sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Barco ao Vento
Se um homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe será favorável. Sêneca


Procuro por um ponto de partida
Que leve meu saveiro para o mar
Evitando as procelas. Navegar
Calmamente, sem dores, pela vida...

Eu sei que esta viagem traz os medos
Naturais de quem sempre foi sozinho.
Mas sei quanto é preciso ter um ninho
Depois de tantas lutas e degredos...

Espero que este canto então me leve
Pela vida. As promessas deixo ao largo...
A vida tantas vezes trouxe amargo
Gosto. Agora proponho um novo, leve...

Os rumos a seguir são mais diversos,
Meu barco já perdeu rosa dos ventos.
Ao norte encontrarei meus sofrimentos,
Ao sul já morrerão todos os versos...

Ao leste, dispersada solidão,
A oeste tempestades e penhascos.
Rebento-me e nem sinto, tantos cascos,
Em meio tão esparsa solução.

Bem sei que sempre perco mas não canso,
A luta é necessária e muito aflita.
A morte tantas vezes foi bendita
Porém o que procuro, um mar mais manso,

Não posso perguntar de onde viria,
Pois sinto que jamais serei feliz.
E traço meu destino e diretriz
Com olhos espalhados noite e dia...

Os astros me deixaram ao relento
Sem porto nem talvez terei cais.
A sorte, com certeza, nunca mais.
Meu barco vai sozinho, solto ao vento...

marcos loures

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