sábado, 12 de dezembro de 2015

Procuro insanamente antigos dias
Aonde a poesia mergulhava
E a fome num momento só matava
Centenas de crianças, fantasias...
Os coronéis decerto comandavam
Tocaias e jagunços no sertão,
Jamais eu conheci vacinação
Sarampos, diarreias só matavam.
Saudade da mulher lá na cozinha
Enquanto o seu marido passeava,
Nos bares e botecos encontrava
Prazer que na verdade não mais tinha.
Saudades dos sertões mais esfaimados
Dos olhos da miséria rebrilhando,
Crianças de três anos trabalhando,
Viados pelas ruas humilhados.
Saudades da mulher que não podia
Nem sequer escolher os seus maridos,
Os dias com certeza mais compridos
E a todos espalhando esta alegria.
Saudades do remédio que não tinha
Da benzedeira e o tétano, do crupe,
Se eu tenho esta saudade não me culpe,
A culpa do hoje em dia não é minha!

marcos loures

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