terça-feira, 15 de dezembro de 2015

sentir-me solitário e perceber
o quão seja indigesta esta presença
de quem imaginando em tola crença
o amor quando pudesse conceber,

um fétido canino, um podre ser
caminha sem buscar a desavença
e agora finalmente se convença
do quanto nada resta, ou possa haver.

escorraçado sigo pelas ruas,
e vejo as tentativas mortas, cruas
de um dia ser feliz, pobre idiota!

um asno sem medidas, sigo aquém
de quem outrora me quis bem
e agora, simplesmente ao cão enxota!

marcos loures

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