segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

porquanto a podridão do corpo inerte
expresse o mais profundo que eu carrego,
o passo sem sentido, audaz e cego
jamais a direção atroz reverte,

e quando após o nada enfim desperte,
moldando o quanto houvera, não me apego
e tento consumir o que renego,
meus erros, já ninguém mais acoberte,

superna fantasia, a morte insana,
a boca que me escarra não me engana,
profana e sacrossanta noite imunda,

e o vento quando ulula na janela
apenas o passado nos revela
e a face da carcaça o todo inunda...

Marcos Loures

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