sábado, 12 de dezembro de 2015

Calor que me invadiu, teu olhar...
No mar de esperançosas ventanias...
Nos dias que passei, luas redondas
Nas ondas deste mar que tanto espero
No fero sentimento te adorar!
Naufragar em teus braços minha amada...
Cada noite que passo, mais te sonho...
Ponho meus tristes barcos, meus saveiros,
Canteiros que produzem rosas belas.
Telas onde emolduraste tal beleza,
Certeza de que há Deus e que ele ama!
Na chama eternizada dos teus olhos.
Molhos de delicadas ervas trazes.
Fases lunares linda tempestade...
Arde a sutil manhã que prometeste.
Inconteste delírio destes deuses
Reluzes nos orgásticos desejos.
Nos beijos que prometes inebrias...
Frias as minhas noites se não vens...
Tens o poder sublime da loucura.
Moldura que encontrou grande pintor.
Amor que deslindando-se enlanguesce.
Esquece as amarguras e penúrias.
Nas cúrias nos escuros parlamentos,
Ungüentos que me curam e transformam...
Formando delirantes desvarios,
Vários rios que levam para o mar.
Martírios que deixei no pó da estrada.
Fada que me encantou, embriagante
Elegante desígnio divinal.
Final de toda dor, ressurreição!
Afeição extremada, desejosa...
Maravilhosamente apaixonante.
Diante de tanta luz, que faço Deus?
Os meus tormentos mortos, esperanças!
Lembranças destes tempos cristalinos.
Alabastrinos seios doce alvor.
Calor que permanece sem segredo.
O medo de perder, evanescente,
Nascentes deste rio que navego,
Carrego toda luz que te roubei...
Sei de tantos amores, vida breve,
Leve folha, flutua nos meus sonhos...
Medonhos tais fantasmas se perderam...
Eram deveras tristes os meus dias...
Frias as noites, versos sem sentido...
Incontido desejo mergulhava...
Sonhava com paixão, felicidade...
A tarde nunca vinha, nebulosa...
A rosa que plantei só deu espinhos...
Caminhos que segui perdi a esmo...
Mesmo minhas canções eram de dor.
Amor que se omitia, velho e morto.
Porto que sempre nega desembarque.
Parque que não pretende ter criança,
Dança que não deseja nem carinho...
Ninho que desprezou um passarinho...
Vinho que não me deixa embriagado,
Fado, destino, sina, desespero...
Tempero para a vida, sinal glória...
Memória triste, vaga, traz saudade...
Claridade que desfeita, deixa o breu...
Ateu coração pede por um Deus...
Meus olhos imploraram tal visão!
Solução para torpe solidão.
Solidão esvaindo-se depressa.
Compressa cicatriza essa ferida.
A vida que pensei agora trazes,
Fazes todos meus dias melodias,
Orgias são bacantes amplitudes...
Quietudes maravilhas, ambrosia...
Poesia deflagras na fragrância...
Elegância caminha mais suave,
Na nave que julguei fosse perdida,
Comovida, esperando delicia,
Caricia naufrágios tão amargos...
Nos lagos dos meus sonhos és remanso.
Um remanso que em versos, traz calor,
Calor que me invadiu, teu olhar...

marcos loures

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