesmo noutro instante ainda venha
Trazendo o quanto possa e não se toma,
Vivendo o que deveras mais tanto ama
E encontra o seu caminho a cada dia
Marcando com vigor diversos passos,

E sei dos meus anseios em teus passos,
E sigo o dia a dia simplesmente
Vestindo esta emoção que em novo dia
Ainda quando a chuva teime e venha
Tramasse a sensação de quem quer e ama
E nisto este infinito ora se toma,

O verso anunciando o quanto toma
Do passo mais audaz entre mil passos
E sendo esta incerteza o que ora se ama.
Vagasse sem destino simplesmente,
E vendo com certeza o quanto venha
O mundo se renova a cada dia,

O tanto quanto possa noutro dia,
O verso se expressando quando toma
O todo que deveras quero e venha
Nos ermos de quem tenta novos passos
Vivendo tão somente e simplesmente
O quanto se transforma quando se ama,

A luta se renova e sei quem ama
Encontraria a sorte a cada dia,
Marcando o que se tente simplesmente
E nisto esta incerteza que nos toma,
Tornando bem mais firmes nossos passos,
Ainda com certeza cedo venha,

E sei do quanto venha e sei quem ama
Os tantos velhos passos, novo dia,
O mundo em paz se toma, simplesmente...









398

Não sinto mais o vento do passado
Rondando como fosse espectro vivo
E bebo os meus anseios com fartura,
No tanto que me cabe em mansidão,
O verso se traduz em vaga sorte
E nada mais procuro senão paz,

O quanto se desenha em plena paz
O corte noutro tempo, em meu passado,
O dia que transcenda à própria sorte
E o mundo aonde possa e mesmo vivo,
Expresso o meu caminho em mansidão
Vivendo o quanto possa em tal fartura,

A vida se anuncia com fartura
E tento noutro instante a doce paz
Que sei nesta verdade em mansidão
Ousando perpetrar do meu passado,
O dia que deveras busco e vivo,
E nele se encontrasse a melhor sorte,

Vagando em noite clara busco a sorte,
Ainda quando tento com fartura
Traçar o dia a dia que ora vivo,
Vencendo o meu caminho agora em paz,
E nisto cada sombra do passado,
Resume o quanto quero em mansidão,

O verso se anuncia e a mansidão
Expressa no final a melhor sorte,
E quando vejo as sombras do passado,
O mundo que tivera tal fartura,
Agora desenhando um rumo em paz
Traduz o que decerto busco e vivo,

E sei do meu caminho enquanto vivo
Os dias na completa mansidão,
E sei do quanto pude desta paz,
E nada mais pudesse em plena sorte,
Vivendo o que transporta em tal fartura
Deixando o sofrimento no passado,

O tanto quanto pude de um passado
Envolto na completa mansidão,
Encontro finalmente a rara paz
E sei da imensidão em boa sorte
Que trame com certeza esta fartura
Deixando o sofrimento no passado,

Enquanto o meu passado fosse vivo,
Onde há fartura e agora mansidão
Teria vária sorte sem ter paz.

399

Jamais o quanto pude acreditar
Tomasse o dia a dia de tal forma
O verso se transforma em redenção
A morte ronda e traz as suas garras,
Olhando para trás tão simplesmente
Resumo o que vivera no vazio,

E quando meu caminho mais vazio
Ainda se tentara acreditar
Nas tramas que traduzem simplesmente
A fúria sem sentido em rude forma,
Pousando qual harpia suas garras
Negando o que pudera em redenção,

O meu caminho segue e a redenção
Distante dos meus dias no vazio,
Marcando minha pele finas garras
E nelas tão somente acreditar
Enquanto o que pudera de tal forma
Tomasse este cenário simplesmente,

E sei do quanto possa simplesmente
Viver e procurar a redenção
E nisto o quanto possa nesta forma
Tramar além de todo este vazio,
O quando inda pudesse acreditar
E superar da vida as rudes garras,

E sinto que me entranhas tuas garras
E vejo o quanto pude simplesmente
Viver o que tentara acreditar
Nos ermos de uma leda redenção,
E sei do que se expresse no vazio
Moldando a solidão em justa forma,

O quanto poderia em rude forma
Tramar o que se sente quando as garras
Adentram perpetrando este vazio,
E sei do meu anseio simplesmente,
No quanto deveria em redenção
Talvez após a queda acreditar,

E sinto acreditar no quanto forma
Em tanta redenção, após as garras
Vencendo simplesmente este vazio.



400

Meu mundo de tal forma fora feito
Que nada mais impede o passo manso,
O verso se traduz e bebe o farto
Cenário em dor ou tédio, mas prossigo,
E vendo o que se tente noutra face
O verbo se consiste no futuro,

E quando se percebe que o futuro
E o tempo noutro instante fosse feito
Gerando o quanto possa nesta face
Vencer o que desejo o peito manso,
O fato se demonstra onde prossigo
Traçando este momento mesmo farto,

O quanto se pudesse quando farto
Meu mundo se anuncia sem futuro
E vejo o que pudera se prossigo
Marcando o dia a dia quando é feito
Nas tramas da emoção e sigo manso
Ao todo que desnuda a sua face,

E sei do quanto possa e vejo a face
Suave de quem segue, mesmo farto,
E nisto o coração batendo manso,
O mundo se anuncia e do futuro
O sonho na verdade sendo feito
Expressa o quanto quero e mais prossigo,

E sinto o descaminho onde prossigo,
E vejo o que pudera nesta face
Trazer o quanto outrora fora feito
Seguindo este momento já me farto
E bebo cada gota de um futuro
Que possa ser deveras bem mais manso,

O tanto que se mostre sempre manso,
O verso anunciando onde prossigo
Vivendo cada passo do futuro
E nada mais desenho além da face
Que possa traduzir o mundo farto
Do sonho aonde em paz já fora feito,

O quanto fosse feito em verso manso,
Num mundo agora farto ora prossigo
Olhando face a face o meu futuro.


401


401

Tanto tempo percebo a velha história
Que possa traduzir noutro momento
O verso mais suave que se faça
A vida mansamente construída
Nas tramas que pudera num instante
Cerzir com mais firmeza o dia a dia,

A sorte se renova e traz ao dia
O quanto se quisera em nossa história
E sigo o quanto possa num instante
Vestindo o que me cabe no momento
Ainda que se veja construída
A luta que deveras venha e faça,

O canto noutro passo sempre faça
Da vida o mais diverso e novo dia
Na sorte que percebo construída
Enquanto o que se tente nesta história
Gerasse o quanto quis neste momento,
Vivendo cada vez o seu instante,

O mundo se anuncia num instante
E possa traduzir o que inda faça
A luta que se perca no momento
Aonde o que se veja noutro dia
Tramasse o caminhar na mesma história
E nisto a vida seja construída

E sinto o que se faça construída
E o quanto pude ver a cada instante
Deixando para trás a nossa história
E vendo o que deveras tanto faça
Marcando com ternura o novo dia,
E nisso se anuncia outro momento,

A vida se permite no momento
Enquanto a sorte sendo construída
Expressa o que se crie noutro dia
E vejo o caminhar por um instante
No todo que pudesse e que se faça
Marcando com firmeza nossa história

Assim a nossa história num momento
Traduz o que se faça e é construída,
Não só nalgum instante. É todo dia...


402

A vida traz em si tanta promessa
E o quanto se renega a cada queda
No tempo se traduz a sorte e o medo
Gerando em desenredo o quanto eu quis,
Somente ser feliz já me bastava,
Porém a noite nega esta esperança,

O quando se desenha em esperança
A luta que decerto é vã promessa
E sei do quanto em sonho me bastava
E nisto se demonstra nova queda
E sei do que pudera e mesmo quis
Ousando perceber além do medo,

Procuro num momento e já sem medo,
O canto que se trame em esperança
Vagando muito além do quanto eu quis
E sigo o quanto resta em vã promessa
No todo que desenha a rude queda
No tanto quanto possa e me bastava,

A vida na verdade não bastava
Ao velho sonhador que vai sem medo
Ousando muito além da mera queda
No passo feito em luz e em esperança
Marcando o que deveras diz promessa
E nisto nada mais agora eu quis,

O quanto se traduz no quando quis
Vencer o que deveras me bastava
E sei da sordidez de uma promessa
Que trame tão somente o velho medo
E nisto o que restasse em esperança
Agora se desenha em vaga queda,

O tanto que se faz em plena queda,
O mundo se traduz aonde eu quis
Viver a desejável esperança
E nada do que tento me bastava
O prazo se desenha em tanto medo,
E nisto se sonega uma promessa

A vida em tal promessa dita a queda
O sonho sabe o medo que mais quis
E nisto me bastava uma esperança...








403

Tentando acreditar no que não veio,
Vivendo a sincronia sem limites
Ainda que se pense nesta perda
O canto se perdendo noutro rumo,
O enredo se traduz em heresia
E a sorte nada mais presume em paz,

O quanto deveria ter em paz
Decerto na verdade nunca veio
E o canto feito em dor e em heresia
Marcasse com temor os seus limites
E sei que no vazio quando rumo
A vida se transforma em pura perda,

Somando na verdade cada perda,
O tanto que buscara em mansa paz
Agora se desenha noutro rumo
E bebo do que possa em raro veio,
E sinto o quanto viva sem limites
Ou mesmo simplesmente em heresia,

A vida traduzida em heresia
O canto se transforma em mera perda
E o verso se transporta e dos limites
Ao menos poderia haver a paz,
Mas nada do que resta ainda veio
Trazer este momento aonde rumo,

E sigo cada passo em ledo rumo,
E nada do veja em heresia
Explora o sentimento e mesmo veio
Traçar outro cenário senão perda
E o quanto se procura enfim em paz
Não deixa no final sequer limites,

E quando se aproxima dos limites
Do todo que se faz em claro rumo
Tramando a vida feita em plena paz
Supera no final esta heresia
E nisto o que se veja gera a perda
E traça o quanto nunca outrora veio,

E quando o sonho veio sem limites
Além da simples perda, meta e rumo,
Vencida esta heresia resta a paz.

404

Nas tantas e diversas ilusões
O vento toca manso os teus cabelos
Ouvindo a tua voz, mesmo distante
O canto que se mostre mais sutil,
Expressa o grande amor que nos transforma
E deixa para trás todo o temor,

A vida se desenha e sem temor,
Ardendo sobre nós tais ilusões
Marcando com ternura o que transforma
E traz a maciez destes cabelos
E neles o que possa mais sutil,
Jamais se desenhara tão distante,

O quanto se apresente mais distante
Do tempo que se queira sem temor
Vagando no que possa ser sutil,
Trazendo novos rumos e ilusões,
Beijando mansamente teus cabelos
No quanto com ternura nos transforma,

A vida que se mostre e já transforma
O passo noutro rumo até distante
Pudera balançar belos cabelos
O quanto na verdade sem temor
Traduza além das vagas ilusões
O todo mais audaz, tanto sutil,

E tudo presumindo o ser sutil
Queimando em solidão tudo transforma
E gera o quanto reste em ilusões
Marcando o passo a passo, mais distante,
No tanto que se faça em tal temor
Sentindo no meu rosto os teus cabelos,

No doce olor que sinto nos cabelos
Da deusa que se fez bela e sutil,
O mundo se anuncia sem temor,
E o todo que pudera nos transforma
E gera o que pudesse até distante
Vencendo tão somente as ilusões,

Meu mundo em ilusões, os teus cabelos,
O dia mais distante e mais sutil,
O amor que nos transforma, sem temor...








405

Não quero e nem pudera imaginar
A sorte sem limites que se trama
Vencido pelo sonho que não veio
Vestígio de uma luta sem igual
Litígios entre guerras e vazios,
Cenários onde a sorte trouxe o fim,

E quando se anuncia agora o fim
Não posso nem sequer imaginar
O tanto que se mostre entre vazios
E nisto emaranhando a velha trama
O tempo poderia ser igual
E sinto que deveras nada veio,

O mundo se transcorre noutro veio,
E o quanto se mostrasse além do fim.
Envolve com ternura o passo igual
Ao quanto poderia imaginar
E nada do que possa em nossa trama
Resulta além dos ermos, nos vazios,

Os olhos sem sentido algum, vazios,
A sorte que pudera e jamais veio,
O tanto que deveras amor trama
O mundo se transforma e sei do fim,
Que possa tão somente imaginar
E vejo num retrato sem igual,

O verso se desenha e por igual
A vida não permite mais vazios
E os olhos que tentasse imaginar
Ditando noutro rumo, noutro veio,
O quanto poderia e ter no fim,
Apenas sem sentido o quanto trama,

A vida se resume nesta trama
E bebo deste mundo sem igual,
Vagando sem sentido vejo o fim
E tanto quanto possa nos vazios
Traçar o que se faça em novo veio,
O mundo se pudesse imaginar,

E quando imaginar diversa trama,
O sonho que ora veio, sem igual,
Traduz estes vazios, dita o fim...

406

406

Jamais imaginasse qualquer sombra
Aonde quis o sol em plenitude
E sei deste verão na imensidão
Que possa dominar o quanto queira
A luta se mostrando a cada passo
No tanto que desenha a sorte inteira,

E sei do quanto deva e já me inteira
A vida que pudera além da sombra
Gerando o que deveras tento e passo
Marcando com vigor em plenitude
O tanto que pudera e mesmo queira
Ousar além do todo, imensidão,

A vida se desenha, imensidão,
E o passo se presume aonde inteira
A sorte se traduz como se queira
E nisto superando qualquer sombra
O mundo se anuncia em plenitude
E gera o quanto possa em novo passo,

O mundo se desenha e sigo o passo
Do tanto que buscara imensidão
E nada do que possa em plenitude
Vagando o quanto trago em sorte inteira
O pranto se transforma e além da sombra
Expressa o que deveras bem mais queira,

A senda desejável quando eu queira
Traçar no dia a dia o novo passo,
Meu mundo não prevendo mais a sombra,
Encontra na verdade imensidão
E sabe do que possa quando inteira
A sorte com vigor e plenitude,

Meu sonho desenhando em plenitude
E o prazo se transforma e além se queira
Viver o quanto possa a vida inteira
E nada do que trame noutro passo,
Grassasse muito além da imensidão
Ousando penetrar em turva sombra,

O quanto desta sombra em plenitude
Traduz a imensidão e o quanto queira
Vencer a cada passo a sorte inteira.

407

Um dia após a queda do que outrora
Pensara ser apenas mero apoio
Destrói todo o cenário num momento
E vejo a minha luta sem proveito,
Ainda que tentara novo anseio,
O mundo se produz em tempestade,

O verso desenhando a tempestade
Marcando o quanto reste desde outrora
E nisto o que inda reste em ledo anseio
Tramasse na verdade todo apoio
E quando se mostra em tal proveito
No tempo se desenha este momento,

A vida percebendo algum momento
Que possa ultrapassar a tempestade
E nisto o quanto trace em meu proveito
Enfrenta o que se visse desde outrora
Mergulho no cenário e sem apoio
O todo se permite em raro anseio,

O quanto mais pudera e não anseio,
O verso se anuncia num momento
E vendo o que pudera ter, no apoio,
Vivendo além da louca tempestade
Que sinto me tocando desde outrora
E nisto se vislumbre algum proveito,

O tanto quanto pude e sem proveito
Nas tramas do momento aonde anseio
Singrar o dia a dia desde outrora
E nisto se anuncia no momento
A sorte que pudera e a tempestade
Apenas procurasse algum apoio,

Meu mundo desabando sem apoio,
O tempo se mostrara sem proveito,
O verso gera na alma a tempestade
E o quanto se deseja e mesmo anseio
No fundo não daria um só momento
Conforme decidido desde outrora,

O mundo quando outrora quis apoio
Sequer algum momento em tal proveito
Matando o quanto anseio, tempestade...









408

Não tento acreditar no que se faça
Diverso do caminho mais comum
Meu mundo na verdade nada trouxe
E o pouco que deveras me traria
Ao nada resumindo verso e sonho,
Gerasse o que deveras não me traz,

O passo se moldando nada traz
E sei do quanto a vida envolve e faça
Marcando com terror o quanto sonho
E nisto o meu anseio mais comum
Expressa o quanto possa e me traria
Vencendo o que em verdade a vida trouxe,

O tempo se moldara enquanto trouxe
O sonho mais feliz que a sorte traz
E nisto o quanto vejo e me traria
O verso mais feliz que tanto faça
A luta sem sentido em tom comum,
Deixando para trás o quanto sonho,

O verso se anuncia e quando sonho,
Encontro a solidão que já nos trouxe
Sabendo ser deveras tão comum
O passo sem sentido o nada traz
O todo que deveras não mais faça
Sequer o que esperança me traria,

E sei deste vazio que traria
A luta sem sentido e quando eu sonho,
Ainda que em vazios tons se faça
O mundo que em verdade nada trouxe
Vencendo o quanto agora ledo, traz,
Mostrando tão somente o mais comum,

O vento se desenha onde é comum,
E o peso do passado me traria
Somente o que a verdade agora traz
E nisto desenhando o ledo sonho
Que a vida sem proveito ora me trouxe
E sinto que afinal mais nada faça,

O quanto agora faça em tom comum,
O todo nada trouxe nem traria
Enquanto o velho sonho inda me traz.

409

Não mais que meramente vejo a vida
Vencida pelos cantos desta casa,
A sorte que pensara ser tão minha,
No fundo se deseja quando e muito
Trazendo no vazio a farta ausência
Do sonho que pudera me acalmar,

A via que se perde ao acalmar
O todo mais atroz em leda vida
E sei do quanto possa a mera ausência
E nisto a solidão que invade a casa
Trouxera o quanto quis e fosse muito,
Deixando para trás a sorte, minha.

A luta se desenha toda minha
E nada do que venha ora acalmar
Expressaria o todo ou mesmo o muito
Que pude num momento em minha vida
Tramar além do quanto nesta casa
Gerasse tão somente a mera ausência,

O verso se moldando em tal ausência
E o canto que se faça aonde a minha
Vontade de viver invada a casa
E quanto mais pudera me acalmar
O sonho se traduza em nova vida
No quanto se deseja sempre muito,

O amor que na verdade fosse muito,
O encanto sem sentido e desta ausência
O passo se presume além da vida
E nada do que possa mesmo minha
A sorte que decido a me acalmar
Ou mesmo a dominar inteira a casa,

E sinto quando possa em minha casa
Trazer esta vontade e sempre muito
Do todo que pudera a se acalmar
Gerasse no caminho a mesma ausência
Traduzo na verdade a sorte minha
E de tal forma perco a própria vida,

E quando vejo a vida nesta casa,
Na luta que foi minha me dou muito
E nem sinto uma ausência a me acalmar.








410

Repare cada farsa e siga os rastros
E veja das pegadas o que possa
Grassar pelo cenário mais atroz
E nada do que veja viva em nós
Tentando acreditar no que inda venha
A luta não é só mera contenda,

O tanto que pudesse na contenda
Ditar sem perseguir diversos rastros
E toda a sorte siga e sempre venha
Ainda que em verdade tanto possa
Trazer nesta esperança o que há de nós
E ver este momento mais atroz,

O todo que pudera ser atroz
O canto que se espera sem contenda
E o mundo que vivera dentro em nós
Deixando tão somente meros rastros
E neles o passado diz quem possa
Viver o quanto reste e mesmo venha

E quando se anuncia e nada venha
O rumo se mostrara mais atroz
E nisto o meu cenário sempre possa
Trazer o que em verdade diz contenda
E mostre muito além de meros rastros
Que trague todo o sonho para nós,

Vivendo o quanto reste agora em nós
O mundo ainda possa e sempre venha
Deixando para trás somente rastros,
E sei do quanto pude ser atroz
E nada do que dite tal contenda
E mesmo que deveras creia e possa,

O todo noutra face não mais possa
Saber o que se tente vivo em nós
E quando se anuncia esta contenda
O mundo na verdade ainda venha
Trazer a face rude, audaz, atroz
E deixe do meu mundo meros rastros,

E sei dos velhos rastros onde eu possa
Viver o mais atroz e sei que em nós
A vida sempre venha além contenda...


411

Ainda que se veja após o todo
O vício de sonhar jamais largasse
E sei do quanto a vida molda e testa
Vagando sem sentido mundo afora,
O passo no vazio não mais trace
O quanto se vencesse ou se buscara.

A vida que talvez queira e buscara
Nos olhos quando o tempo tenta o todo,
E nisto outro cenário a vida trace
E gere o que deveras não largasse
Marcando o quanto pude estrada afora
Viver e na verdade o tempo testa,

O mundo a cada instante eu sei nos testa
E gera outro momento onde buscara
Somente esta verdade e sigo afora
Dos tantos e diversos, bebo o todo,
E quando este caminho ora largasse
Cenário mais diverso a vida trace,

E sei que na verdade o que se trace
Mostrasse o quanto a vida sempre testa
E nisso o que deveras já largasse
Meu rumo noutro tom inda buscara
Grassando com certeza neste todo
Que possa traduzir o mundo afora,

E quando se imagina sempre afora
O tanto que anuncia e mesmo trace
A luta que desenhe deste todo
O mundo quanto a sorte sempre testa
O tanto que deveras mais buscara
E sei que esta esperança não largasse

Ainda quando o sonho enfim largasse
E nisto caminhando tempo afora
O sonho desenhado ora buscara
O quanto se deseja e mesmo trace
Vagando sem sentido e a sorte testa
O que mais poderia neste todo,

A vida diz do todo e se largasse
O rumo que se testa mundo afora,
E sei que agora trace o que buscara...

412

Não mais que meramente eu vi a vida
Nesta avidez que tanto se moldara
E sei da solidão quando percebo
O todo noutro rumo mais sutil,
E o verso se tramasse de tal forma
Que nada mais se veja após o porto,

O barco se perdendo sem que o porto
Traduza na verdade a minha vida
E sei do quanto trama a cada forma
O medo que em verdade se moldara
No tanto que pudera ser sutil
E dita o que deveras mal percebo,

Sentindo o quanto quero e assim percebo,
Vivendo tão somente o velho porto
E o passo se deseja mais sutil
A sorte desenhasse a leda vida
Marcando com temor o que moldara
Nas tramas que gerassem nova forma,

E o tanto se desenha de tal forma
Que nada mais se veja e assim percebo
O quanto na verdade se moldara
No tempo que se trama noutro porto
E dita a minha sorte em leda vida
E vivo o quanto possa ser sutil,

O mundo se fizera mais sutil
E nada do que possa em nova forma
Tramasse o quanto vejo em minha vida
E sei deste cenário e assim percebo
O muito que deveras trame porto
Do todo que esperança mal moldara,

Apenas no vazio se moldara
O tempo mais atroz, mesmo sutil,
E o quanto se desenha noutro porto
Tramando com certeza nova forma
Expressa o que decerto ora percebo
E vivo sem sentido a minha vida,

O quanto desta vida se moldara
No todo que percebo ser sutil,
Ousando noutra forma, busco o porto.












413

Meu mundo desabara num instante
E vendo nos escombros a esperança
O amor que se fizera mera escória
Escoriando o sonho nada traz
Somente o que pudera e sigo atrás
Ditando minha sorte no vazio,

E sei do quanto mostre mais vazio
O passo que se faça noutro instante
E deixa tanto tempo e vou atrás
Tentando sem sucesso esta esperança
Que o mundo num momento quer e traz,
Porém o quanto resta dita a escória,

O verso se anuncia e desta escória
Meu tempo se anuncia inda vazio
E quando se tentara o quanto traz
A vida em mero e rude, vago instante,
No quanto se vivesse uma esperança
Presumo quanto venha logo atrás,

E sei do que deixara sempre atrás
E nada do que possa além da escória
Rondando a mais sofrível esperança
Que gere tão somente este vazio,
O mundo na verdade noutro instante
Marcara o que deveras não me traz,

E sei do descaminho onde se traz
O todo e perseguindo sempre atrás
Do sonho demonstrado noutro instante
E sei da minha vida, sendo escória,
E possa traduzir no ser vazio
A lenta sensação de uma esperança

A vida trama sempre esta esperança
Que possa e nos tramasse o quanto traz
Deixando o coração bem mais vazio,
E o resto prosseguindo sempre atrás
Enquanto na verdade a leda escória
Traduz o velho amor em rude instante

E sei que neste instante uma esperança
Marcasse feito escória o que se traz
E deixo ou sigo atrás deste vazio,


414

Navego contra a fúria das marés
E sei que no final nada terei
O mundo que buscara noutro tempo
Apenas contratempos me traria
Vivendo o quanto possa e fantasio
Meu mundo sem sentido dita o fim,

E sei do quanto possa sendo o fim,
Vertendo nos meus olhos as marés
Enquanto outro caminho eu fantasio
Somente o descaminho enfim terei,
E nada do que possa me traria
Marcando no vazio cada tempo,

O dia se anuncia noutro tempo
E vago sem sentido rumo ao fim,
O sonho com certeza não traria
Nesta incerteza clara das marés
O quanto que deveras não terei
Expressa o quanto agora fantasio,

O mundo que deveras fantasio,
O verso no que possa em novo tempo
Ainda que não saiba o que terei,
Trazer o que decerto seja o fim
Marcando com angústia tais marés
E nelas nada mais, pois se traria,

O verso que esperança me traria
O mundo que pudesse e fantasio,
O vento dominando tais marés
E o verso se perdendo noutro tempo
Encontra no vazio o velho fim,
E o prazo que deveras não terei,

No muito quanto possa e mais terei,
O tanto que se veja e me traria
Resumos de uma vida em triste fim,
O mundo noutro tom eu fantasio
Vencendo com firmeza cada tempo
E nisto desvendasse estas marés

A vida nas marés quanto a terei,
E sei que novo tempo me traria
O quanto fantasio, e sei do fim.










415

Não mais que meramente quis a sorte
Que o passo se fizesse tão diverso
E sigo qual falena a claridade
Vivendo num momento o quanto possa
Trazendo o dia a dia em meu olhar
Buscando da alegria alguma fonte,

E sei do quanto a vida nega a fonte
Marcando com terror a rude sorte
Tramando com firmeza o duro olhar
E quando se imagina mais diverso
O passo se anuncia enquanto possa
Tentar ao que restara em claridade

E sei que na verdade a claridade
Expressa do vazio a imensa fonte
E gera noutro tanto o que inda possa
Traçar a cada engodo desta sorte
Grassando um mundo rude e tão diverso
E nele tão somente um vago olhar,

O quanto poderia enfim no olhar
Marcar o dia a dia em claridade
E sendo este caminho ora diverso
Vivendo o quanto possa em rara fonte
No todo que desenha a mesma sorte
O tanto que buscara e sei que possa,

A luta sendo nossa sempre possa
Trazer com mais ternura neste olhar
O quanto se fizera em leda sorte
E tento imaginar a claridade
Ousando no caminho em rara fonte
Num ato mais complexo e sei diverso,

O mundo se mostrara ora diverso
E tanto quanto queira e mesmo possa
Viver esta esperança em bela fonte
Tentando este caminho bem mais manso
Meu mundo procurando a claridade
Deseja no final a melhor sorte,

E tendo sempre em sorte o ser diverso,
O sonho em claridade tanto possa
Trazer no manso olhar a bela fonte...

416

Quando a sorte ditasse a direção
Dos passos que procuram qualquer cais
O vento noutro rumo me traria
A sensação do nada que hoje trago
E vivo tão somente sem sentido
Ou mesmo me apodero do não ser

Quisera na verdade ter e ser
O rumo mais audaz em direção
Ao todo que gerasse algum sentido
E mesmo que se veja além o cais
O tanto quanto quero e não mais trago
Apenas noutro engano se traria,

E o verso quando muito me traria
O todo que possa sempre ser
Vagando sem temores quando trago
O mundo mais atroz na direção
Que possa já moldar além do cais
O quanto se desenha sem sentido,

E o quanto deste amor fora sentido
Nas tramas de quem busca o que traria
Trazendo ao triste olhar um manso cais
E nele o que pudesse sempre ser
Moldasse no que trame a direção
De um mundo mais suave quando o trago,

E sei da solidão enquanto trago
Meu tempo noutro prazo e além sentido
Expressaria apenas direção
Que tanto quanto queira ora traria
O prazo mais audaz que possa ser
No todo desenhado neste cais,

O verso se anuncia e sei do cais
Que tanto se transforma no que trago
E vejo o meu caminho aonde o ser
Pudesse ter além de algum sentido,
O todo que deveras me traria
Um sonho na diversa direção,

E quando em direção ao ledo cais,
O todo se traria e nada trago,
Perdendo algum sentido o nada ser.

417

O vento anunciando o meu outono
E as folhas pelo chão, nada mais resta
Somente o que pudera noutro instante
Vagar entre vazios, nada mais,
E sei dos mais constantes temporais
Entregue ao quanto pude imaginar,

A vida se deixara imaginar
E nisto se desenha agora o outono
E quando se percebem temporais
No tanto que se quer e nada resta,
O mundo se deseja muito mais
E muda com certeza a cada instante,

E sei do quanto possa em novo instante
Ainda que se deixe imaginar
A sorte que pudera muito mais
E nela o quanto expresse em cada outono
Vivendo o dia a dia que me resta,
Ou mesmo ao enfrentar os temporais,

Depois que a vida dite os temporais
E nisto o quanto vejo num instante
Ditando da esperança o quanto resta,
E sei do meu anseio: imaginar
O tanto que pudera neste outono
Traçar e desejar deveras mais,

O tanto que pudera sempre mais,
O mundo resumisse em temporais
O quanto se presume neste outono,
E vejo doravante e num instante
O todo noutro tom a imaginar
O que inda na verdade sei que resta,

A sorte sonegando o quanto resta
O mundo se anuncia e sei que a mais
Do verso que pudera imaginar
E nisso se prevendo os temporais
E vejo a derrocada a cada instante
E nisto se revela último outono,

Vagando neste outono que me resta,
A vida num instante e nada mais,
Somente em temporais o imaginar...










418

Jamais o caminheiro imaginasse
O tempo a se perder em nova estrada
A sorte num cenário mais atroz
A luta se desenha e nada vejo,
Somente o que pudesse e quando tento
Resumo no passado o dia a dia,

O verso que pudesse noutro dia
Tramar o quanto quero e imaginasse
Vagando sem sentido mesmo tento
Vencer esta rudez em longa estrada
O sonho se desfaz e nada vejo
Somente este cenário agreste, atroz.

O rumo da existência mais atroz
O prazo se perdendo a cada dia
O verso sem sentido que ora vejo
O mundo quando a paz imaginasse
E nisto se cerzira nova estrada
Que trace o quanto busco e sempre tento,

O mundo que pudera quando o tento,
O canto sem sentido e mais atroz
A luta se desenha nesta estrada
E sinto o quanto venha em novo dia,
Marcando o que este peito imaginasse
E sei quando em delírios também vejo,

O prazo determina o quanto eu vejo
E o todo se moldara quando tento
Nas tramas quando tanto imaginasse
O quanto se fizera mais atroz
E vindo já de encontro um raro dia
Ousasse penetrar em nova estrada,

A vida se resume numa estrada
Que possa traduzir o que ora vejo,
E sei do meu anseio a cada dia,
E nada do caminho quando o tento
Ainda que se mostre mais atroz
Expressa o que minha alma imaginasse,

E quanto imaginasse nesta estrada
Que o tempo mais atroz dita o que vejo,
E sei do quanto tento um claro dia.

419

Ainda se fizera o quanto pude
Tramando o meu futuro noutra cena
E sei do quanto possa e me serena
A luta sem descanso que batalho,
Vagando sem sentido em noite escura
O risco de viver se aprofundando,

O corte que se veja aprofundando
O mundo quando outrora quis e pude
Bebendo a cada farsa a sorte escura
E nada do que possa toma a cena
O mundo se anuncia e assim batalho
Tentando alguma face mais serena

O quando da esperança me serena
E o verso noutro rumo aprofundando
Os ermos de minha alma onde batalho
E vejo o que teimara enquanto pude
Trazer em direção a velha cena
Que tanto se mostrara mais escura,

A luta se anuncia e sei da escura
Versão que sonegasse a paz serena
E tudo se moldara noutra cena
Enquanto se percebe aprofundando
Meu mundo sem sentido enquanto eu pude
Viver o que deveras mal batalho,


E sei do dia a dia e se batalho,
Apenas o que possa em senda escura
Tentando a claridade e nada pude
Nem mesmo o quanto resta me serena
E sei do que se veja aprofundando
Meu passo no vazio desta cena

E quando se anuncia a velha cena
Que possa traduzir o que batalho
O passo no vazio aprofundando
Na sorte sem sentido e mesmo escura
Aonde se quisera mais serena
Apenas o vazio agora eu pude

E sinto quanto pude em leda cena
Buscando outra serena, em vão batalho,
Porém em senda escura, aprofundando.
















420

Não quero ser apenas outro estorvo
Tampouco caminhar sem direção
Vencido pelo velho pesadelo,
O tanto que pudera e fosse muito
Resume na verdade o que ora tenho
E cerco meu caminho em tal temor,

O mundo anunciando este temor
E dele se presume algum estorvo
E possa traduzir o quanto tenho
Vagando noutro passo e direção
E nada do que possa trazer muito
Endossa cada velho pesadelo.

O mundo se anuncia em pesadelo
E gera tão somente este temor
Além do que pudera busco o muito
Que reste dentro da alma sem estorvo
E tento no horizonte a direção
Ditando o que deveras tento e tenho,

Ainda quando o sonho teimo e tenho,
Um passo resumisse em pesadelo,
O quanto se perdera em direção
Vagando pela vida sem temor
Grassando este vazio, num estorvo,
Trazendo o quanto fora em dores, muito,

E o tanto que anuncias sendo muito
Eclode no vazio que ora tenho,
E bebo a sensação do raro estorvo
Traçando sem sentido o pesadelo
E nisto o quanto possa em tal temor
Tomasse novo rumo e direção,

A vida se anuncia e a direção
Que possa ao mesmo tempo ditar muito
No quanto se moldara com temor
E vaga sem saber do quanto eu tenho
Vencendo o mais diverso pesadelo,
E nisto se criasse novo estorvo,

A vida sendo estorvo, a direção
Que leve ao pesadelo nos diz muito,
E disto o que ora tenho é vão temor...


421


421

Aprendo a cada dia uma lição
E tento tão somente disfarçar
Os erros cometidos no passado
E o verso não sentido ou sem valia
Minando a cada instante o que se queira
Trazendo em meu olhar o vento e o frio,

O tanto que pudera neste frio
Expressa na verdade uma lição
E sigo o que minha alma tanto queira
Ousando noutro instante disfarçar
Marcando o que pudera ter valia
Traçando além das sombras do passado,

O quanto se tentara no passado,
O verso se moldara em tanto frio
E possa ser deveras tal valia
Aquela que permita outra lição
E vejo o quanto possa disfarçar
E mesmo noutro passo a vida queira,

E sendo de tal forma o que ora queira
A luta sem sentido diz passado
E o verso noutro rumo a disfarçar
Gerando tão somente o velho frio
Que possa traduzir cada lição
Expressa no cenário sem valia,

O tempo na verdade não valia
Sequer o quanto possa e agora queira
Vagando sem sentido uma lição
Marcasse com o tempo já passado
O verso que moldara além do frio
O sonho que procure disfarçar

O canto noutro tempo a disfarçar
O mundo se apresenta onde valia
Ao menos o que possa e m tanto frio
Vestindo esta incerteza quanto queira
Trazer dos meus anseios do passado
O verso se moldando em tal lição

O quanto da lição a disfarçar
Gerasse do passado esta valia
Que mesmo que não queira expressa o frio.

422

Num átimo mergulho no que outrora
Tramasse qualquer passo e nada saiba,
Ainda quando o mundo se pressente
Vestígios do que um dia fora meu
Agora se perdendo sem valor
Ou mesmo noutro tom se refizera

A vida quando a sorte refizera
O tanto que pudesse desde outrora
Marcasse sem sentido algum valor
O todo desejado e se sabia
Deveras o caminho antigo e meu
Enquanto este final já se pressente

O rumo que pudesse ora pressente
O corte que deveras refizera
O mundo sem sentido e todo meu
O canto se desenha desde outrora
E nisto o quanto quero que se saiba
Expressa o mundo em parco ou sem valor,

E sigo sem saber qual o valor
Da vida que se perde e se pressente
Nos ermos de um anseio quando saiba
O todo que deveras refizera
A luta sem sentido desde outrora
Marcando o que tentara ou fosse meu,

O quanto se anuncia sendo meu
Expressa realmente o seu valor
E o tempo desenhando desde outrora
Sem nada que pudesse e se pressente
O pranto sem limites refizera
O mundo sem sentido que se saiba

E vivo na verdade o quanto saiba
O passo sem saber do que foi meu,
Vagando quando o tempo refizera
O verso que pudera sem valor
E nisto o quer deveras se pressente
Jamais se traduzisse desde outrora,

A vida quando outrora nada saiba
Do tanto que pressente e fosse meu
Buscando algum valor se refizera.









423

Nas tramas deste sonho quando embarco
Vagando pelos ermos do oceano
Vencido navegante sem um norte
O corte se aproxima e me retira
Do todo que pudesse noutra face,
A farsa se anuncia e sei do caos

E tenho na verdade além do caos
Traçado este caminho quando embarco
Mostrando na verdade a dura face,
Apenas ao sonhar com o oceano
A sorte pouco a pouco se retira
E o todo se perdendo sem meu norte,

O tanto que pudesse em novo norte
Tramar além do medo e deste caos
Buscando o meu olhar quando retira
A luta quando em vão procuro e embarco,
Ainda quando quis este oceano
O mundo se mostrara em rude face,

O tanto quanto queira nesta face
E trame no caminho um firme norte
E mesmo que se veja no oceano
O sonho salvador após o caos
Ousando acreditar enquanto embarco
Sem nada que decerto a paz retira,

A vida sem remédio não retira
O todo transformado noutra face
E quando em solidão amarga embarco
O mundo se desenha em rude norte
E sei do quanto possa no além caos
Tramar esta esperança, um oceano,

Meu mundo se desenha e do oceano
Mergulho no que possa e se retira
O vórtice gerando um ledo caos,
E o canto se desenha em rude face,
Marcando com ternura o velho norte,
Ainda na esperança agora embarco,

Sabendo quando embarco no oceano
Procuro qualquer norte e se retira
Do todo em rude face, apenas caos,


424

No canto mais diverso de minha alma
Esmeraldina sorte dita o fim,
E sendo de tal forma sempre assim,
O nada noutro tom não desanima
Marcando com temível voz o sonho
Ainda mesmo assim eu não desisto,

Sentindo que decerto onde desisto
O mundo se perdera e já sem alma
Tornasse mais atroz o velho sonho,
E nisto o quanto reste dita o fim,
E sendo de tal forma desanima
Trazendo este cenário sempre assim,

E vago sem sentido e tento assim
Marcar esta presença, e se desisto,
O vento noutro rumo desanima
E traz na sorte a força que desta alma
Resume no que possa além do fim
Grassar a imensidão de um nobre sonho,

E quando com certeza busco e sonho,
E mesmo quando a luta seja assim
Ousando acreditar num novo fim,
Jamais a cada instante ora desisto,
E tendo com certeza pura esta alma
Que eu sei jamais deveras desanima,

O tempo sem sentido desanima
E quando com futuro agora sonho,
Acolhe-me a doçura de tua alma
E vendo a minha vida sendo assim,
A luta que se traz não desanima
E sigo sem temor até o fim,

Tentasse acreditar no já sem fim
Caminho que ora audaz não desanima
E sendo que decerto eu não desisto
Do que deveras quero e mesmo sonho,
Vivendo de tal forma sempre assim,
Com toda esta pureza dentro da alma,

A vida traz nesta alma início e fim,
E sei que sendo assim não desanima,
E mesmo deste sonho eu não desisto.






425

O canto se mostrasse mais audaz
Vestindo a mesma sorte de um passado
Há tanto noutro encanto atormentado
E o verso simplesmente nada fala
A vida se mostrando em plena luta
Apenas resumisse o que procuro.

O tanto quanto quero e mais procuro
O verso se mostrara um tanto audaz
No tanto que mostrara a rude luta
Escuto o quanto trago do passado
E nisto o que deveras não se fala
Deixara o velho peito atormentado,

O sonho se fizera atormentado
Marcando na verdade o que procuro
E sei do que o vazio nada fala
E tramo noutro passo o ser audaz
E vivo tão somente do passado
E nada do que possa traz a luta,

A vida que deveras tanto luta
O canto sem descanso, atormentado,
O mundo noutro tom dita o passado,
E vejo o que pudera e já procuro
Tentando acreditar no ser audaz
Que tanto quanto sonha busca e fala,

Enquanto o dia a dia sempre fala
Do mundo desenhando cada luta
E sei do sentimento mais audaz
Que possa mesmo quando atormentado
Traçar além do quanto ora procuro
Um dia tão diverso do passado,

Ainda que se veja no passado
A farsa quando o dia a dia fala
E negue o quanto possa e mais procuro
Vestígios do que fora outrora a luta
E nela o meu cenário atormentado
Transcende ao quanto fora mais audaz,

O tempo tanto audaz dita o passado
E quem atormentado nada fala
Apenas nesta luta o que procuro.

426


426

A sorte de tal forma desenhada
Não deixa qualquer dúvida, naufraga,
E o tempo se perdendo no que um dia
Pudesse ser além de mero porto,
A vida se renova a cada instante
E o tanto que se perde renascesse,

A cada nova morte renascesse
Eternidade sendo desenhada
Nas tramas de uma luta a todo instante
E nisto cada vez que se naufraga
O todo se refaz em novo porto,
E o mundo se transforma a cada dia,

Não vejo a solidão do dia a dia,
Pois dela com certeza eu renascesse
E nisto ao encontrar diverso porto,
Minha alma nesta senda desenhada
Expressa muito além do que naufraga
E gera nova senda a cada instante,

Viver toda a verdade de um instante
E nisto ser feliz, por mais um dia,
Enquanto em sofrimentos se naufraga
Noutro momento em paz já renascesse
A vida após a vida desenhada
Qual fora na verdade um manso porto,

Meu mundo se desenha neste porto,
Que possa se fazer em novo instante
E disto se presume a desenhada
Vontade de vencer um rude dia
E quando na verdade renascesse,
A luta não permite o que naufraga,

E mesmo quando a sorte ora naufraga
Encontro bem mais perto um manso porto,
E quando esta esperança renascesse
No todo transformado a cada instante
O mundo que se fez em claro dia,
Traria outra fortuna desenhada,

A vida desenhada, onde naufraga,
Presume novo dia em manso porto,
É como se no instante renascesse.

427

Quisera muito além do que hoje trago,
Meus olhos procurando no horizonte
O brilho que tentaram descobrir
Embora tanta bruma em plúmbeo céu
O verso como fosse algum farol
Estende a claridade onde não há,

O tanto que pudera e sei quanto há
O sonho quando manso em luzes trago
Encontra no infinito este farol
E vejo esta beleza no horizonte
Que toma com firmeza todo o céu
E deixa novo rumo descobrir,

O quanto poderia descobrir
Dos ermos que se traçam e se não há
Sequer onde seguir além do céu
Expresso na verdade o que ora trago
E bebo cada tom deste horizonte
Ousando perceber raro farol,

O amor que se moldara num farol,
Enfrenta a turbulência a descobrir
Além do que persiste no horizonte
E quando outro caminho diz quem há,
O tanto que deveras hoje trago
Pudesse desenhar um raro céu,

E sigo cada rastro exposto ao céu
E vago pelas tramas de um farol,
E quando esta emoção deveras trago,
O tanto que pudera descobrir,
Encontra muito além e sei quanto há
De fato neste tão belo horizonte,

Singrando com o olhar este horizonte
Que tanto se desenha em claro céu,
O mundo se desenha e sei que há
Num novo instante a força de um farol,
Que possa noutra face descobrir
E tramar o caminho que ora trago,

A vida que te trago, este horizonte,
Pudesse descobrir em claro céu,
Ousando ser farol onde não há.




428

O quanto se desenha desta luta
Marcada pelas ânsias de quem busca
Vencer a solidão e mesmo quando
A noite desabando em tom atroz
Serena com silêncios cada anseio
E tenta procurar algum apoio,

Meu mundo se desenha e sem apoio
Apenas solidão traduz a luta
E quando na verdade o mesmo anseio
Pudesse desenhar além da busca
O quanto se fizera mais atroz
E nisto meu momento não diz quando,

O todo que pudera desde quando
O risco de viver trouxesse apoio
A quem se procurara em passo atroz
E nisto na verdade a sorte luta
Marcando com ternura o quanto busca
E vive sem saber do velho anseio,

E tudo quanto eu quero e mais anseio,
A vida não tramasse como e quando
Gerando outro cenário em farsa e busca
E nisto o quanto quero em força e apoio
Transcorre num caminho feito em luta
E sei do quanto possa em tempo atroz.

Pousando nos meus olhos este atroz
Tormento que se faça sem anseio
E vendo o quanto possa nesta luta
O todo se moldando desde quando
O passo num momento sem apoio
Tramasse inutilmente velha busca,

E sei do quanto possa ter quem busca
Ousando neste mundo rude e atroz
Tentando no final algum apoio
Que possa me trazer o quanto anseio
E nada mais traduza mesmo quando
O passo sem sentido dita a luta,

Uma alma quando luta e sempre busca
Saber o como e quando fosse atroz
O quanto mais anseio, em ledo apoio.


429

Já não me caberia acreditar
Nas tramas que enredaste no caminho,
E vejo a velha sombra de um passado
Tomando este cenário por inteiro,
O verso que pudesse ser amigo,
No fundo se espalhando noutra face,

A sorte se desenha em rude face
E quando mais anseio acreditar
O tanto que pudera ser amigo,
O tempo prosseguindo em vão caminho
Expressa o quanto dita por inteiro
Vagando sobre as tramas do passado,

E o todo qual ditame do passado
Ao menos demonstrando em turva face
O quanto poderia ser inteiro
E sinto que não possa acreditar
Nas tramas mais diversas do caminho,
Já não concebo mais qualquer amigo,

Meu mundo se anuncia e sem amigo,
Apenas revivendo algum passado,
O todo se perdera e sem caminho,
O quanto se mostrara nesta face
Encontra no vazio o acreditar
Que possa ser além do mais inteiro,

Cenário que absorvendo por inteiro
Expressaria o todo sendo amigo,
E quando se deseja acreditar
Nas tantas ilusões de meu passado,
Revejo da expressão diversa face
E bebo cada sombra do caminho,

Ainda que perfaça o meu caminho
Nos ermos que buscasse por inteiro
E tendo cada ruga em minha face
Marcada pelas farsas, mundo amigo,
O todo representa este passado,
No qual eu não consigo acreditar,

E quando acreditar neste caminho,
O tempo já passado e por inteiro,
Olhando cada amigo em falsa face,



430

Ainda sem sentido e sem razão
Procuro qualquer ponto onde permita
O apoio que se quer e necessito
Vencendo os meus diversos desafetos
E os sonhos entre sonhos mais audazes
As vozes refletissem cada verso,

E quando se presume noutro verso
O mundo que pudera em tal razão
Viver e crer em dias onde audazes
O sonho noutro rumo se permita
Singrar além de meros desafetos
Trazer o quanto busco e necessito,

E sei que agora eu tanto necessito
De um mundo que permita novo verso,
E nisto se moldando em desafetos
Os dias mais doridos, vã razão,
E quando esta verdade se permita
Encontro dias rudes ou audazes.

A vida trama em rotas mais audazes
E quando na verdade eu necessito
Que tudo quanto possa se permita
Vencer além do todo quando verso
E trame com ternura e com razão
Os dias entre meros desafetos,

Os olhos enveredam desafetos
E tentam ritos novos tão audazes.
E sei que procurando com razão,
Encontro muito mais que necessito,
E sigo quando em paz procuro e verso
O tanto quanto quero e se permita,

O amor que na verdade me permita
Traçar além de rudes desafetos
Viver entre caminhos onde o verso
Presume dias raros ou audazes
Trazendo o que deveras necessito
E nisto se percebe uma razão,

O canto sem razão não se permita
Tampouco eu necessito desafetos
Palavras mais audazes, novo verso...


431

431

Tocado pela lua sertaneja
O velho coração de um trovador
Ousando imaginar coisas de amor
Embrenha nos anseios da ilusão
E quando ponteando o violão
A sorte mais sincera ele deseja,

E sei do quanto a vida ora deseja
Vagando pela senda sertaneja
E nisto com acordes, violão,
Tramasse cada sonho. O trovador
Vivendo muito mais que esta ilusão
Expressa o quanto anseia o puro amor,

O mundo se desenha em farto amor
E tanto poderia onde deseja
E gera noutro instante esta ilusão,
E vejo na cabocla sertaneja
Com olhos de quem sonha – um trovador-
Plangente serenata, um violão,

Nas cordas deste velho violão
O tempo se desenha em farto amor
E o templo deste insano trovador
Enveredando a sorte que deseja
Expressa além da noite sertaneja
Os raios desta lua em ilusão,

E sei do quanto viva esta ilusão
E dela trago em paz o violão
Numa seresta rude e sertaneja
E quanto mais me envolvo em teu amor,
O coração deveras te deseja
E trama as minhas sanhas, trovador,

Singrando em noite imensa, um trovador,
Que vive tão somente da ilusão,
Marcasse o quanto quer e assim deseja
Ousando com ternura o violão,
Vivendo a cada instante o belo amor
Nos braços de uma deusa sertaneja,

E quando a sertaneja e o trovador
Fazendo deste amor outra ilusão,
O sonho em violão, tanto deseja...

432


Jamais pudera um dia ter em mente
O quanto se anuncia noutro tom,
Vivendo a minha sorte que pudera
E nisto se prepara em artimanha
A vida sem saber do quanto trilho,
E sinto o teu perfume, mesmo ausente,

E quando se percebe o amor ausente
Do quanto poderia em minha mente
Trazer esta emoção que em vão eu trilho,
E tanto quanto perca o velho tom,
A sorte se mostrara em artimanha
E nisto cada fato mal pudera,

O tanto quanto possa e não pudera
Após o mais diverso sonho ausente
Trazendo a cada passo uma artimanha
E nisto ao invadir a minha mente
O prazo determina em velho tom
O todo que deveras teimo e trilho,

Ainda quando vejo o mesmo trilho
Buscando algum caminho onde pudera
Vencer a solidão e neste tom,
Singrar o quanto reste agora ausente
Nascendo uma alegria em cada mente
Supero com ternura esta artimanha,

A vida dita em erros a artimanha
E trama com certeza o quanto eu trilho
Vagando pelos ermos de uma mente
E nisto tão somente ora pudera
Tramar o quanto tente e mesmo ausente
A vida se mostrasse noutro tom,

Uníssono caminho dita o tom
E vago sem sentido esta artimanha
Que possa traduzir o quanto ausente
O todo que deveras tento e trilho,
Deixando no passado o que pudera
Traçar com mais firmeza em minha mente,

A vida quando mente dita o tom
Diverso que pudera em artimanha
Tramar um novo trilho, em sonho ausente...

433

Mergulho no vazio e nada tenho
Somente o mesmo engano que traduz
O passo sem sentido e sem razão
E nisto o que vivera traz a sorte
Diversa do caminho aonde um dia
Vivesse tão somente a poesia.

E tento acreditar que a poesia
Expressa o que em verdade agora tenho,
E sei do quanto a sorte a cada dia
Tramasse além do verso que traduz
O rumo permita nova sorte
E siga os tantos passos da razão,

A vida sonegasse uma razão
E mesmo demonstrasse em poesia
O quanto se deseja nesta sorte
Que possa transformar o que ora tenho
No todo que o caminho em paz traduz
E trace esta emoção em novo dia,

O mundo se presume e dia a dia
Deitando sobre a sorte esta razão
Que possa transmitir o que traduz
Vestindo a mais suprema poesia,
E nisto o quanto resta e mesmo tenho
Expressa o que talvez ditasse a sorte,

O canto ao enfrentar a velha sorte
De quem pudesse crer no que outro dia
Gerasse muito além do quanto eu tenho,
Traçando sutilmente esta razão
E nisto mal tocando a poesia
Grassasse o que esperança ora traduz,

O verso noutro instante me traduz
O que se mais deseja em nossa sorte,
E nisto se permita a poesia
Que possa transformar em nobre o dia
Que tendo na certeza uma razão,
Mergulha nas vertentes que ora tenho,

E sei do quanto tenho e se traduz
Aonde uma razão mostrasse a sorte
Que tento a cada dia em poesia.

434

O meu canto se mostra num anseio
E vivo o quanto pude num instante
Sabendo do meu sonho, um navegante
Procura no oceano algum apoio,
E sei quando naufrago solitário
E nada se permite além do sonho,

Vivendo a maravilha deste sonho
O tanto quanto quero e mais anseio
Gerasse num caminho solitário
Outro momento em paz, um só instante,
E nisto o que gerasse algum apoio
Expressa neste olhar um navegante,

O vento resumindo ao navegante
O todo que supere um rude sonho
E sei do quanto possa em raro apoio
Tramar outro cenário quando anseio
Vagando noutro rumo num instante
Embora tantas vezes, solitário,

O canto se moldara solitário
Deixando sempre ao léu tal navegante
E quando se mostrasse noutro instante
O verso traduzindo o quanto eu sonho,
Mostrasse na verdade o mero anseio
E o todo que caminho sem apoio,

Ousando acreditar no raro apoio
Que possa me trazer no solitário
Caminho o que se veja e mesmo anseio
E sigo tão somente o navegante
E venço enquanto possa e mesmo sonho
Vagando no infinito neste instante,

A vida se mostrara num instante
E vendo o que deveras dita apoio,
O tanto quanto possa e mesmo sonho,
Ainda que se veja solitário,
Entranha no meu verso, navegante,
Gerando o quanto quero e mais anseio,

E quando noutro anseio, num instante
O velho navegante sem apoio
Prossegue solitário, mas inda sonho...

435

Jogando a melhor sorte na janela
Encontro os meus anseios mais temíveis
E sigo sem sentido e precisão
Tentando adivinhar o que viria,
Sentindo dentro da alma o que se possa
Viver a cada instante ou mesmo a paz,

O mundo que eu tentara agora em paz
O verso se aproxima e da janela
Olhando o que talvez ainda possa
Traçar entre caminhos mais temíveis
Ousando acreditar no que viria,
E nisto com firmeza e precisão

O passo que se dera em precisão,
A vida que moldara a viva paz
E o tempo se transforma e até viria
Vencendo os meus temores. Da janela,
Olhares tantas vezes mais temíveis
Enfrentam o que tente e mesmo possa,

A sorte que em verdade busco, possa,
Após os descaminhos, precisão,
E singre entre oceanos tão temíveis
Tentando tão somente um dia em paz
E quando se observando da janela
Encontro a solidão que enfim viria,

O tanto quanto sonhe e até viria,
Trazendo o quanto quero e mesmo possa,
Tramando o que se veja da janela
Ousando na mais firme precisão,
E tento no horizonte a mansa paz,
Esqueço dias rudes e temíveis,

Os olhos entre nuvens tão temíveis
E os sonhos ditam tudo o que viria
Vagando pelos ermos desta paz,
Que tanto quanto queira sempre possa
Traçar com mais talento a precisão
Abrindo ao infinito esta janela,

Olhasse da janela ânsias temíveis
E tendo precisão no que viria,
O tanto quanto possa dite a paz.


436

Ousando acreditar no que não sinta
E seja mais diverso do que outrora
Seguisse seu caminho e se mostrasse
Na farsa que esta vida nos prepara,
Enquanto em sutileza se percebe
Meu mundo sem defesas se escancara.

A vida neste estágio ora escancara
Ainda que deveras nada sinta
O gesto mais sutil já se percebe
Bebendo cada gota do que outrora
No sonho que deveras se prepara
Decerto no final nada mostrasse,

A luta quando muito se mostrasse
E nisto o sortilégio se escancara
Vestindo a solidão que nos prepara
E tanto quanto possa agora sinta
O todo que investisse desde outrora
Na sorte que deveras se percebe,

Meu rumo no vazio ora percebe
O tanto quanto possa e se mostrasse
Grassando o que deveras desde outrora
Marcasse o dia a dia e se escancara
Na farsa que demonstre o quanto sinta
Quem na verdade ao nada se prepara,

E o tempo quando o medo ora prepara
A sorte que se tenta e não percebe
A luta na verdade não se sinta
E bem sequer o rumo ora mostrasse,
Sabendo do que possa e se escancara
Volvendo ao que se visse desde outrora,

Meu mundo desenhado quando outrora
A sorte noutro tom já se prepara
E o verso sem por que tanto escancara
E teima mesmo quando em vão percebe
O ledo caminhar que se mostrasse
E nisto simplesmente nada sinta,

O quanto ora se sinta e desde outrora
O tanto que mostrasse não prepara
E a vida se percebe e se escancara.

437

Não quero mais a sorte desastrosa
De quem se fez poeta e se perdeu,
O quanto poderia ser só meu
O tempo não traria o quanto quero,
E sei do meu momento onde sincero
Espero que se trace em novo encanto,

O tanto que tentasse neste encanto,
A luta tantas vezes desastrosa,
O mundo que traduzo mais sincero
E o prazo neste infausto ora perdeu,
E tendo mesmo além do quanto quero
O tempo se anuncia todo meu,

O sonho se pudesse ser tão meu
E nele se tentasse um raro encanto
O passo com firmeza dita e quero
Vencendo estrada rude e desastrosa
Aonde uma esperança se perdeu.
Traçando o quanto pude ser sincero,

E tanto se anuncia mais sincero
O verso sem destino, tanto meu,
E o canto noutro rumo se perdeu
Vagando sem saber qualquer encanto,
E sigo a mesma rota desastrosa
Que nega cada passo que hoje eu quero,

Resumo na verdade o quanto quero
E sigo o que pudesse ao ser sincero
E teimo nesta ronda desastrosa
O tanto que pudera ser só meu,
O mundo sem saber qualquer encanto,
Apenas no vazio se perdeu,

O todo que se queira já perdeu
O tempo da razão aonde eu quero
Traçar este cenário em raro encanto
E vejo o meu caminho, e sou sincero,
Expresso o que pudera ser tão meu
Embora história seja desastrosa,

A luta desastrosa se perdeu
No quanto fosse meu o que mais quero
E sendo mais sincero busco encanto.




438

Não vendo mais a sombra de quem tanto
Amasse no passado mais distante
O rastro que deixaste no caminho,
Apenas traduzisse o que deveras
Mostrasse a negação sem mais carinho
Vertendo a solidão a cada instante

E sei do que pudera neste instante
E todo o meu desejo outrora tanto
Agora se traduza sem carinho,
E nisso prosseguindo mais distante
O tempo até viera, mas deveras,
Somente eu encontrei falso caminho,

E quando entre os temores eu caminho
Vagando sem sentido noutro instante
O mundo sem saber o que deveras
Pudesse noutro fato trazer tanto
E sinto cada vez bem mais distante
O que pudesse ser o teu carinho,

Ausente dos meus dias o carinho,
O nada se anuncia num caminho
Aonde a solidão trama o distante
Cenário que se possa noutro instante
Quem sabe se tentar e deste tanto
Um sonho se moldasse até, deveras,

E quando se anuncia assim, deveras,
A vida se presume sem carinho
E tendo em minhas mãos o mesmo tanto
Que possa traduzir qualquer caminho
Gerando o que se faça num instante
Deixando uma ilusão bem mais distante,

O tempo anunciado tão distante
Dos passos que pudesse, mas deveras
A vida se presume noutro instante
E sei do quanto possa em teu carinho,
Tramando nas estradas, no caminho,
O sonho que eu queria, sempre e tanto.

E agora neste tanto mais distante,
O vento traz caminho onde deveras
Não vejo o teu carinho neste instante...

439

Levando as esperanças onde um dia
Meu verso não tramasse soluções
E sei das minhas trevas e porões
E neles entranhasse a fantasia,
O mundo não permite um ledo sonho
Em volta da fogueira do passado,

O quanto poderia no passado,
Trazer o quanto resta deste dia
E nisto se mostrasse noutro sonho
Apenas o que tento em soluções
Diversas e nelas trago a fantasia
Guardando uma esperança nos porões,

Os olhos entranhados em porões
Aonde o que se veja diz passado,
O tanto que tramasse a fantasia
E nisto se mergulha a cada dia
E trama com ternura as soluções
E sei do quanto possa e mesmo sonho,

O verso se anuncia em novo sonho,
E o tempo se resume além porões
E tento acreditar em soluções
Que salvem minha sorte do passado,
Marcando com ternura o dia a dia
E nisto uma ilusão já fantasia,

O tanto que pudesse em fantasia
Gerar o que deveras tento e sonho,
Vagando na incerteza de outro dia,
E tendo além do olhar velhos porões
A sorte se traduz e do passado
Encontro as mais diversas soluções

E sei que a vida trame soluções
Que possam inundar a fantasia
E mesmo quando volto ao meu passado,
E beba do que tanto agora sonho,
Ousasse remexer nestes porões
No quanto fui feliz num outro dia,

E sei do dia a dia, em soluções,
Tentando dos porões a fantasia
Que traga em mero sonho o meu passado.



440

Não mais que meramente quis a vida
Sem medo do que vejo e não tentasse
Sentir o quanto possa em cada face
Da luta tantas vezes resumida
Nas tramas mais vorazes da emoção
E nisto se repete o mesmo não,

Quisera qualquer coisa além do não
Que sempre foi ditame desta vida
E quando se buscasse uma emoção
Ainda que deveras mal tentasse
A luta no vazio resumida,
Não mais mostrasse enfim a vera face,

O tanto que se tente nesta face
Expresse na verdade o velho não
Na farsa noutra farsa resumida
Que possa traduzir a própria vida
E mesmo que decerto inda tentasse
Ao fim não restaria esta emoção,

E quando se mergulha na emoção
De quem se fez além da mera face
E o todo que pudesse inda tentasse
Vencendo a cada passo o etéreo não,
O verso tramaria nesta vida
A luta sem sentido e resumida,

Palavra noutra sorte resumida,
Apenas se mostrasse em emoção
Gerando o quanto tente nesta vida
E mesmo quando nua vejo a face
O todo se traduz num velho não
E o medo com certeza se tentasse,

O passo sem sentido não tentasse
Além da velha história resumida
Marcando com firmeza o mesmo não
E nisto se embrenhando na emoção
O tempo se demonstra nesta face
E nela se resume a minha vida,

O quanto dita a vida e se tentasse
Na sombra desta face resumida,
Buscasse esta emoção, mas vejo o não.


441

O quanto se deseja e nada vem
O temporal traduz o quanto resta
Do velho coração que em tanta festa
Agora já prossegue sem ninguém,
E tento disfarçar e não consigo,
Apenas procurando este ombro amigo,

E quando se imagina algum amigo
Somente algum engano em torno vem
E o mundo que eu quisera; não consigo,
E tudo na verdade o quanto resta
Expressa o quanto possa ser ninguém
E o marco noutro tom entoa em festa,

O tanto que se queira em nova festa,
O verso se anuncia e sendo amigo
O sonho traduzisse o ser ninguém
E quando a solidão deveras vem
Marcando o que pudera e sei que resta
Grassando o quanto busque e além consigo,

O tanto se moldara onde consigo
Viver o que deveras dite a festa
E nisto o quanto vejo agora resta
Ditando o que pudesse ser amigo,
E quando no final apenas vem
A velha solidão do ser ninguém,

E sei que na verdade sou ninguém
E sigo o que pudera e além consigo
E sei do descaminho que hoje vem
Trazer o que deveras fora festa
E nega na verdade algum amigo
Traçando a solidão que ora me resta

E sei desta verdade quando resta
Apenas o que possa e o ser ninguém
Expressa o quanto trama e sem amigo
O fato é que deveras não consigo,
Sequer imaginar alguma festa
Enquanto o sofrimento eu sei que vem,

A vida quando vem e nada resta
Sequer a mera festa, sou ninguém,
E sei não mais consigo algum amigo,

442

A senda mais distante dos meus olhos
Os dias dolorosos que pressinto,
O verso que trouxesse o quanto é muito
E o medo em harmonia com a morte
No fundo o meu caminho se perdera
E nada mais deveras se conhece,

A vida que pudera e não conhece
Sequer o que imaginam turvos olhos
Trazendo o que deveras já perdera
E nisto outro caminho onde pressinto
A solidão imensa desta morte
Ou mesmo o sofrimento, amargo e muito,

O amor que na verdade quis e muito,
Uma alma renuncia e não conhece
E vendo mais de perto a própria morte
Enquanto tão distante dos meus olhos
Gerasse a solidão que assim pressinto,
E nela todo o sonho onde o perdera,

O tempo traduzindo o que perdera
E nada mais ditasse o quanto muito
E nisto revolvendo o que pressinto
E a vida que deveras se conhece
Marcando com terror os velhos olhos
Ditando a cada instante a minha morte,

O sonho traduzido em rude morte
O canto presumido não perdera
Sequer o que pudesse ter nos olhos
Caminho sem proveito e mesmo muito
Do quanto na verdade não conhece
Trazendo muito aquém do que pressinto,

O verso que deveras eu pressinto,
Marcasse com terror a cada morte
O tanto que pudera e se conhece
E nisto o velho rumo se perdera
Ainda que tentasse e fosse muito
Negasse qualquer brilho aos cegos olhos,

E quando nos meus olhos eu pressinto,
O tanto que foi muito em leda morte
Meu mundo o que perdera não conhece.



443

Ao menos poderia ser feliz,
Quem tanto se quisera além do vago
E vendo a solidão na qual me estranho
Anunciando a sorte noutro afago
E vejo o que pudera ser um ganho
Deixando tão somente a cicatriz,

E quando se imagina a cicatriz
De um tempo aonde possa até feliz
Viver o que em verdade sempre ganho
E nisto quando além do sonho eu vago
A própria solidão que agora afago
Tramasse outro momento mais estranho,

E sei do dia a dia e neste estranho
Cenário se concebe a cicatriz
Deixando tão somente o mero afago
Que possa nos fazer bem mais feliz
E vendo o quanto possa além eu vago,
Tentando pelo menos qualquer ganho,

Ainda quando o sonho dita o ganho
De quem se fez aquém e sendo estranho
Caminho sobre pedras, sigo vago,
Adentro com vigor a cicatriz
E o verso me permite ser feliz
Enquanto se desenha em raro afago,

O tanto que pudesse neste afago
Viver a imensidão que em sonhos ganho,
E nisto o ser deveras mais feliz
Expressa o que de fato agora estranho
E vejo demarcada a cicatriz
Que possa traduzir um sonho vago,

E quando no infinito em vão eu vago,
O verso se transforma em rude afago,
E cria nos meus olhos, cicatriz,
E sei da solidão e dela ganho
Um beijo tão voraz e mesmo estranho
Deixando em contrassenso ser feliz,

O quanto fui feliz e agora vago
E mesmo quando estranho algum afago,
A vida dita em ganho, cicatriz...


444

Um passo me aproxima do que um dia
Pudesse transformar em plenitude
A vida com certeza desilude
E gera no vazio outra agonia,
Erguendo o meu olhar tanto teria
O quanto no final se mostre rude,

E sei da sorte amarga, quando rude,
Transcorre sem descanso cada dia
E nisto o quanto possa e mais teria
Resume no vazio a plenitude
E mesmo que se veja em agonia
O amor quando eu o quis, já desilude,

O verso que deveras desilude
O passo se mostrasse agora rude
E o vento sem caminho em agonia
Marcasse com temor o dia a dia
De quem buscasse a rara plenitude
Envolto no que tanto não teria,

E o sonho traduzisse o que teria
Quem teima na verdade e desilude
Vagando sem sentir a plenitude
Que possa com certeza ser mais rude
E nisto o quanto venha noutro dia
Traduza tão somente uma agonia.

O sonho reina e gera esta agonia
E nela se transcorre o que teria
Marcando com terror um novo dia,
E vendo o quanto a sorte desilude
Ainda se mostrara tanto rude
Quem busca sem sucesso a plenitude,

O tempo desenhado em plenitude
O canto sem sentido, uma agonia,
E o verso se traduz no quanto é rude
O passo que decerto ora teria
O fato mais audaz que desilude
E traça novo caos a cada dia,

O tanto que este dia em plenitude
Tramasse e desilude em agonia
O que tanto teria um ser tão rude...




445

Outrora um sonhador apenas isso,
Agora na verdade o que se mostra
Revive o descaminho mais sutil
E o peso de uma vida em vão tormento
E quando na incerteza se desenha
A sorte noutro engodo sempre veja,

E tanto quanto possa e mesmo veja
Ainda que pudesse ser só isso
O tanto quanto segue se desenha
No corte que esperança não mais mostra
Vivendo o que pudera em tal tormento
Desejo um mundo ao menos tão sutil

E o verso que pudesse ser sutil,
O tanto que emolduro e não se veja
Da vida que tentasse além-tormento,
Mas nada do que siga sei por isso
Traduza o quanto veja e mais se mostra
Na rude sensação que se desenha,

A luta sem sentido ora desenha
O passo noutro engodo e sei sutil
O canto que pudera e não se mostra
Ainda quando apenas já se veja
O todo que se tente e apenas isso
Já bastaria até em vão tormento,

O quanto se anuncia num tormento,
O mundo se aproxima e se desenha
O canto que decerto e até por isso
Encontra a solução clara e sutil
O mundo que desejo e mais se veja
Apenas outra face agora mostra,

E quando a sensação da paz se mostra
E nisto venço até qualquer tormento,
O passo que se tenta e mesmo veja
Enfrenta o que decerto ora desenha
A vida que se faça mais sutil
Traçando o quanto eu viva; ao menos, isso,

E sei que até por isso o que se mostra
Traduza o ser sutil e sem tormento
O mundo se desenha aonde o veja,..


446

Jamais imaginei qualquer cenário
Diverso do que a vida me trouxera
E sei que na verdade o quanto espera
A vida torna o tempo temerário,
E vago sem sentido contra a sorte
Que trame a cada instante a mais, a morte.

Sabendo a solidão da torpe morte
E nisto desenhando este cenário
Procuro desvendar a leda sorte
E sei do quanto a vida me trouxera
Nas tramas deste sonho temerário
Apenas o que resta ou tanto espera,

O sonho que deveras já se espera
A luta sem sentido e a minha morte
Que possa mesmo em rumo temerário
Traçar a imensidão deste cenário
E nele se aproxima o que trouxera
A vida numa vaga e turva sorte,

O tanto que se mostre além da sorte
Que possa resumir a velha espera
O mundo se traduz onde trouxera
Certeza tão suprema, é certa a morte,
E quando se imagina outro cenário,
Apenas o vazio, temerário,

E sigo o descaminho temerário
No todo que se faça à própria sorte
E nisto cada instante este cenário
Tramasse o que se faça em rude espera
E nada além da luta e enfim da morte
A vida num momento me trouxera.

E quando no final tanto trouxera
E vendo este caminho temerário
O tempo se traduz em medo e morte
Navego contra a fúria desta sorte
Que possa me mostrar além da espera
O sonho mais atroz em vão cenário,

E quando este cenário me trouxera
O quanto ora se espera, temerário,
O sonho nega a sorte e dita a morte.

447

Não quero o que se veja noutro tom,
E sinto os meus temores sempre vivos
E quando se pensasse na esperança
Marcando a cada dia outro compasso,
A luta sem sentido se tramasse
E nada mais pudera adivinhar.

E quando noutro rumo, adivinhar
O sonho desdenhado em novo tom,
Os olhos quando a vida mal tramasse
A sensação de estarmos inda vivos
E tanto quanto possa num compasso,
O mundo se traduza em esperança,

Meu verso se inundando de esperança
E nisto o que tentasse adivinhar
Gerando outro caminho em vão compasso,
Ainda quando busque o mesmo tom,
Encontre nos final os sonhos vivos
E neles o que a vida mal tramasse.

E quando uma alegria se tramasse
No tanto que desejo em esperança
Enquanto meus olhares seguem vivos
E singro a imensidão a adivinhar
O rumo que pudera em ledo tom,
Traçar ao fim de tudo este compasso,

O tanto que se veja em vão compasso,
O mundo que deveras mal tramasse
O prazo determina o quanto em tom
Revolve com ternura uma esperança
Marcando o quanto possa adivinhar,
E nisto os meus anseios seguem vivos,

Os olhos eclodindo aonde vivos
Pudessem transformar cada compasso,
E sei do quanto pude adivinhar
Marcando com ternura o que tramasse
No fim de cada verso uma esperança
Que possa ser além do mesmo tom,

No quanto cada tom traz sempre vivos
Os sonhos de esperança num compasso,
Enquanto o que eu tramasse, adivinhar...




448

Um ermo caminheiro do vazio,
As noites entre sendas mais dispersas
E sei do meu anseio e nada veio
Somente a negação do que pudera
Trazer alguma luz que não havia
Matando em nascedouro a poesia,

O tanto que se busque em poesia
E gere a solidão, sigo vazio,
E sei quanto em verdade nada havia
E nisto as horas seguem tão dispersas
E vejo o quanto resta e até pudera
Tramar no que deveras sinto e veio,

O mundo se anuncia em novo veio
E o todo que pudesse em poesia
Gerasse noutro encanto o que pudera
Marcar o dia a dia, onde é vazio,
E tendo minhas horas mais dispersas
O tanto quanto eu quis já não havia,

E o tempo na verdade nunca havia
E sei deste cenário que ora veio
Trazendo as ilusões tanto dispersas
E nelas o que reste em poesia
Marcando o que se faça do vazio
E nisto outro caminho em paz pudera,

O tanto que se quer e não pudera
O mundo quando em nada mais havia
O verso se transcorre no vazio
E tanto quanto possa e mesmo veio,
O sonho que se faça em poesia
Expressa noites vagas e dispersas,

As sortes quando as vejo tão dispersas
E o tempo muito além do que pudera
Na farsa feita em cada poesia,
O tanto que buscara e não havia
Enquanto com ternura agora veio
Deixando no passado este vazio,

E sei deste vazio e se dispersas
As horas onde o veio mais pudera
Traçar o quanto havia em poesia...

449

Não posso perceber a farsa e tento
Vencer o desatento coração
Marcando com terror o dia após
A luta mais insana que tivera
A solidão se expressa no vazio
Que tanto quanto possa foi só meu,

O quanto se pudera neste meu
Anseio que decerto além eu tento
Tramar e crer bem mais que algum vazio
Vencendo o quanto rasgue o coração
E nisto se anuncia o que tivera
A vida num momento ou logo após,

O quanto se pretende e sigo após
Traçando este caminho todo meu
E nele o quanto resta e assim tivera
Expressa o que decerto eu sempre tento
Embora me inundasse o coração
No fundo me deixara mais vazio,

O quanto se anuncia do vazio,
E trama o que viesse mesmo após
O canto sem sentido, o coração,
A fúria que se trame e o sonho meu
Que sei e na verdade sempre tento
Embora no final nada tivera,

Apenas o que resta e em vão tivera
Tramasse o que se veja no vazio,
E sei do quanto a vida trama atento
O olhar que na verdade segue após
E vence este destino amargo, o meu,
E toma já de assalto o coração,

Ao menos poderia um coração
Traçar o quanto tente e até tivera
Marcando o que deveras fosse meu
E nisto se prevendo este vazio
O todo anunciado logo após
Apenas se mostrara enquanto eu tento,.

E sei do quanto tento em coração
Vibrando logo após o que eu tivera
Tramando este vazio, agora meu...





450

O passo se traduz após a queda
No tanto que eu quisera e nada veio
O medo se anuncia após o todo
E enganos são comuns e disso eu sei,
O tempo se transcorre de tal forma
E nisso a solidão traz o vazio,

O quanto poderia no vazio
Vencer o mais atroz, a velha queda,
E sigo que em verdade desta forma
Apenas o não ser agora veio
E tanto quanto reste no que eu sei
Traduza no jamais o quase todo,

E tanto poderia ser o todo
O mundo sem proveito e no vazio
Do verso que transforme o que já sei
Na sorte quando a mesma dita a queda
E tanto que deveras quando veio
Tramasse a solidão em rude forma,

O passo noutro tanto toma a forma
Do sonho aonde o quanto dite o todo
E nessa sensação o velho veio
Envolto pelas sendas do vazio,
Transporta o quanto quis em rude queda
E nada do que sinta agora eu sei

Tramasse na verdade o quanto sei,
O canto noutro tom em leda forma
Trouxesse do meu sonho além da queda
E nada do que tente mostre o todo
Gerando no final este vazio
Que possa traduzir o quanto veio,

E tento caminhar e perco o veio,
E nada do que possa eu mesmo sei
Vagando entre os enredos do vazio,
Marcando o que decerto a vida forma
E traça do vazio o mais e o todo,
Que seja muito além da simples queda,

E quando nesta queda o quanto veio
Tramasse neste todo o que ora sei,
O mundo sem ter forma, vai vazio...


451

No medo que se estampa em minha face
O corte deste sonho desigual
E nada do que seja mais comum
Pudesse ter no olhar discernimento
Do verso mais audaz em noite vaga
Sentindo a solidão em rude plaga,

O preço a se pagar domina a plaga
E o canto noutro tom demonstra a face
De quem se poderia enquanto vaga
Tentar algum caminho desigual
E nada do que traz discernimento
Expressa este cenário não comum,

O tanto que se queira e sou comum
Nos ermos que dominam toda a plaga
Trazendo ao sonhador discernimento
E nisto se mostrasse a velha face
Que possa transcender em desigual
Caminho onde a sorte inútil, vaga,

A senda mais audaz, a sorte vaga,
O tanto que se veja tão comum
Ousando acreditar no desigual
Momento que resume a leda plaga
E nisto se mostrara a velha face
Aonde se tentou discernimento,

A vida sem saber discernimento,
Apenas revogasse a sorte vaga
E quando demonstrasse a sua face
O tanto que se mostre mais comum,
Grassando muito além da antiga plaga
Encara este momento desigual,

A sorte se anuncia desigual,
E o tempo sem sequer discernimento,
Resgata do vazio a velha plaga
E nisto o caminheiro tenta e vaga
Ainda sendo a sorte um tom comum
Tentasse da esperança ver a face,

Ao menos nesta face o desigual
Cenário num comum discernimento
A luta se faz vaga em cada plaga.

452

Não tento apenas sonhos sem proveito,
E quando da promessa faço além
O vento da esperança me atingindo
Nas fráguas da ilusão, mera palavra,
A luta se traduz em cada verso
Imerso na esperança sigo em frente.

E tanto quanto possa e vejo em frente
O mundo sem tormentos, meu proveito,
Encontro o que pudesse em novo verso,
E disto faço o quanto busco além
E sei que amor não é simples palavra
E vejo este cenário me atingindo,

Cerzindo o que pudera ou atingindo
O todo que se veja logo à frente
Escuto dos meus sonhos a palavra
Que possa traduzir em bom proveito
O tanto que se veja mesmo além
E sei desta expressão em sonho e verso,

E quando no infinito busco um verso
Que possa traduzir o que atingindo
Resuma na verdade muito além
Do todo que pudera sempre em frente
E vendo o quanto possa em meu proveito,
Ousando ter a sorte em tal palavra,

O quanto se resume na palavra
E o sonho para o qual decerto eu verso
Ainda quando veja em meu proveito
O mundo noutro rumo se atingindo,
O passo se promete e sigo à frente
Do quanto se mostrara muito além,

E sigo o meu caminho, mesmo além
Do tanto que se mostre na palavra
Ousando com certeza o que há em frente
E sinto quantas vezes busco e verso,
O rumo noutro passo ora atingindo,
Tramasse o quanto tenho em meu proveito,

O quanto em tal proveito vejo além
E nisto me atingindo outra palavra
Seguindo agora verso e sigo em frente...


453

Jamais me esquecerei do quanto pude
Trazer noutro momento em rudimentos,
Meus versos se traçando em tais momentos
E neles mergulhando em solidão
Marcasse com ternura o que não veio
E sigo cada rastro de um cometa,

A luta se desenha e do cometa
Que tanto noutro instante quis e pude
Vivendo sem sentido o quanto veio
Traçando meramente rudimentos,
E nisso o que pudesse em solidão
Apenas expressasse tais momentos

E sei do quando veja nos momentos
Ainda quando a sorte qual cometa
Vagando neste espaço- solidão-
Adentre cada passo aonde eu pude
Apenas navegar em rudimentos
Dos sonhos que perderam rumo e veio,

O medo que deveras sempre veio
Na redundância feita em vãos momentos
Grassando desta imagem rudimentos,
E nisto o que pudera qual cometa
Marcando na incerteza do que eu pude
Traçar a mais completa solidão,

Meu verso se anuncia em solidão
E vendo o que resume e não mais veio,
O sonho noutro passo, sempre eu pude,
Embora sejam vãos os tais momentos,
Seguir no imenso céu este cometa
Que deixa no caminho os rudimentos,

E sigo meramente rudimentos
Enquanto se anuncia a solidão
Nos ermos de minha alma este cometa,
Vagando sem sentido o quanto veio
Trazendo o quanto tente em tais momentos
E mesmo noutro passo o que ora pude.

E quando vejo e pude rudimentos
Em todos os momentos, solidão,
Tramasse por que veio o vão cometa.

454

Não sei se na verdade ainda existe
Um tempo mais diverso em luz ou medo,
E sei deste arremedo de ilusão
Que tanto ora persiste solitário
Gerando noutro tom o mesmo passo
Que seja tão audaz quanto o não ser,

E quando poderia neste ser
Traçar o quanto busco e quando existe
Marcando com ternura o quanto passo
E nisto se anuncia imenso medo,
E quando se mostrasse solitário
O amor se moldaria em ilusão,

O quanto se anuncia em ilusão
Tramasse o que pudera mesmo ser,
E o verso se anuncia solitário,
E tanto que pudera mesmo existe
O mundo em descaminho, velho medo,
Que possa traduzir um rude passo,

Pressinto na verdade o que este passo
Traduza no que possa em ilusão
Ainda vislumbrando o quanto em medo
O prazo se anuncia e possa ser
O tanto que deveras quando existe
Exprime o caminhar mais solitário,

O mundo que se faça solitário
E nele o meu anseio dita o passo,
Vagando sem saber o quanto existe
Ou mesmo no cenário em ilusão
Tomando já de assalto cada ser
E nisto outro momento dita o medo,

E quando me envolvesse tanto medo
O risco se moldara e solitário
Nas tramas onde possa cada ser
Gerar o que deveras trama o passo
Reinando sobre nós tal ilusão
E nela o que deveras tanto existe.

O verso quando existe dita o medo
E sinto uma ilusão que, solitário,
Apenas neste passo dite o ser.



455

Não tendo mais sequer a menor chance
De ver alguma luz aonde o nada
Restaura o sofrimento e a negação
Restando tão somente o fim do sonho
E nele o cardo aonde se entranhasse
A vida que deveras dita o fim,

E sei do quanto possa e tanto o fim
Tramasse o que se veja sem tal chance
Do mundo que se busque e se entranhasse
Do canto quando dita o mesmo nada
E quando no final apenas sonho,
Encontro por resposta a negação,

E se bebesse apenas negação
Talvez pudesse ter um manso fim,
Porém numa ilusão encontro o sonho,
E nele não se vendo qualquer chance
O tempo resumido em quase nada
Expressa o quanto em dor eu entranhasse,

E quando na verdade se entranhasse
O verso feito em leda negação
Marcando o que resume a vida em nada
E nisto o quanto reste trame o fim,
E tendo na esperança alguma chance
Ao menos noutro rumo busco o sonho,

E sei do quanto possa enquanto sonho,
Vestindo o que deveras entranhasse
Minha alma sem saber de qualquer chance
E nesta mais completa negação
O todo se anuncia e deste fim,
Encontro tão somente o mesmo nada

A sorte transformando o caso em nada
E o mundo relegando ao vago o sonho,
Ainda que se tente ver no fim,
O quanto se pudesse e me entranhasse
Toando desde sempre a negação
Que nunca me trouxesse a menor chance,

E a vida sem tal chance dita o nada,
E desta negação, presume o sonho,
Que tanto me entranhasse, até o fim...

456

Não deixe que este tempo mais feroz
Expresse a solidão da qual tu foges
E vendo o que pudera de tal forma
Negando a sensação que tanto quero
Vagando muito aquém do que pudesse
A luta não traria melhor sorte,

E quanto mais a vida tenta em sorte
Uma expressão que mesmo e até feroz
Tramasse o quanto quer e além pudesse
Gerar esta emoção da qual tu foges,
E sei que na verdade o quanto quero
Expressa esta emoção que a vida forma

E sei que do vazio tendo a forma
O mundo poderia noutra sorte
Vencer o quanto busque e mesmo quero
Ao enfrentar em luta mais feroz
Restando este momento e dele foges
Além do quanto queira e até pudesses,

A vida da maneira que pudesses
Trazer o quanto possa em nova forma
Vivendo além do todo quando foges
E nisto o que se faça em leda sorte
Buscasse algum momento mais feroz
E nele o quanto busco e mesmo quero,

Ainda quando o tempo audaz eu quero
E vejo cada passo que pudesse
Viver o quanto fora mais feroz
E quando se percebe a torpe forma
De um mundo cuja luta em rude sorte
Responde por que tanto agora foges.

E sei que na verdade quando foges
Deixando para trás o que mais quero
Ainda que se mostre nova sorte,
E nisto outro caminho ora pudesse
Marcando com a luta que se forma
O sonho mais diverso e tão feroz,

O quando do feroz caminho foges
Tomando a velha forma e nada quero,
Somente enfim pudesse a melhor sorte.





457

Não mais que meramente fora a vida
Somente o que se quis em novo espaço,
E vendo o meu anseio sem promessa
A luta que pudesse na verdade
Traçar qualquer cenário num futuro
Aonde o meu anseio nada visse,

E quando com certeza o que mais visse
Tramasse a solidão em rude vida,
O tanto que pudesse no futuro
Grassando sem sentido algum espaço
Ao menos no final dite a verdade
Que vença com carinho a vã promessa,

O mundo não suporta mais promessa
E sabe muito bem o quanto visse
E nisto se permita tal verdade
Gerando no final a própria vida
Enquanto se resume neste espaço
O todo que permita algum futuro,

Meu mundo sem sentido e sem futuro,
O prazo determina outra promessa
E o canto que procure algum espaço
Ainda que deveras nada visse
E nisto se presume nova vida
Tentasse acrescentar luz e verdade,

O mundo se traduz nesta verdade
Que possa mesmo até além-futuro
Grassar a imensidão da própria vida
Num ato que permita esta promessa
E toda a sensação que o sonho visse
Sem ter sequer noção de tempo/espaço.

O quanto em minha vida dita o espaço
Que seja uma promessa ou a verdade
Em todo o meu futuro tudo visse.

458

Jamais se poderia ter além
Dos tantos e diversos sonhos calmos
E neles entre salmos e orações
A luta se anuncia sem descanso,
E vendo o meu caminho sem preparo
O corte na raiz nega o futuro,

O tanto que pudera no futuro
Encontra o que deveras vejo além
E sinto este momento onde preparo
Os olhos mesmo quando fossem calmos
Tentando na verdade algum descanso
Que possa me trazer tais orações,

E na alma refulgindo as orações
E delas adivinho algum futuro
E quando desta luta enfim descanso,
Vislumbro o quanto existe e mesmo além
Em mares tão suaves, mansos, calmos,
O coração aberto; em paz, preparo,

O tanto que pudera no preparo
Do tempo mais suave em orações
Que ditem sonhos claros sempre calmos
Marcando com ternura o meu futuro
E tento na verdade muito além
Do quanto eu poderia sem descanso,

E quando após a luta enfim descanso,
Um novo amanhecer quero e preparo
Ousando com firmeza estar além
E singro no sentido de orações
Que tracem com leveza o meu futuro
Em passos mais audazes, porém calmos,

E os olhos que se tracem sempre calmos
Os ermos quando nego algum descanso,
E o fim ao desenhar torpe futuro
Enquanto esta armadilha enfim preparo,
Tramasse sem delírio as orações
E delas o que possa muito além,

E sei que estando além em ritos calmos,
Após as orações, o meu descanso,
E assim tanto preparo o bom futuro.









459

Meu tempo se transcorre sem que eu possa
Vencer as tempestades mais atrozes
E mesmo quando os sonhos são audazes
As fases se entrelaçam; morro só,
A vida se resume no que há tanto
Quisera e não soubera desvendar,

O mundo que eu tentasse desvendar
Gerando muito além do quanto possa
E quando se anuncia neste tanto
Os ventos mais temidos tanto atrozes
Encontro o quanto possa sempre só
Vencer com pensamentos tão audazes,

E sei dos descaminhos quando audazes
Os passos procurassem desvendar
O tanto que se vendo mesmo só
Traduz o quanto a vida busque e possa
Os dias presumíveis tão atrozes
Na falsa sensação me dizem tanto,

E quando até pudera noutro tanto
Tramar anseios raros tão audazes
E nisto em meio aos sonhos quando atrozes
Vestígios do que eu tente desvendar
E sei que na verdade mesmo possa
Ainda quando seja ausente ou só,

E o vento se desenha e sendo só
Anunciasse o mundo quando tanto
Permito o caminhar de quem mais possa
Gerar entre diversos tons audazes
O rumo quando deva desvendar
Em meio aos temporais rudes e atrozes,

O mundo dita em cores mais atrozes
O verso que pudera e sigo só
Sem ter onde nem mesmo desvendar
Presumo na verdade o que sei tanto
E sinto desafetos tão audazes
E neles todo o traço que inda possa,

O todo que se possa em tons atrozes,
Ainda mais audazes, sigo só,
Embora sei que há tanto a desvendar...

460

Olhando para trás, o quanto sei,
Não diz sequer o nome da esperança
E vago sem sentido aonde o dia
Tramasse o que se perde num instante
E vendo o quanto pude num anseio
Traçar sem mais cuidado, então me calo,

E sinto o descaminho quando calo
E tento adivinhar ou mesmo sei
O verso traduzido neste anseio
Gerado pela busca da esperança
E nisto o quanto possa num instante
Traduz o que se tenta em novo dia,

O sonho me apontasse o raro dia
E quando me percebo então já calo
E nada do que tente neste instante
Tramasse o quanto possa e nada sei,
O mundo se transforma e da esperança
O todo se perdera em mero anseio,

Um novo amanhecer agora anseio
E vejo no clarão do belo dia
O tanto que se meça em esperança
Gerando o que pudera e não me calo,
E disto na verdade o que mais sei
Engloba este infinito num instante,

E sigo como possa noutro instante
E tanto quanto quero, busco, anseio,
A vida se mostrara como eu sei
E dela se tramando o dia a dia,
Aonde sem certezas eu me calo,
E busco inutilmente uma esperança

Houvera, num repente, esta esperança,
E o tempo se moldara num instante
Regendo o que decerto não mais calo,
E vivo o quanto queira e mesmo anseio,
Na sórdida expressão de um ledo dia
Marcando o quanto possa e mesmo sei,

Ainda quando eu sei desta esperança
O verso a cada dia noutro instante
Percebo e quando anseio enfim me calo...



461

Não quero e nem tentara de outro jeito
Vestir a mesma forma de esperança
Que há tanto já se fora e não viera
Sequer o que pudesse me alentar,
Seguindo cada rastro vejo enfim
O todo quando perco a direção

Ainda busco além tal direção
E sei que no final não tem mais jeito,
O corte mais profundo vejo enfim,
Deixando para trás uma esperança
E quando mais desejo me alentar,
A solução somente não viera,

E o quanto na verdade inda viera
Tramasse o quanto toma em direção
Diversa sem sequer mais alentar,
Ainda que pareça já sem jeito,
Aquele que se fez em esperança
Tentando ter um sonho em paz, enfim.

E tudo se desenha quando enfim,
A luta simplesmente em dor viera
Matando em nascedouro esta esperança
Que possa traduzir a direção
Na qual e pela qual ao dar-se um jeito
Pudesse com certeza me alentar,

Buscando simplesmente me alentar
Olhando para trás eu sinto enfim,
O inútil deste fútil que sem jeito
Pudesse noutro rumo e não viera
Marcando com temor a direção
E nisto um rastro feito de esperança

A vida a se resume na esperança
E tento com certeza me alentar
Tentando e tateando a direção
Sabendo deste fato e sei enfim
Que tantas vezes sinto não viera
E nisto se perdendo forma e jeito,

E quando de tal jeito uma esperança
Que sinto que vera me alentar
Mudando, até que enfim, a direção.

462

Não vejo e nem teria a menor chance
Enquanto a sorte vente para além
Do quanto na incerteza jamais vejo
Vivendo sem sentido o que se queira
O corte decepando alguma sorte
Diversa da que possa me levar,

Aonde o meu caminho me levar
Sem dar ao pensamento qualquer chance
Expressa realmente a dura sorte,
E quando se procura estar além
Por mais que na verdade ainda queira
Somente este vazio agora eu vejo,

E tão distante o tempo que inda vejo
E nele o quanto pude enfim levar
Da vida que se mede e mesmo queira
Com toda esta emoção em rara chance
Vencer o que se expresse mesmo além
Do todo que gerasse melhor sorte,

O quanto do cenário dita a sorte
Que nada mais permita quando a vejo
Sentindo quando reste s siga além
Do quanto inda pudesse me levar
O mundo num anseio, em rara chance,
E nisto se desenha o quanto queira,

A vida que eu pudesse e tanto queira
O mundo sem sentido e sem a sorte
Que possa me traçar alguma chance
Do todo quando busco e sinto e vejo
Tramando o quanto possa me levar
Nas ânsias do que vejo agora, além,

O tempo se desenha e mesmo além
Do quanto se fizera e não mais queira
Vagando entre as estrelas, me levar,
E nisto poderia em melhor sorte
Apenas traduzir o quanto vejo
E ter no meu caminho a rara chance,

E quando a mesma chance diz que além
Do quanto ainda vejo mesmo queira
Ao menos vejo a sorte a me levar.





463

Já não comportaria o sentimento
De quem se fez além de mero sonho,
Viceja dentro da alma o que não veio
E a fonte que secara há tanto tempo,
O rumo se perdera sem sentido
E o verso retratasse este cenário,

O tanto quanto pude num cenário
Diverso do mais vivo sentimento
Que possa na verdade ser sentido,
E tanto quanto trace o que ora sonho,
E nisto se mostrasse noutro tempo
O quanto em sutileza jamais veio,

O mundo se anuncia e neste veio
O tempo mais atroz rege o cenário
E o canto que se fez a cada tempo
Traduza o mais dorido sentimento,
E nada do que possa em frágil sonho
Expressa o que se tem inda sentido,

Meu mundo já não tendo algum sentido,
Meu verso que deveras não mais veio
E o tempo que pudera em ledo sonho
Traçar no fim de tudo este cenário,
Ousando ter além do sofrimento,
O quanto se perdesse a cada tempo,

E vendo o quanto resta, pouco tempo,
E tendo em minhas mãos este sentido,
Meu sonho noutro engodo, sentimento,
Meu passo sem destino não mais veio
E tendo uma incerteza qual cenário
O prazo determina o quanto eu sonho,

Ainda que se veja como um sonho,
O dia se transforma em cada tempo
E o todo que pudera num cenário
Ai8nda que se faça mais sentido,
Vergando da esperança um manso veio
E nisto se anuncia o sentimento,

A vida, o sentimento, o mero sonho,
O quanto pode e veio mesmo a tempo
Trazendo algum sentido a tal cenário,


464

Um gole de café, um sonho exposto,
Nos nós desta gravata a realidade,
E o vento que soprasse do futuro
Perdido sem ter rumo, vagamente,
Presumo o quanto venha, mas sei bem
Que a vida se prepara para o nada,

E sendo de tal forma o mesmo nada
Aonde o coração se mostra exposto
Do todo que pudera e muito bem,
Ainda que palmilhe a realidade,
O sonho se perdera vagamente
E sei que sigo aquém de algum futuro,

O prazo determina este futuro
Que tanto desejei e dera em nada,
A sorte se anuncia vagamente
E o quanto poderia agora exposto
Traçar além da rude realidade
O tanto que eu conheço muito bem,

O amor que um dia eu quis, sincero bem,
No fundo não teria algum futuro,
Tampouco resumisse a realidade
E nisto o meu caminho dando em nada,
O prazo se mostrara aberto e exposto,
Gerando uma ilusão, tão vagamente,

O passo se perdera vagamente
E tanto que pudesse e neste bem
Um velho caminhar ao vento exposto
Transcende ao que resume meu futuro
E nisto o quanto possa e não sei nada
Expressa a mais dorida realidade,

Um gole de café, a realidade,
Um passo que se tente vagamente
E ao fim se desenhando apenas nada,
O quanto poderia muito bem,
Agora sem sentido e sem futuro
Ao vento do temor seguindo exposto,

O quanto fora exposto em realidade
O passo sem futuro vagamente
E o tanto que este bem não dera em nada,

465

Jamais se imaginara o que perdi
Envolto pelas brumas da esperança
E quando no final o nada trama
O medo de quem busca alguma paz
O tempo se anuncia em tempestade
E o verso sem sentido a vida traz,

O pouco que inda resta e não se traz
Resume o quanto aquém eu já perdi,
E sigo a cada passo a tempestade
Matando em nascedouro uma esperança
Que possa traduzir a mera paz
E o vento se perdendo em rude trama,

O verso se envereda e quando trama
Alguma luz deveras nada traz
Somente o que restara desta paz
Que há tanto na verdade eu já perdi
E sinto algum alento da esperança
E bebo sem limites, tempestade.

O tanto se desenha em tempestade,
O corte se expressasse noutra trama,
O mundo restaurasse uma esperança
Que nada poderia e não se traz
Vagando entre os caminhos que perdi,
Deixando sem sentido a minha paz,

Ousando acreditar no quanto em paz
Enfrentaria a rude tempestade
E o tempo que deveras já perdi
Vestígios de uma vida em rude trama
Expressa o que em verdade não mais traz
Senão estes resquícios da esperança,

A luta se desenha em esperança
E o corte deixa atrás a velha paz
E nada do que possa a vida traz
Marcando com terror esta esperança
Que tanto quanto quero em nova trama
Embora com certeza; eu já perdi,

O mundo que perdi, sem esperança,
O tempo não mais trama qualquer paz,
Somente tempestade o mundo traz...

466

Restando ao sonhador somente o verso
Que possa traduzir o que buscara,
A vida se transcorre em cada escara
E o tempo noutro rumo mais diverso,
Ousando acreditar no que disperso,
A sorte sem limites nada amara,

O fonte da esperança tanto amara
E o prazo determina o quanto verso
Lutando pela sorte que disperso
E nisto outro cenário em paz buscara
E sei do meu anseio mais diverso
Ainda que eclodisse numa escara,

Tramando a cada ausência nova escara
O todo se mostrara e quando amara
A via se perdera em tom diverso
Gerando com angústia último verso
De quem uma esperança vã buscara
E sabe do cenário mais disperso,

O tanto que se mostre ora disperso
Aumenta a cada dia a velha escara
E o tempo sem sentido quando verso
Expressa o que pudera e mesmo amara
Ainda que se veja ali um verso
O sonho da verdade é tão diverso,

O passo sobre o qual tento diverso
Caminho que me leve onde o disperso
Tramando com ternura o quanto verso
Ousando acreditar que a velha escara
Pudesse na verdade enquanto amara
Traçar este caminho que eu buscara,

O todo que deveras eu buscara
No tempo sem sentido e mais diverso
Ainda que em sonho o amor; amara,
Seguindo o quanto possa e até disperso
Marcando com ternura cada escara
Que possa traduzir o rude verso,

E sei do quanto o verso se buscara,
Na noite sem escara onde é diverso
O mundo que disperso e tanto amara.



467

Somando estes cadáveres que trago
Na vida sem sentido em dor e mágoa
O tempo se anuncia mais brumoso
E o vento não dissipa tempestades,
Adentro entre paredes, velhas ruínas,
O canto sem sentido ora se cala,

A vida quando o tempo teima e cala
O sonho que em verdade trama um trago
Que possa suplantar da alma ruínas
E crer que na verdade a velha mágoa
Embora se transforme em tempestades
Não deixe o tempo assim, sempre brumoso,

O quanto poderia ao ser brumoso
Marcar com tom feroz o que se cala
E crer apascentar as tempestades
Enquanto este vazio na alma eu trago,
E bebo pouco a pouco toda a mágoa
De um tempo feito em guerras e ruínas,

O tanto que se veja onde há ruínas
E o passo contra o muito que brumoso
Gerasse no vazio tanta mágoa
E nisto o que deveras não se cala
Expressa o quanto tento e agora trago
Vestindo as mais diversas tempestades,

E nestas dolorosas tempestades
Andando sem destino em tempestades
O quanto se produz em tais ruínas
Escombros de minha alma em tom brumoso
E sendo tanto omissa ora se cala
E ainda se expressasse em rude mágoa!

O verso traduzindo o quanto em mágoa
Pudesse caminhar em tempestades
Tramando o quanto vejo e a voz se cala
Deixando uma esperança em vãs ruínas
E o tempo que se faça mais brumoso,
Enquanto algum sorriso falso eu trago,

Nas mãos agora trago apenas mágoa
E sei quanto brumoso em tempestades
Ao ver tantas ruínas, a alma cala...

468

Somar é ter nas mãos o quanto possa
Vencer os meus anseios costumeiros
E quando se imagina novos dias
A luta se transforma e já destroça
Apenas demonstrando na calada
O tempo sem sentido, o mesmo nada.

E quando se desenha a farsa e em nada
A dor que se permite e mesmo possa
Trazer esta expressão rude a calada
Ousar além dos dias costumeiros
Traçar cada palavra que destroça
Matando uma esperança: mansos dias

Sabendo o sortilégio destes dias
Que o tempo resumira em quase nada
O tanto que este mundo ora destroça
E tenta muito além do quanto possa
Vencer os desafetos costumeiros
Deixando uma esperança ora calada,

Uma alma sem sentido e já calada
Expressaria o quanto em duros dias
Marcasse com temores costumeiros
A sombra tantas vezes quando em nada
Traduz o que deveras tente e possa
Tramar o que decerto nos destroça,

O tanto quanto veja e se destroça
E nisto outra verdade onde calada
A voz de quem se mostre quando possa
Vestir esta ilusão em rudes dias
E todo o caminhar ao dar em nada
Moldasse desafetos costumeiros,

Os erros tantas vezes costumeiros
O quanto em descaminho se destroça
A luta na verdade dita o nada
E sei do quanto a vida já calada
Enfrenta com certeza novos dias,
E neles tão somente o que não possa,

E sei do quanto possa em costumeiros
Anseios que esperança ora destroça
E sigo na calada ousando em nada.




469

Não pude e nem tivera qualquer chance
De crer numa ilusão que nunca siga
A sorte desejável mais amiga
E o passo que deveras nada alcance,
O mundo se apresenta num nuance
Enquanto a solidão me desabriga,

O tanto quanto a vida desabriga
E gera no vazio a rude chance
Que possa me trazer algum nuance
Que quando se moldara além já siga
E o verso num momento em paz alcance
A sorte desejada e tão amiga,

Ainda que se veja o quão amiga
E mesmo quando a sorte desabriga
E nova caminhada agora alcance
Trazendo na esperança a rara chance
Do quanto a cada passo em paz se siga
Deixando no passado este nuance,

O tanto que se visse num nuance
Encontra a solidária voz amiga
E mesmo que outro rumo a vida siga
O tanto quanto afete e desabriga
Gerasse na verdade nova chance
E nisto o que pudera já se alcance

Enquanto o que vislumbre neste alcance
Encontra na verdade este nuance
E tanto quanto possa noutra chance
A vida se prossegue mais amiga
E gera o que pudera e desabriga
Marcando este caminho e nada siga,

O tanto quanto possa e sei que siga
Expressa o que em verdade não alcance
Encontro a solidão que desabriga
E tanto se mostrara num nuance
Aonde se demonstre mais amiga
A sorte que desenha nova chance

Buscando alguma chance ainda siga
Na face mais amiga que se alcance
O todo num nuance, desabriga,

470

Meu mundo não teria mais sentido
Não fosse acreditar numa ilusão
Vestida como fosse rara festa
Que o tempo preparara de surpresa
A vida noutro tom gerando a presa
O medo no final, meu companheiro,

E quando se procura um companheiro
O tempo se resume e sem sentido
O tanto que pudera ser a presa
Gerasse tão somente esta ilusão
Que possa nos trazer, mas sem surpresa,
O fim que imaginasse falsa festa,

O tanto se desenha em rude festa
E o prazo em derrocada, companheiro,
Tramasse o quanto tenho e sem sentido
Ainda carregando esta ilusão
Que possa me trazer qualquer surpresa
Na luta que me faça mera presa.

O mundo se anuncia e em cada presa
No canto se desenha o quanto em festa
A vida na verdade, uma ilusão,
Atravessando o nada companheiro,
Expressa o que pudesse sem sentido
Viver o quanto resta de surpresa,

A luta se desenha sem surpresa
E o medo na verdade traça a presa
Do todo que traduza algum sentido,
E mostre no final a rude festa
Que possa desdenhar o companheiro
Gerando tão somente uma ilusão,

E sei do quanto reste em ilusão
Vencendo o dia a dia em tal surpresa
E nisto o que pudera companheiro,
Expressa a solidão e traz a presa
Na face mais sutil da rude festa
Que trame o quanto possa ser sentido,

O quanto faz sentido uma ilusão
O mundo traz em festa a vã surpresa,
E dela uma alma presa, companheiro...

471

Não mais me esconderia nestes ermos
E nesta solidão que ora alimento,
O vento ronda o sonho e me transtorna,
Um nome se distando me domina
E a voz de quem partira há tanto tempo
Invade e já domina inteiro o quarto,

Cenários que traduzem o meu quarto
Meu passo se perdendo entre estes ermos,
E possa desenhar além do tempo
Esta esperança rude que alimento
E marque o quando possa e não domina
O tempo que deveras me transtorna,

O todo sem sentido ora transtorna
O velho caminhante em rude quarto
E quando esta loucura me domina
Os sonhos se perdendo seguem ermos
Ermidas do passado um alimento
Que traça uma razão além do tempo,

E vejo o quanto perca a cada tempo
Enquanto o dia a dia me transtorna
E nisto tão somente me alimento
Do quanto poderia neste quarto
Vagar entre ilusões e sei dos ermos
Anseios deste nada que domina,

E tanto quanto possa e me domina
A vida sem saber sequer do tempo
Que possa traduzir em passos ermos
O tanto que vigora e me transtorna
E sei do que pudera neste quarto
Grassando sobre o sonho que alimento,

Amor se resumindo em alimento
Que esta alma sem sentido algum domina,
E gera o que pudesse neste quarto,
Envolto tão somente pelo tempo,
Que tanto quanto toca me transtorna
E gera além dos dias ledos e ermos,

Meu mundo que entre os ermos alimento
Do sonho que transtorna e me domina,
Invade a cada tempo o velho quarto...


472

Já não me caberia nem um verso
Falando da vontade que se expresse
Nas rotas do que possa a fantasia
E nada mais se vendo ou desenhando,
O manto mais diverso que recobre
Deixando ora em frangalhos a esperança.

Meu mundo não teria na esperança
Sequer o que pudera e mesmo verso
Ainda que deveras se recobre
O tanto que decerto em paz expresse
O mundo sem sentido desenhando
O quanto se anuncia a fantasia,

O tanto que meu mundo fantasia
E gera no presente uma esperança
Que possa traduzir já desenhando
O tanto que o desejo agora verso
E nisto o amanhecer decerto expresse
O todo que pudera e me recobre,

A manta quando o tempo me recobre
E trace este momento em fantasia
O prazo que deveras nada expresse
Senão a farsa feita em esperança
Matando o que gerasse noutro verso
E nisto o meu momento desenhando,

O todo noutro tom vou desenhando,
E sigo sem saber o que recobre
A luta sem sentido a cada verso
E o todo que gerasse a fantasia
De quem se anunciando em esperança
Marcasse com ternura o que ora expresse

E tanto que deveras mais me expresse
Nas ânsias de quem segue desenhando
O prazo sem sentido na esperança
Que tanto quanto fere nos recobre
E gera o que pudesse e fantasia
O mundo sobre o qual deveras verso,

E quando neste verso ainda expresse
O todo em fantasia desenhando
O quanto se recobre em esperança.


473

Não pude e nem quero outro momento
Nas tramas onde teço o meu futuro
O verso se mostrando mais gentil
Encontra a solução que procurava
E bebo desta noite fabulosa
Envolto na diversa maravilha,

E quando se percebe a maravilha
Da vida que se trame num momento
E disso a sorte volve fabulosa
Reinando sobre todo o meu futuro,
Um sonho? Mas além eu procurava,
Ao menos um sorriso mais gentil.

O verso que pudera ser gentil,
O canto que espalhasse a maravilha
E nisto novo rumo procurava
A sorte desenhada em tal momento,
E quando se anuncia algum futuro
A noite se desenha fabulosa,

A luta mesmo quando fabulosa
Traduz o mais diverso ser gentil
Tramando o quanto possa no futuro
Vivendo a mais sobeja maravilha
Que possa traduzir num só momento
O todo que deveras procurava,

E sei que a cada instante eu procurava
O mundo senda imensa e fabulosa,
Ainda que faltasse num momento
O quanto poderia ser gentil,
E nisto a luta traça a maravilha
Do quanto se desenha no futuro,

E tendo em meu caminho este futuro
Que possa traduzir e procurava
O quanto fosse em clara maravilha,
Regendo a mesma via fabulosa
Que tanto se desenha mais gentil
Na eternidade imensa de um momento,

Ousasse num momento o meu futuro,
E o verso que gentil eu procurava,
Marcasse a fabulosa maravilha...

474

O manto mais atroz de uma saudade
Do quanto nunca tive nem terei,
O verso se mostrando em rude lei
E as tramas do que possa e nos invade,
O vento traduzindo a liberdade,
Agora noutra face o desenhei,

E sei do que deveras desenhei
Tentando muito além de uma saudade
Matando o quanto houvera em liberdade
E nisto nenhum sonho mais terei
Sequer o que na paz ainda invade
Ou mesmo o que traduza a velha lei,

Ousasse no enfrentar espúria lei
Vagar entre o que tanto desenhei
E sei da sensação que agora invade
Marcando com ternura esta saudade
Do quanto não mais tive e nem terei
E nela a mais completa liberdade,

O tanto inda tocasse a liberdade
Distante do que possa em leda lei
E neste caminhar nada terei
E sinto o que deveras desenhei
Moldando no final esta saudade
Que tanto quanto possa em luz, invade,

O mundo se prepara e já me invade
O gosto da mais pura liberdade
E deixa simples marca da saudade
Que tanto reproduza a norma, a lei,
E nisto o que deveras desenhei,
E sinto que jamais enfim terei,

O tanto quanto pude e além terei,
No passo que macio tanto invade,
E bebo o quanto possa e desenhei
Tocando em maciez a liberdade
Que possa ser dos sonhos, clara lei,
E deixe pelo menos a saudade,

Nas mãos de uma saudade, enfim terei,
O quanto em rara lei, o tempo invade,
E sei que a liberdade, eu desenhei...



475

O tempo sem sentido dita o quanto
Das sortes se fizera mais audaz
E o vento demonstrando uma saída
Que possa nos trazer outro cenário
Felicidade exposta em galerias
Aonde o tempo traça uma ilusão,

Ainda quando sinta esta ilusão,
E tente deslindar o como e o quanto
Cerzisse na esperança em galerias
Os olhos procurando o sonho audaz
Que tanto poderia em tal cenário
Ao menos vislumbrar uma saída,

A luta se desenha e sem saída
O passo se permite em ilusão,
E tanto quanto veja este cenário
Expressa o meu amor e nele quanto
Dos sonhos na verdade traz o audaz
Momento entre dispersas galerias,

E quando me aprofundo em galerias
Vislumbro no final uma saída
Que possa me trazer um dia audaz
E nisto o que se faça em ilusão
Expresse na verdade o tanto quanto
A vida se tramasse em tal cenário,

E quando se anuncia num cenário
Diverso o que se possa em galerias
Tramar o mundo ao menos quando e quanto
Gerasse no final qualquer saída
E tanto quanto possa uma ilusão
Trazer este momento mais audaz,

O verso que pudera ser audaz,
O mundo se desenha em tal cenário
E o canto proferido em ilusão
Atravessando tantas galerias
Ainda se imagina na saída
Ousando na verdade crer no quanto.

E sei que tanto quanto fosse audaz,
O tempo na saída, outro cenário,
Tramasse as galerias da ilusão...

476

Não quero que se faça com as mãos
O quanto o coração não mais sustente
E sigo este caminho impertinente
Vagando pelos ermos dias vãos,
E nada do que possa ou mesmo tente
Enfrenta com ternura áridos chãos,

E sei dos mais diversos duros chãos,
E quando neles entranho minhas mãos
Ainda que deveras sonhos tente
O todo na verdade não sustente
O prazo entre caminhos rudes, vãos,
Traçando o quanto eu fora impertinente,

E sendo de tal forma impertinente,
Encontro estas sementes, vários chãos,
E neles os anseios morrem vãos
E tanto poderiam nossas mãos
Tramarem o que a vida ora sustente
E mesmo noutro instante busque, tente,

A vida que pudera e não se tente
Encontra este caminho impertinente
Enquanto a fantasia me sustente
E sigo cada passo em ledos chãos
Tentando vasculhar com minhas mãos
O sonho que deveras dite os vãos.

O tempo se anuncia em tantos vãos
Momentos onde a sorte ainda tente
Vencer ao calejar as frágeis mãos
E nisto outro cenário impertinente
Transforma num instante rudes chãos
E tracem o que tanto me sustente,

A vida na verdade mal sustente
Os olhos no horizonte, toscos, vãos,
E quando percebesse nestes chãos
O tanto que pudera e mesmo tente
Ainda quando seja impertinente
Tramar o quanto possam nossas mãos,

A vida traz em mãos o que sustente
E sendo impertinente, sei dos vãos,
Cultivo; ao menos tente nestes chãos,



477

Meu passo sem sentido contra o vento
O verso se anuncia mais audaz
E tanto quanto pude ser bem mais
Que um dia imaginasse em vão anseio,
Procuro pelo menos lenitivos
E nada do que encontro satisfaz

A vida na verdade satisfaz
O todo se expressando em ledo vento
E o quanto fossem meros lenitivos
Encontram coração bem mais audaz
E vejo na medida em que eu anseio
Os sonhos que não tive nunca mais,

E o prazo se desenha muito mais
E tanto se quisera e satisfaz
O todo que em verdade sempre anseio
Lutando contra a fúria deste vento
Ainda quando fora mais audaz
Embora sejam frágeis lenitivos,

Buscasse pelo menos lenitivos
Depois do quanto a sorte quis bem mais
E nada do que possa ser audaz
Ainda quando muito satisfaz
Espalha esta emoção, percorre o vento,
E gera no final um leve anseio,

E tanto quanto busque e mesmo anseio
Ousando mais que meros lenitivos
Marcando o coração exposto ao vento
E nisto o que se possa muito mais
Encontra o que em verdade satisfaz
O passo com certeza tanto audaz,

E sei do quanto possa mais audaz
Viver o que deveras tanto anseio,
E nisto este cenário satisfaz
Tramando muito além de lenitivos
E quando se pensara muito mais
O sonho se espalhara em manso vento,

Tocado pelo vento, sempre audaz,
O quanto quero mais e mesmo anseio,
Viver em lenitivos; satisfaz?

478

Num canto se perdendo a cada instante
O verso não traria mais a luz
E o peso de um passado sobre as costas
A vida não me desse algum descanso
E sinto que em verdade o que ora alcanço
Expressa a solidão de cada frase.

E quando se permite nova frase
Que possa me tocar num novo instante
O todo que deveras sei e alcanço
Já não mais refletira a minha luz
E sei do quanto possa em vão descanso
E a vida ora açoitando minhas costas,

Adentro o litoral e em suas costas
O barco renegando cada frase
Deixara para trás algum descanso
E nisto o que se veja num instante
Permite muito além da frágil luz
Que possa traduzir o quanto alcanço,

O sonho na verdade não alcanço
Sentindo o corte fundo em ledas costas
O tanto se fizera contra a luz
Que possa sonegar em farsas, frase,
Matando uma esperança num instante
E o todo sem saber qualquer descanso,

O tanto que pudesse sem descanso
E o mundo quando em nada agora alcanço
Traduz a sensação de um mero instante
E nisto sobrecarga sobre as costas
Tramando o que pudesse noutra frase
Sorvendo a imensa fonte feita em luz,

E o tempo se desenha em tanta luz
Que o mundo se permite sem descanso,
E nisto se anuncia a cada frase
O todo que deveras hoje alcanço,
E sinto latejar em cortes, costas,
Negando uma esperança a cada instante,

O tanto num instante nega a luz
E sobre as minhas costas sem descanso,
Amor que ainda alcanço? Mera frase...




479

Meu verso embolorado diz apenas
Do quanto noutro tempo fosse sonho
E o tempo sem sentido nem proveito
Apresentando as garras imorais,
O tempo se anuncia com temor
E o vento me levasse para além,

O quanto se desenha desde além
E trama noutro fato o ser apenas
E nisto o que se faça sem temor
Encontraria apenas o que sonho,
Vagando sem saber dos imorais
Momentos entre as tramas sem proveito,

O tanto que se veja em tal proveito
O canto que se mostre mesmo além
Do fato entre cenários imorais
Gerando o quanto possa ou mesmo apenas
Marcasse cada passo quando sonho,
E nisto se moldasse sem temor,

O canto que se expande, o vão temor,
O mundo noutro tom mero proveito,
E o tempo que pudesse a cada sonho
Tramar ou desejar o tanto além
E nisto se mostrasse sempre apenas
Os ritos tão diversos e imorais,

Misérias são deveras imorais
E delas o que vejo diz temor
E nada tão somente quando apenas
O fato se mostrara em tal proveito
E quando se anuncia muito além
Do todo que sem nexo algum eu sonho.

O passo dita o rumo deste sonho,
E sigo sem sentir os imorais
Anseios do que possa e mesmo além
Marcasse cada dia com temor
E nisto o quanto resta sem proveito
Ditasse o que se veja agora, e apenas,

O tanto quanto apenas dita o sonho
Ousando num proveito, os imorais,
Vivendo este temor e muito além.


480

Meu mundo se perdendo nestes vórtices
A vida se tentara em novo vértice
E o quanto se mostrara sem valia
Expressa o tempo rude que inda trazes
Marcando com teus passos mais fugazes
O tanto que deveras poderia.

E o todo na verdade poderia
Ousar além dos ledos tantos vórtices
E sei dos meus caminhos tão fugazes
E neles procurando o vago vértice
Ainda que deveras o que trazes
Traduza no final leda valia,

O tanto que se queira e não valia
Nem mesmo o velho sonho poderia
Tramar o quanto tentas e me trazes
Vagando sobre mares entre vórtices
Gerados pelo medo neste vértice
Ditando dias rudes e fugazes,

Ainda quando sejam mais fugazes
Os passos que tentasse com valia
Ainda noutro tempo longe ao vértice
No quanto com certeza poderia
A vida anunciando enfim os vórtices
Que tanto me maltratas quando os trazes,

E sinto que deveras nada trazes
Senão momentos rudes ou fugazes
E nisto o que pudesse em plenos vórtices
Gerar o quanto resta sem valia
E tanto que ora sonhe eu poderia
Vencer ao atingir do amor o vértice,

E sei que na verdade deste vértice
Tentasse desvendar o quanto trazes
E nada na verdade eu poderia
Além dos meus anseios mais fugazes
Gerando o quanto reste e em tal valia
Beber sem mais temor diversos vórtices

E sei nestes vórtices, meu vértice,
E nisto o que valia não me trazes
Apenas vãos fugazes; poderia...


481

481

Já nada poderia ter no olhar
Senão este horizonte que inda tento
Vencendo o meu anseio costumeiro
E crendo na esperança que viria
Resumo o meu caminho no não ter
E quanto mais procuro, eu mais me perco.

Meu mundo quando o sonho agora perco
Expressa na verdade o triste olhar
De quem pudesse mesmo ter
Ou quanto deveria estar e tento
Ainda que não veja o que viria
O sonho se fizera costumeiro,

O passo neste rumo costumeiro,
O canto sem sentido e se ora perco
O tempo na verdade não viria
E o todo se perdendo em rude olhar
Neste horizonte além do quanto tento
Embora reconheça nada ter,

O tanto quanto possa mesmo ter
Expressa uma emoção que o costumeiro
Anseio se mostrara quando o tento
E nisto com certeza o que ora perco
Expressaria apenas num olhar
O todo que decerto inda viria,

O mundo se anuncia e assim viria
Tramando o quanto possa mesmo ter
E nisto uma expressão clara no olhar
Gerasse o sonho raro e costumeiro
No tempo que deveras tanto perco
Que possa me trazer o que ora tento,

E sei do quanto possa e mesmo tento,
E sinto na verdade não viria
E nisto quanto mais tente me perco,
E bebo desta essência do não ter
Ainda quando o sonho costumeiro
Redunda no vazio deste olhar,

O quanto a cada olhar decerto eu tento
Um passo costumeiro onde viria
O todo que ao não ter, enfim me perco.

482

Não mais que meramente a vida salga
Os olhos de quem ama e não percebe
A louca sensação que nos induz
Ao ter e mesmo ao crer noutra esperança
No verso sem sentido o quanto lança
A voz em rude frase nada dita,

A luta se transforma em rude dita,
O mundo sem sentido enquanto salga
Esta alma que pudera e já se lança
Nos ermos que meu peito em vão percebe
E tanto quanto houvera em esperança
O passo sem limites nos induz.

E quanto mais a vida agora induz
Ao todo que pudera e toma a dita
Matando o quanto reste em esperança
E nisto a solidão lagrima e salga
E o tanto que se quer não se percebe
E a voz neste vazio a vida lança.

O tempo traduzisse além da lança
O sonho que deveras nos induz
E trama o quanto queira e não percebe
O todo que transforma a nossa dita
Em farsa que deveras quando salga
Expressa alguma ausência de esperança,

Vivesse tão somente esta esperança
E nela o meu olhar deveras lança
Ainda quando o tempo vem e salga
E nisto outro caminho nos induz
Vencendo sem saber a sorte dita
O quanto uma alma frágil não percebe,

E sei da solidão que se percebe
Nas tramas de uma sórdida esperança
E nisto o quanto a vida já nos dita
E sempre no vazio ora se lança
Ao mesmo tempo, influi, ataca induz
E tanto quanto fere, nega e salga,

O sonho que se salga não percebe
O quando o não induz esta esperança
E traça enquanto lança ao nada a dita.






483

Ainda se fizera de tal forma
O corte anunciado há tantos anos
E sei dos caminhos entre enganos
E bebo a solidão que nos transforma
Sentindo no final os tantos danos
O coração precisa de reforma,

A vida que deveras nos reforma
E gera do passado a nova forma
Que possa com certeza após os danos
Tramar no decorrer dos novos anos
O todo que pudera e se transforma
Deixando no passado os vãos enganos,

E quando se transpõem tais enganos
O todo se presume e já reforma
O passo que pudera e nos transforma
Marcando a solidão que ora se forma
E nisto se anunciam novos anos
Tocados tão somente por tais danos;

Os cantos entre tantos velhos danos,
Os medos propiciam os enganos
E sei do quanto eu possa em tantos anos
Vagando o que pudesse em tal reforma
E o mundo vai tomando a nova forma
Que tanto nos magoa e nos transforma,

O quanto na incerteza já transforma
O mundo em tantas farsas, ledos danos,
E sempre se mostrando de tal forma
Que possa traduzir novos enganos
E nisto o que decerto ora reforma
Enfrenta o que se visse há tantos anos,

E sei dos meus caminhos, rudes anos,
E possa caminhar quando transforma
A vida no final em vã reforma
Somasse com terror os tantos danos
E sei que na verdade meus enganos
No fundo têm da vida a tosca forma,

E o quanto que se forma em poucos anos,
Gerando mais enganos, nos transforma,
E após diversos danos, a reforma...

484

A vida não se faz assim tão leve
Nem mesmo quero a paz que não constante
E vejo o quanto o tempo já se atreve
E nisto se mostrara radiante
O muito que pudera ser mais breve
Gerando o que deveras me adiante,

O passo que tentasse ora adiante
O vento se mostrara bem mais leve
E sei do quanto possa voltar breve
O sentimento rude, mas constante,
Que deixe o coração tão radiante
E nele esta emoção além se atreve,

Meu passo noutro enredo agora atreve
E segue sem temer nada adiante
E embora tantas vezes radiante
O sonho se permite ser mais leve
E quando este cenário é mais constante
Meu mundo se tornara bem mais breve,

O tanto que se possa ver em breve
O passo noutro tom agora atreve
E gera o quanto quis ora constante
E nisso o que inda reste me adiante
Tramando esta expressão que o tempo leve
Ainda quando o vejo radiante,

Meu mundo tantas vezes radiante
O passo noutro rumo segue em breve
E o tempo que pudera já me leve
No todo que deveras quando atreve
Encontre o quanto queira e se adiante
Gerando este caminho mais constante,

O tanto que se fez ora constante
O mundo mais audaz e radiante
E nada do que possa me adiante
Se a vida se mostrasse bem mais breve
E tanto quanto possa e já se atreve
Envolto no vazio ora me leve.

O quanto ora se leve mais constante
Gerando o que se atreve, radiante
Ainda quando em breve, me adiante...



485

Marcando minha pele a cicatriz
Do amor que na verdade fora um sonho,
O tanto que pudesse ser feliz
Agora na verdade não componho
E tudo o que decerto ainda quis
Reflete este cenário mais bisonho,

O tanto quanto vejo em tom bisonho
O corte anunciado, a cicatriz
E o tanto que pudesse e não mais quis,
O verso tão diverso que ora sonho,
E quando no final quero e componho,
Meu mundo não seria mais feliz,

O tanto que se possa ser feliz
E mesmo num planeta tão bisonho
Expresse a solidão quando componho
Ousando muito além da cicatriz,
E tudo se anuncia fosse um sonho,
Trazendo o quanto quero e sempre quis,

O mundo que deveras tanto quis,
O passo que permita ser feliz
Num dia aonde em paz somente eu sonho,
Ainda que pareça mais bisonho
Ultrapassando a mera cicatriz
Encontra o caminhar que aqui componho

E sei que cada verso que componho
Marcasse esta esperança que eu já quis
E desta mais dorida cicatriz
Trouxesse uma expressão bem mais feliz
E mesmo que pareça tão bisonho,
O verso traduzindo um velho sonho,

E quando na verdade o quanto sonho
Pudesse me dizer do que componho
Embora seja um mundo tão bisonho,
Expressa o que em verdade bem mais quis
Gerando o coração manso e feliz
Deixando no passado a cicatriz,

E sei da cicatriz que trace o sonho,
E sendo mais feliz, tanto componho,
O quanto agora eu quis, mesmo bisonho...

486

Um único momento bastaria
E nada mais pudesse perceber
Senão a mesma forma que traria
Vontade do caminho conhecer,
E sei que nesta vasta fantasia,
Meu tempo não pudera mais perder,

E sei do quanto diz o que é perder
E nada mais deveras bastaria
Enquanto a solidão se fantasia
Ousando noutro instante perceber
O quanto deste mundo conhecer
Tentando adivinhar o que traria,

E o peso que deveras se traria
Enquanto trame a sorte a se perder
Deixando pouco a pouco conhecer
O quanto na verdade bastaria
E mesmo sem sentir nem perceber
A luta gera enfim a fantasia,

E desta forma o mundo fantasia
Sonhando com o quanto se traria
No todo que pudesse perceber
Marcando quanto resta a se perder
E tudo que inda tenho bastaria
Somente para o sonho eu conhecer,

Deduzo enquanto possa conhecer
O mundo mais suave em fantasia,
Que tanto na verdade bastaria
E sei que no final já me traria
O tanto que se deixa ora perder
Sem nada que pudesse perceber,

E assim ao conceber e perceber
O tanto que se dera a conhecer
Ainda que presume o que perder,
No fundo gere a mesma fantasia
Que possa e com certeza me traria
O sonho que decerto bastaria,

E sei só bastaria perceber
O quando me traria e conhecer
A mera fantasia a me perder...



487

Ousando acreditar no que não vira
Nem mesmo imaginasse ser plausível
O sonho desenhando esta mentira
Que gera novo dia ora impossível
O quanto da esperança se retira
E o verso noutro tom se faz incrível

E o tempo num momento agora incrível
Do todo que pudera não mais vira
Sequer o que tentasse e se retira
Num ato sonegando o ser plausível
E sei do amor que busque, ora impossível,
E o sonho resumindo esta mentira,

No quanto a vida dita tal mentira
Apenas o que resta ou fora incrível
Gerasse novo passo onde impossível
A vida não trouxera o que não vira
E sei do desencanto onde é plausível
Amar, porém o sonho se retira,

E tanto quanto possa e já retira
Da vida o que deveras é mentira
E nisto não se vendo mais plausível
O fato de um anseio quase incrível
Que o tempo sem sentido agora vira
Traçando esta noção ora impossível,

Meu tempo se desenha no impossível
Caminho que se molde onde retira
O prazo determina o que se vira
Nas tramas tão fugazes da mentira
E o quanto se mostrara quase incrível
Jamais se imaginara em paz, plausível,

O verso dita o sonho, se é plausível
O tempo nos dirá, ou impossível,
Ainda que pareça ser incrível
No todo que pudera se retira
E tendo tão somente esta mentira
Que a sorte com certeza não mais vira,

E sei do quanto vira em tom plausível
O verso em tal mentira, ora impossível,
Traçando o que retira em forma incrível.


488

Ouvisse da esperança alguma voz
E nisto eu poderia muito além
Do quanto na verdade sempre existe
Traçando muito além do quanto é triste
O verso em sentimento mais atroz.
Grassando aonde o nada sempre vem,

E tanto quanto a vida agora vem
Negando o que pudera em rude voz
E nisto o meu caminho sempre triste
Vislumbro a fantasia tanto além
E nisto o quanto possa ser mais triste
Sonega todo o sonho que inda existe,

Meu tempo na verdade não existe,
O canto se desdenha e quando vem
Marcando um coração deveras triste
Ainda se moldando em rude voz
Gerasse o que pudesse, mesmo além,
Trazendo o quanto possa ser atroz,

Ainda sem sentido um mundo atroz
Transforma o que pudera e não existe
Sequer algum caminho e vejo além
O mundo desabando e quando vem
A vida não se permite alguma voz
Que possa discordar ou seja triste,

O tempo me fizera bem mais triste
E o canto sem sentido segue atroz
Cenário que se molde em rude voz
E nisto tão somente a dor existe
Marcando o que pudera e sempre vem,
Num mundo quando o vejo sempre além,

Meu passo se mostrara muito além
E o quanto desta luta amarga e triste
Enfrenta na verdade o que ora vem,
E nisto se pudesse ser atroz
E quando a solidão decerto existe
O todo não escuta a minha voz,

E sei que minha voz seguindo além,
Ainda quando existe em tom mais triste
Traduz o mundo atroz que agora vem...

489

Não quero que se veja a minha sorte
Desnuda sem saber por onde possa
Trazer outro momento em redenção,
Ainda quando a vida me sonega,
O verso no final nada traria
Nem mesmo a mais distante fantasia,

O tanto que se queira e fantasia,
Uma alma sem saber sequer da sorte
Que o tempo sem ter tempo me traria
E nisto com certeza o tanto possa
Vagando sobre o quanto se sonega
Da sorte sem saber de redenção

E quando se buscara a redenção
Nas tramas do que possa em fantasia
Meu mundo na verdade já sonega
O passo que traduza melhor sorte
E sendo de tal forma o que possa
Marcando o quanto tente e se traria,

O verso noutro tom já me traria
Além do que pudera em redenção
E mesmo quando a vida já não possa
O tanto que inda resta fantasia
E vivendo ao sabor da própria sorte
Resume o quanto o tempo ora sonega,

A luta que deveras se sonega
O mundo que deveras me traria
O passo sem sentido em rumo à sorte
Que gere novamente a redenção
Do amante que decerto fantasia
O todo que se tente e não mais possa,

Ainda quando a vida mesmo possa
Trazer o quanto arrisca e se sonega
No tanto que pudera em fantasia
Ousasse na verdade e me traria
Olhar bem mais suave em redenção
Mudando para sempre a minha sorte,

E quando desta sorte o quanto possa
Trazer em redenção, tanto sonega,
O quanto se traria em fantasia.

490

Num único momento em minha vida,
O prato se partindo em tantos erros
Vagando sobre a mesa os anseios
As cartas já marcadas pelo tempo.
E sei do quanto possa em novos termos
Traçar entre os diversos erros meus,

E quando os dias fossem todos meus
A sorte se mostrando em longa vida
O tanto quanto possa em rudes termos
Ao traduzir assim os velhos erros
Ainda que restasse qualquer tempo,
Teria entre meus dedos tais anseios,

Os olhos entranhando teus anseios,
Os sonhos mais doridos fossem meus,
E quando se notara amargo tempo,
A luta desenhando a própria vida
Envolta pelas tramas, pelos erros,
E nisto se tentasse novos termos,

Os dias entre enganos, ditam termos
Que possam macular em tais anseios
Quem busca após os dias, tantos erros,
Ao menos em momentos claros, meus,
O quanto se moldara nesta vida
Gerando na esperança um novo tempo,

E sei do quanto possa a cada tempo
Viver o que se trama em leves termos,
E nada represente a minha vida
Marcada tão somente por anseios
E vejo descaminhos todos meus
E neles com certeza sei meus erros,

Ainda se propagam tantos erros
Tocando com furor o ledo tempo
E nisto os desenganos fossem meus
E tanto quanto possa nestes termos
Ousar além do quanto em vis anseios
A sorte declinasse em torpe vida,

Assim a minha vida com seus erros,
Os dias seus anseios, velho tempo,
Usando rudes termos, não são meus...

491

O tempo de sonhar já se esgotara
E nada mais deixara no lugar
O quanto pude mesmo ter nas mãos
Eclode mansamente no que um dia
Crisalidara a velha sensação
Do novo que surgindo me repele,

O tanto que se tente e se repele
O passo sem destino me esgotara
E quanto mais fugaz a sensação
Maior a solidão. Menor lugar.
O quanto se renova a cada dia
Expressaria o vago que há nas mãos,

Mas vejo e calejando as velhas mãos
De quem se fez enquanto o amor repele
Deixando sem sentido o dia a dia
E nisto o meu caminho se esgotara
E tanto quanto tive sem lugar
Pudesse renovar tal sensação,

Ainda que se tenha a sensação
Do passo sem limite, lavo as mãos,
E tento cada coisa em seu lugar
Ainda quando o sonho nos repele
Embora sem sentido, eu me esgotara,
Tentando pelo menos novo dia.

A sorte anunciada a cada dia,
Tramasse o quanto fosse em sensação
Diversa da que possa onde esgotara
E sinto que tivera em minhas mãos
O tanto que esperança ora repele
E marca sem tirar do seu lugar,

A vida anunciando este lugar
Aonde o que vencesse noutro dia
Tramara o quanto o todo se repele
E vejo no final a sensação
Marcada pelos ermos destas mãos
Que o tempo noutro tom sempre esgotara,

O verso se esgotara e sem lugar
Ousando em minhas mãos num novo dia,
A velha sensação já me repele.

492

Não quero ser poeta ou ter apenas
Os olhos no infinito, saco cheio,
O mundo se promete e nada traz
Somente um repeteco do passado,
E neste caminhar o que resvala
Na vala se anuncia o meu final.

O tanto se aproxima do final
E colhe na verdade o quanto apenas
Tramasse num instante onde resvala
No corte que se faz e quando cheio
O mundo se anuncia num passado
E o velho caminhar a dor me traz,

O pouso que deixara e agora traz
O pânico servindo de final
Deixando o bem melhor para o passado,
O que restara dita, enfim, apenas,
O tanto que pudera e sigo cheio
Aguardo ansiosamente o que resvala,

E sei que na verdade se resvala
O medo com certeza nada traz
Somente o que decerto mostra o cheio
Anseio de quem bebe do final
E tanto que se faça além apenas
O todo que resuma o meu passado,

Ainda quando tenha do passado
Imagem que deveras nos resvala
A luta não traria mais apenas
As faces que a vergonha agora traz
E sei já preparado no final
O todo que mostrara um fardo cheio,

E quando se traduz e mostra cheio
O mundo que em verdade foi passado,
O tempo se adentrando no final,
E o rumo no vazio se resvala
Enquanto o que em verdade ainda traz
Não dita nem sequer um sonho apenas,

E sei do quanto apenas ando cheio
E vivo do que traz o meu passado,
A vida ora resvala no final,.





493

Ainda quando ecoa esta loucura
Marcada pelas garras desta harpia
O vento noutro tanto não viria
E nem sequer soubesse o que procura,
Apenas sentimento e fantasia,
Deveras noutro ponto me tortura

A vida sem sentido qual tortura
O passo sem razão, mera loucura,
E o tempo se transforma em fantasia
A solidão se mostra qual harpia
Que tanto quanto fere nos procura
E toma todo o sonho que viria,

E sinto o que deveras, não viria,
Vagando pelos ares da tortura
E quando na verdade esta procura
Marcasse firmemente tal loucura
E vejo bem mais perto alguma harpia
Que trace com terror a fantasia

E sendo quando possa e fantasia,
Uma alma sem sentido não viria
Deixando demarcada a torpe harpia
Na forma mais cruel que me tortura
E nisto o que se mostre qual loucura
Deveras dita além nossa procura,

O mundo com certeza ora procura
E bebe a mais sublime fantasia
E nisto se percebe que a loucura
Ainda noutro rumo, pois viria,
E toda a solidão que ora tortura
Trouxera a garra extrema de uma harpia,

O mundo traz nas mãos a velha harpia
E o tanto desfiando esta procura
E o verso que deveras nos tortura,
Expressa a mais sentida fantasia
Marcasse o quanto quero e até viria,
No canto quando gera esta loucura,

A vida em tal loucura, rude harpia,
Tocasse o que viria e assim procura,
O quanto fantasia e me tortura...

494

Meu tempo de viver nada pudera
Senão vencer a dor que me consome,
E tanto quanto o tempo traça e ronda
Gerando no final a rude fera
Que tanto quanto avança destempera
E trama o que mais quero e logo some,

O mundo pouco a pouco, foge e some,
O passo traduzindo o que pudera
Expressa na verdade e destempera
Marcando o que deveras me consome
E nisto o quanto trame a louca fera,
No fundo simplesmente faz a ronda,

E quando em noite imensa nesta ronda
Meu canto sem proveito logo some,
O peso de um passado, turva fera,
Apenas no momento em que pudera
Tramasse o que de fato nos consome
E egresso do vazio, destempera,

O todo num momento destempera,
E tanto quanto quis ainda ronda
E o fato que decerto me consome
Tocasse o que deveras tanto some,
E sinto quanto possa e não pudera
Marcando com angústia a vida fera,

O tanto se anuncia nesta fera
E o verso no final me destempera
Gerando muito além do que pudera
E nisso a solidão que tanto ronda,
Tocasse e na verdade o quanto some,
Aos poucos cada sonho ora consome,

A vida que num fato se consome,
O mundo se traduz e sei da fera
Que possa enquanto o dia segue e some,
Na vida quando o todo destempera
Marcando o que pudesse noutra ronda
E nisto dita o pouco que pudera

A vida que pudera me consome
E gera o quanto ronda, leda fera,
E quando destempera, tudo some...



495

De todas as jornadas que eu pudera
Ainda sigo aquém do quanto creia,
E nada da palavra quando anseia
Expressa além da fúria, vã quimera,
E sei desta vontade amarga e fera
Gerando o que deveras devaneia,

E tanto quanto uma alma devaneia
Vagando muito além do que pudera
Expressa o que em verdade dita a fera
Vontade de viver e não mais creia
Na solidão ao ver esta quimera
O velho coração, a paz, anseia,

E tanto quanto possa e mesmo anseia
Nas tardes onde o verso devaneia
O tempo que ora audaz dite a quimera
E nisto outro caminho em vão pudera
Traçar o quanto quero e mesmo creia
Na fúria que se exala em cada fera,

A luta se desenha aonde é fera
A sensação atroz que tanto anseia
Tentando ter no olhar o quanto creia
E nisto o que se veja devaneia
Ousando acreditar no que pudera,
No bote mais incerto da quimera,

E sei quando alimenta esta quimera
Das tétricas noções que eximia fera
Expressaria ao quanto mais pudera
Vencer o que decerto tanto anseia
E quando no vazio devaneia
Meu mundo renegando o quanto creia,

E mesmo quando apenas nisto creia
O tanto que se exprime na quimera
Gerasse a solidão que devaneia
E bebe a sordidez da rude fera
Que tanto se aproxima quanto anseia
E grassa muito além do que pudera,

O mundo que pudera não se creia,
Expressa o quanto anseia esta quimera
E mesmo a rude fera devaneia...

496

Não quero e nem devo ver além
Das tantas curvas feitas no abandono
Do sonho que se molde a cada instante
E nesta solidão, meu barco vem,
Ainda que se tente noutro norte
O prazo mais suave em que se expresse.

O tanto que deveras já se expresse
No canto que pudera ser além
Do muito que se tente em raro norte
Gerando o que restasse em abandono
E nisto o quanto agora teima e vem
Jamais se poderia noutro instante,

E sei do quanto a vida num instante
Encontra o que se possa e a vida expresse
Tomando este sentido que ora vem
Marcando dia a dia e muito além
Do traço mais audaz onde abandono
O que se traduzisse nalgum norte,

E sei do quanto pude neste norte
Sentir a solidão em rude instante,
Vestindo a sordidez deste abandono,
E tanto quanto possa agora expresse
O todo quando a vida segue além,
E nisto se pudera e sei que vem

O mundo quanto em fúria agora vem
E trama na verdade um novo norte
Expressa o quanto quero e sigo além
Do tanto neste fato que no instante
Produza a sensação na qual se expresse
Ousando muito mais que no abandono,

E o barco quando apenas abandono,
Encontro esta incerteza que ora vem,
Vagando sobre o quanto ainda expresse
Ou mesmo transcorrendo além o norte
E nisto se perdendo algum instante
Remete ao quanto possa e segue além,

O tanto sendo além deste abandono,
Pudesse num instante quando vem
Trazer um novo norte aonde expresse.




497

O medo não traria melhor sorte
A quem se faz além de meramente
O tanto que pudera num repente
Expressa a solidão que revigora,
No fato mais sutil quando se entoa
A luta revolvendo o dia a dia,

E quanto se perdera noutro dia,
Ainda que se mostre em leda sorte,
Gerasse o que em verdade não entoa
E marca o meu caminho meramente,
E tanto que eu pudesse revigora
A vida num instante, de repente,

O prazo se anuncia e num repente
O tanto que se queira dita o dia
Marcando o que pudera e revigora
Navego aonde o sonho negue a sorte
E gere o quanto tente meramente
E o mundo se anuncia aonde entoa,

A vida se mostrara enquanto entoa
Nesta alma o que pudera e de repente
Traduza o que se faça meramente
No todo que resuma um claro dia,
Ditando no final a rara sorte
Que tanto quanto possa revigora,

A luta quando tanto revigora
O velho sonhador e nisto entoa
O quanto desejasse em boa sorte
Ao que se poderia num repente
Vestir o amanhecer em claro dia
Deixando o que passara meramente,

Ainda que se fora meramente
Diverso do que possa e revigora
O tempo noutro tom traduz o dia,
E traça o quanto a vida agora entoa,
E nisto se mostrara num repente
Grassando o quanto possa a melhor sorte,

E tendo a rara sorte e meramente,
O todo num repente revigora
E gera o quanto entoa noutro dia.

498
Meu tempo de viver já se esvaindo
E o corte se aproxima da raiz
O quanto poderia noutro tempo
Sentir esta expressão mansa e feliz.
Mas nada do que tenho me permita
Viver o quanto queira e não viera,

Apenas solidão enfim viera
E o sonho em desencanto se esvaindo
Somente uma ilusão quando permita
Traçar e transformar desde a raiz
Segredos de uma vida onde feliz
É quem consegue a glória em raro tempo,

O tanto que se veja e o mesmo tempo
Aonde o que mais queira inda viera
Restando o ser somente mais feliz
E nisto esta expressão vai esvaindo
Tomando outro momento na raiz
E o quanto se deseja se permita,

O quanto da expressão a paz permita,
E o sonho se vestindo em rude tempo,
A luta traça o quanto em vã raiz
Escorre entre meus dedos e viera
Somente noutro tom ora esvaindo
O tanto que pudera ser feliz

E sito quando tente o mais feliz
Anseio que esta vida ora permita
E tanto quanto possa se esvaindo
Ainda que restasse pouco tempo,
Meu mundo se mostrara e não viera,
Marcando cada corte na raiz

E possa ser a vida uma raiz
Que tanto nos sustente o ser feliz
E nisto a sensação que ora viera
Tocando o que se queira e se permita
Traçar este sentido que no tempo
Talvez vá se perdendo ou se esvaindo

O quanto se esvaindo em tal raiz
O mundo noutro tempo mais feliz
E nisto se permita o que vera...

499

Meu passo pelas noites sem sentido
O verso que se emana no meu sonho
Encontra esta resposta onde não vejo
Sequer a solução que mais buscara
E sinto o quanto possa num instante
Vestígios do que tanto desejei.

O amor que na verdade desejei
Agora não faria mais sentido
E tudo se moldando noutro instante
Transcorre deste modo enquanto eu sonho
E vejo imerso em tudo o que eu buscara
E nisto simplesmente o quanto vejo,

E sei do caminhar enquanto vejo
O tanto que pudera e desejei,
Nas tramas onde o canto que buscara
Apenas vem rondando o que é sentido
Nos ermos de quem possa e quando sonho
Traçando novo passo num instante

A vida se desenha neste instante
E o verso se resume no que vejo
O tanto que se queira em cada sonho,
E o fato quando sempre o desejei,
Marcando o que pudera ser sentido,
E nisto o que deveras eu buscara,

A vida de tal forma se buscara,
Nas farsas que anunciam num instante
O mundo sem saber do que é sentido,
E nisto resumindo o quanto vejo
Somente noutro tom eu desejei,
E nada se anuncia enquanto sonho,

O tanto que ora tente e mesmo sonho,
Ainda quando a luz enfim buscara
Na vida que deveras desejei,
O mundo se fazendo num instante
Mergulha aonde quero e nada vejo
E toma sem razão cada sentido,

E tendo ora sentido o quanto sonho,
O tempo que inda vejo eu mal buscara,
Num novo instante, ao menos desejei.


500


Apenas solidão e nada mais
O mundo não traria melhor sorte
E sei do quanto possa procurar
Envolto pelas brumas da existência
A luta se demonstra em cada passo
E quanto mais se tenta, mais se adentra.

A vida em farsas tantas já me adentra
E tanto que pudesse mais e mais
O todo se anuncia em rude passo,
E nisto se deseja alguma sorte
Diversa da que rege esta existência
E cismo noutro instante procurar,

E vendo o quanto pude procurar
Nos ermos do caminho que me adentra
E tente na verdade esta existência
Que possa noutro instante ser a mais
E vendo o quanto trame a melhor sorte,
O quanto se anuncia noutro passo,

O verso se traduz no quanto passo,
E sigo sem saber a procurar
O sonho que traduza a velha sorte
E quando uma ilusão meu mundo adentra
O todo que pudesse e muito mais
Crisalidasse enfim minha existência,

E sei do quanto trace na existência
De quem procura além um novo passo,
E sei que poderia muito mais
E nisto o quanto reste a procurar
Encontra o que em verdade quando adentra
Expressa o quanto seja em melhor sorte,

O mundo se anuncia em tanta sorte
Colhendo a melhor parte da existência
E nisto o que se faça quando adentra
Expresse na verdade o sonho e o passo,
E nada do que possa procurar
Encontraria em sonhos, nada mais,

O quanto fora a mais, ditando a sorte,
Depois de procurar nova existência
O mundo quando possa, além se adentra...

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